quarta-feira, 26 de junho de 2019

Mapa do Rio Grande do Sul em 1835


Pacto de Pedras Altas 1923.

Da esquerda para direita.
Mena Barreto, Batista Lusardo, Leonel Rocha, Honório Lemes, Assis Brasil, Setembrino de Carvalho, Angelo Pinheiro Machado, Zeca Netto, Felipe Portinho e Estácio Azambuja.
Foto tirada logo após a assinatura do Pacto de Pedras Altas 1923, pacto esse que deu fim a Revolução de 1923.

Conclave de Cachoeira, 1932

Quando os destinos de muitos eram traçados no Irapuazinho, na fazenda do Dr. Borges de Medeiros, interior de Cachoeira do Sul, local onde já estive e infelizmente está em ruínas, de la ganhei um faca que guardo toda de prata e canhota.
Na foto General Flôres da Cunha, João Neves da Fontoura, Dr. Borges de Medeiros e Raul Pilla.
.

terça-feira, 25 de junho de 2019

CONTOS DE GALPÃO - CEMITÉRIO DAS ALMAS PERDIDAS

Por Beraldo Figueiredo


Foi num baile de campanha, que o moço Delmar namorou uma moça linda, sua casa ficava numa chacrinha a uns seis quilômetros da cidade, ele tinha uma bicicleta e morava numa vila da cidade, no meio do caminho tinha um cemitério antigo, cheio de histórias de assombrações, conhecido por todos como Cemitério das Almas Perdidas, pois ali no passado enterravam pobres, mendigos, negros bandidos e prostitutas. 
Todos fim de semana ia visitar sua prenda, estava apaixonado e lá pelas seis horas da tarde o sogro dizia: - Tá na hora de ir embora, já namorou, matou a saudade então boa noite seu Delmar.
Lá se ia Delmar pedalando, passava na frente do cemitério, que tinha um muro branco longo e no meio um portão de ferro batido, via os túmulos, as cruzes e como a tardinha ainda deixava o céu com uma luz fraca, passava rápido pela frente sem sentir medo.

Seus cunhados assustavam ele: - Olha Delmar, tu não passa no Cemitério de noite, aquilo lá é assombrado, tem a mulher de branco e tem o velho do Portão que não te deixa passar e se ele te convidar para entrar, não tem como negar, se tu for escolhido é porque tua hora chegou. – E riam.
Pois num dos fim de semana, Delmar chegou com o pneu furado da sua bicicleta, teria que ir embora a pé, pensou em ir embora mais cedo, imagina além de caminhar teria que andar ao lado de sua bicicleta o que dobraria o tempo, porém sua namorado disse:
- A não! Eu te espero todo fim de semana prá gente ficar junto por umas horas e tu quer ir mais cedo, de forma alguma. 
Pois teve que ficar. Coitado as seis horas da tarde saiu ao lado de sua bicicleta, a tardinha já tinha escondido o sol, lembrou do cemitério. Caminhou com a bicicleta no lado três quilômetros quando avistou o muro branco, já era noite, para sua desgraça uma noite escura e fria, mas seguiu firme, com um terrível medo, pois pode ver que na frente do portão do cemitério tinha uma mulher parada, estava de vestido branco era magra alta, cabelos compridos e estava olhando para ele. Então parou. Olhou para os lados, tudo era mato, deserto e escuro, uma coruja piou.
Suas pernas começaram a tremer, um medo terrível invadiu seu ser, ouviu uns passos atrás e se virou, um negro de cabelos brancos, caminhava com um feixe de gravetos embaixo do braço, um palheiro aceso e um chapéu preto todo corcomido e torto e então disse para o jovem:
- Boa noite meu rapaz, o que se assucede contigo, porque não monta na bicicleta e passa.
- Furou o pneu.
- Mas porque está plantado no meio da estrada com esse frio.
- Estou com medo, não está vendo aquele vulto branco na frente do cemitério?
- Que vulto? Não tem ninguém lá.
- Tem sim, é que ela quando viu o senhor entrou, mas ela está lá na entrada me esperando, é alma penada, estou com medo.
- Bobagem, eu passo todos os dias aqui, vou sempre pegar lenha no matinho, vem que eu te ajudo a passar.
Delmar se encorajou com o velho negro ao seu lado e caminhou.
- Tu sabe meu jovem, alma penada só assusta quem tem medo, neste mundo dos vivos tem que temer os vivos, onde já se viu ter medo de quem já morreu. – Riu o ancião.
Assim foram caminhando, quando passaram pelo portão, Delmar viu o rosto cadavérico de uma mulher, com um vestido sujo como se tivesse saído de uma tumba, ela riu batendo os ossos do queixo e com a boca desdentado, nos buracos da caveira olhos loucos de uma alma enlouquecida.
- Olha ali, olha é ela. Olha – Falou com medo
- Não tem nada ali, é tudo fruto da sua imaginação, olhe para frente, mire as luzes da cidade que é para onde tu vais. - Falou rindo o Ancião. - Não olhe para trás, pois só tem passado.
- Graças a Deus o senhor está aqui, como é mesmo seu nome?
Assim que passaram o cemitério, logo se viu uns ranchinhos e luzes em suas janelas pequenas, o velho ancião parou e disse:
- Aqui me despeço. Agora já passou o cemitério, não tem mais nada pra te preocupar.
- Muito obrigado senhor, mas não posso seguir sem saber seu nome.
- Olha menino, quando eu era vivo meu nome era Nego Pedro, agora que morri, todos me chamam de Velho do Portão. Vai em paz, pois quando vivo na sua idade, eu também tinha medo de morto.


Retirado da Pagina do Gaúcho

Nossa Senhora da Candelária do Ibicuí

Por Lisandro Lorenzoni¹ 

Antes de adentrar ao tema específico deste artigo, é necessário situar de maneira superficial, o processo colonizador da Espanha e os principais povos indígenas que habitavam a Província Jesuítica do Paraguai², criada em 1609. O território abrangia o Paraguai, Argentina, Uruguai e os estados brasileiros do Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Importante frisar que a exploração das terras na América espanhola ocorreram por etapas e os povos indígenas sofreram ação direta dos conquistados, com trabalho escravo aos encomenderos³, bandeirantes paulistas ou pela fundação das Reduções Jesuíticos-Guaranis. 

Os Guaranis dominavam uma vasta área territorial, que se estendia do Paraguai até o Rio da Prata. Não habitaram o planalto gaúcho, onde se encontravam os grupos dos Jês e, nem as planícies/pampa, território dos charruas e minuanos. Segundo dados arqueológicos, a tradição Tupi-Guarani estava presente nas matas subtropicais, que se estendiam ao longo do Rio Uruguai e seus afluentes, além do Rio Jacuí, litoral e suas lagoas. Muitos dos povos indígenas foram guaranizados, ou seja, eram de outros troncos e viviam em pequenas aldeias, mas por poder, alianças ou influência dos Guaranis, adotaram seus hábitos e costumes. 

Em um primeiro momento a fundação de Reduções Jesuíticas, criadas através da palavra de Deus, agiram como salvação espiritual e física aos índios, mas seu principal objetivo era demarcar e proteger o território espanhol da potencial expansão portuguesa ao Rio da Prata. Na primeira fase ou ciclo missioneiro em solo gaúcho (1626-1637), foram fundadas 14 reduções e os povoados eram simples, instaurados com o intuito de convertê-los à fé católica, com igrejas construídas de madeira ou de taipa, enquanto as casas dos índios eram de pau-a-pique. Foi na Serra Geral ou região dos Tapes (grupo indígena que dominava o Planalto Central, entre as bacias dos Rios Ibicuí e Jacuí), que adentrou o Padre Roque González de Santa Cruz. Aporta pela primeira vez pelos últimos contrafortes a Oeste desta Serra, entre os Rios Ibicuí e Itu, na chamada Coxilha do Boqueirão (Santiago). Na segunda vez, com a ajuda dos índios Tapes, comandados por Nenguiru, Roque González partiu da margem esquerda do Rio Uruguai para lançar a semente das futuras Reduções Jesuíticas-Guarani. No dia 3 de maio de 1626 funda São Nicolau do Piratini, entre os Rios Ijuí e Piratini, a primeira redução em solo rio-grandense. 

Em 1627, um ano depois do seu primeiro intento, o Padre Roque González chega na confluência entre os Rios Ibicuí e Uruguai e não encontra nenhum aldeamento de índios em ambas às margens. Decide então subir de canoa cerca de 40 léguas (200 Km) pelo Rio Ibicuí, nas proximidades com a embocadura do seu principal afluente, o Rio Jaguari, onde na margem direita, encontra a aldeia do cacique Tabacã. Sendo bem acolhido pelos indígenas, ali funda a segunda Redução Jesuítica em terras gaúchas, erguendo-se com ajuda dos índios uma cruz de cerca de 40 pés e uma pequena capela feita de pau-a-pique e coberta de palha. Em homenagem a Maria Santíssima, o Padre Roque batiza a redução de Nossa Senhora da Candelária do Ibicuí. A Redução teve duração efêmera, pois quando voltou, Padre Roque foi informado que índios lindeiros ao Ibicuí, destruíram a capela, colocando fogo na cruz. 

Em Carta Ânua, Padre Roque faz referência ao ocorrido na Candelária do Ibicuí. “Assim que cheguei ao porto, onde havia começado a redução, mandei chamar os caciques vizinhos que logo vieram, entre eles, Tabacã, em cuja aldeia se cometera o sacrilégio e interroguei-o sobre o caso. Responderam-me que era verdade. Censurei-os com severidade, mas ele se desculparam, alegando que aquilo havia acontecido estando eles ausentes e longe dali. Pelo que, sendo grande a multidão de índios malfeitores, podiam cometer a salvo o delito”. O padre decidiu que não mais voltaria aquele lugar e reuniu os caciques dos Tapes para conhecer o quão grande era seu território - não à toa o significado de Tape é povoação grande. Mas a Candelária permaneceu como referência geográfica, pois encurtava o trajeto para subir às outras missões, uma vez que bastava subir o Rio Jaguari e atravessar a Cordilheira do Boqueirão. 

O que hoje são terras de São Francisco de Assis também abrigaram a Redução Jesuítica de São Tomé do Ibiquiti, fundada em 13 de junho de 1632, pelo Padre Pedro Romero (superior das reduções do Uruguai), juntamente com os Padres Manuel Bertot e Luís Ernot. Sua localização ficava cerca de 500 metros de onde hoje existe a Gruta de São Tomé, próxima a ERS-241. Foi a primeira Redução Jesuítica da Província do Tape e chegou abrigar 7 mil índios. Em 1638, em virtude dos ataques constantes dos bandeirantes paulistas, os padres e os índios decidiram destruir a redução e migraram para a margem direita do Rio Uruguai, criando uma nova redução onde hoje é a cidade de São Tomé, na Argentina. Os descendentes destes que partiram da Redução de São Tomé deram origem ainda a Redução Jesuítica de São Francisco de Borja (1682), mais tarde município de São Borja. Esta redução foi a primeira do segundo ciclo, considerado a fase de ouro das missões em solo gaúcho. A constante luta entre o encomendero espanhol, o bandeirante luso e o jesuíta espanhol foi uma das causas para a Guerra Guaranítica (1750/1756), quando os exércitos português e espanhol destruíram as reduções. Em 1768, por ordem do Marquês de Pombal, os jesuítas foram expulsos e gradualmente as reduções foram abandonadas. 

Por de fato: a célula mater étnica-cultural e histórica do Rio Grande do Sul se deve em grande parte a criação das Reduções Jesuíticas-Guarani. É o contato dos indígenas com o branco e com o negro, o núcleo-primeiro da formação que, a posteriori, dará origem ao homem sul rio-grandense - herança racial idealizada no gaúcho tradicional. 

(1). Lisandro Benvegnu Lorenzoni é jornalista, pós-graduado em Leitura, Literatura e Formação e assisense com muito orgulho. 
(2). A Província Jesuítica do Paraguai foi desmembrada da Província Jesuítica do Peru. Os jesuítas dividiram-na em quatro Frentes Missionárias: Paraguai, Itatim, Uruguai e Tape. 
(3). Espanhóis donos de terra com poder na sociedade colonial. Pagavam tributos à Coroa Espanhola. Os índios eram forçados a trabalhar nas fazendas e lavouras. 


Consulta Bibliográfica 
Arquivo Geral das Índias, Sevilha/Espanha. 
Coleção Pedro de Angelis, Biblioteca Nacional. 
Zuse, Silvana. Os Guaranis e a Redução Jesuítica, USP, São Paulo, 2009.

Emerson Gottardo au 7e Festival du Rio Grande do Sul de Paris

Emerson Gottardo, chanteur, instrumentiste et compositeur du Rio Grande do Sul, lauréat de plusieurs festivals de musique dans le Sud du Brésil.
Et puisqu’on ne peut rien faire tout seul, Emerson Gottardo est accompagné par un groupe de musiciens renommés :
Tomé München est multi-instrumentiste et ses habilités s’étendent à la guitare acoustique et électrique, l’harmonica et la basse.
Gean Santos est le membre le plus récent du groupe. Il aide à la production et à la conception musicale du spectacle.
Maguila Becker est l’un des batteurs les plus renommés du Sud du Brésil, il a son propre style et c’est lui qui dicte le rythme de chaque chanson.
Tiago München est l'accordéoniste, avec ces solos élaborés et une technique impressionnante, il fait bouger n'importe quel public.


TRADUÇÃO:
Emerson Gottardo au 7e Festival du Rio Grande do Sul de Paris
Emerson Gottardo, cantor, instrumentista e compositor do Rio grande do Sul, vencedor de vários festivais de música no sul do Brasil.
E já que não se pode fazer nada sozinho, Emerson Gottardo É ACOMPANHADO POR UM GRUPO DE MÚSICOS RENOMADOS:
Tomé München é multi-instrumentista e seus habilitados estendem-se à guitarra acústica e elétrica, a harmónica e a baixa.
Gean Santos é o membro mais recente do grupo. Ele ajuda a produção e design musical do show.
Maguila Becker é um dos bateristas mais renomados do Sul do Brasil, tem o seu próprio estilo e é ele que dita o ritmo de cada canção.
Tiago München é o sanfoneiro, com estes solos elaborados e uma técnica impressionante, faz com que qualquer público se mexa.

quarta-feira, 19 de junho de 2019

A Coluna Prestes

Antônio Ferreira Prestes Guimarães 

Nasceu em Passo Fundo, 13 de julho de 1837 — Faleceu em Passo Fundo, 19 de setembro de 1911 foi um político, advogado e militar brasileiro.
Participou da Revolução Federalista, tendo o comando da 1ª Divisão por um breve período, em 1894, quando foi responsável pela ocupação de Alegrete.(Foto) 
O coronel Prestes Guimarães foi um chefe Militar de grande capacidade, indomável, enérgico, derrotou várias vezes as unidades da Divisão do Norte. Foi, sem dúvida, um dos mais brilhantes comandantes militares dos federalistas maragatos, senão de toda guerra civil de 1893. Um grande e admirável comandante, um gaúcho de cepa, que muito honra Passo Fundo.

A coluna de prestes Guimarães era chefiada por Gumercindo Saraiva...ele os Saraivas estavam junto de Gumercindo quando este foi atingindo covardemente por um pica pau. Prestes Guimarães que ia montado em um zaino cabano prometeu vingar a morte do amigo. Testemunhas do fato disseram entre elas Torquato, Ângelo Dourado, Demétrio Xavier... E mais alguns chefes viram o choro comovido de Prestes Guimarães, abraçado ao amigo. Era o início do fim da revolução. 

A VERDADE SOBRE ESSA FOTO



Esta foto tem sido divulgado como sendo Adão Latorre, no entanto essa foto nem foi tirada em território gaúcho embora pertença a Revolução Federalista de 1893.
O DEGOLADOR DA FOTO se chama Cabo Sebastião Juvêncio.

Este retrato de grupo foi feito pelo fotógrafo paraense Affonso de Oliveira Mello e mostra a degola de um prisioneiro. A posição dos homens armados, olhando estáticos para a câmera, segue os padrões de retratos oficiais da época. Ao centro, o “cabo-carrasco” Sebastião Juvêncio segura com firmeza a cabeça da vítima para expor seu pescoço. E encara a câmera com seriedade, numa atitude de enfrentamento. Uma anotação no verso da fotografia original conta que a imagem não foi apenas uma encenação. Registra uma execução real, que ocorreu em abril de 1894, na estação ferroviária de Ponta Grossa.

Não é possível saber com certeza se o prisioneiro condenado é um pica-pau ou um maragato. Durante os dois anos e meio da Revolução Federalista, a degola foi utilizada como arma de guerra pelos dois lados do conflito. Neste período, cerca de 10 mil pessoas morreram, sendo pelo menos mil degoladas. Era mais prático executar o inimigo do que mantê-lo prisioneiro, e a degola economizava munição.

Apresentamos aqui uma reprodução ampliada da imagem original, pertencente à Fundação Biblioteca Nacional, que, por razões de preservação, não pode ser exposta ao público.
MEMBROS DA FOTO:
Execução de um rebelde. Da esquerda para a direita: cap. Porto, major dr. Fritz, major Gardino de Castro, cap. Estraubel, Sebastião Juvencio (cabo e carrasco), ten. Alfredo, não identificado e cap. Dionizio. A vítima não foi identificada. Ponta Grossa, PR, abr. 1894.


Fonte: https: // ims. com. br/ 2018/05/24/ conflitos-audioguia-01- revolucao- federalista /

terça-feira, 18 de junho de 2019

TEM HISTÓRIA ESSE RIO GRANDE!






















































Do "baú das antiguidade"

Do "baú das antiguidade", uma foto de dois "palanques grosso" da cultura musical gaúcha: 
Adelar e Honeyde Bertussi. 
O Rio Grande lhes agradece ... e muito!!!!

Invasão do Alegrete


Material muito bom, que traz a direção do meu amigo Diego Muller. Invasão do Alegrete, mas que bah!

REGULAMENTO - 23º FESTIVAL DA MÚSICA CRIOULA

23ª EDIÇÃO DO “FESTIVAL DA MÚSICA CRIOULA DE SANTIAGO & CRIOULINHO” 
REGULAMENTO
DA PROMOÇÃO 
Art. 1º – A 23ª EDIÇÃO do “FESTIVAL DA MÚSICA CRIOULA DE SANTIAGO & CRIOULINHO” é um acontecimento de abrangência nacional, que tem como criador o Grupo Nativista “Os Tropeiros” e como PROPONENTE, nesta oportunidade, o Produtor Cultural JAERSON LUIZ DE OLIVEIRA MARTINS, CEPC 644, com o APOIO da Prefeitura Municipal de Santiago-RS e FINANCIAMENTO LIC (Lei de Incentivo à Cultura); 
Art. 2º – A 23ª EDIÇÃO do “FESTIVAL DA MÚSICA CRIOULA DE SANTIAGO & CRIOULINHO”, realizar-se-á de 04 a 05.10.2019; 
Art. 3º – O evento terá lugar no Centro de Eventos da cidade de Santiago-RS, “Cidade Educadora”, “Terra dos Poetas”. 
DOS OBJETIVOS
Art. 4º – Oportunizar manifestações artístico-culturais, promovendo a integração e troca de experiências entre músicos, poetas, compositores e intérpretes; 
Art. 5º – Incentivar o surgimento de novos talentos poético-musicais e valorizar os já consagrados; Art. 6º – Reafirmar a importância da preservação da identidade cultural gaúcha através da música; Art. 7º – Promover o turismo e projetar a cidade de Santiago – RS como importante pólo educacional, cultural e econômico do Estado; 
Art. 8º – Oportunizar, através do CRIOULINHO, a mostra do talento de “pequenosgrandes” “artistas” da nossa música, através de interpretações de canções nativistas já consagradas pelo grande público; Art. 9º – Premiar as composições vencedoras do “FESTIVAL DA MÚSICA CRIOULA DE SANTIAGO & CRIOULINHO” e difundir, através do registro fonográfico, as canções participantes. INSCRIÇÃO CATEGORIA ADULTA – PARTICIPAÇÃO 
Art. 10º - Serão aceitas inscrições de obras musicais que retratem a temática campeira, com liberdade na escolha de ritmos e de instrumentos musicais, respeitando as raízes da nossa cultura e mantendo a linha nativista do Rio Grande do Sul; 
Art. 11º - Poderão participar do “FESTIVAL DA MÚSICA CRIOULA DE SANTIAGO & CRIOULINHO”, poetas, compositores, músicos, e intérpretes de todo o território nacional e dos países do Mercosul, desde que respeitem este Regulamento; 
Art. 12º - O período para inscrições, 18.06.2019 a 18.07.2019; 
Art. 13º - As inscrições, Fase Geral, Local e Crioulinho, deverão ser encaminhadas das seguintes formas: 
a) com todos os itens devidamente preenchidos, via correios, em envelope fechado contendo: as obras musicais gravadas em CD, sete cópias de cada Letra com o nome das mesmas, ritmo e, para a Fase Local e Crioulinho, deverá ser encaminhada, também, fotocópia do RG e ou CPF e, ainda, fotocópia de comprovante de residência (mínimo de 06 [seis] meses), para o seguinte endereço: 
Rua Pinheiro Machado, 3262 - Cep: 97700-000 – Santiago-RS, A/C de Jaerson Martins e ou; 
b) para o email – fmcs23ed@hotmail.com – contendo no anexo, além da ficha de inscrição devidamente preenchida, as obras musicais em formato mp3 (não será aceito outro formato), uma cópia de cada Letra contendo somente o nome da mesma e o ritmo e, para a Fase Local e Crioulinho, deverá ser encaminhada, também, fotocópia do RG e ou CPF e, ainda, fotocópia de comprovante de residência (mínimo de 06 [seis] meses). 
c) para o Crioulinho, CPF, RG e Comprovante de residência somente para o intérprete e para a Fase Local, do intérprete e dos seus músicos acompanhantes. 
§ 1º - Não serão aceitas inscrições de obras musicais enviadas em mãos por integrantes da Comissão Avaliadora(Jurados); 
§ 2º - Para dirimir dúvidas, o concorrente poderá entrar em contato ao celular nº (55) 9 9906-0201 c/ Jaerson Martins; 
Art. 14º - Cada compositor, em seu nome ou em parceria, poderá inscrever no máximo 3 (três) composições, porém apenas UMA poderá ser pré-selecionada; 
§ ÚNICO - Não serão aceitas composições com mais de 5 (cinco) minutos de duração, caso contrário, serão desprezadas de pronto; 
Art. 15º - As composições deverão ser inéditas até a sua apresentação pública no “FESTIVAL DA MÚSICA CRIOULA DE SANTIAGO & CRIOULINHO”, sendo eliminadas em caso contrário; 
§ ÚNICO – Define-se como “inédita” a composição não divulgada em meios de comunicação de massa ou registrada em livro, CD, ou coisa que o valha, podendo, porém, ter participado em eventos do gênero; 
Art. 16º - O não ineditismo, não percebido pelas comissões avaliadora e organizadora poderá ser objeto de denúncia por escrito, acompanhado de provas, desde a data da divulgação das pré-selecionadas, encerrando-se 30 dias após a data referida neste artigo, impreterivelmente. 
§ ÚNICO – caso ocorra alguma denúncia de obra não inédita e devidamente provada, a obra desclassificada pela denúncia apurada será, automaticamente, substituída pela imediatamente suplente. 
PARA AS MÚSICAS CONCORRENTES 
Art. 17º - Os concorrentes deverão encaminhar uma ficha de inscrição obedecendo as alíneas “a”, “b” e “c”, do art. 13º e seu § 1º; 
Art. 18º - Somente subirão ao palco Grupos contendo, no mínimo, 3 (três) integrantes, tanto os da Fase Geral quanto os da Local, sendo de total responsabilidade do concorrente a seleção dos instrumentistas e instrumentos. 
SELEÇÃO – CACHÊ – APRESENTAÇÃO 
Art. 19º - Encerrado o prazo para inscrições, a Comissão Avaliadora convidada pela Comissão Central do “FESTIVAL DA MÚSICA CRIOULA DE SANTIAGO & CRIOULINHO”, selecionará as 18 (dezoito) canções concorrentes da Categoria Adulta, sendo 14 (quatorze) Fase Geral e 04 (quatro) Fase Local; 
§ ÚNICO – A Comissão Avaliadora será formada por Vlademir Coceiro Nunes (“Xuxu” Nunes), Miguel Marques, Marco Antônio Nunes, José Ataídes Sarturi (Nenito Sarturi) e Ânderson Mireski, podendo haver eventuais substituições desses integrantes a critério da Comissão Organizadora do Evento; 
Art. 20º - A relação das composições classificadas, ordem e data de apresentação no “FESTIVAL DA MÚSICA CRIOULA DE SANTIAGO & CRIOULINHO”, será comunicada de forma individual, bem como pelos meios de comunicação e redes sociais, via internet; 
§ ÚNICO - Após o anúncio das classificadas, contendo os dados retirados da ficha de inscrição, não será permitido qualquer tipo de acréscimo nos referidos dados; 
Art. 21º - Cada músico acompanhante e intérprete poderá atuar em apenas UMA composição concorrente no “FESTIVAL DA MÚSICA CRIOULA DE SANTIAGO & CRIOULINHO”, tanto os da Fase Geral quanto os da Local; 
Art. 22º - As 18 (dezoito) composições selecionadas serão divididas em dois grupos de 09 (nove); 
§ 1º – Participarão da finalíssima 10 (dez) obras musicais da Fase Geral e 02 (duas) da Fase Local; 
§ 2º – Na noite da finalíssima, após o término do show de intervalo, serão conhecidas as vencedoras; § 3º – As 12 (doze) canções participantes da finalíssima (Fase Geral e Local – Categoria Adulto) farão parte do CD/DVD do “FESTIVAL DA MÚSICA CRIOULA DE SANTIAGO & CRIOULINHO”, os quais serão gravados AO VIVO nas noites do evento; 
Art. 23º - Todos os concorrentes deverão subir ao palco trajando, obrigatoriamente, a indumentária típica do Rio Grande do Sul, sendo proibida as vestimentas e/ou adereços contendo caracteres publicitários; 
Art. 24º - Os concorrentes que desrespeitarem o horário para passagem do som e, que após a abertura de cada uma das noites não estiverem preparados para subirem ao palco na ordem de apresentação e no horário estipulado por este Regulamento, estarão sujeitos à desclassificação e ou a perda de 50% do cachê; 
§ 1º - A equalização do som às obras musicais do “CRIOULINHO” começará, impreterivelmente, às 14h tendo por término às 23h30min, com intervalo de 1h, do dia anterior ao evento (quinta-feira), dia 03.10.2019 e do “FESTIVAL DA MÚSICA CRIOULA” às 08h e término às 12h do primeiro (04.10.2019) e segundo dia do evento (05.10.2019), sem nenhuma prorrogação; 
§ 2º - O início do “CRIOULINHO” está previsto às 14h e o “FESTIVAL DA MÚSICA CRIOULA” – Fase Geral e Local, às 20h, com o show de abertura, nos dias referidos no art. 2º deste Regulamento; 
Art. 25º - As 14 (quatorze) obras musicais selecionadas, que concorrerão pela Fase Geral receberão, a título de cachê, a importância de R$ 2.000,00 (dois mil reais); 
§ ÚNICO - as 10 (dez) obras musicais da Fase Geral, por terem passado à finalíssima, receberão mais R$ 1.500,00 (hum mil e quinhentos reais), a título de prêmio bônus; 
Art. 26º - As 04 (quatro) obras musicais selecionadas, que concorrerão pela Fase Local receberão, a título de cachê, a importância de R$ 750,00 (setecentos e cinquenta reais) desde que comprovada, pelos músicos acompanhantes e intérpretes, sua naturalidade ou sua residência por mais de 06 (seis) meses na cidade, cujas comprovações deverão ser feitas no ato da inscrição anexando fotocópia de comprovante de residência e documento pessoal (RG ou CPF), conforme art. 13º, alíneas “a”, “b” e “c” deste Regulamento; 
§ ÚNICO - as 02 (duas) obras musicais da Fase Local, por terem passado à finalíssima, receberão mais R$ 250,00 (duzentos e cinquenta reais), a título de prêmio bônus; 
Art. 27º - Os cachês e os prêmios bônus serão pagos em parcela única logo após a apresentação da obra musical concorrente, desde que respeitados todos os itens deste Regulamento;
§ 1º – O pagamento será feito à pessoa indicada na ficha de inscrição ou ao seu procurador sendo necessário que a primeira ou a segunda pessoa preencha todos os dados constantes na ficha de inscrição, diante da apresentação de documento pessoal q a identifique e mediante assinatura de RPA (Recibo de Pagamento a Autônomo) – documento sujeito a descontos de impostos legais ou mediante emissão de NOTA FISCAL – sem desconto de impostos; 
§ 2º – Os valores referentes a cachês, tanto dos concorrentes, quanto dos shows e jurados, bem como em relação aos prêmios, estarão sujeitos aos descontos previstos na legislação vigente; 
Art. 28º - O “FESTIVAL DA MÚSICA CRIOULA DE SANTIAGO & CRIOULINHO”, a princípio, não fornecerá alimentação nem oferecerá hospedagem aos concorrentes; 
Art. 29º - Perderá automaticamente o direito ao pagamento do cachê e ou prêmio todo concorrente que contrariar os dispositivos desse regulamento. 
DO CRIOULINHO 
Art. 30º - Serão aceitas canções inéditas ou não, com conteúdo nativista ou do nosso regionalismo e as inscrições deverão obedecer o que reza os art. 10º ao 14º, com seus incisos, parágrafos e alíneas, bem como ao art. 23º e 24º; 
Art. 31º - Serão pré-selecionadas 08 (oito) canções por categoria (MIRIM & JUVENIL) das quais, 03 (três), também por categoria, serão premiadas com troféu e valor em dinheiro, o qual estará sujeito aos descontos previstos na legislação em vigor; 
§ ÚNICO: os intérpretes deverão acostar na inscrição a AUTORIZAÇÃO dos respectivos autores da obra que pretendem interpretar no evento, bem como citando que a obra poderá ser gravada no CD/DVD do evento caso seja premiada com o 1º lugar, caso contrário, não serão aceitas as inscrições. 
Art. 32º - As obras do CRIOULINHO, premiadas com o 1º lugar, farão parte do CD/DVD do Evento, os quais serão gravados AO VIVO, desde que a Comissão Organizadora do Festival obtenha dos intérpretes a autorização dos respectivos autores para a gravação no CD/DVD, quando estas não forem inéditas, autorização esta citada no § único do art. anterior deste Regulamento; 
§ 1º - das 08 (oito) obras selecionadas pela Comissão Avaliadora, por Categoria, 02 (duas), também por categoria, obrigatoriamente, terão que ser de intérprete local o qual deverá comprovar ser natural ou residente por mais de 06 (seis) meses na cidade; 
§ 2º - cada intérprete poderá defender apenas UMA canção; 
§ 3º - os músicos acompanhantes do Crioulinho poderão participar sem limite de vezes de atuação; Art. 33º - Quando da apresentação das obras musicais serão avaliados, pela Comissão Julgadora, os seguintes quesitos: INTERPRETAÇÃO, AFINAÇÃO e DESENVOLTURA CORPORAL com as notas de 0 (zero) (nota mínima) a 10 (dez) (nota máxima); 
Art. 34º – A Comissão Avaliadora será composta pelas seguintes pessoas de reputação ilibada e de notório saber cultural e musical: Tadeu Martins, Otávio Machado, Priscila Machado, Érika Benevenute Machado e André Canterle, podendo haver eventuais substituições desses integrantes a critério da Comissão Organizadora do Evento; 
§ 1º - as canções da Categoria Mirim se apresentarão no primeiro dia do evento à tarde (04.10.2019) e as da Categoria Juvenil no segundo dia (05.10.2019), também à tarde; 
§ 2º - categoria Mirim até 10 anos completos; Categoria Juvenil, até 17 anos completos; 
§ 3º - as idades dos intérpretes, de ambas as categorias, deverão ser comprovadas através de documento de identificação (RG, CPF e ou Certidão de Nctº), informados na Ficha de Inscrição. CREDENCIAMENTO – PREMIAÇÃO – DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 35º - A Comissão Central do “FESTIVAL DA MÚSICA CRIOULA DE SANTIAGO & CRIOULINHO” concederá credenciais para os profissionais da imprensa como segue: 5 Jornal – 02 (dois) profissionais devidamente documentados; Rádio – 03 (três) profissionais devidamente documentados; Televisão – 06 (seis) profissionais devidamente documentados; 
§ ÚNICO – Serão concedidas, também, credenciais aos músicos, intérpretes, autores, compositores das canções participantes do “FESTIVAL DA MÚSICA CRIOULA DE SANTIAGO & CRIOULINHO”, bem como aos seus respectivos acompanhantes; 
Art. 36° - Os prêmios principais e paralelos, instituídos pelo “FESTIVAL DA MÚSICA CRIOULA DE SANTIAGO & CRIOULINHO” – 23ª EDIÇÃO, são os seguintes: 
a) 1° Lugar Categoria Adulta– Troféu e a importância de R$ 3.000,00 (três mil reais); 
b) 2° Lugar Categoria Adulta – Troféu e a importância de R$ 2.000,00 (dois mil reais); 
c) 3° Lugar Categoria Adulta – Troféu e a importância de R$ 1.000,00 (hum mil reais); 
d) 1° Lugar Categoria Mirim CRIOULINHO – Troféu e a importância de R$ 375,00 (trezentos e setenta e cinco reais); 
e) 2° Lugar Categoria Mirim CRIOULINHO – Troféu e a importância de R$ 275,00 (duzentos e setenta e cinco reais); 
f) 3° Lugar Categoria Mirim CRIOULINHO – Troféu e a importância de R$ 175,00 (cento e setenta e cinco reais); 
g) 1° Lugar Categoria Juvenil CRIOULINHO – Troféu e a importância de R$ 375,00 (trezentos e setenta e cinco reais); 
h) 2° Lugar Categoria Juvenil CRIOULINHO – Troféu e a importância de R$ 275,00 (duzentos e setenta e cinco reais); 
i) 3° Lugar Categoria Juvenil CRIOULINHO – Troféu e a importância de R$ 175,00 (cento e setenta e cinco reais); 
j) Melhor Torcida Categoria Mirim CRIOULINHO – Troféu e a importância de R$ 200,00(duzentos reais); k) Melhor Torcida Categoria Juvenil CRIOULINHO – Troféu e a importância de R$ 200,00(duzentos reais); 
l) Melhor Instrumentista – Troféu e a importância de R$ 200,00 (duzentos reais); 
m) Melhor Grupo Instrumental – Troféu e a importância de R$ 400,00(quatrocentos reais); 
n) Melhor Intérprete – Troféu e a importância de R$ 200,00 (duzentos reais); 
o) Melhor Grupo Vocal – Troféu e a importância de R$ 400,00(quatrocentos reais); 
p) Melhor Poesia – Troféu e a importância de R$ 300,00 (trezentos reais); 
q) Melhor Arranjo – Troféu e a importância de R$ 400,00 (quatrocentos reais); 
r) Melhor Melodia – Troféu e a importância de R$ 300,00 (trezentos reais); 
s) Melhor Composição Campeira – Troféu e a importância de R$ 300,00 (trezentos reais); 
t) Melhor Pesquisa – Troféu e a importância de R$ 300,00 (trezentos reais); 
u) Música Mais Popular - Troféu e a importância de R$ 300,00 (trezentos reais); 
v) Troféu Revelação – Troféu e a importância de R$ 200,00(duzentos reais); 
§ ÚNICO – A Música Mais Popular será definida através de aplausos ou outras reações diversas do público na noite final do evento; 
Art. 37º - Os valores relativos à premiação estarão sujeitos aos descontos previstos na legislação vigente, conforme § 2 º, do art. 27º deste Regulamento; Art. 38° - Uma vez inscrito na 23ª EDIÇÃO do “FESTIVAL DA MÚSICA CRIOULA DE SANTIAGO & CRIOULINHO”, o concorrente, seja ele autor, compositor, musicista ou intérprete, autoriza a Comissão Organizadora a divulgar, gravar e/ou reproduzir em caráter irrestrito a composição em que foram partícipes, por meio de CDs, DVDs e outras formas de divulgação, ressalvado apenas os direitos autorais, direitos conexos e de imagem pertinentes e previstos em legislação específica 6 que serão distribuídos pela sociedade autoral dos autores, músicos, intérpretes quando da sua execução pública em rádios e televisões; 
§ ÚNICO – A inscrição autoriza, ainda o uso irrestrito de imagem dos concorrentes e músicos que o acompanham; 
Art. 39° - A Comissão Organizadora, bem como a Comissão Julgadora, serão inteiramente responsáveis e soberanas em suas decisões, sendo estas irrecorríveis; 
Art. 40° - Quaisquer omissões e/ou dúvidas neste Regulamento serão examinadas e resolvidas, soberanamente, pela Comissão Organizadora. 

23ª EDIÇÃO DO “FESTIVAL DA MÚSICA CRIOULA DE SANTIAGO-RS” 
FICHA DE INSCRIÇÃO - CATEGORIA ADULTA 
FASE LOCAL: _________ Marque com X FASE GERAL:__________

NOME DA COMPOSIÇÃO:
RITMO:
AUTOR DA LETRA:
CPF:
RG:
END:
CIDADE:
FONE:
EMAIL:
AUTOR DA MÚSICA:
CPF:
RG:
END:
CIDADE:
FONE:
EMAIL: 
PESSOA AUTORIZADA A RECEBER O(S) CACHÊ(S) E OU O(S) PRÊMIO(S):
NOME:
RG:
CPF:
E-MAIL:
PIS/PASEP/NIT:

Estou ciente de todos os itens do Regulamento da 23ª EDIÇÃO do “FESTIVAL DA MÚSICA CRIOULA DE SANTIAGO & CRIOULINHO”.

________________, ___________ de ____________________ de 2019.

______________________________________________________________________________


23ª EDIÇÃO DO “FESTIVAL DA MÚSICA CRIOULA DE SANTIAGO-RS” 
FICHA DE INSCRIÇÃO -“CRIOULINHO” 
MIRIM: ___________ Marque com X JUVENIL: _____________

NOME DA COMPOSIÇÃO:
RITMO:
AUTORES:
INTÉRPRETE:
CPF:
RG:
END. COMPLETO:
FONE:
EMAIL: RESPONSÁVEL EM RECEBER A PREMIAÇÃO, CASO OCORRER
NOME COMPLETO: _______________________________________________________________ CPF: ___________________________________ RG: _____________________________________ EMAIL: ______________________________ FONE: _____________________________________ END. COMPLETO: ________________________________________________________________ RESPECTIVO PIS/PASEP: __________________________________________________________ OBS.: NESTE CASO ANEXAR CPF, RG E COMPROVANTE DE RESIDÊNCIA, MÍNIMO 6(SEIS) MESES, SOMENTE DO(S) INTÉRPRETE(S).

Estou ciente de todos os itens do Regulamento da 23ª EDIÇÃO do “FESTIVAL DA MÚSICA CRIOULA DE SANTIAGO & CRIOULINHO”.

________________, ___________ de ____________________ de 2019.

Pais de Don Jaime Caetano Braun

João Aloysio Braun e Euclides Ramos Caetano Braun - D. Quida


O poeta Jayme Caetano Braun nasceu em Bossoroca, perto de São Luiz Gonzaga, no dia 30 de janeiro de 1924. Filho de João Aloísio Braun e Euclides Caetano, casou-se em primeiras núpcias, em 1947, com Nilda Jardim, com quem teve dois filhos, Marco Antônio e José Raimundo. Em segundas núpcias, em 1988, casou-se com Aurora de Souza Ramos, com quem teve um filho, Cristiano. Em sua cidade natal, foi radialista. Tornou-se funcionário do Instituto de Seguridade Social do Estado do Rio grande do Sul (Ipasa) e diretor da Biblioteca Pública do Estado de 1959 a 1963.

Poeta regionalista gaúcho, Braun publicou livros de poesia e um dicionário de regionalismos, Vocabulário Pampeano - Pátria, Fogões e Legendas. Também gravou discos e CDs, nos quais declamava seus poemas, acompanhado por Lúcio Yanel, Glênio Fagundes e Noel Guarany. Como letrista de músicas regionalistas, que podem ser consideradas verdadeiros poemas por sua elaboração estética e temática regionalista, foi premiado em muitos festivais. Em alguns, atuou também como apresentador.

Recebeu homenagem e destaque especial do festival Sesmaria da Canção, de Osório, em 1997. Entre seus prêmios, estão o Troféu Laçador de Ouro e o Troféu Simões Lopes Neto (maior honraria concedida pelo governo do Estado), ambos em 1997. Emprestou seu nome a Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) de diversas localidades. Algumas de suas canções foram gravadas por cantores e conjuntos de outros Estados, como Originais do Samba.

O talento de Jayme Caetano Braun como poeta e letrista foi reconhecido no Uruguai, na Argentina, no Paraguai e na Bolívia. Excelente repentista, conhecido como El Payador, ocupa por isso um lugar de destaque na literatura regionalista do Rio Grande do Sul.

Tem, na sua poesia, a expressão estilizada da autenticidade e espotaneidade da fala do homem rural, da zona da Campanha. Sobre sua obra, afirmou Walter Spalding: "A poesia desse poeta missioneiro é um dos maiores e melhores repositórios de palavras e expressões gauchescas, valendo por isso seus livros um tesouro. Grande parte das que usa e que são de uso comum nas Missões e outras partes do Rio Grande jamais foram dicionarizadas". Seus poemas são, em geral, longos e épicos, para ser declamados de viva voz.

O costume campeiro de contar casos também está presente em seus "rimances", poemas narrativos, como Bochincho, extremamente popularizado, um dos textos mais declamados nas festas gauchescas. Seu vocabulário regional representa rico acervo para estudo dos dialetos rurais gaúchos.

Artesão de belas imagens, também compôs poemas líricos-amorosos, e sua temática ia desde a expressão de um forte telurismo quase místico pelo pago,a objetos de seu universo - o galpão, o lenço, a faca, o cavalo, as chilenas -, as apologias sobre a história do Estado e o realismo social, em poemas nos quais os anti-heróis são desvalidos da sorte e oprimidos pelo sistema capitalismo. Suas composições têm um percurso nítido: vão dos poemas longos grandiloqüentes, feitos para declamação, aos poemas curtos e densos de suas últimas obras, nos quais a elaboração poética é maior e mais cuidadosa, acompanhando os modelos da modernidade.

Jayme Caetano Braun expressou um desejo no poema Índio Vago: "Um dia, quando eu morrer / Esse é o fim de cada qual / Hão de estar meu pingo velho / Com seu relincho cordial / E o meu cusquinho brasino / Chorando meu funeral". Certamente, junto do pingo velho e do cusquinho brasino, estamos todos nós a chorar a perda de um tão grande inventor de novos modos de olhar o universo gauchesco, forte marca de nossa identidade regional.
Livros
Galpão de Estância (poesia, Editora Gráfica Porto Seguro, 1954)
De Fogão em Fogão (poesia, La Salle, 1958)
Potreiro de Guaxos (poesia, Champagnat, 1965)
Bota de Garrão (poesia, Sulina, 1979)
Brasil Grande do Sul (poesia e relato, Sulina, 1986)
Paisagens Perdidas (poesia, Sulina, 1987)
Vocabulário Pampeano - Pátria, Fogões e Legendas (dicionário de regionalismos, Martins Livreiro Editor, 1987)
Payador e Troveiro (poesia, Tchê, 1992)
50 Anos de Poesia (antologia poética, Martins Livreiro Editor, 1996)

Discos e CDs
Payador, Pampa e Guitarra - 1974
Payadas e A Volta do Payador - 1984
Troncos Missioneiros - 1987
Poemas Gaúchos - 1993
Pajadas - 1993
Paisagens Perdidas - 1994
Jayme Caetano Braun - 1996
Acervo Gaúcho - 1998

Dizia ele:
- A minha academia foi quando bolichei, quando andei de fogão em fogão, olfateando a terra vermelha do meu chão, ali foi o meu bebedor das coisas campeiras.

O cantador galponeiro encilhou seu flete pela última vez e partiu para a tropeada mais longa, tendo como sinuelo a estrela boeira.

Jayme Caetano Braun,
Filho de São Luiz Gonzaga,
No terceio duma adaga,
Nunca se enliou nas esporas.
O payador das auroras,
O campeador gauchesco,
Abriu coivara payando,
Alçou um vôo acenando
Com a aba do chapéu,
Sabendo que, lá no céu,
Existem alguém esperando.

Quem sabe o Ciro Gavião,
Quem sabe Aureliano Pinto,
Quem sabe o negro retinto,
Que se chamava Anastácio,
Quem sabe até don Pascácio,
Andejo dos corredores,
Guasqueiros, alambradores,
Ginetes da cepa antiga
Vão esperar com cantiga
O maior dos payadores.

Deixou tropilhas de rimas,
Retouçando nos galpóes,
As futuras gerações
Seguirão teu catecismo,
Honrarão teu gauchismo
Que jamais será disperso.
Pois quem deixou universo
De payadas igual às tuas
Volta nas noites de lua
Para enfrenar mais um verso. 

(Telmo de Lima Freitas)

PANDILHA


Aqui na charqueada chamavam os operários que trabalhavam com charque PANDILHEIROS (não tendo nada a ver com o sinônimo da palavra). Usavam uma boina, camisa de algodão, uma bermuda, umas meias tipo jogadores de futebol e um sapato feito de couro cru grosseiro atados com tentos O DEPARAMENTO do Charque se chamava PANDILHA.

Gregório Fortunato o Anjo Negro de Getúlio Vargas

Grande parte da história politica do Brasil esta escrita entre os túmulos de Getúlio Vargas e João Goulart no cemitério Jardim da Paz em São Borja, RS.
Gregório Fortunato era o chefe da Guarda Pessoal do Presidente Getúlio Vargas conhecido como Anjo Negro devido ao seu porte físico e sua etnia. Vídeo do Túmulo de Gregorio Fortunato.
Gregório Fortunato como Getúlio Vargas nasceu em São Borja em 1900 e faleceu em 23 de outubro de 1962 (enterrado no Cemitéio Jardim da Paz em São Borja.) na prisão assassinado, onde cumpria condenação de 25 anos de prisão por ser o mandante do "Atentado da Rua Tonelero" episódio eu foi o estopim de uma série da acontecimentos que se deram em sequencia que culminaram com a morte do Presidente Getúlio Vargas.
Fortunato era filho dos escravos alforriados Damião Fortunato e Ana de Bairro Fortunato. Foi casado com Juraci Lencina Fortunato, com quem teve um casal de filhos.
Trabalhou como peão de gado nas fazendas da região, e teve sua aproximação com o clã Vargas em 1932, após participar da Revolução Constitucionalista de 1932 como soldado do 14º Corpo Auxiliar de São Borja (hoje Brigada Militar do Rio Grande do Sul), unidade comandada pelo coronel Benjamin Vargas, irmão do presidente Getúlio Vargas.

Após o fracassado Golpe Integralista contra Vargas, Benjamin criou uma guarda pessoal para proteger o presidente, e ainda recrutou 20 homens de confiança em sua cidade, entre os quais Gregório, que pela sua confiança e fidelidade se tornou o chefe da guarda até o final do Estado Novo.
No dia 5 de agosto de 1954 ocorreu o evento considerado como o mais dramático da história política brasileira, e que viria ser conhecido como "Atentado da Rua Tonelero", ou seja o atentado contra o jornalista Carlos Lacerda, ferrenho opositor de Getúlio Vargas. Gregório Fortunato foi acusado de ser o mandante do crime, do qual Lacerda saiu levemente ferido, não tendo a mesma sorte o major da Aeronáutica do Brasil, Rubens Florentino Vaz, que morreu a caminho do hospital.
A polícia fez busca e apreensão na casa de Gregório e encontrou papéis que mostravam, que apesar de receber um salário justo adquirirá um patrimônio milionário.

Sobre
Quando os documentos vieram a público, Getúlio Vargas ficou profundamente abalado.
O atentado desencadeou uma crise política que culminou com o suicídio de Getúlio Vargas, com um tiro no coração, em 24 de agosto de 1954. 
A crise política em particular com os militares inconformados com morte de um dos seus, agravada pelos ataques violentos de Lacerda e seus seguidores ao presidente, sem que houvesse um moderador, agigantou a onda contrária a Getúlio Vargas. Diante dos pedidos de renúncia à presidência que começaram a se multiplicar, em 23 de agosto o presidente reuniu-se com os seus ministros no Palácio do Catete, a fim de analisar o quadro político. Ficou decidido que o presidente entraria em licença, voltando ao poder quando as investigações sobre o atentado estivesse concluídas. Duas horas mais tarde, quase às cinco horas da manhã do dia 24, Benjamin Vargas, irmão de Getúlio, chegou ao Palácio com a informação de que os militares queriam mesmo a renúncia. Como resposta, ao se retirar para o seu quarto, Getúlio afirmou: "Só morto sairei do Catete!" Momentos mais tarde ouviu-se um tiro: Getúlio estava morto com um tiro no coração.
Os acusados do crime da Rua Tonelero foram levados a um primeiro julgamento: Gregório Fortunato foi condenado há 25 anos como mandante do crime, pena reduzida há 20 anos por JK e há 15 por Jango.

Em 23 de outubro de 1962, Gregório Fortunato foi assassinado na penitenciária Frei Caneca, no Rio de Janeiro, o que é apontado por muitos como queima de arquivo, já que o "Anjo Negro" escrevera um caderno de anotações, único objeto de sua propriedade que desapareceu na prisão após sua morte. 
Getúlio Vargas, morre em 1954. Gregório Fortunato é preso, condenado em 1956 vive oito anos na prisão onde é assassinado em 1962.

Segundo o SR: Brasiliano Nunes Taglhaferro = Consta no livro "Anjo da fidelidade " que Gregorio Fortunato nasceu em São Luiz Gonzaga. A aproximação com os Vargas não se deu em 32 e sim bem antes quando menino, trabalhava na fazenda Itu como guri que faxia de tudo um pouco e brincava com os filhos de Vargas.



COMO SURGIU O COGNOME DO LEÃO DO CAVERÁ

HONÓRIO LEMES DA SILVA

Tudo começou em 11 de julho de 1825, quando nasceu em Santana do Livramento, Manoel Machado Soares, conhecido por Maneco Machado, um bravo, ainda menino tomava a lança e metia o peito nos campos de luta pelas bandas da Serra do Caverá, isso aconteceu na Revolução Farroupilha. Maneco era um patriota, participou como homem de primeira linha contra o tirano Juan Manuel Rosas da Argentina e foi aí que voltou como oficial valente e destemido ganhando fama.
Depois foi na Guerra do Paraguai que ganhou respeito, estrelou o peito de medalhas, foi um dos soldados na Revolução Federalista, armou soldados em defesa dos Maragatos e comandou a aguerrida “Divisão Santanense”, Maneco Machado, cresceu nas bandas do Caverá, conhecia cada centímetro dos meandros, trilhas e atalhos, passou a ser conhecido como Leão de Caverá.
Foi então que já veterano, conheceu o jovem HONÓRIO LEMES, combatente de 1893 a 1895, iniciante nas guerrilhas, aprendeu com Maneco as artimanhas da guerra, passando a dominar as redondezas da Serra de Caverá que se estendia entre Rosário do Sul, Santana do Livramento e Alegrete.
Foi na revolução Federalista que Honório Lemes conheceu o soldado jornalista Paulino Vares, um valente e honrado soldado, lutador e íntegro e guerreiro, dessa amizade surgiu a admiração pelo menino guerreiro Honório, inteligente, valente e ligeiro, estava se formando um homem que olhava nos olhos, honrando o fio de bigode.
Quando terminou o movimento da revolução Federalista em 1895, Honório Lemes morador de Vacacuá, nunca mais se separou da Serra do Caverá.
Vinte e oito anos depois, na revolução de 1923, o Jornalista Paulino Vares, já velho e doente, diretor do Jornal “O Canabarro”, viu a fama de seu amigo menino, agora homem Honório Lemes, quando soube que este tinha galgado o título de General Honório Lemes, deu a este novo oficial sua espada de tantas lutas, mandando gravar na sua lâmina a seguinte sentença:

“À Honório Lemes, o Leão do Caverá”.
A partir daí se espalhou por todas terras onde se pronunciava Honório Lemes: O Leão de Caverá, discípulo de Maneco Machado, além de honrar o mestre o superou na arte de lutar e ser um dos maiores estrategistas da Revolução de 1923.
A Serra do Caverá, fica ao lado do arroio Vacacuá, tem em extensão de terra 1380 quilometros quadrados, da cabeceira do Ibicuí da Conceição é uma cordilheira de média altura, que tem chapadões, mistérios, entranhas, remansos que somente Honório Lemes sabia, e seu rugido estremecia a espinha dorsal dos seus inimigos quando diziam: Estas terras pertencem ao Leão de Caverá.
Mesmo não tendo estudo, sendo um homem do campo sua frase marcou a literatura do Rio grande: “Quero leis que governem homens e não homens que governem leis”.

Fonte:
Caggiani, Ivo. HONÓRIO LEMES, Um herói Popular. Martins Livreiro

A Origem do Churrasco Gaúcho


Nem toda carne assada é churrasco

O “churrasco à gaúcha” é um caso particularmente interessante. No Rio Grande do Sul, ele é visto como a especialidade local, o prato por excelência da região. Associado à figura do gaúcho, é também uma manifestação eloquente daquela sociedade. 
A comida típica ou emblemática não precisa ser a do cotidiano. Ao contrário, é muito comum que seja aquela servida em dias especiais, a que necessita de um preparo paciente e trabalhoso. Para entrar no dia a dia, o prato típico ganha uma versão simplificada. 

O churrasco nasceu na região do pampa, nos primórdios da ocupação do atual Rio Grande do Sul, nos séculos XVII e XVIII. Era uma terra de conflitos, onde se chocavam os planos expansionistas de duas coroas europeias, Portugal e Espanha, e que envolviam a espoliação e a dizimação dos indígenas que ali habitavam. Na América não havia gado bovino, salvo o bisão americano, e também não se criavam ovelhas, porcos ou cavalos. Foram os europeus colonizadores que trouxeram os primeiros animais, e coube aos jesuítas a introdução dos bovinos no atual território gaúcho. Surgiram assim as Vacarias, reservas de gado para abastecimento alimentar das aldeias planejadas pelos padres da Companhia de Jesus.
Com a dispersão das chamadas reduções jesuíticas pelos bandeirantes paulistas, o gado encontrou condições favoráveis para espalhar-se por grandes pastagens, reproduzindo-se a ponto de surgirem enormes rebanhos selvagens – o gado “xucro” ou “chimarrão”. Aos poucos, esta grande reserva foi ficando conhecida, em particular depois que os portugueses fundaram a Colônia de Sacramento na foz do rio da Prata. E acabou atraindo atenção para a região. 
O território era então percorrido por diferentes indivíduos e grupos: portugueses instalados em Sacramento, espanhóis de Buenos Aires, indígenas a mando dos jesuítas e até, ou principalmente, sujeitos que vagavam e vaqueavam por conta própria – eram os primeiros gaudérios, ou gaúchos. Eles também tinham as mais diversas procedências. Eram mestiços frutos do estupro de índias e da destruição de aldeias, ex-soldados portugueses e espanhóis, gente sem lugar ou trabalho nos povoamentos estabelecidos e aventureiros, “sem lei, sem fé, sem rei”. O nome gaúcho chegou a ser usado, nos primeiros tempos, como sinônimo de bandido.
O que interessava era o couro, obtido por meio da chamada “Preia de Gado Alçado”, a caça ao gado selvagem. Depois de abatido o animal, o couro e o sebo eram retirados para comercialização e a carne era consumida no local. O restante da carcaça ficava por ali mesmo, apodrecendo. A forma mais comum e fácil para consumo dessa carne era assá-la em fogo feito no campo, cortada em pedaços e colocada em espetos de galhos de árvore, sobre brasas ou perto das chamas. Comia-se com as mãos, com o auxílio de uma faca, muitas vezes sem sal ou usando as cinzas como tempero. Em breves linhas, este é o surgimento do churrasco gaúcho e brasileiro, que em sua forma básica permanece o mesmo até hoje.

No início do século XIX, Auguste de Saint-Hilaire observou os “hábitos carnívoros” dos habitantes da região, onde a carne de gado bovino representava o essencial da alimentação e era de tal forma abundante que muitas vezes era dada, e não vendida. Apesar de não utilizar a palavra churrasco, o francês escreveu que, por onde andou, viu a carne ser preparada na brasa, em geral acompanhada apenas por farinha de mandioca. 
O prato que ficaria diretamente associado aos habitantes da região nem sempre gozou de prestígio. Visto como algo rústico e grosseiro, não fazia parte das festividades oficiais até 1935, quando foi realizada a Exposição do Centenário Farroupilha. Na ocasião, o governador Flores da Cunha pediu que fosse preparada uma carne assada à moda gaúcha. Criou-se, então, um espaço para que os visitantes fossem servidos, o que acabou sendo o embrião da primeira churrascaria conhecida: a Santo Antonio, que existe até hoje. 
A prática mais significativa para as relações sociais, no entanto, é o churrasco feito em casa, que ganhou popularidade especialmente depois da Segunda Guerra. Existe até um verbo específico para isso: “churrasquear” é não apenas comer o churrasco, mas partilhar de um momento festivo de convívio social, fora do cotidiano do trabalho e das refeições apressadas. “Fazer um churrasco” é muito mais do que assar a carne. Significa envolver-se em toda a preparação do evento, junto a familiares, colegas ou amigos – desde a produção prévia e divisão dos custos e tarefas de cada um até a hora de comer em si. A quantidade deve ser farta, e é até bom que sobre carne, o que simboliza abundância. Oferecer um churrasco implica, inclusive para os mais pobres, mostrar prosperidade e estabelecer uma distinção social. O evento é reservado para ocasiões especiais, momentos de reencontro e de convivência entre participantes de um grupo, que reforçam os laços pela partilha da comida. 
Uma figura tem papel de destaque no churrasco: é o assador, aquele que em geral se encarrega de tudo o que concerne à carne (e somente a ela), desde a escolha dos pedaços até a limpeza dos espetos. O assador costuma ser homem (raras são as assadoras), o que pode estar relacionado aos códigos nos quais a carne vermelha seria um símbolo de virilidade, em oposição aos doces, mais associados às mulheres e às crianças. Por outro lado, ao colocar no centro da cozinha um papel masculino, o churrasco inverte a tradição que atribui às mulheres as tarefas culinárias. 
O assado deve ficar crocante na superfície e suculento no interior. É difícil conseguir este ponto e, por isso, a técnica do assador é fundamental. Um assado preparado no forno perde seus sucos, mas eles ainda ficam retidos na assadeira e servem para acompanhar a carne. No caso do assado feito no espeto, o suco precisa ficar retido no interior da carne, até porque num churrasco não pode haver outro molho além de seu próprio suco. Trata-se, portanto, de receita simples, mas que exige esmero técnico – o que faz de um bom assador alguém com prestígio local e sempre requisitado. 
Existem lugares públicos para fazer churrasco nos parques do Rio Grande do Sul, enquanto nas residências é comum haver um local especial para a churrasqueira, no fundo do pátio ou num canto da garagem. Nos prédios há churrasqueiras coletivas geridas pelo condomínio, e há alguns anos surgiu na região uma forma híbrida no mercado: apartamentos que possuem sacadas com churrasqueiras, geralmente acopladas à sala. 
Em qualquer domingo do ano e em qualquer cidade do Rio Grande do Sul e sul de Santa Catarina, espalha-se no ar um reconhecível cheiro de carne sendo assada, da gordura pingando nas brasas, da fumaça. É algo tão comum que os moradores nem sempre se dão conta, assim como não nos lembramos a toda hora da nossa própria identidade.

Maria Eunice Maciel - professora de antropologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e autora do artigo “Churrasco à Gaúcha” (Horizontes Antropológicos, 1996).