A página da Web da Vacaria Nativista que tem à frente à minha amiga Laurita Baldi, traz uma matéria que anda esquecida, as parteiras, essas mulheres que trouxeram à vida muitos de nossos Pais, irmãos e avós. Deixo aqui na integra essa bela Matéria, assinada pela Maria Hilda Pinto Dengo e Ildo Nery. Quem quiser conhecer outras matérias interessantes, entre na Página da Vacaria Nativista no Facebook.
PARTEIRAS – um trabalho em extinção. Uma missão!
Nos tempos de outrora, era muito comum o trabalho das parteiras, afinal somente no início do século XX é que os hospitais começaram a receber mulheres para dar à luz. Embora elas ainda existam, vamos usar o verbo no passado, visto que tal ofício está em extinção, tratando-se de um resgate e, de certa forma, de uma homenagem àquelas mulheres fortes, experientes e entendedoras do assunto de trazer ao mundo um novo ser!
Se pararmos para pensar, as parteiras substituíam um médico! Com habilidade quase que intuitiva, elas mediam a dedos as dilatações uterinas, cortavam o cordão umbilical com precisão e, o mais difícil, retiravam a placenta com a desenvoltura de um profissional da área da saúde.
Durante boa parte da história da humanidade, os partos eram feitos em casa, e as parteiras realizavam um trabalho árduo (tanto física, quanto psicologicamente). Trabalho fundamental, principalmente, no interior, cujos hospitais eram longe, as estradas precárias e o meio de transporte era principalmente o lombo do cavalo. Ainda há que se considerar o tempo. E se porventura desse um temporal? E se fosse de madrugada a lida?
Pois é, daí a importância dessas mulheres (que ainda existem, afinal ainda há localidades precárias espalhadas pelo Brasil que dependem de seus serviços). Obviamente as parteiras também eram comuns nas cidades. Muitos que estão lendo este texto nasceram “em casa”. A frase: “Fulana vai parir, chamem a parteira!”, era de praxe na época. E lá ia ela – no lombo do cavalo, de carroça ou a pé, destemida e sublime ao mesmo tempo.
Se o parto fosse realizado no campo, a lida podia ser bem pior, pois muitas vezes tinha que cruzar matos, rios, se expor aos perigos, como ser picada por uma cobra, ou ainda enfrentar um longo e cansativo trecho.
As parteiras eram fundamentais numa comunidade, seja pela confiança que passavam à gestante, seja pelo ato de trazer ao mundo o recém-nascido, seja pelos saberes transmitidos há gerações. Tal serviço exigia, além da prática adquirida pelos anos de atuação, coragem, conhecimento em protocolos de higiene e estar preparada para falhar, afinal complicações sempre existiram, como o mau posicionamento fetal, falta de dilatação do útero da mãe, pré-eclâmpsia, entre outros.
O pagamento dado ao trabalho podia ser em dinheiro, em alimentos, como queijo, salame, temperos, pães caseiros, uma galinha, um leitão, ou até mesmo ser de graça. Muitas vezes, a parteira abdicava de receber devido às condições financeiras pouco favoráveis da família. Quem sabe, até uma ou outra ainda não colaborava com um cobertorzinho, uma fralda de pano, uma roupinha ou... somente uma palavra de carinho. Que valia muito mais naquele momento mágico – o encontro entre mãe e filho pela primeira vez.
Por tudo isso, VIVA AS PARTEIRAS!
*Se você conhece alguma parteira na região, entre em contato para que possamos entrevistá-la (54 991059878).
Fonte: Internet e familiares
Foto da Internet: https://agroflorestamazonia.com/.../as-guerreiras-e.../ — com Maria Hilda Pinto Dengo e Ildo Nery.
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