MINHAS ORIGENS


Assim começa a História do Casal ROSA, ou seja meus tataravós, que eu nem ao menos sei como eles se chamavam.
Esta história esta no livro IDOLOS RIO-GRANDENSES – Volume I
De Antonio Augusto Fagundes.

ASSIM FOI SUA HISTORIA: 
O casal ROSA morava em Caçapava do Sul e só tinham uma filha, moça feita, que se chamava FELISBINA. Num certo dia, ninguém sabe de onde veio Manoel Pedroso da Silveira. Era do tipo indiático, retaco de corpo, forte e campeiro, de poucas falas. Conta-se que um dia ele apareceu na estância , dizendo vir da Guerra do Paraguai. Ficou na estância trabalhando de peão e , em pouco tempo passou a capataz e homem de confiança do velho Rosa , mas terminou se apaixonando pela filha do patrão, no que, aliás, foi plenamente correspondido. O velho Rosa sabendo, disse a filha que aquele índio estranho sem eira nem beira, não estava apaixonado por ela e sim por sua herança. Maneco sabendo, declarou à amada: ¨Não, não estou apaixonado pela tua herança. E vou provar isto a todos. Na mesma noite roubou a moça, passou por Caçapava e casou direitinho e se tocou para o Uruguai com a mulher. Lá quando nasceu o primeiro filho, Felisbina escreveu á mãe, participando-lhe a chegada do neto. A velha estancieira respondeu que o marido estava disposto a esquecer o agravo e que eles podiam voltar. Felisbina mostrou a carta ao Índio Maneco, mas este, emburrado, disse: Eu não volto. Disse e repito que queria tu e não a estância do teu pai. E não voltou mesmo. Mais tarde morreu o velho Rosa e a viúva tornou a chamar a filha e o genro para Caçapava. Nova recusa de Maneco. Quando finalmente a própria velha morreu, Felisbina foi chamada para assumir a estância dos pais, e pela última vez Maneco disse não. A herança foi finalmente declarada jacente e o governo tomou conta de tudo. Quer dizer, Maneco provou realmente que não estava interessado na herança da namorada. Perdeu uma fortuna, mas provou... Assim, parece que a lendária teimosia da família, até hoje, tem uma boa fonte, nesse Manoel Pedroso da Silveira. 

MANOEL PEDROSO DA SILVEIRA - (Vulgo) Maneco , talvez este não fosse seu verdadeiro nome,mas o nome do cidadão brasileiro ,a quem ele chamava de “padrinho”,que o “ adotou”depois da guerra do Paraguai. Daí, talvez, venha a explicação para o português de Maneco, ser tão bom como o seu espanhol .Era alfabetizado,raridade na época. Imagina-se ser paraguaio de nascimento, porque muito mais tarde, quando seus descendentes pleitearam junto ao Ministério da Guerra do Brasil pensão de veterano da Guerra do Paraguai,sabendo que ele havia lutado nessa guerra, veio a resposta: Maneco era veterano...Só que havia lutado contra o Brasil. E,como ele mesmo se declarava “Um índio de chaco”. 

FELISBINA ROSA DA SILVEIRA 
Não era uma mulher propriamente bonita, mas tinha o seu encanto. Alta, clara, o rosto meio arredondado, Felisbina tinha os olhos negros e sérios e o cabelo ondulado e longo, repartido ao meio e puxado para traz em trança, que se prendia num coque. Era uma mulher determinada, que não falava á toa. 
MANECO e FELISBINA ganharam alguns filhos no Uruguai e o restante no Brasil, para onde se mudaram depois de algum tempo, após o falecimento dos casal Rosa, pais de Felisbina, fixando-se entre Alegrete e Quarai, na Boa Vista. Com o passar do tempo Maneco tornou-se pequeno proprietário (camponês), engordou e passou a beber muito. Tiveram ao todo nove (9) filhos, sendo a seguinte prole: 

1-) Manoel Francisco de Assis da Rosa Silveira, nascido no Uruguai. Sempre se considerou castelhano. Casou e foi pai de dois filhos. Morreu em combate durante uma revolução nacionalista do Uruguai, comandada por Aparício Saraiva (1897 / 1904 ) 

2-) Florência da Rosa Silveira, ao que tudo indica, também nascida no Uruguai. Mais tarde, no Brasil, casou-se no Touro-Passo, viuvou e casou novamente. Morreu de parto. 

3-) Manoel Segundo da Silveira, provavelmente nascido também no Uruguai. Cresceu no Brasil, trabalhando em lidas campeiras. Casou, viuvou e morreu, deixando uma filha, Felisbina que repetia o nome da avó. Esta Felisbina, por sua vez casou, e teve dois filhos e morreu em 1976, no hospital de Alegrete. 

4-) Flora da Rosa Silveira, nascida no Uruguai , criada entre Boa Vista, no município de A legrete e o Touro Passo em Uruguaiana. Flora veio morrer aos 53 anos de idade. Esta, mãe de Florentina que nasceu em 17 de julho de 1902 , na estância do Coqueiro no Pai-Passo, município de Alegrete, mais conhecida por Mocita , (mãe de Nico Fagundes) 

5- ) Froilana da Rosa Silveira, nascida no Brasil, casou com Félix Biscuby, o qual veio da França ( país Basco) , diz-se com 8 anos de idade , passou a infância no Uruguai , onde casou com sua primeira mulher e teve seis filhos . Mais tarde quando veio para o Brasil casou-se com Froilana ( minha avó materna ) e tiveram 4 filhos .Descreverei mais adiante todos . 

6-) Manoel Domingos da Silveira, o Tio Mingote, homem feito, desentendeu-se com o pai, viajou para o Uruguai e nunca mais voltou, nem ao menos para receber a pequena herança a que tinha direito quando os pais morreram. Nem nunca se soube dele. Quer dizer: Repetiu a teimosia paterna... 

7-) Manoel Fulgêncio da Rosa Silveira, casou-se com uma moça chamada Alexandrina Moraes. O casal morreu em Alegrete sem filhos. 

8-) Manoel Georgino da Silveira ( Tio Maneco ), foi o penúltimo filho do casa Maneco/Felisbina. Era por sua vez chamado Tio Maneco, casou com uma viúva chamada Alzira Peres e não tiveram filhos. Sempre viveu na Boa Vista e la morreu. 

9-) Fermiana da Rosa Silveira, último rebento do casal. Casou-se teve vários filhos e morreu em Alegrete. 

O casal Maneco e Felisbina mais tarde, após ter casado a última filha, se separaram devido ele ter se tornado um ébrio contumaz e criar problemas para a família. Conta-se que certa feita, durante uma seca muito grande que assolou e devastou a fronteira-oeste, Maneco Pedroso tomou uma borracheira e saiu a pé para o campo. Bêbado como estava, caiu numa “cova de touro” onde ficou dormindo. Então choveu! Desabou uma chuvarada tão incrível como inesperada, inundando os campos. Preocupada com o destino do marido, que estaria vagando bêbado pela estância , Felisbina pegou um filho e saiu para a chuva, a fim de procurá-lo. Encontrou-o quase se afogando, ainda deitado na “cova de touro” que se enchia rapidamente. A pobre mulher, com a ajuda do filho mais velho Manoel Francisco de Assis da Rosa Silveira, pegou um pé do marido e puxou-o para fora da cova. Acordado tão abruptamente Maneco Pedroso embrabeceu : puxando da faca que todo o gaúcho traz costumeiramente à cintura cortou de um talho a longa trança em que Felisbina prendia e amarrava os cabelos! Enfurecida, Felisbina jurou para si mesma que assim que casasse a última filha deixaria o marido, indo viver sozinha . Dito e feito : anos mais tarde, casada a última filha do casal, Felisbina se separou do Maneco, para sempre. 

Maneco Pedroso, foi morar com a filha chamada Froilana (minha avó materna), em Caraguataí, terceiro distrito de São Francisco de Assis. Morreu de ¨gripe espanhola¨em 1918 e foi enterrado no cemitério da Boa Vista, em São Francisco de Assis Assis). 
Felisbina foi morar com uma filha que tinha o seu nome, Felisbina , casada com Inocêncio de Souza, no distrito de Vasco Alves, município de Alegrete. Lá morreu em 1920. 
Aqui, encerra-se o pouco que consegui descobrir sobre meus Bisavós Manoel Pedroso da Silveira e Felisbina Rosa da Silveira. Esta autobiografia foi baseada no livro “Idolos Rio-grandense”- Vol. I de Antonio Augusto Fagundes. 

Dando sequencia a minha genealogia materna, muita coisa que irei descrever sobre meus avós, foi retirado de certidão de óbito ou de nascimento de algum de meus tios, ou até mesmo perguntando para alguns primos. Portanto, sobrenomes e alguns dados vou descrevê-los como estão escritos nos documentos. 

Minha avó materna se chamava Froilana da Roza Silveira, ao casar com Félix Cassanaba Biscuby, herdou este sobrenome do qual nos orgulhamos muito, talvez por ser diferente. 
Diziam os irmãos mais velhos que a conheceram, que ela era uma mulher de aparência frágil, tipo indiático, morena e de cabelos lisos, sempre presos. Como todas as mulheres gaúchas viúvas, vestia-se de preto da cabeça aos pés, sempre. Na velhice viveu em Alegrete com sua filha Margarida e seu filho de criação Eurico. Ela faleceu em 1965 de “ Mal de Alzaimer”, (antigamente chamava-se de caduquice). 

O vovô Félix nasceu em 1850, era filho de Pedro Biscuby e Mariana Cassanobe Arioburg Biscuby , ambos nascidos na França , de onde meu avô veio aos oito anos de idade para o Estado Oriental do Uruguai. Lá passou sua infância casando mais tarde com a falecida Carolina Machado Biscuby. Ele faleceu em 25.06.1936. Foi enterrado no terceiro distrito de São Francisco de Assis – RS onde residia com a 2ª mulher e todos os seus filhos. Acredito eu que talvez seu sobrenome fosse escrito com a letra ( V ), uma vez que em espanhol ao letra (B), lê-se (V). 

O casal Félix e Carolina tiveram seis filhos aos quais sempre nos orgulhamos de tê-los como tios e os respeitamos muito. São os seguintes: 
Ramão Cassanobe Biscuby, teve por sua vez quatro filhos homens: Félix ( Lilo ), Hermes, Celito e uma mulher chamada Alice, estes todos já são morto. Mas temos o nosso primo Jorge Biscuby que está vivinho, Graças a Deus, pois o amamos muito , ele é uma pessoa muito especial para toda nossa família. Ele com a esposa Delfina e os filhos, Moacir, Roselaine e Rosecler ( Kety ), residem em Manoel Viana. Ele completou no dia 25 de setembro de 2010, 85 anos de idade, para a alegria de todos nós. 

João Cassanobe Biscuby, que também morava em Manoel Viana ,teve muitos filhos, que se não me falha a memória, são os seguintes: Catarina, Félix, Joaninha ( mais conhecida por maninha Doca ). 

Tia Zeferina, foi casada com Pedro Pinheiro e como os outros morava em Manoel Viana. O casal não teve filhos, mas criaram uma menina que se chamava Maurìlia que a chamávamos carinhosamente de Pepita. Esta casou com o senhor Miguel e tiveram 14 filhos que até os dias de hoje convivemos com alguns deles, pois moram aqui perto, em Viamão. 

Tia Maria. Casada com João Marques (vulgo Tio Gula), teve cinco filhos e moravam em Manoel Viana. Os filhos do casal são: João, Arlindo, Venina, Carolina e Vilson, (único que ainda vive). 

Tia Mariana Biscuby Biscaino casada com Ercindo Biscaino, Tendo os seguintes filhos: Ivo, Otacílio, Valmoré, Valdir e Walter. 

Tia Sara, a última filha do primeiro casamento, esta, quando meu avô veio para o Brasil ela era pequenina, acredito que a primeira esposa dele havia morrido após o parto, então quem a criou foi uma tia dela que morava no Uruguai . Quando vovô Félix casou com minha avó Froilana, mandou o tio Ramão buscá-la no Estado Oriental do Uruguai, como diziam os mais velhos . Esta ficou morando com Vovó Froilana até se casar com Elpidio Marques e morar em Manoel Viana. Tiveram três filhos homens, Oneron , Valteron e ... que ainda residem em Manoel Viana. 

FILHOS DO SEGUNDO CASAMENTO: 
Margarida Silveira Biscuby – teve um filho , chamado Renê Félix Biscuby, por sinal muito bem criado, educado e boa gente como dizem os jovens, trabalhador, bom filho, esposo e pai, reside ainda em Alegrete onde nasceu e se criou. Casou e tem muitos filhos. Tia Margarida nasceu no dia 13 de abril de mil novecentos e oito no distrito de Quaraí. Faleceu em Alegrete, onde morava com o filho, nora e netos. 

Félix Biscuby Filho (este tinha muito orgulho de ser chamado de castelhano) – nascido em 1910, residia em Manoel Viana onde teve os filhos, viuvou e também morreu e foi enterrado naquela cidade. 

Rosalino Biscuby – Que morreu criança “diz-se dos intestinos”. 

Serafina Biscuby Costa - Nascida em 27 de dezembro de 1911. Casada com Alcides Costa , moraram muitos anos em São Francisco de Assis e tiveram os seguintes filhos: 
Maria, Félix , Marina, Marivone, Elma, Elza, Ivon e Alexandre. O casal veio residir em Esteio há muitos anos atrás onde faleceram e foram enterrados. 

A última filha do casal Félix e Froilana foi Felisbina da Silveira Biscuby, (Tia Bina), foi casada com Clodomiro Nunes (Miloca), moraram muitos anos em Itaqui e Santiago. No final de existência foram morar em Porto Alegre onde faleceram e estão sepultados 

O casal também criou um filho adotivo que se chamava Eurico ( ICO), que morreu jovem e solteiro na cidade de Alegrete. 

Vó Froilana era uma mulher pequenina, de aparência frágil, morena e de cabelos lisos, sempre presos. Como todas as mulheres gaúchas viúvas, vestia-se de preto da cabeça as pés, sempre. Na velhice dependia da filha Margarida e de um filho de criação chamado Eurico. “ICO”

Fonte: Ivon Buscuby Costa (Meu tio)

1 comentário:

Anónimo disse...

Gracias .graciela lasa biscouby

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