segunda-feira, 23 de julho de 2012

A sova do couro!

Matéria extraída do blog  http://www.maocriollacorrearia.blogspot.com.br/  para quem ainda lida com tentos e cordas.
Técnicas, de preparação e sova do couro.
E segue a explicação:
O primeiro passo é escolher um couro adequado ao tipo de trabalho pretendido. Para bainhas o couro não deve ser muito grosso, pois dificulta as dobras e pode se rachar a flor facilmente ao tentar dobrá-lo.
Para cordas chatas depende do tipo escolhido. Sendo cordas duplas o couro pode ser de média espessura, pois será dobrado. Já para cordas simples deve ser mais encorpado, pra a aguentar o tirão.
Lembro sempre, que a sova é o processo de quebrar as fibras de forma mecânica para amaciar o couro, ao passo que a curtição química faz o trabalho por meio reações químicas.
Quanto mais sovado o couro, mais macio, mas também temos que ter em mente que diminui a resistência do couro, quanto mais ele é sovado (até certo ponto), mas nada que tire suas principais propriedades.
Bueno, de posse do couro, tiramos uma guasca riscando com uma boa régua e ...faca nele!!! Para que amacie bem, passa-se azeite de mocotó ou graxa animal (fina) na flor do couro, afim de que penetre nas fibras e ajude no amaciamento, além de hidratá-las.
O próximo passo é enrolar a guasca em forma de espiral com o carnal para fora e sobre uma base firme (um cepo ou coisa do tipo) bater com o macete vindo sempre da ponta para o meio. Para facilitar a pegada do rolo, ate-o com um tento na ponta oposta a que será maceteada.
Após a primeira maceteada, vira-se o canudo, passando a ponta pronta por dentro do mesmo (conforme ilustração) e fazendo esta sair no outro lado, formando a espiral inversa. Muda-se o tento de ponta e segue-se os mesmos passos. Ao término dessa fase, abre-se a guasca, que será enrolada pela ponta que estava por fora, invertendo o couro (sempre com o carnal para fora) e seguindo o mesmo processo anterior.
Depois de maceteado, o couro aberto será preso por uma das pontas para ser "mordaçado". O processo é simples e quanto mais vezes for feito mais macio fica o couro. Para essa fase pode-se passar mais uma mão de azeite. Com a mordaça forçando sempre o carnal para fora, puxa-se de forma que ela corra sobre o couro, da extremidade presa até a oposta.
 
A cada 10 ou 15 passadas, passa-se a mordaça forçando no sentido contrário (com a flor pra fora) apenas para que o couro se emparelhe. Não deve-se sovar com a flor para fora, por esta se quebra facilmente, estragando a parte externa do couro.
O processo de mordaçar também deve ser feito nas duas pontas da guasca de couro.

Após, segue-se a finalização estendendo-se a guasca de couro sobre uma base firme e sovando-a com a mão em movimentos de vai-e-vem, como se estivesse abrindo uma massa.
 
Os movimentos devem ser firmes para que a sova fique parelha.
 
Para bainhas pode-se sovar em todos os sentidos, para melhor resultado.
 
Ao final, o couro está macio e encorpado, podendo ser utilizado em uma vasta gama de trabalhos!
Espero ter contribuído com todos os iniciantes na arte da sogueria. Agradeço a todos que acompanham o blog, prestigiando e divulgando meu trabalho. Não deixem de acompanhar as atualizações!
Forte abraço guasqueiro!

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