terça-feira, 30 de maio de 2023

São Francisco de Assis - A CAPITAL DO BUGIO


               - A CAPITAL DO BUGIO -

Penso que chegou a hora do Rio Grande do Sul reconhecer São Francisco de Assis a CAPITAL DO BIGIO - não só por o Ritmo Bugio estar  mais que comprovado que nasceu da Gaitinha do Neneca Gomes, com os 12 anos de pesquisa de Salvador Ferrando Lamberty, mas também pelos 15 Festivais da Querência do Bugio que já emprestou ao estado mais de 90 bugios e muitas outras gravações de grupos e de Assisenses que andam pelo estado. 

E para fomentar mais, ainda a bugiada (bichos) que desfilam pelas praças e pelas casa da Cidade com seu Ronco Madrugueiro, nos dá a certeza que chegou a hora desse reconhecimento por parte do Estado do Rio Grande do Sul. 

Nada acontece por acaso, o Santo padroeiro de Assis, o Protetor dos animais, assiste todos os dias, de frente à Igreja,  o ronco do bicho bugio pelas arvores centenárias da praça Coronel Manuel Viana e certamente ao longe escuta uma gaitinha chorando num bugio, portanto, porque não dizer que São Francisco de Assis é A CAPITAL DO BUGIO?

Que fique esse alerta, para chamar a comunidade Assisense e ao Povo do Rio Grande do Sul e parar com essa história que o Bugio é de todos, se todas as outras cidades se acham capitais de alguma coisa, como querem tirar esse nosso espaço de ser a Capital do Bugio. 

Nossa vizinha Santiago é a Capital dos Poetas, será que é só lá que tem poetas?
São Borja é a Capital dos Fandangos, será que só lá tem fandango?
Bagé é a Capital do Churrasco, será que só lá tem churrasco?

Mas São Francisco de Assis, é sim, a CAPITAL DO BUGIO, porque merece muito o reconhecimento de todos por tudo que já fez e vem fazendo, tanto pelo ritmo, quanto pelo bicho bugio!

Deixo AQUI o Vídeo do Bugio - HERANÇA DE GAITEIRO - Miguel Marques - 10º aparte


VIIIº Sarau de Prendas - GN COURO CRÚ

 

O Grupo Nativista Couro Cru da Capital da Bota e de uma da mais belas Grutas do Pais, Nova Esperança do Sul, que já foi locação de Novela da Rede Globo estará fazendo seu VIIIº Sarau de Prendas no dia 10 de Junho de 2023 em sua Sede Social.

Os Saraus de Prenda Jovem ou Bailes de Debutantes sempre foram o ponto alto das Sociedades por muito tempo, lembro que nos anos 80 e 90 ir ou participar de um Baile de Debutantes era algo para ser comentado meses e meses. Depois foi caindo um pouco e agora, poucas Entidades Sociais tem coragem de fazer esses eventos, uma por falta de debutantes, outra por ser um baile caro para sociedade que sofre com os problemas financeiros do Pais, mas que bom, que o GN COURO CRU não tenha deixado morrer esse sonho de tantas meninas moças.

Se programa ai e vai aproveitar essa noitada - Mesas disponíveis para o Sarau de Prendas:
Sócios R$ 220,00 (4 ingressos inclusos)
Mesa para sócios R$180,00 (4 ingressos inclusos)
Cadeira para não sócios R$55,00
Cadeira para sócios R$45,00
Só ingresso não sócios R$35,00
Só ingresso sócios R$30,00

- Traje: Pilchado ou Social

Reserve a sua pelos fones/whats: (55)999229104 com Fabiana ou (55)996824916 com Eduarda.
Animação com o Grupo Canção Nativa.

segunda-feira, 29 de maio de 2023

1ª Inter-regional do ENART será em Cacequi

 

Cacequi deverá sediar nos próximos dias 25,26 e 27 de agosto(2023) a 1ª Inter-regional do Enar O Encontro de Artes e Tradição Gaúcha , ENART é evento estadual, reúne muitos participantes, dispostos em diversas categorias como: Grupos de danças, danças gaúchas de salão, conjunto instrumental, concurso literário, interpretes vocais,  declamações masculinas e femininas.

São basicamente 3 etapas, Regional, Inter-Regional e Grande Final.
Cacequi receberás gente das Regiões: 3ª, 4ª, 5ª, 9ª, 10ª, 13ª, 14ª, 18ª, 20ª ,21ª
Segundo Allan Delavechia - diretor artístico da 10ª RT expectativa de que 5 mil pessoas passem pelo encontro durante dos três dias, entre participantes, atrações e público em geral.
Com certeza será um grande momento cultural para Cacequi e para a 10ª RT visto que, além de fomentar a cultura regional, também traz divisas de turismo para essa parte do Rio Grande que tanto sofre longe dos holofotes das mídias das grandes cidades.
Parabéns a Cacequi por dar mais esse passo importante e pela coragem de serem diferentes no meio de tantos iguais.

29ª Tafona da Canção Nativa de Osório - O Homem e o Espelho



A 29ª Tafona da Canção Nativa de Osório terminou na madrugada deste domingo, trazendo um manancial de belas composições que estivera no palco, deste que é um dos grandes festivais, que o litoral nos empresta. A grande vencedora foi a composição "O homem e o espelho", de Rodrigo Bauer de São Borja e Emerson Martins de São Vicente do Sul - que teve a interpretação de dois Cacequienses Luciano Rodrigues e Emerson Ismael Boca - além é claro da voz feminina de Márcia Freitas de Santo Antônio da Patrulha.

RESULTADO FINAL:
1º LUGAR
O HOMEM E O ESPELHO
Letra: Rodrigo Bauer
Melodia: Emerson Martins
Interpretação: Márcia Freitas, Luciano Rodrigues e Emerson Boca

2º LUGAR
CANÇÃO DE CÉU E MAR
Letra: Renato Junior / Ivo Ladislau
Melodia: Mário Tressoldi / Ivo Ladislau
Interpretação: Renato Junior e Grupo Chão de Areia

MELHOR INSTRUMENTISTA
SAMUCA DO ACORDEON
Acordeon na música "O HOMEM E O ESPELHO"

MELHOR INTÉRPRETE
LUIZA BARBOSA
com a música "MEU CANTO NÃO TEM FRONTEIRAS"

MELHOR LETRA
ASSOMBRADO
Autor: Robson Barenho

MÚSICA MAIS POPULAR
NA GARUPA DE UM ANDANTE
Letra: Patric Rodrigues / Carlos Reginaldo Pacheco
Melodia: Patric Rodrigues
Interpretação: Enzo Munari


Premiação do 36º Carijo da Canção Gaúcha

 

Terminou, já na madrugada de segunda feira a 36ª Edição do Carijo da Canção Gaúcha de Palmeiras das Missões, esse que é certamente um dos maiores festivais do Rio Grande do Sul, foram uma semana de muitos evrentos, vindo culominar com o Festival, seu ponto principal, em se falando de musicalidade. O show de João de Almeida Neto encerrou as apresentações da noite.
O 36º Carijo distribuiu mais R$ 32 mil em prêmios entre as três primeiras colocadas e premiações paralelas.

RESULTADO FINAL:
1º LUGAR
A Lenda Aquece o Braseiro – Chacarera
Letra: Rômulo Chaves
Melodia: Robledo Martins
Intérpretes: Robledo Martins, Alex Moreira e Everson Maré

2º LUGAR
O Homem e a Terra - Zamba
Letra: Rodrigo Bauer
Melodia: Robledo Martins e Nilton Junior da Silveira
Intérprete: Nicole Carrion e Pirisca Grecco

3º LUGAR
O meu chapéu - Chamamé
Letra: Milton César Hoff
Melodia: Felipe Goulart
Intérprete: Kayke Mello

MELHOR INTÉRPRETE
José Ricardo Nerling
com a música "BONDADE"

MELHOR INSTRUMENTISTA
Matte Tohfern
na música "A LENDA AQUECE O BRASEIRO"

DESTAQUE FEMININO
Bianca Bergnam
Música: Indecifrável - Tango

MELHOR ARRANJO INSTRUMENTAL
Indecifrável - Tango
Letra: Bianca Bergmam
Melodia: Aline Ribas e Jose Everson Silveira
Intérprete: Maria Alice

MELHOR VOCAL
Alma além da pedra - Zamba
Letra: Martim César
Melodia: Rui Carlos Ávila
IntérpreteS: Robledo Martins, Rui Carlos Ávila, Everson Maré e Lyber Bermudrz

MELHOR TRABALHO POÉTICO
Guerreiro Cansado de Guerra - Milonga
Letra: Carlos Omar Villela Gomes
Melodia: Jari Terres e Jose Everson Silveira
Intérprete: Flávio Hansen

COMPOSIÇÃO SOBRE A HISTÓRIA DE PALMEIRA DAS MISSÕES
A Alma de Palmeira - Chamamé
Letra: Adão Quevedo
Melodia: Tuny Brum
Intérprete: Tuny Brum

MELHOR TEMA ECOLÓGICO
Não Fui Eu? - Milonga
Letra: Gilberto Haroldo Kerber (In Memorian)
Melodia: Alexandre Giacomini
Intérpretes: Cristiano Fantinel, Nando Soares e Angelo Franco

MÚSICA MAIS POPULAR
Com exame do mormo em dia
Letra: Dorival da Silva Godói
Melodia: Cássio Figueiró
Intérprete: Dorival Godói

MELHOR COMPOSIÇÃO SOBRE A TEMÁTICA ERVA MATE
Meu Mate Guarani - Milonga
Letra: Hermes Regis Lopes
Melosia: Fabricio Harden
Intérpretes: Juliano Moreno e Daniel Cavalheiro


sexta-feira, 26 de maio de 2023

11º CANTO DA ALDEIA - SÃO VICENTE DO SUL

 

Está ai o CONVITE - faltam 7 dias para o 11ª Canto da Aldeia - esse festival de convidados que acontece na bela São Vicente do Sul - com uma vasta programação e um ótimo local, além de comida e muito aconchego - dias 02 - 03 e 04 de Junho na Sede Campeira do CTG Cancela da Fronteira - dentro da cidade.

Para quem já é acostumado com esses eventos, sabe que o aconchego e uma bóia de fundamento já são razões para uma boa guitarreada - além da Sexta feira o Tema Livre com premiação, já e dado o Tema para os mais galos se apresentarem Sábado, também com premiação - Então estão todos convidados e deixo aqui a programação e nos encontraremos por lá.

quinta-feira, 25 de maio de 2023

"Procura-se um Amigo"


Quadro AMIGOS - Eliseu Visconti - 1921

Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. 
Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. 
Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. 
Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.. 
Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. 
Deve guardar segredo sem se sacrificar.

Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. 
Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. 
Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. 
Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. 
Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. 
Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. 
Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.

Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. 
Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. 
Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.

Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. 
Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. 
Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. 
Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.

Vinicius de Moraes


Já tem premiação no Carijo da Canção


A 1ª edição do Carijo Instrumental terminou na noite de terça-feira (23), no palco principal do 36º Carijo da Canção Gaúcha, com a premiação dos vencedores. A grande campeã deste ano foi a milonga arrabalera "Pingo de Mel em Dente Cariado", com melodia Felipe Karam Domingues laves. O segundo lugar ficou com "Dom Lucio", a chamarra de Jean Carlo Godoy teve o acompanhamento de Jean Carlo Godoy e Guilherme Castilhos. Já a ayre de chacarera de Felipe Goulart ficou em terceiro, intitulada "Espontánea". O show de intervalo ficou a cargo de Marcello Caminha.

RESULTADO:
1º LUGAR
PINGO DE MEL EM DENTE CARIADO - MILONGA

Autores: Felipe Karam / Samuca do Acordeon
Samuca do Acordeon: Acordeon
Jean Carlo Godoy: Violão 7 Cordas
Felipe Karam: Violino

2º LUGAR - 
DOM LUCIO - CHAMARRA
Autor: Jean Carlo Godoy
Jean Carlo Godoy: Violão 7 Cordas
Guilherme Castilhos: Violão

3º LUGAR - 
ESPONTÁNEA - CHACARERA
Autor: Felipe Goulart
Charlise Bandeira: Flauta
Rodrigo Maia: Contrabaixo
Renato Fagundes: Acordeon
Felipe Goulart: Violão
Bruno Coelho: Percussão

Aconteceu na noite desta quarta-feira, 24 de maio, o 20º Carijinho, se apresentaram interpretes de 13 cidades de todas as regiões do Rio Grande do Sul, inclusive fora do Estado, no palco principal do 36º Carijo da Canção Gaúcha em Palmeira das Missões.
Foram 18 canções apresentadas, nas categorias Piá, Piazito e Piazote para os jurados Júlia Antonini, Dorival Godói e Ramiro Bregles.
A noite ainda teve a apresentação de abertura da Escola de Música e Arte de Palmeira das Missões e show do intervalo com Maria Alice.

Conheça os destaques do 36º Carijinho da Canção Gaúcha

RESULTADO:
CATEGORIA PIÁ
1º LUGAR

Lorenzo Borella de Souza – Francisco Beltrão
Música: Partejando – Chamarra

2º LUGAR
Música: Décima de Candinho - Tatu

3º LUGAR
Ana Luiza Berton Largo – Constantina
Música: Grão após grão - Canção

CATEGORIA PIAZITO
1º LUGAR

Vale Mazuí – Quaraí
Música: Ressurreição – Milonga

2º LUGAR

Marina Duarte – Sapucaia do Sul
Música: Artista – Milonga

3º LUGAR
Alice Cardoso de Oliveira – Cruz Alta
Música: Milonga de Bibiana - Milonga

CATEGORIA PIAZOTE
1º LUGAR

Henry Guilherme da Silva Ramos – Entre-Ijuís
Música: Duas sombras – Milonga

2º LUGAR
Anita Rodrigues – Palmeira das Missões
Música: Trinca de Reis – Milonga

3º LUGAR
Emanuelle Corrêa – Sananduva
Música: O pecado - Milonga

DESTAQUE
Isabella Tramontina da Silva – Porto Alegre
Música: Lira da Vida – Chamamé

MELHOR ACERVO CARIJO

Arthur Koch Vieira – Palmeira das Missões
Música: O primeiro e o último mate – Milonga

INSTRUMENTISTA
João Paulo Soares

Fonte: Pagina do Carijo

GUERRA E LAVRA - LIVRO

Quem está lançando um Livro de Poesias, o qual eu recomendo para todos os amantes da poesia, é o meu amigo, Poeta de mão cheia, José Luiz Flores Moró ou apenas o MORÓ - como carinhosamente é chamado pelos amigos. 

Moró é um dos Grande Poetas da nova (não tão nova) geração, com diversos poemas premiados nos Festivais de Poesias do Rio Grande do Sul e que a muito tempo vem se destacando no meio Poético cultural deste estado, além é claro de emprestar versos para a nova geração de declamadores, pelos palcos dos rodeios artísticos e CTGs.

A Poesia é a forma mais singela de expressar os sentimentos, muitas vezes guardados por diversas formas, umas mais lúdicas, outras mais realistas, mas todas elas, sempre expressando o que há de melhor no coração do ser humano.

Quem quiser ter o Livro GUERRA E LAVRA só entrar nas páginas da web - facebook - do Poeta e lá terão todas as formas de como adquirir esse livro.

Deixo aqui um vídeo dessa Poesia - GUERRA E LAVRA - na Voz do Valdemar Camargo.



terça-feira, 23 de maio de 2023

36ª Moenda da Canção, 12ª Moenda Instrumental e 2ª Moendinha


36ª MOENDA DA CANÇÃO E 12ª MOENDA INSTRUMENTAL

11 A 13 DE AGOSTO DE 2023
SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA - RS
INSCRIÇÕES ATÉ: 25/06/2023


Artigo 1º – A 36ª MOENDA DA CANÇÃO e 12ª MOENDA INSTRUMENTAL de Santo Antônio da Patrulha/RS, que acontecerá nos dias 11, 12 e 13 de agosto de 2023, é iniciativa da MOENDA – Associação de Cultura e Arte Nativa , e tem como objetivo o de projetar Santo Antônio da Patrulha e o Rio Grande do Sul, musical, cultural e turisticamente no cenário nacional e sul-americano, integrando-os às manifestações artísticas de outros estados brasileiros e de outros países.
Parágrafo 1º – A 36ª MOENDA DA CANÇÃO e 12ª MOENDA INSTRUMENTAL, de Santo Antônio da Patrulha/RS, tendo suas transmissões realizadas através das REDES SOCIAIS FACEBOOK, através da página:

Artigo 2º – O concorrente poderá ter no máximo 5 (cinco) inscrições (letra e/ou música) em seu nome, individual ou em parceria, valendo como critério de inclusão as cinco primeiras inscrições sem possibilidade de substituição.
Parágrafo 1º – A título de inscrições, somam-se às 5 obras por compositor, as canções inscritas na 12ª Moenda Instrumental.
Parágrafo 2º – Cada compositor, sozinho ou em parceria, poderá classificar no máximo até 2 (duas) composições.
Parágrafo 3º – Deverá ser preenchido o formulário virtual de inscrições disponível no website do Festival https://moendadacancao.com.br/ executando o upload (envio) do arquivo de áudio em formato mp3. Somente será́ confirmada a inscrição se forem preenchidos todos os campos obrigatórios, executados os uploads (envios) sempre que exigidos e aceitas as condições deste regulamento, conforme formulário virtual de inscrições no website do festival.
Parágrafo 4º – É expressamente proibida a identificação do(s) autor(es) (letra e música) na letra da composição, sob pena de sua exclusão.
Parágrafo 5º – As inscrições para a 36ª Moenda da Canção e 12ª Moenda Instrumental iniciarão em 21/05/2023 e a data limite para o recebimento das inscrições será dia 25/06/2023, impreterivelmente. A Comissão Central do Festival não se responsabiliza por lentidão no servidor. A partir das 00h00min da data limite, não serão mais recebidas inscrições. Portanto, as inscrições deverão ser feitas com antecedência.
Parágrafo 6º – Não serão aceitas inscrições de obras que tenham sido classificadas para a final da Moenda da Canção e Moenda Instrumental em edições anteriores.
Parágrafo 7º – Não será cobrada taxa de inscrição.
Parágrafo 8º – O Festival não se responsabiliza por músicas inscritas por um dos compositores sem o consentimento do(s) parceiro(s) e serão de inteira responsabilidade dos mesmos o pedido de retirada da música da triagem se for o caso. E havendo esta situação, não abrirá nova vaga para quaisquer um dos compositores dentre as 5 (cinco) inscrições permitidas por CPF conforme parágrafo 2º do artigo 2º, ficando impossibilitado de substituição, apenas exclusão.

Artigo 3º – As composições classificadas serão escolhidas pelo corpo de jurados formado por 5 (cinco) integrantes, indicados pela Comissão Central do Festival.

Artigo 4º – Serão jurados da 36ª Moenda da Canção e 12ª Moenda Instrumental:
– Texo Cabral
– Cristiano Quevedo
– Antônio Carlos Maciel Monteiro
– Robson Barenho
– Fernanda Lopes

Artigo 5º – A triagem classificará 14 (quatorze) composições com letra e música e 6 (seis) composições instrumentais para participar do Festival.
Parágrafo Único – As composições classificadas serão informadas da classificação através do e-mail e através das redes sociais do festival posteriormente à triagem e conferência das classificadas.

Artigo 6º – A Comissão Central comunicará ao(s) autor(es) (letra e/ou música) das composições classificadas, através das informações na inscrição, a ordem de apresentação e passagem de som das concorrentes. Em anexo à este e-mail enviado seguirá um termo de autorização de divulgação e gravação da canção concorrente.
Parágrafo único – Após a comunicação pela Comissão Central, o(s) autor(es) da(s) composição(ões) concorrente(s) terá(ão) que confirmar a presença no Festival e enviar o mencionado termo de autorização contendo o nome e CPF do(s) intérprete(s) e do(s) acompanhante(s), bem como os instrumentos que cada músico irá tocar na música classificada que subirá ao palco do festival, no prazo máximo de 10 (dez) dias, através do e-mail moendadacancao36@gmail.com sob pena de desclassificação a critério da Comissão Central. Caso contrário, será chamada a música suplente.

Artigo 7º – O ensaio/passagem de som será das 13h até às 17h30min dos dias 11 e 12 de agosto de 2023, de acordo com a data e a ordem de apresentação no Festival. Cada composição terá 20 minutos para a passagem de som. Dessa forma, a primeira música do Festival terá das 13h até às 13h20min para a passagem de som e assim sucessivamente.

Artigo 8º – Somente poderão concorrer ao festival músicas que NÃO possuam registro fonográfico (ISRC) comercializado por qualquer meio, inclusive através de plataformas digitais e de streaming, o que deverá ser declarado no momento da inscrição, sob pena de a música inscrita não ser triada pelo Corpo de Jurados.
Parágrafo 1º – Fica ciente, no momento da inscrição da música, que a MOENDA – Associação de Cultura e Arte Nativa, será a responsável por gerar todos os ISRC das músicas concorrentes, bem como, a liberação para gravação da Obra, por parte dos compositores, e liberação de utilização de uso de áudio e imagem, por parte dos executantes do Fonograma. A distribuição de material fonográfico fica autorizada, tanto para a forma física de comercialização, quanto a forma digital, através das Plataformas de Streaming e Vídeo. A divisão de Royalties de Plataformas Digitais, se dará na porcentagem máxima de 50% para o representante da música, o qual terá a responsabilidade de repasse aos demais, caso assim seja solicitado através de e-mail ao festival. A distribuição destes fonogramas nas Plataformas de Streaming, se dará através da agregadora One Rpm.
Parágrafo 2º – Sem prejuízo ao acima previsto, poderão concorrer músicas que já tenham participado de outros festivais e seletivas, ainda que gravadas e premiadas.
Parágrafo 3º – A inobservância do disposto neste artigo, caso não apurado pelo Corpo de Jurados ou pela Comissão Central, poderá ser objeto de denúncia por qualquer pessoa, de forma escrita, através do e- mail moendadacancao36@gmail.com, acompanhada da respectiva comprovação do fato, no prazo de até 30 (trinta) dias após a divulgação do resultado da triagem pela Comissão Central.
Parágrafo 4º – Fica vetada a participação de músicas que tenham concorrido a finais de outros festivais durante o ano vigente deste regulamento (2023), sob pena de desclassificação, sendo substituída pela suplente previamente selecionada pela comissão julgadora.

Artigo 9º – É proibido participar da 36ª Moenda da Canção o compositor (música e/ou letra), intérprete e músico, que tenha parentesco, até o quarto grau, com integrante(s) do corpo de jurados.

Artigo 10º – Cada intérprete e/ou instrumentista poderá participar da execução de no máximo 03 (três) músicas concorrentes, somando-se Moenda da Canção e Moenda Instrumental.
Parágrafo 1º – É vetado, e passível de desclassificação, o uso de propaganda política e/ou comercial sobre o palco da Moenda da Canção de Santo Antônio da Patrulha/ RS.

Artigo 11º – As 6 (seis) músicas classificadas na 12ª Moenda Instrumental e 14 (quatorze) músicas classificadas na triagem da 36ª Moenda da Canção se apresentarão dias 11/08/2023 e 12/08/2023 respectivamente à partir das 20h, sendo passível de desclassificação a não presença no festival das primeiras músicas a serem apresentadas. Destas, classificam-se 10 (dez) composições com letra e música e 02 (duas) composições instrumentais para a noite final – dia 13/08/2023, com início às 19h.

Artigo 12º – A gravação e transmissão das 12 (doze) músicas classificadas para a final serão realizadas em suas apresentações de palco.

Artigo 13º – Cada uma das composições concorrentes classificadas na triagem receberá uma AJUDA DE CUSTO no valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais). As músicas classificadas para a final do festival, no dia 13/08/2023, receberão o complemento de R$ 1.000,00 (um mil reais), a título de classificação.
Parágrafo Único – Os pagamentos de ajudas de custo serão realizados através de apresentação de Nota Fiscal. Estes pagamentos serão realizados ao CNPJ informado como recebedor no ato de confirmação de classificação da composição, ficando a cargo do mesmo os tributos e encargos da legislação vigente. No caso de opção pelo pagamento via recibo haverá uma retenção para pagamento de guia de IRRF no valor de 20%, sendo este previsto em Lei.

Artigo 14º – Não serão oferecidas alimentação e hospedagem gratuitas aos compositores, músicos e intérpretes participantes do Festival.

Artigo 15º – A “Melhor Música do Festival”, na opinião do público, será escolhida através de voto direto dos espectadores presentes à última noite do evento, ou em caso de impossibilidade da presença de público, através de enquete na página do Facebook do Festival.
Artigo 16º – A inscrição via site (www.moendadacancao.com.br) implica aceitação expressa de todos os artigos constantes nesse regulamento, sendo que o Festival não se obriga a cumprir o que nele não foi estipulado.

Artigo 17º – Premiação da 36ª MOENDA DA CANÇÃO:
1º lugar: R$ 3.000,00 (três mil reais) e Troféu Cantador
2º lugar: R$ 2.000,00 (dois mil reais) e Troféu Cantador
3º lugar: R$ 1.000,00 (um mil reais) e Troféu Cantador
Melhor Música Instrumental: R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais) e Troféu Geraldo Flach
Melhor Arranjo: R$ 500,00 (quinhentos reais) e Troféu Paulino Mathias
Melhor Melodia: R$ 500,00 (quinhentos reais) e Troféu Demétrio Machado Ramos
Melhor Instrumentista: R$ 500,00 (quinhentos reais) e Troféu Eliseu de Venuto
Melhor Intérprete: R$ 500,00 (quinhentos reais) e Troféu Penduca
Melhor Letra: R$ 500,00 (quinhentos reais) e Troféu Jarcy Cândido dos Reis
Melhor Música do Festival – opinião do público: R$ 500,00 (quinhentos reais) e Troféu Francisco Carlos Gomes Salazar

Parágrafo Único – Os pagamentos das premiações serão realizados através de recibo de pagamento, sendo necessário a apresentação de documento de RG (Registro Geral), CPF (Cadastro de Pessoas Físicas) e Comprovante de Residência, para a confecção do mesmo. Conforme previsto em Lei, para pagamentos e premiações, sob o valor das premiações acima relacionadas haverá o desconto de 20% correspondente ao IRRF. O valor retido de IRRF nas premiações será destinado ao pagamento da guia gerada em nome dos recebedores, que poderá ser solicitada à produção do evento.

Artigo 18º – Os casos omissos nesse regulamento ou que firam a ética e a lisura do Festival, bem como eventuais dúvidas ou questionamentos surgidos a partir da data de abertura das inscrições até a realização do Festival serão julgados pela Comissão Central.

Artigo 19º – A Comissão Organizadora da 36ª MOENDA DA CANÇÃO e 12ª MOENDA INSTRUMENTAL está disponível para informações pelos seguintes canais de comunicação:


Horácio Guarany - Lições de Vida!


 “Meu pai era um índio bastante bravo. Claro, ele trabalhava no monte, com o machado, aí teve seus 14 filhos. Não tinha tempo para brincar com a gente, além disso não tinha cultura nenhuma, pobre velho. Mas aos domingos ela sentava-se em uma cadeira daqueles que se hamacham, que minha mãe fazia com o machado (ela fazia todos os móveis da casa) e comprava um litro de vinho. Bebia e cantava e acariciava a minha mãe. E então podíamos brincar com ele, subir no upa, tocar nele. Quando eu era grande pensei: que magia tem o vinho capaz de devolver ao homem a ternura pelos filhos, pela companheira, a vontade de cantar? Eu amo o vinho porque o trabalhador, que não pode ir de férias, nem ter uma casa como as pessoas, toma um vinho, como fazia meu pai, e reencontra-se com ele. Por esse dia ele está feliz.”

“O canto está dentro de um, é o que brota quando você é artista. Não é algo que se conduz. Por isso planejar o que você vai cantar é como planejar como você vai fazer amor: impossível. Só os armazeneiros de arte pensam o que vão fazer em cima do palco: o artista canta, não pensa o que vai cantar, isso seria para ficar bem, para ganhar os aplausos. Os armazeneiros, minha mãe! Eles procuram aplausos, para eles triunfar é que eles os aplaudem muito.”

“Um dia perguntei a Eduardo Falú, que é um verdadeiro artista, quando ia voltar para Cosquín. Disse-me: quando pararem de dizer 'a ver as palmitas'. Se você pedir aplausos, você não ganhou, você pediu. Como quando você está cantando e as pessoas falam. Eles gostam mais do que te ouvir. Você tem que fazê-los calar com seu canto, não pedindo silêncio.”

“O que acontece é que o mundo, e claro o nosso país, estão estabelecidos em bases falsas; querem nos fazer acreditar que a alegria é ganhar dinheiro e poder. Isso não são valores, são meios para explorar as pessoas. O homem deve cultivar os valores do amor, do sentimento, da honestidade. A alegria está em compartilhar, não em acumular.”

“Minha riqueza e dos meus compatriotas são minhas canções. Por uma razão os canalhas que dirigem o mundo fazem de tudo para que cada povo esqueça suas músicas e assim impor a sua própria. Olhe para os EUA, que com suas músicas comerciais minam os sentimentos de outros países: antes eles nos fizeram dançar com o boogie-boogie, agora com o rock. Eles fazem os meninos saltarem como se fossem macacos para depois olharem para a própria cultura como uma coisa miserável e acabem amando a ali, a dos outros. Estes ianques fazem o mesmo com o dólar. A música de um povo sustenta seus sentimentos. Sua fidalguia está na sua música.”
Horácio Guarany
(Do muro de El Chango Diaz)

QUANDO ATAHUALPA YUPANQUI CONHECEU EDITH PIAF


Hector Roberto Chavero Aramburu, conhecido mundialmente como Atahualpa Yupanqui, é o cantor e compositor por excelência do folclore argentino, tanto que se pode dizer que Facundo Cabral e a querida ‘negra’ Mercedes Sosa estavam possuídos por ‘Don Ata’ (como carinhosamente lhe chamava). Seus temas, mil vezes versionados eram a musicalização da alma do homem do campo, do caminhante e da própria terra; por isso quem o ouvia ouvia-se a si mesmo, por isso Atahualpa Yupanqui foi e é tão grande, apesar de agora brindar recitais nas nuvens.
Atahualpa Yupanqui, cantautor e escritor argentino percorreu o mundo distribuindo o seu canto, foi assim que um dia conheceu a grande Edith Piaf, encontro casual que impulsionou a carreira de “aquele que veio de terras distantes para dizer alguma coisa”.
Em 1949, depois de alguns recitais, ele fez uma alta em Paris onde conheceu os poetas franceses Aragon e Paul Eluard. Aragon não simpatizou mas Paul Eluard estabeleceu-se uma amizade baseada numa grande estima recíproca. Um dia, Eluard disse-lhe: "Hoje à noite venha com a sua guitarra, vou fazer-lhe uma surpresa". E foi realmente uma grande surpresa quando viu Edith Piaf entrar no departamento do poeta, que estava no auge da sua carreira.
Quando a Piaf o ouviu, ficou deslumbrada e perguntou: "Onde você trabalha? ”, ao que Don Ata respondeu: “Em lugar nenhum, estou indo, estou indo para o meu país. ” Um pouco entusiasmada, a cantora francesa replicou em voz alta uma espécie de ordem e súplica: “Não, Paris tem que te ouvir. Venha amanhã às 8 no Athenée com sua guitarra. Vou mandar o carro para o hotel. ” No dia seguinte, quando o secretário de Edith Piaf viu que Yupanqui vivia num hotel de ‘pulgas numeradas’, como ele mesmo dizia, contou surpreendido à cantora.
Naquela noite de 6 de junho de 1950, Edith abriu o recital e cantou mais de vinte músicas, para depois pegar na mão e apresentar ao público. "Apresento-lhes Atahualpa Yupanqui, um músico de muito talento, que deixo fechar o espetáculo. Quero que o ouçam como merece”, disse a cantora perante um público surpreendido e curioso. Depois de interpretar seus zambas e suas milongas, o cantor e compositor argentino recebeu os aplausos mais comoventes da sua vida.
Alongando a sua estadia na 'cidade luz', poucos dias depois assinou um contrato com Chant du Monde, e a Academia Charles Cros distinguiu-o entre 350 artistas de todos os horizontes ao conceder o primeiro prémio ao disco estrangeiro. Nesse mesmo ano ele deu mais de 60 recitais em toda a França. Assim começou a sua carreira internacional. Coisas do destino.

JORGE CAFRUNE RESPONDEU A DON ATAHUALPA YUPANQUI

  CARTA COM QUE JORGE CAFRUNE, RESPONDEU A DON ATAHUALPA YUPANQUI ALGUNS COMENTÁRIOS AGRESSIVOS QUE DEIXOU PARA ELE, EM VÁRIOS REPORTAGENS EM ESPANHA NA DÉCADA DOS ANOS 70.

A MESMA, FOI PUBLICADA NA REVISTA "GENTE" DA ARGENTINA E NA EUROPA SIMULTÂNEAMENTE.
SE BEM FOR UM POUCO LONGO O TEXTO, SEI QUE VOCÊS VÃO GOSTAR...

O QUE YUPANQUI DISSE NA ESPANHA DE CAFRUNE, LARRALDE E OUTROS.
Estas são algumas das declarações (as mais controversas) que Don Atahualpa Yupanqui fez em Espanha a vários meios de comunicação. Em diferentes reportagens, Yupanqui desgrudou suas críticas a Cafrune e outros intérpretes do nosso folclore.
JORNALISTA: - E o que acontece com Cafrune, Larralde, Cabral e outros?
YUPANQUI: - Estes senhores que me nomeia e muitos outros, do ponto de vista tradicional, são totalmente inéditos. Eles andam, mas ainda não nasceram como porta prateleiras de uma tradição. Eles compõem o que no meu país deu em chamar-se "fauna radiotelefónica". Estou prestes a garantir que nenhum deles leu mais de 50 livros. E sem pensar, sem meditar, sem aprender não se pode cantar folclore. No entanto, é uma maneira de ganhar o seu pão que eu respeito. (“O Correio Galego” 29 de novembro de 1973)
JORNALISTA: - Jorge Cafrune é um “guitarreiro” e Larralde um “cantaor”, Como se definiria Atahualpa Yupanqui?
YUPANQUI: - De nenhuma das duas maneiras porque nenhuma delas significa nada para a cultura do meu país, que é o mais importante. Mais importante que nomes e homens.
JORNALISTA: - Então você não os considera seus discípulos?
YUPANQUI: - Não é dureza, é justiça, porque antes de se preparar bem para exercer uma profissão eles se lançaram para ganhar a vida. Eles não estão preparados para transmitir a cultura popular. (“A Gazeta Regional” – 30 de novembro de 1973)
YUPANQUI: - Estou envergonhado de ouvir minhas músicas interpretadas por cantores flertes. É preciso sentir quando se canta e não fazer por moda. Alberto Cortez interpretava minhas músicas por conveniência e até quando quis. Jorge Cafrune também faz por conveniência.
JORNALISTA: - Uma das suas músicas “Coplas del Payador Perseguido”, foi divulgada com sucesso, na Espanha por Cafrune.
YUPANQUI: - Não são caudas, são sextinas, vê, conterrâneo, a ignorância de certos cantores? Sinto muita vergonha quando a coisa mercantil é incorporada no canto popular. Eles usam o sentimento do povo. (“Faro de Vigo”, 28 de novembro de 1973)
CARTA DE JORGE CAFRUNE
Desde criança, lá nos meus pagamentos do norte de Jujuy, sabíamos ouvir com meus pais músicas de um homem que, sem dúvida, sintetiza poética e musicalmente parte da América do Sul.
Você está crescendo, e ao mesmo tempo a admiração por você, Atahualpa, andador de estrada e sabedor de pessoas.
Chego em alguma oportunidade a dialogar consigo, embora não de forma normal, como as pessoas fazem, mas respondendo-lhe com a mesma anormalidade com que fui interpelado em uma reunião lá pelo ’61.
Sempre de malas, com as pessoas, com a vida, enfim, com tudo ao seu redor. Dotado naturalmente de uma memória privilegiada, todos os seus desplantes costumam ser comentados, embora na maioria das vezes sejam desrespeitosos. Mas como é Atahualpa Yupanqui fica bem. Você sabe que tudo é promoção, até seu misticismo estudado; tudo vale para que as pessoas falem de você, não importa se errado ou certo.
Esta ação é feita por muitos anos, até que as pessoas, apesar de o respeitarem, um bom dia se cansa e lhe nega o apoio que, como figura, deveria ter.
Depois vem o exílio. Diz adeus dizendo que vai embora porque aqui não tem emprego. Continua a abrir pegadas no Velho Mundo, os jovens espanhóis esperam-no como algo proibitivo.
E chega o Atahualpa místico e sabedor, e depois de algumas apresentações (em algumas exige smoking para ouvi-lo), onde não canta o que os jovens esperavam alegando que algumas das suas composições eram “loucuras de juventude”, refugia-se na França, onde encontra calce as suas frustradas ansias de gentleman de Grande mundo.
Sempre tem palavras elogiosas para a juventude francesa, muito pelo contrário quando se refere aos jovens da América do Sul, especialmente à Argentina e pior se forem poetas ou guitarreiros.
Processo raro do homem que, parecia que o tempo o incomodaria com a presença de sangue novo.
Seus olhos achinados estão sempre prestos à malícia, como cuidando de algo; sua língua fere com subtileza de amargo ou com a dureza que, guardada em seu nome, pode fazer.
Não satisfeito com tudo o que o seu verbo partilha pela largura e longa do país e em todas as oportunidades que lhe é propício, segue a sua linha construtiva de concepções negativas para os seus coterrâneos na Europa.
Recebo de terras longínquas e órgãos jornalísticos as menções (pouco acordes para o tamanho de poeta, mas se niveladas com a pessoa) que fez na Europa.
Tenho a certeza que o que mais o incomoda é a presença de Larralde e a minha por esses lares. E quero esclarecer que, quase sempre, nos recitais, eu canto coisas dele. Mas parece que por mais que ele se apegue, sempre a língua o trai.
Anos antes, quando ele levou os Quilla Huasi, apresentando-os ao público espanhol, fê-lo com palavras tão negativas e deslocadas no Teatro Maria Guerrero, que teria valido mais se nunca os tivesse levado.
Acompanho as fotocópias do que declara. Claro que é preciso respeitar os idosos (mas desde que estes respeitem).
É muito doloroso encontrar alguém tão importante e que pudesse ser tão valedeiro para nossos jovens. Mas vence sempre sobre ele essa constante fobia pelo jovem, especialmente se for argentino.
Tenho a convicção de que isto que faço sintetiza o desejo de muitas pessoas que já foram desmerecidas por este bom poeta. E você cansa-se de pensar: “Tanto e tão bem que escreveu sobre o homem e tanto ódio que há nele”.
Fora do que se refere ao fazer artístico, senti comentários sobre a sua maneira de tratar as pessoas; dizia um conhecido seu que estava de verão na Costa del Sol, em não que palacete, que nunca tinha visto um empregado tratar tão mal como este senhor Atahualpa, que tantos direitos cobra para falar do homem.
É de conhecimento público que aqui, em uma reportagem, declarou que Don Eduardo Falú nada tinha contribuído para fazer de nosso cancioneiro. Que cara!!... Claro que no número seguinte negou dizendo que “.... Quem me dera que houvesse muitas guitarras como a de Falu.” A promoção estava feita.
Eu acho que você teria que ter menos veleidade e pensar que embora não existam pessoas que possam igualá-lo, tanto no fazer de poeta como no musical (coisa da qual você tem plena convicção), há pessoas que estudam, que lêem e que também sabem.
Como não temos má impressão suficiente com todos os problemas que nos tica viver como nação, você arrima-o como coisa positiva falar mal dos seus conterrâneos. Você acha que as pessoas engolem tudo o que você diz, mas tenha certeza que as pessoas sabem bem que seus 25 anos de estudo mentados que você mencionou os fez como eu, andando, mas com a diferença de que eu não prejudiquei ninguém; em vez disso você Deixou o rasto, estão os jujenhos de testemunhas. Sua tremenda afeição e saudade pelo pagamento são agudizados nos meses de julho e dezembro, quando liquida a SADAIC. Que é a paisagem que você mais sente falta.
Eu peço-lhe que a meu respeito, se você tanto se incomoda que eu cante suas coisas e tenha tido desde o meu primeiro LP (que já são 27) uma presença contínua e respeitosa do seu cantor, me passe os direitos autorais que você cobrou pelas minhas gravações, que eu acho que também o incomodarão.
Já estivemos conversando em seu Colorado Colorado, mas parece que não foi o suficiente. De qualquer forma, eu não queria tomar essa determinação de sair do ritmo, mas... Sabe uma coisa? Me incomoda muito que você faça como seu costume de trás e em terras distantes.
Deixe-me esclarecer que esta tentarei que sejam publicadas aqui e ali e quero que saiba que o tratamento respeitoso que sempre tive para consigo terminou.
E eu continuo pensando que neste seu importante tempo de velhice, em vez de andar espalhando negações que não estão à sua altura artística, mas se pessoal, você se dedicasse a lidar com elementos positivos à Argentina. Que não seremos como os franceses, mas temos o nosso valor.
Saiba que, longe de me machucar, você me dá mais importância.
Convido-o, venha e ande o seu país, que você ainda é importante: mas tire essa ressaca tão característica das pessoas que procuram descarregar... De quê? De quem?
Vá lá, amigo, nem aqui, nem ali, ninguém vai tirar seu lugar nem sua importância. E lembre-se que é poeta: Ninguém tenha inveja...

JORGE CAFRUNE

Fonte: Folklore nomás

segunda-feira, 22 de maio de 2023

CORONEL MANOEL PEREIRA VIANA



CORONEL MANOEL  PEREIRA VIANA, o patriarca da família, e sua esposa Braulia Pereira Guimarâes - Foi um politico de suma importância para São Francisco de Assis, no inicio do Século Passado, de uma Familia tradicional de grandes Políticos, deixou seu legado e o nome na história do Rio Grande do Sul, sendo hoje o nome de uma Praça e de uma cidade.

Segundo a Dra. Luci Monteiro, competentíssima advogada assisense hoje residindo em Porto alegre, ela diz: 

"Conheci o Tio Ico e a D. Lola, A D. Dalila (não me lembro do S. Clotário, mas o conheci), o S. Braulio e D. Estela e conheci também a Lucila, que foi esposa do Tierry e , talvez mais algum, que por ser ainda muito pequena, não lembro. 
Os filhos são: 
Odessa Pereira Viana - c/c Dr. Carlos de Oliveira Gomes (Carlos Gomes foi o intendente que foi morto na Revolução de 23);
Tierry Pereira Viana - c/c Lucila Pacheco;
Augusto Pereira Viana - c/c Júlia Prates;
Lira Pereira Viana - c/c Manuel Rocha;
Talita Pereira Viana - c/c Silla Teixeira;
Dalila Pereira Viana - c/c Clotário Fouchard;
Alarico Pereira Viana - c/c Aurora Mello Leiria;
Bráulio Pereira Viana - c/c Stela Bonatto;
José Pereira Viana - c/c Almerinda Mello."

Hoje ainda existem Netos e Bisnetos e Tetranetos, da Família Pereira Viana, muitos ainda residindo em São Francisco de Assis, e outros por outras cidades, sempre levando esse nome importante para a história, principalmente nesse ano que fazem os 100 anos da Revolução de 1923 - Movimento Politico que culminou com a batalha da Praça em frente a intendência da época, que feri mortalmente o Intendente Dr. Carlos de Oliveira Gomes, genro da família Pereira Viana.

Eu e o João de Barro

Convido a todos para conhecerem e se inscreverem no nosso Canal do YouTube sempre com novos vídeos, clipes de musicas, musicas novas. 

Deixo aqui o link para quem quiser nos acompanhar!

https://www.youtube.com/playlist?list=PLv6LCPNdm4DcxswsdKMiOvPH48RRx0Tt_

Deixo aqui também o clipe da Luizinha com a Música EU E O JOÃO DE BARRO - uma letra nossa com música de Emerson Martins a qual vencemos a Viola de Todos os Cantos em 2010 em São Paulo - após ter vencido a Moenda da Canção de Santo Antonio da Patrulha com a dupla Arison & Emerson.



O POETA - Apparicio Silva Rillo



Ser Missioneiro é uma Missão, Aparício Silva Rillo nos deixou um legado de arte, cultura e projetos que protegem nossas tradições. Um verdadeiro exemplo do Espírito Missioneiro. (Porto Alegre, 8 de agosto de 1931 - São Borja, 23 de junho de 1995)

Filho do engenheiro-agrônomo e zootecnista Marciano de Oliveíra Rillo e de Lélia Sílva Rillo - o pai natural de Uruguaiana e a mãe de Guaíba, nasceu a 8 de agosto de 1931, Em Porto Alegre. Apparicio completou seu curso primário com pouco mais de dez anos. Em Capela de Sant'Anna o poeta cumpriu o que chama sua "iniciação" em costumes campeiros. Além dos trabalhos agrícolas de rotina, havia um posto de remonta com um plantel de vacas mansas e dezenas de cavalos para o serviço.
Desse contato com os hábitos campeiros comuns aos homens que trabalhavam no Posto de Sementes, das conversas com os peões encarregados das tarefas diárias, nasceu-lhe o gosto, que já vinha de berço (o pai era filho de estancieiro), pelos costumes mais autênticos da vida rural gaúcha.
Porto Alegre e sua vida agitada se tornara pesada ao poeta. Noivo de Suzy Maciel de Araújo - com quem viria a casar-se em maio de 1954. Soube, então, de uma vaga como contabilista num distrito rural de São Borja, a seiscentos quilômetros de Porto Alegre. No caso, um grande empório comercial situado na vila Nhu-Porã (Campo Lindo, em guarani).

Chegando em Nhu Porã, conheceu Cláudio Oirandi Rodrigues, que foi seu grande amigo e uma fonte de inspiração. Idealizou e auxiliou na construção da Igreja de Nossa Senhora de Fátima. Fundou o CTG Sete Povos das Missões, hoje Valdemar Teixeira. Realizou grandes bailes que atraiam a comunidade de São Borja para a vila.
 
Durante seu período de residência na vila, foi um grande pesquisador da cultura e do folclore da região. Escreveu e encenou a peça “Domingo no Bolicho”, contando exclusivamente com atores locais, que foi apresentada no Cinema Municipal em São Borja.

O Movimento Tradicionalista, eclodido em 1947, estava em ponto de ebulição e Silva Rillo, que continuava publicando seus poemas - agora no gênero regionalista - na imprensa de Porto Alegre, se alteava, ao lado de Jayme Caetano Braun e Glaucus Saraiva, como uma das grandes vozes de exaltarão à tradição, que renascia como culto.

A partir da criação dos Angüeras inicia-se uma parceria com Zé Bicca em composições musicais. Também tendo como base os Angüeras, Apparício Silva Rillo idealizou o Museu Ergológico da Estância. Com o apoio do grupo e da administração municipal, Rillo, que em suas pesquisas já havia reunido uma grande quantidade de peças relacionadas às antigas estâncias, pode enriquecer esse acervo.

Sobre
Nesta época, foi um dos responsáveis pela criação do Brasão, Bandeira e Hino de São Borja. Organizou as atividades da comemoração do Tricentenário do município, que duraram cerca de 1 mês. Idealizou e organizou o Festival Clarim. Durante a sua passagem pela administração municipal, participou da reativação da Biblioteca Pública Municipal e do Carnaval de Rua de São Borja, na Praça XV, com concurso de fantasias e desfile. Pesquisou e fez reviver a procissão de São João Batista, festa profana de tradição familiar, entre outras obras em São Borja.

São conhecidas de sua autoria, 40 obras, entre elas poesias, prosa, peças de teatro, novelas, teses, monografias, antologias, além de folclore e história. Escreveu diversas músicas em parceria com Luís Carlos Borges e Mario Barbará. Faleceu em 1995, deixando um incrível legado. Um dos mais importantes conhecedores do regionalismo no Estado.

Fonte: Portal das Míssões

Carretas de boi ou Carro de boi no centro do País!


Oficina de fabricação e conserto de carretas de boi de Linno Giovanni Rech no atual distrito de Ana Rech - Caxias do Sul - RS - Final da década de 20, início da década de 30.

Seu Linno casou em 5 de janeiro de 1924 com Josephina Albé. Ele era o 7º filho de uma grande prole, os Rech. A família foram apelidados de "Checonet". Segundo as irmãs da Congregação do Sagrado Coração de Jesus, as principais características dos Rech Checonet são: simplicidade, alegria e a fé, adotando sempre uma postura de oradores.

A carreta ou carro de boi é um dos mais primitivos e simples meios de transporte, tendo sido muito utilizado no Rio Grande do Sul. Desde as origens da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul até a chegada do trem e do automóvel, o Estado andou a reboque dos carros de boi.

Conhecida como “boeiro” em Portugal, “cambona” em algumas regiões do interior do Brasil, o carro de boi e “carreta” nos pampas gaúchos já era conhecido dos chineses e hindus. Também os egípcios, babilônios, hebreus e fenícios utilizavam o transporte “via bois”. Mais tarde, os europeus, quando se lançaram à colonização da África e da América, fizeram do boi um item indispensável da carga das caravelas.

Imagem do filme O Tempo e o Vento.

Tomé de Sousa, primeiro governador-geral do Brasil, trouxe consigo carpinteiros e carreiros práticos, e, em 1549, já se ouvia o “cantador” nas ruas da nascente cidade de Salvador/BA. A presença do carro de boi também é mencionada no “Diálogo das Grandezas do Brasil”, de Ambrósio Fernandes Brandão: “É necessário que tenha (…), 15 ou 20 juntas de bois com seus carros necessários aparelhados (…) ”, e mais adiante, “A vaca, sendo boa, é estimada a (…), e o novilho, que serve já para se poder meter em carro, a seis e a sete mil réis (…) ”.

Nos primeiros tempos da colonização, além de manter em movimento a indústria açucareira da roça ao engenho, do engenho às cidades, o carro de bois mobilizou a maior parte do transporte terrestre durante os séculos XVI e XVII. Transportavam materiais de construção para o interior e voltavam para o litoral carregados com pau-brasil e produtos agrícolas produzidos nas lavouras interioranas. No Brasil colonial, além dos fretes, o carro de bois conduzia famílias de um povoado para outro muitas vezes transformado em “carro-fúnebre” e os carreiros precisavam lubrificar os “cocões” para evitar a cantoria em hora imprópria.

No início do século XVI, o carro de bois era ainda absoluto no transporte de carga e de gente. No Sul, no Centro, no Nordeste, era indispensável nas fazendas. No Rio Grande do Sul, as carretas conduziam para a Argentina e para o Uruguai a produção agrícola. Foi utilizada durante a guerra dos farrapos, no transporte também das mulheres, feridos e de armamento. Na Guerra do Paraguai, os carretões transportaram munições, mantimentos e serviram ainda como ambulâncias.

Em meados do século XVIII, entretanto, com o aparecimento da tropa de burros, o carro de bois perdeu sua primazia. Mais leves e mais rápidos, os muares não exigiam trilhas prévias e terrenos regulares. No final do século, vieram os cavalos para puxar carros, carroças e carruagens, e o carro de bois foi proibido por lei de transitar no centro das cidades, ficando o seu uso restrito ao meio rural.

Os veículos motorizados aceleraram o processo de decadência do carro de bois no Brasil, na Argentina, em Portugal, na Espanha, na Grécia, na Turquia, no Irã, na Indonésia e na Malásia. Contudo, em todos esses lugares, artesãos continuaram a construí-los e a aperfeiçoá-los e, graças a essa gente, o carro de bois persiste na sua marcha pela história.

As carretas riscaram os primeiros caminhos do pampa, ajudaram a fundar cidades e abastecer bolichos. Transportaram mantimentos em tempos de paz, armas em períodos de guerra, sempre ao passo vagaroso do gado. Em solo gaúcho, as razões para o abandono da carreta incluem a lentidão do gado e as agruras da viagem, que sujeitam o condutor a intempéries, a dormir e comer ao relento, sem banho ou troca de roupa.

Hoje, um dos mais tradicionais meios de locomoção do gaúcho está em extinção, mas permanece nas memórias do nosso Pampa.

FAZENDA DA TAFONA Cachoeira do Sul - RS

A Fazenda da Tafona, é um daqueles sítios históricos que levam você a mergulhar no passado, reencontrando cenários, móveis e objetos que retomam um tempo de fronteiras ainda indefinidas, de disputas entre portugueses e espanhóis pelo domínio da terra e da natureza.
Situada na localidade de Porteira Sete, distrito de Cordilheira, em Cachoeira do Sul - RS, apresenta características arquitetônicas típicas portuguesas, conservando a ambiência das antigas estâncias de criação, com destaque para o moinho de farinha de mandioca, a Tafona, um dos únicos exemplares completos que está em seu lugar original. A Tafona é uma unidade fabril importante para a economia da época. Diz a tradição familiar que a sede da fazenda teria sido construída entre 1811 e 1813 e que a água-furtada que domina o frontão servia para observar a chegada de estranhos ao lugar, já que a região ainda estava sendo disputada com os espanhóis.
A fazenda permanece com a família Vieira da Cunha desde a sua origem, hoje, na nona geração. A sede foi tombada como patrimônio histórico pelo município de Cachoeira do Sul (COMPAHC) em 2012 e pelo Estado do Rio Grande do Sul (IPHAE) em 2017. Atualmente, os proprietários estão iniciando um projeto de visitação que vai unir atividades de plantio orgânico, história, natureza e cafeteria.
Fotos: Renato Thoms, Gilvan Peters

Fonte: Fazendas Históricas

domingo, 21 de maio de 2023

ROMANCE DE UM DESERDADO - PELAS AGRURAS DO TEMPO


No ano de 2005, após um período muito dificil da minha vida, comecei a escrever meu primeiro livro - ROMANCE DE UM DESERDADO - como o próprio titulo diz é um romance, numa linguagem bem do interior do Rio Grande do Sul, como o dia a dia numa estância antiga e todos os problemas vividos no campo, falando do amor, da saudade, mas fala também de lidas, marcação, carreiradas, banhos de sanga - Quem quiser adquirir esse livro pode comprar direto da Editora em São Paulo, leva uns diazinhos para chegar, mas chega.

Deixo aqui aqui o link para compra

        QUEM JA ADEQUIRIU!

Agora, durante a pandemia e a minha mudança para São Francisco de Assis, por motivo familiar e após 30 anos longe, me isolei por um tempo num apartamento e comecei a escrever PELAS AGRURAS DO TEMPO - Um Drama, romance e poesia - de um Poeta com idade avançada, num quarto de asilo, remembrando sua vida e contando através da poesia. Tem muitas letras de musicas ja gravadas e poemas inéditos e não inéditos - que també pode ser adquirido direto pela Editora

Deixo aqui o link da compra

 COMENTÁRIOS DE UMA LEITORA ESPECIAL!

Quem quiser adquirir eu ficaria muito feliz de saber para agradecer pessoalmente e saber o que acharam desses dois livros.
 
Entre nos links e confira. Certamente é bem menos do que tu imaginas e pode ter na tua estante de livros esses modestos, mas feito com muito carinho para vocês!

Obrigado.




PRENDADO DO RIO GRANDE DO SUL


Aconteceu nesse final de Semana em Rio Grande a escolha do novo prendado do Rio Grande do Sul e é de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, a 1ª Prenda do Estado, ANNA JÚLIA DOS SANTOS FRAGA. 
Confira os resultados:
 MIRIM
3ª PRENDA  - NADINE MACHADO BARBOSA SÃO GABRIEL/18ªRT CTG CAIBOATÉ
2ª PRENDA - GIOVANA ARRUDA RODRIGUES SANTA MARIA/13ªRT DTCE MARCAS DO PAMPA
1ª PRENDA - KELLI LARISSA PLETSCH TRÊS PASSOS/20ªRT CTG MISSIONEIRO DOS PAMPAS

JUVENIL
3ª PRENDA  - EVA SOFIA DIAS DA SILVA SANTO ÂNGELO/3ªRT CTG VINTE DE SETEMBRO
2ª PRENDA - ISADORA BIESEK CASTELLANI BENTO GONÇALVES/11ªRT CTG HERDEIROS DA BOMBACHA
1ª PRENDA - LAURA SCHWEIGERT BRASEIRO TRÊS PASSOS/20ªRT CTG MISSIONEIRO DOS PAMPAS

ADULTA
3ª PRENDA - TASSYA PEREIRA MARASCIULO RIO GRANDE/6ªRT CCN SENTINELA DO RIO GRANDE
2ª PRENDA - CRISTINA KUNZLER DIEMER TRÊS PASSOS/20ªRT CTG MISSIONEIRO DOS PAMPAS
1ª PRENDA  - ANNA JÚLIA DOS SANTOS FRAGA PORTO ALEGRE/1ªRT "35" CTG


sábado, 20 de maio de 2023

Sepé Tiaraju - Lider guarani


Sepé Tiaraju é um dos muitos heróis indígenas que não são reconhecidos nos livros de História do Brasil. Sepé Tiaraju foi um guerreiro indígena, considerado santo popular e declarado “herói guarani missioneiro rio-grandense” por lei. Chefe indígena dos Sete Povos das Missões, liderou uma rebelião contra o Tratado de Madri.

Um dos principais episódios da vida de Sepé Tiaraju é a chamada Guerra Guaranítica, na qual Sepé liderou índios guaranis na resistência contra a desocupação dos Sete Povos das Missões que os espanhóis pretendiam. A Guerra Guaranítica durou de 1753 a 1756, ano da morte de Sepé Tiaraju.

Sepé foi criado como líder e treinado pelos guerreiros Guaranis, entretanto, o advento das Missões Jesuíticas, que incluíam a região de São Gabriel (RS), onde vivia Sepé, introduziram novas configurações de forma abrupta às comunidades indígenas e gerou insatisfação das aldeias. As missões se encarregavam de implementar nas aldeias Guaranis casas coletivas, centros administrativos hispânicos, expulsão de pajés (que eram substituídos por líderes jesuítas) e o estudo religioso com fim de conversão. Além disso, alteravam a divisão das propriedades e dos trabalhos entre os indígenas.

Em 1750, foi estabelecido o Tratado de Madri entre portugueses e espanhóis. O tratado determinou que Portugal iria ceder a região da Colônia do Sacramento, hoje Uruguai, à Espanha, em troca da cessão do território dos Sete Povos das Missões. A tentativa de desocupação implicava que cerca de 50 mil indígenas fossem expulsos de suas propriedades e deslocados para outro território espanhol. Os indígenas não aceitaram a proposta e tiveram o apoio de padres jesuítas da Companhia de Jesus. A região era rica em gado e foi disputada com armas. Espanhóis e portugueses se juntaram na luta contra os índios Guaranis.

Em 07 de fevereiro de 1756, o episódio da Batalha de Caiboaté ficou conhecido como uma das piores derrotas dos índios, com 1500 mortos. Entre os mortos estava Sepé Tiaraju. Nesta batalha, Sepé disse uma frase que é hoje reconhecida historicamente e atribuída a sua figura: “Esta terra tem dono.”

A história de Sepé Tiaraju tornou-se tema literário. Entre as obras do tipo é considerada a mais importante ‘Romance dos Sete Povos das Missões’, de 1975, de Alcy Cheuiche, que retrata a vida do guerreiro indígena brasileiro.


O que é Crotalária? - com MICHELE e DIEGO


Fiz esse post, um tanto fora do projeto do grupo que é mais cultura musical poética e histórica, mas não posso deixar de falar desses duas pessoas da fotos, ambos acho que posso chamá-los de amigos, apesar do pouco tempo de conhecimento, mas sei do tamanho desses dois corações e o que eles tem feito pela cultura do Rio Grande do Sul e, agora, com esse projeto lindo nas escolas, me refiro ao DIEGO e a MICHELE LIMA, esse casal, proprietários do Mercado Super Lima de São Francisco de Assis, minha terra. Conheci a Michele e o Diego no pouco tempo que residi em São Chico, mas apesar de serem poucas vezes, acho que não passou de 3 ou 4, mas já foi o suficiente para ver o que carregam de amor, verdade e conhecimento, além é claro de um coração enorme e, hoje, estou, mesmo ao longe, acompanhando o belo projeto e a preocupação com a dengue, levando esse trabalho de conscientização às escolas do município e doando sementes de Crotalária e falando dessa leguminosa para as crianças.

MAS PORQUE CROTALÁRIA?
Imagine ter uma espécie de leguminosa capaz de fornecer adubação verde e ainda combater nematóides em diferentes tipos de culturas? A crotalária tem esses atributos.
A planta tem sido bastante utilizada por produtores pelo Brasil devido à sua alta adaptabilidade ao ambiente e também pelos seus benefícios.
São dezenas de espécies que fazem parte do gênero. Neste artigo, vamos conhecer algumas das principais presentes no país. Mas antes, vamos entender mais sobre a origem da crotalária, seu plantio e muito mais. Continue a leitura!

O QUE É CROTALÁRIA?
A crotalária é uma leguminosa de rápido crescimento, pertencente à família Fabaceae, e que possui centenas de espécies.
O nome da planta vem do grego krotalon, que significa chocalho, fazendo jus ao som reproduzido por ela quando está na sua fase de vagens secas. Sua origem é indiana, mas com o passar do tempo ela se espalhou por outros continentes, especialmente pelas regiões tropicais.
Além disso, a crotalária tem bastante aderência a solos arenosos ou coberto de cascalhos, sendo tolerante à seca, doenças e vírus. Devido a essas características, elas costumam ocorrer naturalmente em beiras de estradas pelo Brasil.
As crotalárias são plantas tipicamente herbáceas anuais, eretas e de crescimento acelerado. No entanto, existem também exemplares de espécies arbustivas. Suas flores são amarelas, com algumas estriadas vermelhas que ficam dispostas em racemos vistosos.
Sobre o rendimento, ela pode chegar a produzir 14 toneladas por hectare de matéria seca e cerca de 500 a 900 kg de fibra. Além das fibras, a crotalária produz celulose de alta qualidade, o que é bastante útil para a indústria do papel e outros fins.

PANTIO DA CROTALÁRIA
O plantio da crotalária pode ser feito no período da primavera, mais especificamente entre os meses de outubro e novembro, variando conforme a espécie O preparo do solo pode ser o mesmo utilizado para o cultivo da cana-de-açúcar.
Geralmente, há opções de cultivo em linha ou a lanço, depende da escolha do produtor e também da avaliação das condições do local onde elas serão instaladas.
No entanto, cabe lembrar que cada espécie se comporta de uma maneira.
A Crotalaria spectabilis, por exemplo, pode ser cultivada de outubro a março, se estendendo até o mês de abril, dependendo das condições climáticas. Dada a sensibilidade elevada das espécies ao fotoperíodo, as plantas ficam mais baixas, ajudando assim na produção e também na colheita de sementes.

Combatendo nematóides com crotalária

O cultivo de crotalárias na agricultura tem diversas utilidades, o que faz dela uma boa opção para os produtores em diferentes momentos da lavoura. A começar pelo combate aos nematóides.
Existem diferentes espécies de nematóides na natureza, sendo que a maioria deles que estão presentes no solo, não parasitam o solo, sendo até benéficos ao cultivo, preservando a microbiologia do local.
No entanto, os fitoparasitas são uma exceção e podem causar problemas. No Brasil, por exemplo, os mais comuns são: os nematóides do cisto, de galhas e de lesões radiculares. Eles se alimentam das raízes das plantas, removendo o conteúdo celular, o que impede a absorção de água e nutrientes.
A Crotalaria spectabilis é considerada a mais eficiente na redução desses nematóides. Ela tem uma excelente fixação biológica de nitrogênio atmosférico e também é uma grande produtora de massa verde, ajudando no combate aos problemas causados por eles.
Além disso, tem uma abundante quantidade de proteína, o que também auxilia na eliminação de determinadas espécies dos patógenos.
Outras utilizações da crotalária
O mais indicado é usar a crotalária na entressafra, apesar de algumas espécies poderem ser cultivadas junto de culturas perenes.
Dado o contexto de que uma das suas principais funções é o combate aos nematóides, o plantio direto da espécie contribui de maneira gigantesca no controle deles.
Mas é muito importante saber qual o tipo de nematóide presente para escolher a espécie de crotalária correta, a fim de evitar problemas e ter resultados mais efetivos. Temos um post completo sobre como fazer amostragem de nematóides para você ler depois. Como foi destacado, há uma série de benefícios nesse manejo.

Recuperação do solo
A Crotalaria ochroleuca é uma espécie de suma importância na recuperação de solos inférteis e degradados. Quando usada após o cultivo da soja evita que uma infestação de nematoides aconteça.
O uso da planta é indicado, pois ela tem uma excelente capacidade de fixar o nitrogênio atmosférico e produção de massa verde, como já foi dito. Mas não é só isso, a espécie produz uma ótima opção de adubo verde, especialmente quando se trata de hortaliças, algodão, cana-de-açúcar e outros grãos. A espécie também conta com raízes capazes de romper com camadas adensadas do solo, o que a torna resistente ao estresse hídrico.

Controle de plantas daninhas

A espécie Crotalaria breviflora é indicada para ser implementada junto de culturas chamadas de perenes, como é o caso do café, que tem um porte relativamente baixo e não trepador.
Ela não é só má hospedeira de de nematóides, mas também auxilia no controle de plantas daninhas no geral, inclusive nas áreas em que ocorrem as infestações mistas.

Produtividade das lavouras

A Crotalaria juncea é bastante conhecida por ser uma agente importante no combate ao Aedes aegypti, o mosquito da dengue. Isso acontece, pois ela é capaz de atrair libélulas que são predadoras naturais dos insetos.
No entanto, não é só nesse sentido que a espécie é útil. Ela também é uma grande aliada nos sistemas de produção, seja ao favorecer a matéria orgânica do solo ou a microbiota do mesmo.
Seu uso é especialmente recomendado para aqueles momentos nos quais há uma grande necessidade de produção de biomassa em curto espaço de tempo, entre 3 e 4 meses. Ao ser utilizada como adubação verde, ela reduz a necessidade de aplicação de fertilizantes no solo.
De maneira geral, a crotalária traz bons resultados financeiros para os produtores que apostam nela, especialmente pela sua contribuição no desenvolvimento de lavouras e no combate aos nematóides. Cabe ainda lembrar, que ela é uma importante aliada na recuperação de solos, melhorando as condições do mesmo.

E você, já conhecia mais sobre essa planta? 
Esperamos que este artigo tenha ajudado a obter as informações necessárias sobre o assunto.