terça-feira, 31 de julho de 2012

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segunda-feira, 30 de julho de 2012

Show de 10 anos - Grande iniciativa


Gracias à todos os artistas, amigos queridos que doarão seu talento para ajudar essa entidade. Nada melhor que uma ação social para comemorar os 10 anos do ABC do Gaúcho! Obrigada também à Toda Música, Taura Sul-Taura Sul Rio Grandense, Artega Arte Gaúcha, Sindilojas Novo Hamburgo, padarias Vitrine do Pão e Baum, Colégio PIO XII e Roger Constantino pelo apoio na estrutura do show!

Fonte: Facebook ABC do Gaúcho

A ORIGEM DO GAÚCHO: VERSÃO BRASILEIRA

           Para comprovarmos que os fatos históricos têm várias “visões” e interpretações, dependendo do objetivo a ser alcançado, basta citarmos um exemplo apenas: A História do Evangelho de Jesus Cristo.                 Ao ser contada quatro vezes, teve quatro visões diferentes... Houve a criação de várias religiões cristãs diferentes exatamente por causa destas interpretações diferenciadas.
Mas no caso da História da Origem do Gaúcho e do Rio Grande contada do ponto de vista brasileiro excede todos os limites do bom senso. É uma verdadeira afronta à nossa inteligência!
         O texto abaixo foi retirado do sítio “Bombacha Larga” que se diz: “Na luta pela preservação da autêntica tradição dos Gaúchos”, curiosamente elaborado por dois homens de Brasília e um de Santa Catarina, um tanto distantes da nossa realidade.
          Com a nobre proposta de falar sobre a formação do território do Rio Grande e do povo Gaúcho, estes senhores consultaram um, e apenas um, livro! Um livro que já vem impregnado com a visão unilateral de brasilidade, de Dante de Laytano, professor cheio de títulos honoríficos, apresentado como profundo conhecedor do folclore sul-riograndense...
       Ora, como se pode arvorar a contar a história da origem de um povo e a sua territorialidade, baseado em um livro apenas? Confia-se tanto assim neste “Moisés” do século XX?
        E os documentos? E os textos escritos na época desta formação, por visitantes estrangeiros, pessoas descompromissadas com este ou aquele poder?

O texto não supõe nem teoriza, mas afirma categórica e conclusivamente que o povo gaúcho, quanto à sua cultura, é formado por lusitanos de além mar e lusitanos vindos de vários pontos da colônia “brasilis” mesmo...

Farei alguns comentários, no texto, em negrito.
        “A formação do território do Estado do Rio Grande do Sul está, obviamente, ligada à formação do Povo Gaúcho Sul-rio-grandense e repercute, por conseqüência, no seu respectivo Folclore.
        O marco teórico deste estudo é a obra Folclore do Rio Grande do Sul: levantamento dos costumes e tradições gaúchas (Caxias do Sul, EDUCS. Porto Alegre, EST: Martins Livreiro Editor, 1984), do grande historiador e folclorista Dante de Laytano, o pioneiro da moderna pesquisa do folclore brasileiro, ex-professor na Faculdade de Filosofia da PUC-RS e na UFRGS, ex-Presidente da Academia Rio-Grandense de Letras, ex-Presidente da Academia Brasileira de História, ex-Presidente da Comissão Gaúcha de Folclore e um profundo conhecedor do Folclore Sul-Rio-Grandense.
      Esse reconhecido trabalho de levantamento das Tradições Gaúchas Sul-rio-grandenses, realizado por Laytano, demonstrou, categoricamente, que a herança cultural do Rio Grande do Sul é essencialmente luso-brasileira, implantada por nossos antigos povoadores, tropeiros e militares, sendo que outras etnias não a modificaram, mas apenas completaram o quadro cultural instalado."
        Convém notar a palavra “categoricamente”! Ou seja, sem sombra de dúvidas. Frisa ainda que trata-se da origem da “herança cultural” e não da mescla racial, como seria mais fácil de engolir. Assim, no entendimento do Sr. Laytano, os gaúchos (culturalmente falando) que vivem no pampa argentino e no Uruguai tão somente copiam-nos, como macacos, pois não consta que aquelas regiões também tenham sido colonizadas por portugueses. A semelhança quase total entre os gaúchos rio-grandenses e platinos é mera coincidência!...

"QUAL É A FORMAÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL?
      Quando se fala na formação do Estado do Rio Grande do Sul está se falando da origem do seu território. E nesse aspecto histórico não há qualquer controvérsia".

      Desculpem a ironia: Se falamos da formação do Estado do Rio Grande do Sul, teremos que fixar uma data: O dia em que foi proclamada a república brasileira! Pois foi neste dia que as antigas colônias passaram a ser consideradas Estados (Só no nome, como se sabe!).
        Por outro lado se vamos falar em “origem do seu território” teremos que remontar à era Cambriana, quando da ruptura do antigo Continente Pangea, onde se formaram as terras que hoje conhecemos como sob jurisdição do Estado... Ou talvez antes!
         E segundo o autor, “não há controvérsias”! Imaginem se houvesse!
      "É desde os primórdios da formação territorial do Rio Grande do Sul, até 1801, que a Corte Portuguesa sempre disputou o extremo-sul do Brasil-colônia com a Corte Espanhola".
      A “disputa” acima tem, na realidade, outro sentido: O de “invasão”! Portugal invadiu as terras sabidamente espanholas, determinadas por um tratado legítimo assinado pelo representante da Coroa Portuguesa, o Tratado de Tordesilhas (1494)! Não houve disputa, mas apenas a Espanha tentando recuperar suas terras (inclusive as do Rio Grande) invadidas pelos portugueses!
    Dizem alguns autores, para justificar a invasão, que estas terras eram desérticas, estavam abandonadas, não haviam sido colonizadas pelos espanhóis... Mais uma inverdade: As terras eram ocupadas, sim, pelos índios guaranis das reduções jesuíticas, considerados já naquela época cidadãos espanhóis (e não índios selvagens!). Para provar fazemos uma pergunta: O que os portugueses encontraram de valor e exploraram grandemente aqui no nosso território? O gado!
       O gado não é animal selvagem natural desta região. Foi introduzido pelos espanhóis vindos do Paraguai... Portanto aí está a prova: Já haviam espanhóis aqui sim, os Guaranis das Missões!
       "Portanto, na formação do território sul-rio-grandense não houve a contribuição positiva dos hispano-rio-platenses. Foram os portugueses, os açorianos, os luso-brasileiros, os bandeirantes, tropeiros, militares, de todas as regiões do Brasil, que ocuparam e asseguraram o domínio territorial do atual Estado do Rio Grande do Sul".
     Eram, todos estes invasores enumerados acima, em resumo, portugueses apenas! Não há necessidade de enumerar tantos elementos quando se sabe que todos eles eram tão somente portugueses. Mas, nem portugueses eram de fato! Os açorianos eram ilhéus, do Arquipélago dos Açores, pobres de dinheiro e de cultura. Eram um tanto diferentes, considerados inferiores e até marginalizados pelos portugueses do continente europeu. Os portugueses que vieram para a colônia antes da Côrte, eram criminosos, maltrapilhos, desterrados, expulsos da orgulhosa sociedade portuguesa da época... Então perguntamos: O que temos nós gaúchos da cultura açoriana? Pescaria? Criação de cabras e galinhas? Plantação de horti-fruti-granjeiros? Sabe-se que a produção agrícola açoriana se limitava ao quintal de sua casa, para consumo próprio.
        Temos, tão somente, a arquitetura açoriana refletida nas casas dos primeiros vilarejos... Cultura essa igual à espanhola e de boa parte do mundo de então, e que sobreviveu apenas por falta de uma “arquitetura gaúcha”, já que o gaúcho não é lá, na sua origem, muito caseiro! “que ocuparam e asseguraram o domínio territorial”, leia-se “invadiram e resistiram às tentativas de recuperação do território por seu verdadeiro dono”!

"QUAIS SÃO AS ORIGENS DO POVO GAÚCHO SUL-BRASILEIRO E DO FOLCLORE DO RIO GRANDE DO SUL?
        Laytano, com propriedade, afirma: “o Rio Grande do Sul foi, numa época do século XVIII, mais de 50% açoriano e os bandeirantes tropeiros, os militares, soldados e oficiais vieram das mais variadas regiões brasileiras, predominando Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, São Paulo e Pernambuco".
       Todos eles, no século XVIII, apenas portugueses... Pois os estados não haviam ainda desenvolvido suas características próprias diferenciadas.
     Acrescentamos que estes portugueses que para cá vieram, como os tropeiros e os militares, acabaram por assimilar a cultura “da terra” (Gaúcha), abandonando sua cultura de origem (A portuguesa). O mesmo fenômeno vem ocorrer mais tarde com outros colonizadores (Alemães e italianos em maioria).
     "Os portugueses eram minhotos ou algarvias e de todas as regiões chegavam eles, ou beirões ou alem tejanos, do Douro ou Trás-os-Montes. E o folclore gaúcho repousa compacto nas etnias dos povoadores. Houve espanhóis e rio-platenses, porém em número limitado. O índio e o negro montaram o arcabouço deste folclore gaúcho, um folclore nitidamente luso-brasileiro, nossas puras raízes".
        Se o autor quer dizer “cultura” quando fala “folclore”, está redondamente enganado!
    Excetuando a língua, que é mais uma obrigação legal do que espontaneidade do povo, há uma pequena influência portuguesa na nossa cultura gaúcha!

Eis a prova:
- Na música: O Vanerão, o chamamé, a milonga, a pajada, são portuguesas? Só o Xote e a Chimarrita!
- Na dança, as coreografias atuais foram criadas com base nos saraus europeus da época. Mesmo assim temos o sapateado, a chula, a dança dos facões, que de forma alguma se pode rotular como portuguesas.
- Nos trajes os pobres açorianos não tinham tradição. A moda era ditada pela França, de onde todos os demais copiavam.
- Nos modos e costumes não nos consta que os portugueses eram largados, amantes da liberdade, gritões e hábeis com os cavalos, briguentos e nômades, homens de palavra, mas sem lei, e principalmente amantes deste chão... Pelo contrário, temos publicações portuguesas da época descrevendo o tipo gaúcho com muita curiosidade e admiração, um tipo quase exótico ao ver dos portugueses da época!

          Daí a afirmar que a nossa cultura gaúcha tem base na cultura portuguesa, é ridículo!
        "O espanhol e o rio-platenses ou as etnias alemãs, italianas ou polonesas completam o quadro, mas não o modificam. Acrescentam, mas não tocam no cerne, no fundo, na origem".
      O Gaúcho rio-grandense nasceu junto com o platino. As demais culturas apenas acrescentaram outros elementos, mas o cerne continua o mesmo!
       "O quadro folclórico multiplica-se através da geografia dos povoadores. O predominante vem do início da formação do Rio Grande”. (p.11)
         A origem do Folclore do Rio Grande do Sul está diretamente ligada à origem do Povo Gaúcho Sul-brasileiro. E esta, Laytano a demonstra com a seguinte classificação:

          Etnias essenciais: português, índio e negro;
          (A mesma essência dos nordestinos, baianos, cariocas...)
          Etnias diversificadas: luso-açoriano e luso-brasileiro;
          (Portugueses, apenas!)
          Etnias secundárias: hispano-rio-platense e judeus; (?)
          Etnias atuais: alemão e italiano;
     Etnias menores: poloneses, japoneses, libaneses, holandeses, chineses, franceses, uruguaios, argentinos, espanhóis, ucranianos, russos e letonianos”. (p. 15-39)
         Se os uruguaios formam uma etnia (E não somos nós que estamos dizendo), então nós gaúchos rio-grandenses também o somos... No que nós concordamos plenamente!
        "Portanto, se o atual Estado do Rio Grande do Sul foi ocupado, conquistado e mantido pelos portugueses, açorianos, luso-brasileiros, negros e índios da região, é deles que se originou, predominantemente, o Folclore Gaúcho Sul-rio-grandense, assim como todos os usos e costumes campeiros tradicionais dos Gaúchos Sul-brasileiros.
          A Tradição Gaúcha Sul-rio-grandense vem daquele tronco português-açoriano, negro e índio, não dos imigrantes ou dos simplesmente sul-rio-grandenses ou sul-brasileiros sem qualquer vínculo com as lidas campeiras interioranas da região Sul-brasileira. Se outros contribuíram para a formação do Povo do Estado do Rio Grande do sul ou para a formação do Folclore Geral do Estado, incluído nele o citadino - como se deu com os imigrantes, por exemplo -, nenhuma participação eles tiveram na formação da Tradição Gaúcha do Rio Grande do Sul, já forjada em período antecedente".
        Aqui confirmamos que o muitas vezes citado “folclore sul-rio-grandense” quer dizer: “Cultura Gaúcha”!
           Imaginemos uma mistura de açoriano, negro e índio, dançando um Chamamé, exclamando: “A La Pucha!”, e gineteando um potro selvagem...
         "A formação mais recente do Povo Sul-rio-grandense, do Povo do Rio Grande do Sul, de uma forma geral, abarca a todos: gaúchos e não gaúchos; campeiros e citadinos, gaúchos ou sem qualquer vínculo com o campo e as tradições nele originárias, incluídos aí os diversos povos imigrantes, gaúchos ou sul-rio-grandenses".
          Portanto que fique claro: Na visão brasileira, só é gaúcho aquele vive nas lides campeiras! Os da cidade são não-gaúchos...
           Ou seja, uma espécie em quase total extinção! E que vive em “cativeiro” nos CTG’s!
         "Mas não devemos esquecer que a formação inicial do Povo Gaúcho Sul-Rio-Grandense se deu nas suas lutas pela Terra, contra o hispano-rio-platense. E é dessa formação que surgiram as suas tradições regionais, singulares, conforme a influência cultural dos formadores do seu território, do estrato social sul-rio-grandense em que viviam e do seu folclore pastoril.
          Por isso, ao tratarmos dessas questões histórico-culturais devemos atentar para essas importantes particularidades, sob pena de estarmos aviltando o histórico e o cultural em eventual benefício do político e do comercial.
       Mas para o Tradicionalismo Gaúcho Brasileiro não há como equiparar Povo Gaúcho Sul-brasileiro a Povo do Rio Grande do Sul - a maior parte deste "gaúcho" apenas por uma questão de identificação territorial, por abranger a todo e qualquer indivíduo que tenha nascido no Estado do Rio Grande do Sul, embora inexista, no geral, qualquer vínculo dos assim denominados com o Jeito Gaúcho de Viver dos moradores do interior Sul-rio-grandense; daqueles que praticam as lidas campeiras ou que se identificam com a cultura regional sul-rio-grandense; com as Tradições Gaúchas dos Campeiros do Rio Grande do Sul, valorizando-as, cultuando-as, preservando-as e repassando-as para as novas gerações".
            Isto é, em suma, o que eles ensinam nas escolas gaúchas! Inverdades e inversões de valores, que são passadas às mentes abertas e ingênuas das crianças gaúchas, ainda sem idade para poder retrucar, questionar, discutir... Assim se faz uma grandiosa “lavagem cerebral” através de várias gerações em um povo outrora culturalmente rico e forte, altivo e único... Hoje, cabisbaixos e idiotizados, os gaúchos permitem que pisem no seu pala, roubem seu dinheiro, e ainda se riem quando os brasileiros fazem piadas!

Reajamos! Lutemos!

Fonte: Romualdo Negreiros - RSLivre – Uma ONG em defesa dos gaúchos!

O MTG e a Morte do Gaúcho



               Enquanto o Movimento Tradicionalista Gaúcho discute a beleza em seus concursos, proíbe o uso de boina ou define por decreto quantos milímetros uma peça de roupa pode ter para ser gaúcha, a verdadeira cultura gaúcha morre aos poucos. Essas discussões ridículas no centro das atenções são sintomáticas do que está acontecendo: ou o MTG se reinventa ou vai matar o gaúcho rio-grandense.
              No último fim-de-semana, os principais jornais do Rio Grande estamparam „notícias” sobre a importantíssima discussãao dentro do MTG, se a beleza como critério de escolha da primeira-prenda deveria ser abolida. Para a maioria dos rio-grandenses, trata-se da falta do que fazer de alguns extra-terrestres e que nada tem a ver com a vida deles.
             Por causa deste rapto do gauchismo que ser gaúcho, hoje, tornou-se um capricho de gente de classe média ou alta que pouco se identifica com os valores gaúchos tradicionais, mas que no fim-de-semana se fantasia conforme o MTG manda e sabe de cor meia-dúzia de coisas de pouca utilidade. A maioria absoluta da população rio-grandense pensa que gaúcho é quem nasce no Rio Grande do Sul.
             Devido a seu engajamento político a favor dos vencedores, o MTG tenta esconder a todo custo nossa origem platina, que é justamente o que nos faz diferentes. Tem problema com a boina e com o chiripá (e com a camisa de manga curta e com o lenco de outra cor etc.), mas parece não estar nem um pouco preocupado com o fato de o rio-grandese ser cada vez menos gaúcho, de nossas festas tradicionais serem substituídas pelas brasileiras, de o gaúcho rio-grandense não saber que não é o único no mundo e de quase todos os habitantes do Rio Grande não estarem nem um pouco interessados em participar do clubinho dos donos do gauchismo.
            Se o MTG realmente tiver interesse em proteger as tradições do Rio Grande precisa reinventar-se já. Precisa apresentar a história gaúcha sob o ponto-de-vista do pangauchismo (o surgimento, a evolução e a influência mútua dos gaúchos no Rio Grande, no Uruguai, na Argentina e nas regiões lindeiras), precisa ver o gaúcho como uma etnia viva - e não como um ser do passado - e precisa abrir o seu clubinho a todas as classes e grupos do Rio Grande.
           Se não fizer assim, como faz a ONG RS Livre (www.rslivre.com), o próprio MTG cravará a adaga que matará o gaúcho.

Texto: Felipe Simões Pires

Porca Véia recebe mais um Prêmio


Na última sexta feira, Porca Véia fui agraciado com o Troféu, que foi instituído em 1998 para homenagear personalidades gaúchas que se destacaram em suas áreas de atuação e promoveram o nome do Rio Grande do Sul no Brasil e no mundo.
A entrega do premio acontecerá no dia 28 de agosto de 2012  na Expointer.  Certamente esse é mais um merecido prêmio que esse Músico/Cantor recebe, para o orgulho do povo Gaúcho e dos inúmeros fãs que, quais à mim, torcem por ele. Felicidades que venham muitos outros prêmios, pois tu és merecedor.

Minha Opinião

Não sou Tradicionalista, não por que não queira ser, mas pelas regras impostas. Mas também não perco nada em não estar conforme as tais regras, porque a tradição está na alma, no sentimento, na vivência do dia e quando encilho minha gateada e me largo para um findo de campo não tenho que perguntar nada a ninguém, se minha bombachas servem ou não servem para me sentir Gaúcho. Mas como todo blogueiro, (ou quase todos), sou palpiteiro, e vou ter que palpitar sobre o que li na 77ª Convenção Tradicionalista, alguma coisa até postei aqui no blog.
"Acho que o MTG está ficando que nem aquele coronel do tempo do caudilhismo, que as pessoas respeitam pelo que já foi e não pelo que é, uns com medo de perder a teta, outros com medo de não saber o que vão fazer se não tiverem ao lado dele. Pelos últimos depoimentos que li, de gente ferrenha, há muito descontentamento com o Movimento, e há cada dia mais gente se distancia e deixa-o. Talvez para os pseudos-conhecedores, os que estão deixando são porque não fazem falta, coisa que me disseram a 12 anos atrás, quando deixei de ir a CTG porque um Patrão me deu as relação das músicas que poderiam serem tocada no CTG. Vi, apartir daquele instante que o Movimento debandava para o que é hoje, uma sociedade elitizada comandada por pseudos conhecedores, onde nem os fundadores do Movimento não participam mais. Alguma coisa deve estar errada, talvez o erro seja eu!"
E esse comunicado explica bem o meu sentimento (extraído do site da 13ª RT.):
- ATENÇÃO LAÇADORES:
ALERTAMOS QUE, SEGUNDO AS NORMAS E REGULAMENTOS VIGENTES, OS ASSOCIADOS REGULARMENTE FILIADOS ÀS ENTIDADES (AQUELES QUE POSSUEM CARTÃO TRADICIONALISTA) NÃO DEVEM PARTICIPAR DE RODEIOS, TORNEIOS DE LAÇO OU SIMILARES, PROMOVIDOS POR GRUPOS NÃO FILIADOS OU QUE NÃO ESTEJAM OBEDECENDO AS NORMAS DA LEGISLAÇÃO CIVIL (SEGURO, CAT, ECAD, ALVARÁS, ETC), SOB PENA DE SUSPENSÃO DOS DIREITOS SOCIAIS E DO CARTÃO TRADICIONALISTA.
Mas como diz um velho ditado: "Há os que nasceram para andarem livres e outros para andarem de acabresto!" Pensem!
Mas essa é minha opinião.

MTG APROVA PROPOSTAS ANTAGÔNICAS


A beleza da mulher gaúcha não é mais quesito para escolha da Primeira Prenda. O falar incorreto também está liberado...

Mais uma vez sou obrigado a concordar com o maior folclorista rio-grandense Paixão Côrtes de que o objetivo do MTG é robotizar seus filiados. É assim na dança, na indumentária, nos concursos que promove...
Reafirmo isto porque as proposições sobre a retirada do quesito beleza e o fim da correção gramatical na prova de expressão oral, feitas pela 22ª Região Tradicionalista foram votadas na tarde de sábado na Convenção Tradicionalista, em Guaporé, e aprovadas sem nenhuma polêmica. A da beleza foi aprovada por unanimidade entre os cerca de 60 votantes.
E o pior é que, sem se dar conta, os convencionais aprovaram propostas antagônicas, pois se foi retirado o quesito beleza em prol do conhecimento, da cultura, como é que aprovam a proposta liberando o falar errado, incorreto?
Desculpem a piada, mas se levarmos ao pé da letra o que foi aprovado agora, a feia/burra está liberada para ser Primeira Prenda do Rio Grande. Basta conhecer a história e os costumes do Estado.
Não entendi a justificativa do coordenador da 22ª Região Tradicionalista (autores das propostas) José Roberto Fischborn, meu amigo, pessoa inteligente e dedicada ao tradicionalismo. Disse ele:
- Temos convicção de que a mudança não afetará o resultado final e continuaremos a ter representantes máximas da cultura gaúcha. O quesito beleza representava 2,5 pontos de um total de cem pontos na avaliação, o que não é decisivo.
Pois se não vai afetar no resultado final e o quesito não era decisivo – segundo as palavras do coordenador – porque foram alterar? E o blog responde: Pelo mesmo motivo que aprovaram as diretrizes das pilchas. Falta de conhecimento do que pregou Barbosa Lessa sobre o real fundamento do MTG. 
E segundo o tradicionalista Rogério Bastos, talvez o maior conhecedor dos meândros do MTG, em um texto de seu Blog (Blog do Rogério Bastos), ao falar sobres as inúmeras propostas nas convenções, ele diz: "...mas lembro que existia uma proposta de não se mexer em Regulamentos por algum tempo (e tem gente que concordou com isso e que mandou proposta)".

Fonte: Blog do Léo Ribeiro

domingo, 29 de julho de 2012

O adeus a um amigo

                                            (Miro Matos ao fundo, ao lado do Cantor Élio Augusto, no estúdio da Nativa FM)
       Nesse final de Semana o Rio Grande do Sul ficou mais triste. O Tradicionalismo perdeu um grande nome e grande Homem, morreu Miro Matos. Filho de Jaguari, mas viveu pelo Rio Grande, Miro Matos há anos que vem labutando no meio tradicionalista e no meio da comunicação, com programas em diversas rádios. Ultimamente tinha programa na Rádio Nativa FM de Santa Maria. Grande defensor da boa música fandangueira, também tinha a preocupação empresarial, onde vendia e fazia biles pelos Clubes e CTGs do centro do Estado.
        Miro Matos sempre esteve preocupado com esse movimento que vem acontecendo no meio musical do Rio Grande do Sul, e tinha por bandeira a defesa da música fandangueira, onde apesar de respeitar, não aceitava o Tchê miusic em seus programas de rádio.
        Era empresário, também, na área da erva mate onde criou diversos selos, sendo um deles a Erva do Poeta, que trazia o Grande Salvador Ferrando Lamberty no pacote.
         Certamente a Família Matos perde um grande Homem, Pai, amigo, tio - Vi no facebook do meu amigo Diogo Matos, uma bela mensagem de despedida do seu tio.
          Que Deus guarde um lugarzinho especial para ti, pois na infinidade de amigos que deixastes aqui, fica somente a dor de tua partida.

O Sentimento da 1ª Prenda Mirim do RS sobre a 77ª CT


Acabando de chegar em casa, depois de sete horas de viagem! 77ª Convenção Tradicionalista, uma convenção pra lá de bagual... Dias de reencontrar os amigos, conversar, se divertir e de falar de coisa séria! No dia 28.07(sábado) foi aprovada uma proposição, que para mim é uma das mais importantes, foi aprovada a categoria Piá no Entreveiro Estadual! 
Quero agradecer a todos que foram a favor desta proposição da nossa 1ª PrendaRaquel e nosso 1º Peão Farroupilha Murilo! Mesmo com tanta alegria, tivemos momentos decepcionantes, pois é... Na convenção, foi dito o seguinte: "Se querem criar mais uma categoria, que tirem os terceiros lugares então. - O que é que os terceiros fazem?" 
Sim, isso foi dito! Particularmente, me senti ofendida, pois eu também já fui uma terceira prenda e tenho muito orgulho disso!! - O QUE IMPORTA É O QUE REPRESENTAS, E NÃO O QUE OSTENTAS! 
Que esta frase fique gravada na mente de todos, pois não importa nem se temos cargos ou não, fazemos o que fazemos pelo amor que sentimos e pelo orgulho que temos em sermos Gaúchos! 
De resto, foi tudo ÓTIMO! A gestão 2012/2013 de Prendas e Peões Estaduais tiveram festa, obaaaaa. Na sexta comemoramos o aniversário da Amália e do Gustavo, e no sábado fomos comer uma pizza. No sábado, fiquei imensamente feliz, pude reencontrar vários amigos, Alexia Trento, Caroline de Vasconcellos, Thiele Rodrigues Reis,Jacqueline Santos Oliveira Nunes entre outros, e conhecer amigos virtuais, certo Allan Longaray? Já conto os dias para revê-los novamente, pois já tenho saudades de todos!! 
Quero agradecer a presença de todos aqueles que prestigiaram a 77ª Convenção. 
- Ah! Lá na Convenção, foi lançada a campanha "Laçando a Corrupção", espero que todos os tradicionalistas nos ajudem com esta campanha!! Um imenso abraço para todos.

Luana Raquel Wojciechowski
1ª Prenda Mirim do RS
2012.1013

Desabafo de quem conhece!

Que esse pessoal acha que somos? Fantoches movidos a concursos? Dirigentes que necessitam de dinheiro? Não me rendo e me entrego a normas das quais não me sinto bem em fazer parte, desculpem. Me chamem do que quiserem... Mas instituições "grandes" eram para terem mais cabeças pensantes para analisar e decidir as coisas. Ter grupo de analises, estatísticas, ver fatos, ir a campo e então concluir... ir a Vacaria e a demais concursos tantos. Assim como muitos fazem pelo mundo, analisam antes de concluir em cima de competições. 
Juvenil até 18 foi um descredito que houve: Minha avó casou com 16 anos e era mais adulta que muita guria de grupinho adulto hoje. Agora XIRU e VETERANA, separadas, somente porque perdem rodeio, me poupe. 
Não faço parte de concursos, faço parte de um mundo e um movimento que se move levando cultura, apenas. Pena... sou ante institucionalizado, realmente. E tenho motivos pra isso. Meus parentes envolvidos que me perdoem, mas não assumo isso. Nunca necessitei facilidades, sejam elas de dinheiro, de amigos, de idades, de condições físicas, etc... só olharem! 
Então não me venham com "papinho" de que o MEIO precisa disso. Qualidade é tudo.. não criar TERCEIRA IDADE no nosso meio, isso tudo para CONCURSOS, somente concursos (lembro que o nosso meio foi quem disse que 25 é velho pra adulta hoje em dia, e não que é novo pra veterana, pensem!). Não sou da dança, sou do gauchismo (o que explica minhas pilchas que muitos criticam não ser "dos avós"! E nem quero que seja... meus avós fizeram a parte deles, tenho a minha a ser feita. Essa pilcha é minha). Não sou da musica, sou do meu Rio Grande. Não sou da pilcha, sou do homem simples. NÃO SOU DO CONCURSO: SOU DA CULTURA! Apenas, sem más!

Fonte: Facebook Diego Muller

32º COXILHA NATIVISTA - RESULTADOS



Primeiro Lugar: Diálogo de Luz e Sombra
Letra: Marcelo D'Ávila
Melodia: Juliano Moreno
Interpretação: Juliano Moreno e Gustavo Teixeira

Segundo Lugar: Estrela de Papel
Letra: Juca Moraes/Carlos Omar Villela Gomes
Melodia: Duca Duarte
Interpretação: Pirisca Grecco

Terceiro Lugar: Golpeador
Letra: Evair Gomez
Melodia: Juliano Gomes
Interpretação: Marcelo Oliveira

Música Mais Popular: O Gaiteiro da Praça
Autores: Jorge Moreira/Angelino Rogério
Interpretação: Angelino Rogério

Melhor Tema Cruz Alta: Um Chasque Fraterno
Autores: Luciano Ferreira/Piero Ereno
Interpretação: Ita Cunha e Jean Kirchoff

Melhor Intérprete: Joca Martins (na música “Rosal”)
Melhor Instrumentista: Clarissa Ferreira (Violino na música “Diálogo de Luz e Sombra”)
Melhor Letra: Cavalo de Tiro (Zeca Alves/Gujo Teixeira)
Melhor Arranjo: Diálogo de Luz e Sombra
Melhor Melodia: Golpeador (Juliano Gomes)
Melhor Conjunto Vocal: Diálogo de Luz e Sombra - (Juliano Moreno, Gustavo Teixeira e Grupo)
Melhor Indumentária: Marcelo Oliveira (na música “Golpeador”)

FASE LOCAL:
Primeiro Lugar: Por Meu Querer
Letra: Jorge Nicola Prado
Melodia: Kauê Diaz
Interpretação: Kauê Diaz

Segundo Lugar: Retrato de um Fim de Tarde
Letra: Luiz Onério Pereira
Melodia: Beto Barcellos
Interpretação: Nando Soares

Terceiro Lugar: Meu Sonho Pajador
Letra: Leandro Torres Ribeiro
Melodia: Marcelinho Carvalho
Interpretação: Diego Muller


Jurados da 32ª COXILHA NATIVISTA e 28ª COXILHA PIÁ
Rodrigo Bauer
Zulmar Benitez
Antônio Léo Rodrigues
Carlos Machado
Jari Terres

Fonte: Facebook Nativismo Cruz Alta

sábado, 28 de julho de 2012

QUEM FOI ZECA NETTO?

Bela matéria, extraída na íntegra do blog do Léo Ribeiro,  http://blogdoleoribeiro.blogspot.com.br  - A História do Rio Grande do Sul deve ser conhecia e divulgada sempre.
Zeca Netto e Simões Lopes Filho

Nasceu em Jaguarão na sede da estância da família (Rincão dos Netto) no dia 24 de junho de 1854. Filho de Florisbelo de Souza Netto e Raphaela de Mattos Netto, era trineto de Dionísio Rodrigues Mendes por parte de mãe e também tinha como ancestral, Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhangüera.
Ele trazia em suas raízes genealógicas sangue dos primeiros desbravadores e colonizadores do Brasil. Dioníso e Jerônimo de Ornelas são considerados os dois primeiros sesmarianos do Rio Grande do Sul.
Aos 12 anos, já em Porto Alegre, estudava no Colégio Fernando Ferreira Gomes, onde se encantou com a história romana e seus feitos militares.

Com 18 anos foi morar no Rio de Janeiro, onde ingressou na Escola de Engenharia do Exército, ficando lá por um ano. Depois voltou para retomar os negócios da família na República Oriental Del Uruguay.
Antevendo a queda do império, retorna ao Rio Grande do Sul e alinha-se às ações dos republicanos. Em 1892 é nomeado delegado de polícia em Camaquã onde depois de 4 meses recebe a patente de Tenente Coronel do Estado Maior da Guarda Nacional.

Na Revolução Federalista de 1893, teve forte atuação na região sudoeste do estado, atritado ambiente político do RS devido à constituição estadual extremamente positivista e concentradora de poderes no executivo, e a forma de Estado do Brasil, o qual, apesar de nominalmente federalista, portava-se como se unitário fosse. Os maragatos, então, pegaram em armas contra os pica-paus.
Irrompe a revolução de 1923, Netto alia-se ao movimento sendo o primeiro chefe a levantar-se em armas no sul rompendo-se do PRR - Partido Republicano Riograndense. Foi um dos maiores líderes maragatos.
Em 1924 se exilou no Uruguai, regressando em 1930; inicia a reconstrução de seus bens, depredados em sua ausência.
Em 1908, Netto, como homem metódico e empreendedor, mandou vir da Itália algumas famílias da região arrozeira daquele país, a fim de iniciar seus empreedimentos de forma racional. Com a experiência da agricultura do velho mundo, implantou a orizicultura sob a forma de parceria nas estâncias Galpões, Coxilha, Barra Grande e Granja Netto.
Zeca Netto usou os maiores Cabos-de-Guerra do mundo ocidental como fontes de inspiração para seus feitos militares. Dentre eles estão César, Alexandre, o Grande, e Napoleão Bonaparte.
Zeca Netto, ao centro, sentado, e seu alto comando

Sua fama logo após a revolução de 1923 era cantanda nos galpões.
"Lá de trás daquele cerro
passa boi, passa boiada!
Também passa o Zeca Netto
no seu cavalo tordilho
com o toso a cogotilho
repontando a chimangada
como tropa de novilho."

Às sete horas do dia 22 de maio de 1948, na sede da Estância da Chacrá, impropriamente chamada de Forte Zeca Netto, faleceu aos noventa e quatro anos e foi sepultado no cemitério São João Batista em Camaquã, RS, onde repousa até hoje no mausoléu que mandara fazer em memória de sua filha que falecera anos antes, Anna Theotonia. O seu passamento teve repercução nacional.

Seu maior feito foi militar; a tomada de Pelotas pelas forças maragatas em 29 de outubro de 1923.
Zeca Netto, sem chapéu, entrando em Pelotas com as tropas maragatas em 29 de outubro de 1923

Fonte blog do Léo Ribeiro

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Reduções Jesuíticas



ORGANIZAÇÃO DAS REDUÇÕES
Dependência Política

      Embora muitos acusassem as reduções jesuíticas de serem um estado independente, uma república guarani, elas subordinavam-se ao Rei de Espanha, às reais audiências, ao vice-rei do Peru e ao Governador de Buenos Aires. Segundo as “Leyes de Índias”, as Reduções estavam obrigatoriamente sob governo indígena, diretamente subordinado ao governador de Buenos Aires. Como súditos do Rei pagavam-lhe tributos e lhe prestavam serviços, geralmente gratuitos.
      Os colonizadores luso-espanhóis é que assim argumentavam, pois as reduções mostravam-se como uma fortaleza contra a exploração do índio como mão-de-obra escrava, uma vez que, além de os protegerem, abrigavam os aborígenes que conseguiam fugir das "encomiendas". Isso despertou um grande ódio e inveja dos jesuítas, pois, além de não conseguirem influenciar os Padres, estes desenvolviam com os índios atividades sociais e econômicas livres, prosperando.

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA (exemplo)
Padre Geral - Congregação Geral - (Roma)
Padre Provincial - Vice-Provincial - (Córdoba)
Padre Superior - (Candelária)
Conselho Consultivo
Vice-Superior para Paraná
Vice-Superior para Uruguai
Padre Cura Padre Cura
Reduções do Paraná
Reduções do Uruguai

ORGANOGRAMA DA ADMINSTRAÇÃO DE CADA REDUÇÃO
Padre Cura
Irmão Coadjutor
Padre Companheiro
Corregedor
Cabildo Caciques Povo

Tributo - Na conquista da América o tesouro real não tinha condições de arcar com todas as despesas da ocupação. A forma encontrada para viabilizar a colonização foi a do modelo feudal, que embora estivesse em decadência na Europa, no novo mundo se apresentava como ideal para os governantes. Nela, os espanhóis continuavam súditos diretos do Rei e os índios passavam a ser considerados vassalos dos “conquistadores beneméritos”, os "encomenderos", devendo prestar-lhes anualmente, a título de tributo, um mês de serviços pessoais gratuitos.
      No isolamento do imenso novo mundo, esses encomenderos passaram a se esquecer de seus deveres para com os índios, só aplicando os direitos, ou seja, passaram a explorá-los praticamente como mão-de-obra escrava, além de praticarem todo o tipo de abuso, o que fez com que essa exploração fosse temida e odiada pelos índios.
      Nesse ambiente surgiram os Jesuítas, que se ofereciam como uma alternativa de proteção contra a escravidão, inclusive, os Padres aceitaram pagar os tributos exigidos dos súditos e vassalos do Rei, a quem se subordinavam. Esse pagamento foi inicialmente acertado em moedas de ouro, o que causava grande dificuldade aos Padres, pois a sua matéria prima (erva-mate) necessitava ser transportada por grandes distâncias para ser comercializada, prejudicando em muito a atividade apostólica.
      A taxa anual do tributo era de um peso por família indígena, representando um dispêndio anual de aproximadamente 25.000 pesos, dos quais 10.000 ficavam como pagamento por honorários e sustento dos padres, em aproximadamente 60 povos. Embora fosse pretendido aumento dessa taxa, ao que os padres contra-argumentavam, ponderando o grande esforço que os ervateiros tinham que fazer para gerar esse superávit, conseguiram que essa taxa ficasse estável por um século e meio - os índios recém convertidos não pagavam tributo por dez anos e os caciques e seus primogênitos eram isentos da taxa.

Defesa Territorial - Embora muitos pensam que os Jesuítas na bacia do Prata priorizavam assegurar a ocupação da área espanhola estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas, o principal objetivos dos Padres era converter (e civilizar) os índios ao cristianismo e atuavam na região porque os da Ordem de Portugual, sediada em Salvador, na Bahia, voltaram suas ações para o centro e norte do Brasil.

      Os critérios utilizados para a escolha dos locais para fundação das reduções não eram pautados em interesses políticos ou nacionalistas, como defesa de fronteiras, mas em lei da Espanha, que estabelecia que os índios não podiam ser levados para outros climas, longe de suas terras de origem. Para isso buscaram localizar grandes grupos agrícolas, semi-sedentários, mais aptos à vida em reduções, que eram instaladas em locais isolados dos brancos, que tinham tendências escravagistas.
      Os primeiros portugueses que invadiram as terras então espanholas foram os bandeirantes paulistas, que não tinham como intenção de fixarem-se nelas, mas sim de caputurar índios para explorá-los ou vendê-los como escravos. Os exércitos organizados pelos Jesuítas visavam a defesa de suas reduções e quando não conseguiam defendê-las, como aconteceu no Guairá

      A Espanha utilizou da força dos  índios reduzidos para proteger suas possessões e assegurar a ordem e paz social,
em várias oportunidades, como a fortificação militar de Buenos Aires, que contou com o auxílio dos guaranis contra investidas portuguesas. Também, quando índios guerrilheiros do Chaco, que não aceitavam a presença de brancos, atacavam as cidades de Assunção, Corrientes e Santa Fé e se retiravam para seus esconderijos, aonde os espanhóis não podiam segui-los, foram os guaranis que os desbarataram, ao ponto deles não mais molestarem a região.

Dependência Eclesiástica - Quando do início da evangelização de algum povo, os missionários, através de seu superior religioso, recebiam do Papa todos os poderes espirituais de que necessitassem, independentemente do bispo do lugar. No início as Reduções teriam plena independência dos bispos de Assunção e de Buenos Aires, mas depois de duas ou três décadas estariam regularizadas, constituindo-se em paróquias, passando de extraordinária para ordinária. A Companhia de Jesus não poderia exercer a cura ordinária, o que obrigaria os Jesuítas a entregarem as Reduções aos bispos e recomeçarem o trabalho em outra, como pioneiros.
      Porém, haviam alguns impedimentos à plena implementação de tal modelo, pois o clero diocesano não estava estruturado para atender a demanda e sequer conhecia a língua e a psicologia dos índios. Também não estava animado a internar-se num deserto cultural, distante centenas de quilômetros de seus parentes e amigos espanhóis e não havia condições de um padre, sem apoio de uma grande organização, conduzir de forma eficiente tal missão, ou seja, entregar as Reduções seria o mesmo que arruiná-las, o que ocorreu, mais tarde, quando da expulsão dos Jesuítas.
      O padroado real, exercido pelo governador em nome do Rei, correspondia o direito de conferir benefícios eclesiásticos. Para a nomeação de um cura, o bispo apresentava nomes de três padres, cabendo ao governador escolher um, geralmente o primeiro da lista, por representar a indicação de seu superior. Os Jesuítas, para evitar a ruína dos povos guaranis, bem como o risco de que fossem alijados das missões, aceitaram o padroado.

Plano Urbanístico das Reduções - Ao contrário das cidades dos europeus, que se desvolviam em forma irregular, pois buscavam ajustar-se aos acidentes geográficos, os povoados guaranis cresciam na forma quadricular, estabelecida por lei, que proporcionava facilidade e eficiência à administração. Estas geralmente obedeciam um plano geral, com um centro com uma grande praça quadrada, para onde convergiam as ruas principais. No lado norte ou sul da praça ficavam, normalmente, da direita para esquerda, o asilo-orfanato, o cemitério, a igreja e dois pátios.
      No fundo do primeiro pátio erguia-se a residência dos padres e no lado oposto à igreja havia algumas repartições: o quarto do porteiro, a escola, a sala de música e dança, a sala de armas etc. O segundo pátio era rodeado por armazéns e oficinas mecânicas. Por trás do complexo cemitério-igreja-pátios estendia-se a horta dos padres. Situadas essas construções ao norte e ao sul da praça, corria o sol sobre a cumieira da casa dos padres e assim se evitava, no verão, o excessivo calor, ao qual os europeus não estavam acostumados. Também a igreja, escurecida pelos muros das naves laterais com seus corredores cobertos, recebia, nesta posição, mais luz pelas janelas situadas por cima do telhado das naves laterais.
      Nos outros três lados da praça alinhavam-se os blocos das casas dos índios. Não eram casas isoladas, mas conjuntos de várias salas enfileiradas sob o mesmo teto. Os primeiros blocos corriam paralelos ao respectivo lado da praça; atrás destes sucediam-se outros blocos paralelos ou perpendiculares. Com esse sistema, a cidade guarani podia crescer ordenadamente, enquanto houvesse aptidão topográfica e possibilidade de gerar seu sustento.
  1 - Igreja
  2 - Residência dos Padres
  3 - Oficinas e Armazéns
  4 - Segundo Pátio
  5 - Escola, Sala de Música
  6 - Primeiro Pátio
  7 - Cemitério
  8 - Asilo - Orfanato 
  9 - Horta dos Padres
10 - Praça
11 - Casas dos índios
  A - Sacristia
  B - Corredor
  C - Torre
  D - Pórtico
  E - Jardim
      Como em todo o território missioneiro não havia cal, a argamassa era de barro vermelho e grande parte das paredes de adobe. Por isso todas as casas eram cercadas de corredor de dois a três metros de largura, coberto de telha queimada, para proteção das paredes contra as intempéries. Por usar adobe (de feitura simples, bastando encher de barro pisado um molde e esvaziá-lo em galpão, para a secagem), os índios não usavam queimar os tijolos. Embora hoje essas construções podem aparentar carência de conforto, na época elas se mostravam melhores do que as das cidades dos brancos.
      Também as vias de comunicação entre as Reduções se mostravam bem estruturadas, pois contavam com pontes e canoas com serviço de travessia gratuito, inclusive para os espanhóis que delas se utilizavam. Fora da zona das Reduções as viagens eram mais demoradas, modestas, desconfortáveis e difíceis, pois ali essa infra-estrutura inexistia.

A Igreja - A Redução guarani, diferentemente das cidades européias, tinha uma só igreja, que podia abrigar mais de 6.000 pessoas, que localizava-se no meio do lado norte ou sul da praça. Embora houvesse na Redução até três padres, que rezavam várias missas, uma só era a “missa do povo”, à qual todos assistiam, aos domingos e dias santos. Em dias úteis a presença era facultativa. Todavia, as crianças deviam participar da missa matutina e da reza verspertina do rosário.
      No início das missões as igrejas não passavam de pequenas palhoças, divididas ao meio, servindo de capela e de moradia dos padres. Conforme crescia a Missão eram construídos enormes galpões, com cobertura de palha e paredes de pau-a-pique (trançado de ripas, coberto de barro em ambos os lados).

      Nessa época se destacaram como construtores os Padres Roque
González de Santa Cruz, Ruiz de Montoya, José Cataldino e Pedro Espinosa. 
Depois deles vieram os arquitetos formados, como os pioneiros Irmãos Bartolomeu Cardenosa e Domingos Torres. Por volta de 1690, chegou o Irmão José Brasanelli (o “Miguelangelo” das Reduções), que levantou as igrejas de São Borja, Itapua, Loreto, Sant’Ana, São Xavier e Santo Inácio Mini. Nas primeiras décadas do século XVIII veio o Irmão João B. Prímoli, engenhoso arquiteto das igrejas de São Miguel, Trindade e Conceição. Já o Irmão Antônio Forcada construiu as igrejas de Jesus, São Luís, Santo Inácio Guaçu e Santa Rosa.

Casa dos Padres - Abrangia, além da ala residencial dos padres, dois pátios com as oficinas e mais a horta. Todo esse complexo era cercado por muro, com portões trancados, ao menos durante a noite, sendo proibida, também de dia, a entrada de mulheres de qualquer idade.
      Dividia-se a ala residencial, a começar pela sacristia, em quatro ou cinco quartos de 5 x 5 ou 6 x 6 metros (para os padres do local e hóspedes), refeitório e cozinha com o famoso subterrâneo, que nada mais era do que uma simples adega, de uns 3 x 4 metros por 2 de altura, situada sempre sob o refeitório da cozinha. Nunca havia dois andares para a moradia.
      A mobília era igual à dos padres em colégios de cidades: cama, mesa, cadeira, guarda-roupa, estante de livros, genuflexório para oração. O assoalho era de ladrilhos hexagonais, fabricado nas Reduções. Os superiores das Missões exigiam que os espaços e construções para os índios merecessem os mesmos cuidados que eram destinados aos padres.


Casa dos Índios - Antes das Reduções, os guaranis viviam em choupanas de palhas, geralmente circulares, sem paredes divisórias, que abrigavam várias famílias, com até uma ou duas centenas de pessoas.

      No início os padres respeitaram o gosto natural dos guaranis, tanto quanto à forma das casas como a sua disposição ao redor da capela, até os convencerem das vantagens das quadras ordenadas.

      Quando os missionários passaram o orientar as construções, priorizaram o que consideravam ser a moralidade de família, propondo que cada uma tivesse sua repartição própria, o que passou a ser muito bem aceito pelos índios.
      Os fundadores das primeiras Reduções recomendavam ao Padre Provincial o sistema europeu de habitação: quatro famílias em cada quadra, com casa isolada, horta particular e lugar para alguma criação, mas esse plano não deu certo. Após a liberdade inicial das tabas não planejadas, passou-se ao sistema de blocos de casas,  munidos  de  redes divisórias
Cabanas e Chosas - Debret
para cada núcleo familiar. As primitivas choças de palha, com o fogão aberto entre duas ou três pedras, no meio da casa ou em frente delas, eram um constante perigo de incêndio.

      Por volta de 1725 as casa eram,  obrigatoriamente,  cobertas de telhas e as paredes de
adobe. O adobe era ligeiramen-te molhado por fora e assenta-do com argamassa de barro, formando uma massa homo-gênea que, protegida pelas va-randas contra o sol e chuva, podia durar muitos anos.
      A mobília das casas era muito simples: algumas prateleiras embutidas na parede, para guardar panelas de barro, os porongos de água potável, alguns recipientes com as sobras de aipim e batata doce e outras coisas. Além disso, havia alguns cabides ou ganchos de madeiras para pendurar as roupas. Nos cantos alguma caixa de madeira ou couro cru ou canastras de cipó e taquara, com mantimentos frescos, vindos da roça, como espigas de milho, raízes de aipim, batata doce, abóbora. Mesa não havia, nem cadeiras, bancos, armários ou baús. Os índios se assentavam em redes ou no chão ou permaneciam de cócoras.
      Parte essencial da mobília era o fogo de chão, que contava com algumas pedras, ajeitadas no meio da sala ou na varanda, próximo da porta, que servia, inclusive, para assar carne e esquentar nas frias noites de inverno.


O Asilo-Orfanato e o Albergue – O Cotiguaçu (casa grande)
 - O asilo-orfanato acolhia viúvas e órfãs desamparadas, bem como as mulheres abandonadas por infidelidade ou longa ausência do marido, ocupado nos ervais, em viagens ou na guerra. Servia também de reformatório de mulheres de vida censurável. Situava-se ao lado do cemitério, interposta por uma rua.
      Encostadas ao alto muro, fechado em quadrilátero, as salas comunicavam-se com o jardim interno por um largo corredor coberto, onde as inquilinas faziam seus trabalhos manuais e recreações.


As Oficinas - Em cada Redução havia de 30 a 40 oficinas, de escultores, pintores, ferreiros, tecelões, chapeleiros, curtidores, carpinteiros, oleiros e outras. As vezes essas oficinas se localizavam no segundo pátio ou fora do povoado, como as olarias que, além de grandes fornos, exigiam extensos galpões para a secagem dos adobes, ladrilhos e telhas.
      As carpintarias também ficavam fora do povoado, onde a madeira de construção, depois de desbastada no mato, era trabalhada com trançador, machado e enxó. Os matadouros, por razões de higiene e comodidade, também se localizavam externamente, podendo se encontrar no segundo pátio os açougues, onde se cortava e repartia a carne para as famílias.
      Na primeira metade do ano os índios se ocupavam com as atividades nas oficinas e na construção e reforma da igreja e das casas de moradia, abrir estradas, levantar pontes sobre os arroios, fabricar canoas, balsas e até barcos a vela, para carga. Era esse também o tempo para buscar gado nas estâncias, trabalhar nos ervais, exportar erva-mate, algodão, melaço e açúcar para Buenos Aires ou Santa Fé e importar ferramentas (tesouras, agulhas, anzóis) ou matéria-prima (para o fabrico de machados, facões, sinos). No segundo semestre se dedicavam ao cultivo da terra.


O Cemitério - Os padres, bem como os corregedores falecidos no exercício de seu cargo, eram sepultados na igreja.
      À direita do templo localizava-se o cemitério, dividido em quatro seções (para homens, mulheres, rapazes e raparigas). Canteiros de flores davam-lhe aspecto de jardim. No centro erguia-se uma grande cruz de pedra.
      Os monumentos funerários, em vez de cruzes em pé, segundo o costume europeu, eram lajes deitadas no chão, com o nome e a data de falecimento, como ainda se pode ver no cemitério de Santa Maria Maior (sepulturas com cruz existentes em Loreto, São Miguel, São Lourenço e São João são de época posterior às Reduções).


Governo Civil - O governo civil era juridicamente atribuição do “cabildo”, que exercia os três poderes: legislativo, executivo e judiciário. O cabildo era composto por corregedor (prefeito, presidente da câmara e do tribunal de justiça), tenente-corregedor (vice-prefeito), dois alcaides urbanos (juízes), dois alcaides da irmandade (delegados para assuntos rurais), regedores (delegados de bairro), alferes real (porta-estandarte e chefe militar), escrivão (secretário) e alguazis (policiais). Eram administradores públicos, subordinados ao cabildo: o mordomo (procurador da fazenda) e seus auxiliares: contadores, armazenistas e fiscais.
      O cabildo era um instituição obrigatória por lei da Espanha e nunca faltaram, durante os 150 anos de existência das reduções, amigos e inimigos das Missões para fiscalizar o cumprimento dessa lei. Eleito a cada ano, a influência do cura era expressiva, em vista da sua cultura administrativa.
      O corregedor, proposto pelos caciques e padres da respectiva Redução, era nomeado pelo governador de Buenos Aires: Os demais cabildantes, bem como os oficiais subalternos, eram eleitos antes do fim do ano, pelo cabildo em exercício, depois de consultado o padre, pelos conhecimentos que tinha, sabia quem era o mais apto para cada cargo.
      Realizava-se a solene tomada de posse no primeiro dia do ano, no átrio da igreja. Lidos os nomes dos eleitos, cada qual recebia, das mãos do padre, sob alegres tocatas de banda de música, as vistosas insígnias de seu cargo.
      O cabildo tinha assento reservado na igreja e vestia trajes oficiais em todas as atividades públicas. A execução dos decretos do cabildo confiava-se principalmente aos caciques, que eram os responsáveis pela conduta de seus vassalos e os intermediários entre estes e o cabildo.


O Sistema Policial - Muito influía na conduta dos índios os motivos religiosos. Os conceitos de culpa e castigo andavam tão unidos e inseparáveis. Sentindo-se culpados, queixavam-se ao padre, se não levavam o merecido castigo, desejavam reparar o mal praticado.
      Cada povo se divida em bairros, não tanto pela demarcação do terreno, como pela circunscrição dos cacicados. Em cada bairro, de um ou vários cacicados, havia um regedor (delegado), membro do cabildo. Cada grupo de trabalho tinha seu capataz, que devia dar o bom exemplo, admoestar os faltosos e relatar ao regedor e ao padre o que de importante havia acontecido. Quando a noite chegava, havia os guardas noturnos que vigiavam as ruas, se revezando de três em três horas, das 21 às 6 horas da manhã.
Fonte: Site Noel Guarany