sexta-feira, 13 de julho de 2012

Parque Gaúcho sedia encontro de criadores de cães cimarron

O Parque Gaúcho de Gramado (RS) promove neste sábado e domingo, 14 e 15, o 2º Encontro Brasileiro e Uruguaio de Cimarroneiros e a 1ª Exposição Oficial da Raça Cimarron, que deve receber 50 exemplares da espécie. O evento contará com palestras dos especialistas Claudio Gluck, Gustavo Rodriguez e Adrian Blanco. Além de palestras e oficinas com técnicos uruguaios, o encontro ficará marcado também pela fundação da Associação Brasileira de Criadores de Cimarron Uruguaio.

No evento, técnicos da raça irão realizar exames para fazer a confirmação de animais que não possuem registro. Com foco no resgate de raças crioulas, o Parque Gaúcho trabalha pela preservação do cão cimarron, que quase foi extinto.

Cimarron

História da raça

Também chamado de cachorro "crioulo" na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai, o Cimarron é descendente direto dos cães trazidos pelos espanhóis durante o descobrimento, a conquista e a colonização da América.
Ao cruzarem-se entre si, Mastins, Galgos e Lebreis foram constituindo uma raça que é fruto de absoluta seleção natural, sobrevivendo apenas os mais aptos. Nesse aspecto, sua formação tem a mesma origem e passou pelo mesmo rigorismo que o Cavalo Crioulo, até firmar-se como raça definida.
No território da atual República Oriental do Uruguai, situada sobre o Rio da Prata e Atlântico Sul, foi onde subsistiu melhor e com mais tipicidade.
No final do século XVIII, na época das guerras pela Independência, o General José G. Artigas os imortalizou com sua célebre frase: "Quando me quede sin hombres, pelearé com perros cimarrones!" - Quando ficar sem homens, lutarei com cães cimarrones!
No final do século XVIII, a economia principal da região era a exploração bovina, tendo o couro como principal produto. Assim é que, devido à facilidade e abundância de alimentação, o número de cães "cimarrones" foi aumentado em grandes proporções, causando com isso grandes transtornos. Por ordem do Vice-Rei, no ano de 1.792 foram mortos mais de 300.000. Cada cota de cães abatidos valia uma quantia em ouro.
Algumas mães com seus filhotes conseguiram se salvar, escondendo-se nos matos nativos do Nordeste Uruguaio, hoje Departamentos de Rocha, Treinta y Tres e Cerro Largo. Foi onde o Sr. Carlos Alonso Imhoff pôde ir resgatar os descendentes daqueles Cimarrones e depois de rigorosa seleção, escolheu os primeiros 17 exemplares que serviriam de base para oficializar a raça e redigir o Standard da mesma no ano de 1.989.
No Brasil foi introduzido através da fronteira do RS com o Uruguai, tendo como principais núcleos criatórios, os municípios de Bagé e Jaguarão.

Temperamento
É o cão ideal para fazendas, guarda e companhia. Em seu país de origem é classificado como sendo do Grupo 2, o mesmo onde se enquadram o Fila Brasileiro, Dogo Argentino, Rottweiler, Mastiff, Boxer e outros e, está sendo o preferido para provas de "Agility ".
Muito rústico, de extrema coragem, não tem agressividade gratuita, entretanto à noite, defende muito bem seu território, mantendo estranhos afastados.

Características
É um cão de porte mediano, forte, compacto, musculoso e ágil. Machos - 56 a 62 cm; Fêmeas - 53 a 58 cm. pelo curto, algo áspero e liso. Se admitem todas as cores. De preferência baios (amarelados) e tigrados. O branco ou preto sólido são eliminatórios. Mordida em tesoura; se admite em pinça. O prognatismo é eliminatório. Olhos medianos, um pouco amendoados. Orelhas de tamanho médio, de implantação alta, caindo para os lados separados do crânio. Se pode cortar em forma de "orelha de puma", arredondando a parte superior.

Agradecimentos
Antônio Augusto M. Fernandes - criador de Cimarron

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