sexta-feira, 27 de julho de 2012

Reduções Jesuíticas



ORGANIZAÇÃO DAS REDUÇÕES
Dependência Política

      Embora muitos acusassem as reduções jesuíticas de serem um estado independente, uma república guarani, elas subordinavam-se ao Rei de Espanha, às reais audiências, ao vice-rei do Peru e ao Governador de Buenos Aires. Segundo as “Leyes de Índias”, as Reduções estavam obrigatoriamente sob governo indígena, diretamente subordinado ao governador de Buenos Aires. Como súditos do Rei pagavam-lhe tributos e lhe prestavam serviços, geralmente gratuitos.
      Os colonizadores luso-espanhóis é que assim argumentavam, pois as reduções mostravam-se como uma fortaleza contra a exploração do índio como mão-de-obra escrava, uma vez que, além de os protegerem, abrigavam os aborígenes que conseguiam fugir das "encomiendas". Isso despertou um grande ódio e inveja dos jesuítas, pois, além de não conseguirem influenciar os Padres, estes desenvolviam com os índios atividades sociais e econômicas livres, prosperando.

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA (exemplo)
Padre Geral - Congregação Geral - (Roma)
Padre Provincial - Vice-Provincial - (Córdoba)
Padre Superior - (Candelária)
Conselho Consultivo
Vice-Superior para Paraná
Vice-Superior para Uruguai
Padre Cura Padre Cura
Reduções do Paraná
Reduções do Uruguai

ORGANOGRAMA DA ADMINSTRAÇÃO DE CADA REDUÇÃO
Padre Cura
Irmão Coadjutor
Padre Companheiro
Corregedor
Cabildo Caciques Povo

Tributo - Na conquista da América o tesouro real não tinha condições de arcar com todas as despesas da ocupação. A forma encontrada para viabilizar a colonização foi a do modelo feudal, que embora estivesse em decadência na Europa, no novo mundo se apresentava como ideal para os governantes. Nela, os espanhóis continuavam súditos diretos do Rei e os índios passavam a ser considerados vassalos dos “conquistadores beneméritos”, os "encomenderos", devendo prestar-lhes anualmente, a título de tributo, um mês de serviços pessoais gratuitos.
      No isolamento do imenso novo mundo, esses encomenderos passaram a se esquecer de seus deveres para com os índios, só aplicando os direitos, ou seja, passaram a explorá-los praticamente como mão-de-obra escrava, além de praticarem todo o tipo de abuso, o que fez com que essa exploração fosse temida e odiada pelos índios.
      Nesse ambiente surgiram os Jesuítas, que se ofereciam como uma alternativa de proteção contra a escravidão, inclusive, os Padres aceitaram pagar os tributos exigidos dos súditos e vassalos do Rei, a quem se subordinavam. Esse pagamento foi inicialmente acertado em moedas de ouro, o que causava grande dificuldade aos Padres, pois a sua matéria prima (erva-mate) necessitava ser transportada por grandes distâncias para ser comercializada, prejudicando em muito a atividade apostólica.
      A taxa anual do tributo era de um peso por família indígena, representando um dispêndio anual de aproximadamente 25.000 pesos, dos quais 10.000 ficavam como pagamento por honorários e sustento dos padres, em aproximadamente 60 povos. Embora fosse pretendido aumento dessa taxa, ao que os padres contra-argumentavam, ponderando o grande esforço que os ervateiros tinham que fazer para gerar esse superávit, conseguiram que essa taxa ficasse estável por um século e meio - os índios recém convertidos não pagavam tributo por dez anos e os caciques e seus primogênitos eram isentos da taxa.

Defesa Territorial - Embora muitos pensam que os Jesuítas na bacia do Prata priorizavam assegurar a ocupação da área espanhola estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas, o principal objetivos dos Padres era converter (e civilizar) os índios ao cristianismo e atuavam na região porque os da Ordem de Portugual, sediada em Salvador, na Bahia, voltaram suas ações para o centro e norte do Brasil.

      Os critérios utilizados para a escolha dos locais para fundação das reduções não eram pautados em interesses políticos ou nacionalistas, como defesa de fronteiras, mas em lei da Espanha, que estabelecia que os índios não podiam ser levados para outros climas, longe de suas terras de origem. Para isso buscaram localizar grandes grupos agrícolas, semi-sedentários, mais aptos à vida em reduções, que eram instaladas em locais isolados dos brancos, que tinham tendências escravagistas.
      Os primeiros portugueses que invadiram as terras então espanholas foram os bandeirantes paulistas, que não tinham como intenção de fixarem-se nelas, mas sim de caputurar índios para explorá-los ou vendê-los como escravos. Os exércitos organizados pelos Jesuítas visavam a defesa de suas reduções e quando não conseguiam defendê-las, como aconteceu no Guairá

      A Espanha utilizou da força dos  índios reduzidos para proteger suas possessões e assegurar a ordem e paz social,
em várias oportunidades, como a fortificação militar de Buenos Aires, que contou com o auxílio dos guaranis contra investidas portuguesas. Também, quando índios guerrilheiros do Chaco, que não aceitavam a presença de brancos, atacavam as cidades de Assunção, Corrientes e Santa Fé e se retiravam para seus esconderijos, aonde os espanhóis não podiam segui-los, foram os guaranis que os desbarataram, ao ponto deles não mais molestarem a região.

Dependência Eclesiástica - Quando do início da evangelização de algum povo, os missionários, através de seu superior religioso, recebiam do Papa todos os poderes espirituais de que necessitassem, independentemente do bispo do lugar. No início as Reduções teriam plena independência dos bispos de Assunção e de Buenos Aires, mas depois de duas ou três décadas estariam regularizadas, constituindo-se em paróquias, passando de extraordinária para ordinária. A Companhia de Jesus não poderia exercer a cura ordinária, o que obrigaria os Jesuítas a entregarem as Reduções aos bispos e recomeçarem o trabalho em outra, como pioneiros.
      Porém, haviam alguns impedimentos à plena implementação de tal modelo, pois o clero diocesano não estava estruturado para atender a demanda e sequer conhecia a língua e a psicologia dos índios. Também não estava animado a internar-se num deserto cultural, distante centenas de quilômetros de seus parentes e amigos espanhóis e não havia condições de um padre, sem apoio de uma grande organização, conduzir de forma eficiente tal missão, ou seja, entregar as Reduções seria o mesmo que arruiná-las, o que ocorreu, mais tarde, quando da expulsão dos Jesuítas.
      O padroado real, exercido pelo governador em nome do Rei, correspondia o direito de conferir benefícios eclesiásticos. Para a nomeação de um cura, o bispo apresentava nomes de três padres, cabendo ao governador escolher um, geralmente o primeiro da lista, por representar a indicação de seu superior. Os Jesuítas, para evitar a ruína dos povos guaranis, bem como o risco de que fossem alijados das missões, aceitaram o padroado.

Plano Urbanístico das Reduções - Ao contrário das cidades dos europeus, que se desvolviam em forma irregular, pois buscavam ajustar-se aos acidentes geográficos, os povoados guaranis cresciam na forma quadricular, estabelecida por lei, que proporcionava facilidade e eficiência à administração. Estas geralmente obedeciam um plano geral, com um centro com uma grande praça quadrada, para onde convergiam as ruas principais. No lado norte ou sul da praça ficavam, normalmente, da direita para esquerda, o asilo-orfanato, o cemitério, a igreja e dois pátios.
      No fundo do primeiro pátio erguia-se a residência dos padres e no lado oposto à igreja havia algumas repartições: o quarto do porteiro, a escola, a sala de música e dança, a sala de armas etc. O segundo pátio era rodeado por armazéns e oficinas mecânicas. Por trás do complexo cemitério-igreja-pátios estendia-se a horta dos padres. Situadas essas construções ao norte e ao sul da praça, corria o sol sobre a cumieira da casa dos padres e assim se evitava, no verão, o excessivo calor, ao qual os europeus não estavam acostumados. Também a igreja, escurecida pelos muros das naves laterais com seus corredores cobertos, recebia, nesta posição, mais luz pelas janelas situadas por cima do telhado das naves laterais.
      Nos outros três lados da praça alinhavam-se os blocos das casas dos índios. Não eram casas isoladas, mas conjuntos de várias salas enfileiradas sob o mesmo teto. Os primeiros blocos corriam paralelos ao respectivo lado da praça; atrás destes sucediam-se outros blocos paralelos ou perpendiculares. Com esse sistema, a cidade guarani podia crescer ordenadamente, enquanto houvesse aptidão topográfica e possibilidade de gerar seu sustento.
  1 - Igreja
  2 - Residência dos Padres
  3 - Oficinas e Armazéns
  4 - Segundo Pátio
  5 - Escola, Sala de Música
  6 - Primeiro Pátio
  7 - Cemitério
  8 - Asilo - Orfanato 
  9 - Horta dos Padres
10 - Praça
11 - Casas dos índios
  A - Sacristia
  B - Corredor
  C - Torre
  D - Pórtico
  E - Jardim
      Como em todo o território missioneiro não havia cal, a argamassa era de barro vermelho e grande parte das paredes de adobe. Por isso todas as casas eram cercadas de corredor de dois a três metros de largura, coberto de telha queimada, para proteção das paredes contra as intempéries. Por usar adobe (de feitura simples, bastando encher de barro pisado um molde e esvaziá-lo em galpão, para a secagem), os índios não usavam queimar os tijolos. Embora hoje essas construções podem aparentar carência de conforto, na época elas se mostravam melhores do que as das cidades dos brancos.
      Também as vias de comunicação entre as Reduções se mostravam bem estruturadas, pois contavam com pontes e canoas com serviço de travessia gratuito, inclusive para os espanhóis que delas se utilizavam. Fora da zona das Reduções as viagens eram mais demoradas, modestas, desconfortáveis e difíceis, pois ali essa infra-estrutura inexistia.

A Igreja - A Redução guarani, diferentemente das cidades européias, tinha uma só igreja, que podia abrigar mais de 6.000 pessoas, que localizava-se no meio do lado norte ou sul da praça. Embora houvesse na Redução até três padres, que rezavam várias missas, uma só era a “missa do povo”, à qual todos assistiam, aos domingos e dias santos. Em dias úteis a presença era facultativa. Todavia, as crianças deviam participar da missa matutina e da reza verspertina do rosário.
      No início das missões as igrejas não passavam de pequenas palhoças, divididas ao meio, servindo de capela e de moradia dos padres. Conforme crescia a Missão eram construídos enormes galpões, com cobertura de palha e paredes de pau-a-pique (trançado de ripas, coberto de barro em ambos os lados).

      Nessa época se destacaram como construtores os Padres Roque
González de Santa Cruz, Ruiz de Montoya, José Cataldino e Pedro Espinosa. 
Depois deles vieram os arquitetos formados, como os pioneiros Irmãos Bartolomeu Cardenosa e Domingos Torres. Por volta de 1690, chegou o Irmão José Brasanelli (o “Miguelangelo” das Reduções), que levantou as igrejas de São Borja, Itapua, Loreto, Sant’Ana, São Xavier e Santo Inácio Mini. Nas primeiras décadas do século XVIII veio o Irmão João B. Prímoli, engenhoso arquiteto das igrejas de São Miguel, Trindade e Conceição. Já o Irmão Antônio Forcada construiu as igrejas de Jesus, São Luís, Santo Inácio Guaçu e Santa Rosa.

Casa dos Padres - Abrangia, além da ala residencial dos padres, dois pátios com as oficinas e mais a horta. Todo esse complexo era cercado por muro, com portões trancados, ao menos durante a noite, sendo proibida, também de dia, a entrada de mulheres de qualquer idade.
      Dividia-se a ala residencial, a começar pela sacristia, em quatro ou cinco quartos de 5 x 5 ou 6 x 6 metros (para os padres do local e hóspedes), refeitório e cozinha com o famoso subterrâneo, que nada mais era do que uma simples adega, de uns 3 x 4 metros por 2 de altura, situada sempre sob o refeitório da cozinha. Nunca havia dois andares para a moradia.
      A mobília era igual à dos padres em colégios de cidades: cama, mesa, cadeira, guarda-roupa, estante de livros, genuflexório para oração. O assoalho era de ladrilhos hexagonais, fabricado nas Reduções. Os superiores das Missões exigiam que os espaços e construções para os índios merecessem os mesmos cuidados que eram destinados aos padres.


Casa dos Índios - Antes das Reduções, os guaranis viviam em choupanas de palhas, geralmente circulares, sem paredes divisórias, que abrigavam várias famílias, com até uma ou duas centenas de pessoas.

      No início os padres respeitaram o gosto natural dos guaranis, tanto quanto à forma das casas como a sua disposição ao redor da capela, até os convencerem das vantagens das quadras ordenadas.

      Quando os missionários passaram o orientar as construções, priorizaram o que consideravam ser a moralidade de família, propondo que cada uma tivesse sua repartição própria, o que passou a ser muito bem aceito pelos índios.
      Os fundadores das primeiras Reduções recomendavam ao Padre Provincial o sistema europeu de habitação: quatro famílias em cada quadra, com casa isolada, horta particular e lugar para alguma criação, mas esse plano não deu certo. Após a liberdade inicial das tabas não planejadas, passou-se ao sistema de blocos de casas,  munidos  de  redes divisórias
Cabanas e Chosas - Debret
para cada núcleo familiar. As primitivas choças de palha, com o fogão aberto entre duas ou três pedras, no meio da casa ou em frente delas, eram um constante perigo de incêndio.

      Por volta de 1725 as casa eram,  obrigatoriamente,  cobertas de telhas e as paredes de
adobe. O adobe era ligeiramen-te molhado por fora e assenta-do com argamassa de barro, formando uma massa homo-gênea que, protegida pelas va-randas contra o sol e chuva, podia durar muitos anos.
      A mobília das casas era muito simples: algumas prateleiras embutidas na parede, para guardar panelas de barro, os porongos de água potável, alguns recipientes com as sobras de aipim e batata doce e outras coisas. Além disso, havia alguns cabides ou ganchos de madeiras para pendurar as roupas. Nos cantos alguma caixa de madeira ou couro cru ou canastras de cipó e taquara, com mantimentos frescos, vindos da roça, como espigas de milho, raízes de aipim, batata doce, abóbora. Mesa não havia, nem cadeiras, bancos, armários ou baús. Os índios se assentavam em redes ou no chão ou permaneciam de cócoras.
      Parte essencial da mobília era o fogo de chão, que contava com algumas pedras, ajeitadas no meio da sala ou na varanda, próximo da porta, que servia, inclusive, para assar carne e esquentar nas frias noites de inverno.


O Asilo-Orfanato e o Albergue – O Cotiguaçu (casa grande)
 - O asilo-orfanato acolhia viúvas e órfãs desamparadas, bem como as mulheres abandonadas por infidelidade ou longa ausência do marido, ocupado nos ervais, em viagens ou na guerra. Servia também de reformatório de mulheres de vida censurável. Situava-se ao lado do cemitério, interposta por uma rua.
      Encostadas ao alto muro, fechado em quadrilátero, as salas comunicavam-se com o jardim interno por um largo corredor coberto, onde as inquilinas faziam seus trabalhos manuais e recreações.


As Oficinas - Em cada Redução havia de 30 a 40 oficinas, de escultores, pintores, ferreiros, tecelões, chapeleiros, curtidores, carpinteiros, oleiros e outras. As vezes essas oficinas se localizavam no segundo pátio ou fora do povoado, como as olarias que, além de grandes fornos, exigiam extensos galpões para a secagem dos adobes, ladrilhos e telhas.
      As carpintarias também ficavam fora do povoado, onde a madeira de construção, depois de desbastada no mato, era trabalhada com trançador, machado e enxó. Os matadouros, por razões de higiene e comodidade, também se localizavam externamente, podendo se encontrar no segundo pátio os açougues, onde se cortava e repartia a carne para as famílias.
      Na primeira metade do ano os índios se ocupavam com as atividades nas oficinas e na construção e reforma da igreja e das casas de moradia, abrir estradas, levantar pontes sobre os arroios, fabricar canoas, balsas e até barcos a vela, para carga. Era esse também o tempo para buscar gado nas estâncias, trabalhar nos ervais, exportar erva-mate, algodão, melaço e açúcar para Buenos Aires ou Santa Fé e importar ferramentas (tesouras, agulhas, anzóis) ou matéria-prima (para o fabrico de machados, facões, sinos). No segundo semestre se dedicavam ao cultivo da terra.


O Cemitério - Os padres, bem como os corregedores falecidos no exercício de seu cargo, eram sepultados na igreja.
      À direita do templo localizava-se o cemitério, dividido em quatro seções (para homens, mulheres, rapazes e raparigas). Canteiros de flores davam-lhe aspecto de jardim. No centro erguia-se uma grande cruz de pedra.
      Os monumentos funerários, em vez de cruzes em pé, segundo o costume europeu, eram lajes deitadas no chão, com o nome e a data de falecimento, como ainda se pode ver no cemitério de Santa Maria Maior (sepulturas com cruz existentes em Loreto, São Miguel, São Lourenço e São João são de época posterior às Reduções).


Governo Civil - O governo civil era juridicamente atribuição do “cabildo”, que exercia os três poderes: legislativo, executivo e judiciário. O cabildo era composto por corregedor (prefeito, presidente da câmara e do tribunal de justiça), tenente-corregedor (vice-prefeito), dois alcaides urbanos (juízes), dois alcaides da irmandade (delegados para assuntos rurais), regedores (delegados de bairro), alferes real (porta-estandarte e chefe militar), escrivão (secretário) e alguazis (policiais). Eram administradores públicos, subordinados ao cabildo: o mordomo (procurador da fazenda) e seus auxiliares: contadores, armazenistas e fiscais.
      O cabildo era um instituição obrigatória por lei da Espanha e nunca faltaram, durante os 150 anos de existência das reduções, amigos e inimigos das Missões para fiscalizar o cumprimento dessa lei. Eleito a cada ano, a influência do cura era expressiva, em vista da sua cultura administrativa.
      O corregedor, proposto pelos caciques e padres da respectiva Redução, era nomeado pelo governador de Buenos Aires: Os demais cabildantes, bem como os oficiais subalternos, eram eleitos antes do fim do ano, pelo cabildo em exercício, depois de consultado o padre, pelos conhecimentos que tinha, sabia quem era o mais apto para cada cargo.
      Realizava-se a solene tomada de posse no primeiro dia do ano, no átrio da igreja. Lidos os nomes dos eleitos, cada qual recebia, das mãos do padre, sob alegres tocatas de banda de música, as vistosas insígnias de seu cargo.
      O cabildo tinha assento reservado na igreja e vestia trajes oficiais em todas as atividades públicas. A execução dos decretos do cabildo confiava-se principalmente aos caciques, que eram os responsáveis pela conduta de seus vassalos e os intermediários entre estes e o cabildo.


O Sistema Policial - Muito influía na conduta dos índios os motivos religiosos. Os conceitos de culpa e castigo andavam tão unidos e inseparáveis. Sentindo-se culpados, queixavam-se ao padre, se não levavam o merecido castigo, desejavam reparar o mal praticado.
      Cada povo se divida em bairros, não tanto pela demarcação do terreno, como pela circunscrição dos cacicados. Em cada bairro, de um ou vários cacicados, havia um regedor (delegado), membro do cabildo. Cada grupo de trabalho tinha seu capataz, que devia dar o bom exemplo, admoestar os faltosos e relatar ao regedor e ao padre o que de importante havia acontecido. Quando a noite chegava, havia os guardas noturnos que vigiavam as ruas, se revezando de três em três horas, das 21 às 6 horas da manhã.
Fonte: Site Noel Guarany

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