Os Minuanos, também chamados guenoas ou guenoas-minuanos, eram índios pampeanos habitantes do sudeste do Rio Grande do Sul, bem como do nordeste Argentino (Entre Rios) e noroeste Uruguaio. Possui parentesco direto com outros grupos que juntos compõe uma macro etnia Charrua. Os Minuanos são considerados como sendo os ‘Charruas setentrionais’.
Os minuanos têm uma longa história, calcula-se que seus ancestrais datam de 12 mil anos atrás, eles sabiam tirar tudo do pampa, desde: comida, caça e abrigo. Aproveitavam encostas de rios, lagos e banhados”, diz o historiador Luiz Carlos Tau Golin.
Houve durante muito tempo a associação de que os charruas e minuanos seriam o mesmo povo, o fato é que os dois povos possuem semelhanças em suas culturas e localidade mas são povos distintos, eram localizados no bioma pampa, mas não fixos na região, pois eram povos seminômades.
Um de seus lugares sagrados dos minuanos é o morro Ibití, próximo ao rio Arapey, e um de seus cemitérios fica no morro Yauguá, província de Rio Negro, ambos no Uruguai. Seu nome “Minuano” nomeou o vento forte vindo do sudoeste, frio e cortante, que sopra no Rio Grande do Sul, depois das chuvas de inverno.
Na época da chegada dos colonizadores espanhóis à região da Bacia do Rio da Prata, inicialmente receberam separadamente o nome de “Minuanos” na Argentina e de “Guenoas” no Rio Grande do Sul, pelos Jesuitas e antigos cronistas espanhóis e portugueses.
O estabelecimento de assentamentos espanhóis na costa do Rio da Prata levou ao deslocamento dos Charruas para o norte, espalhando-os do sudeste platino-oriental (entende-se o termo oriental tudo o que fica ao leste do rio Paraná na Argentina. Ou seja toda a bacia do rio da prata que abarca o Uruguai e o Rio Grande do Sul diz que é oriental. Dai também derivou o nome Banda Oriental ou Província oriental) em direção ao leste até o oceano Atlântico. Existem vestígios minuanos como toldos e cerritos em toda metade sul oriental.
O fundador de Santa Fé e Buenos Aires, Juan de Garay, foi morto em combate com os minuanos em 1583. Após isso os jesuítas tentaram formar a redução de Jesús María ao longo do rio Ibicuy para integrar os minuanos como parte da hispanidade , mas não tiveram sucesso. Os poucos que foram agrupados pelos jesuítas, aderiram à redução de San Borja. Porém, em 1702 ocorreu a Batalha de Yí na Banda Oriental, na qual 2.000 missionários Guaranis e espanhóis mataram 300 Minuanos, Charruas e Yaros (da etnia charrua), capturando outros 500. O que fez com que em 1730, os minuanos aliarem-se a outras etnias charruas, surgindo aí, referências a ambas as denominações como um mesmo grupo. Já nas guerras contra os missioneiros espanhóis e guaranis, aliaram-se aos portugueses. O reforço da unidade com outros grupos da macro etnia Charrua durante as últimas etapas da colonização conformou uma maior unidade étnica entre todos simplesmente como “Charruas”, o que contribuiu para a confusão entre os termos “Charrua-chaná”, “Minuanos” e “Guenoas”.
Em duas campanhas em 1749 e 1750, o vice-governador da cidade de Santa Fé, Francisco Antonio de Vera y Mujica, realizou uma expedição contra os indígenas de Entre Rios. Na segunda campanha, os Minuanos enfrentaram o comandante Frutos no Cerro de la Matanza, hoje cidade de Vitória. Após essas expedições, os minuanos, charruas e outros povos praticamente desapareceram da província de Entre Rios, muitos deles sendo transferidos para Santa Fé formando uma redução em Cayastá. Ao mesmo tempo, em 1751, o governador de Montevidéu, José Joaquín de Viana, atacou charruas e minuanos matando cerca de 120 deles. Mais tarde aliaram-se e lutaram nas brigadas republicanas de José Gervasio Artigas.
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