segunda-feira, 31 de outubro de 2016

TERTÚLIA DA POESIA e 1ª TERTULIA PIÁ

Tudo pronto a 3ª TERTÚLIA DA POESIA e 1ª TERTULIA PIÁ já esta sendo um sucesso, a procura de ingressos e nos mostra que teremos casa lotada, a programação está de encher os olhos. 
ABERTURA com 4 poemas sensacionais de jovens declamadores, que trazem na essência o verso, a poesia. Que são eles:
1) Ana Julia Camera
2) Luiza Barbosa Dias
3) Rodrigo Machado Silveira Junior
4) Victor Renato Von Dentz

APÓS: 11 belos poemas numa escolha difícil com grandes declamadores deste estado, além de amadrinhadores premiados pelos palcos festivaleiros. Nessa ordem.
1) De Origem, Rumo e Destino
2) Diálogo de Vida e Morte
3) Milonga em Silêncio Para Estes Dias de Hoje
4) O Retorno e o Princípio
5) Paixão e Pedra
6) Palavra
7) Prefácio em 3 Sonetos
8) Raiz
9) Reflexões
10) Se For Falar de Saudade
11) Sinal da Cruz

ENCERRAMENTO Show de Jean Kirchof e os Compadres, um dos maiores vencedores de festivais com centenas de músicas, muitas delas premiadas estará mostrando a sua arte no Theatro Treze de Maio em Santa Maria.
Logo após a premiação e confraternização com todos os amigos presente.

Observem para os horários de passagem de som e do início das apresentações. O Theatro tem um horário rigoroso e o evento começa pontualmente as 18 horas desse dia 05 de Novembro.
Esperamos todos. Quem ainda não pegou ou não reservou seu ingresso, não deixem para a última hora.

OS INGRESSOS SÃO GRATUITOS, LIMITADOS E NUMERADOS e estarão disponíveis a partir da próxima TERÇA-FEIRA, 01/11, no THEATRO TREZE DE MAIO, na SECRETARIA DE CULTURA ou com os organizadores, Carlinhos LimaFabricio Vargas e Paulo Ricardo Costa, .
Não vá perder a oportunidade de fazer parte da história da Poesia Crioula contemporânea!

domingo, 23 de outubro de 2016

NOEL GUARANY


Noel Fabrício da Silva, de nome artístico Noel Guarany, nasceu em 26-12-1941, nesta terra missioneira. 
Filho de João Maria Fabrício da Silva e de Antonina Borges do Canto.
Neto de Bazilio Fabrício da Silva e de Ernestina Antunes da Silva e de Ozório Borges do Canto e Clemência Gonçalves do Canto.
Uniu-se em matrimônio com Neidi Fabrício da Silva.
Pai de Andrea Jara de Castilhos, Lia Antonina Fabrício da Silva, Linda Guacira Fabrício da Silva e Laura Jacira Fabrício da Silva.
Aprendeu, na adolescência e de maneira autodidata, o idioma guarani e soube compor, tocar e cantar.
Na década de 1960, esteve em vários países latino-americanos, onde adquiriu ensinamentos que ajudaram na base da sua obra.
No final da década, apresentou alguns programas radiofônicos nas rádios de Cerro Largo e São Luiz Gonzaga, bem como nas rádios Gaúcha e Guaíba, de Porto Alegre - RS.
Em 1970, lançou em conjunto com Cenair Maicá um compacto simples.
Em 1971, gravou o LP Legendas Missioneiras, que traz, entre outras, parcerias com Jayme Caetano Braun, Glênio Fagundes e Aureliano de Figueiredo Pinto. 
Em 1973, sai o LP Destino Missioneiro, bem como traz composições próprias e de Barbosa Lessa e uma parceria com Aparício Silva Rillo. 
Seu próximo LP é Sem Fronteiras, lançado em 1975, com músicas que acabaram se tornando clássicos do cancioneiro gaúcho, temas missioneiros recolhidos e adaptados por Noel Guarany, entre outras.
No ano de 1976, gravou em parceria com Jayme Caetano Braun, de maneira independente, o LP Payador, Pampa, Guitarra. Gravado parte na Argentina e parte em São Paulo.
Em 1977, relançou o LP Legendas Missioneiras, de 1971, com o título de Canto da Fronteira.
Em 1978 sai o LP Noel Guarany Canta Aureliano de Figueiredo Pinto.
Em 1979, o novo disco chama-se De Pulperias que, dentre outras, conta com músicas de Mario Millan Medina, Anibal Sampayo e Atahualpa Yupanqui.
Em 1980, sai Alma, Garra e Melodia. Neste mesmo ano ocorre o show no Cinema Glória, na cidade de Santa Maria, que mais tarde, em 2003, viria a se tornar o disco Destino Missioneiro - Show Inédito.
Em 1982, é lançado o LP Para o Que Olha Sem Ver, contando com a participação de Atahualpa Yupanqui e quatro composições de João Sampaio, além de outras de inspiração folclórica. Neste ano, Noel Guarany já apresenta os primeiros sintomas da doença começando a afastar-se dos palcos. 
Em 1985, retira-se definitivamente dos palcos, em cumprimento ao prometido na carta de 1983.
No ano de 1988, em conjunto com Jorge Guedes e João Máximo, lança o disco A Volta do Missioneiro com obra de Amauri Beltrão de Castro dentre outras.
Até o seu falecimento foi ficando cada vez mais debilitado por uma doença degenerativa no cérebro, permaneceu recolhido em seu sítio na localidade de Vila Santos, no município de Santa Maria - RS.
Faleceu no dia 06-10-1998, na Casa de Saúde de Santa Maria, tendo sido sepultado em Bossoroca.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

ACADEMIA GAUCHESCA DE LETRAS E POR QUE NÃO?


Há muito tempo venho matutando uma coisa. Porque nunca se pensou em fazer, aqui pela província, pago fértil em vates, poetas e escritores terrunhos, uma Academia, aos moldes franceses, mas identificada com a nossa cultura? Seria a ACADEMIA GAUCHESCA DE LETRAS. Sei que alguns irão dizer: Mas já não temos a Academia Riogandense de Letras? Ao que eu respondo: Sim, mas quantos de nossos imortais gaúchos tem sua temática direcionada para a cultura sulina? Quantos são versejadores identificados com os costumes nativos? Quantos já, algum dia, vestiram uma bombacha? Apenas dois, de um universo de 32 (temos 8 das 40 cadeiras vagas). Alcy de Vargas Cheuiche e Francisco Pereira Rodrigues. Afora alguns bonitos trabalhos de Luiz Coronel e de Luiz Antônio de Assis Brasil e das críticas contundentes aos farrapos de Moacyr Flores.

Portanto, com o devido respeito e reverência aos nossos Acadêmicos Riograndenses e a linha que seguem, com brilhantismo e competência, porque não se pensar em uma Academia voltada para nosso chão? Com cheiro de querência?

Não confundir com a Estância da Poesia Crioula, da qual faço parte e já fui presidente e que tem como adjetivo o título de Academia Xucra do Rio Grande, mas que não funciona aos moldes de Academia. 

Vejam uma lista de Patronos de cada cadeira da imaginária ACADEMIA GAUCHESCA DE LETRAS, elaborada, como sugestão, por este gaudério, e que pode ser alterada com a ajuda de outros que tenham o mesmo sonho. A ocupação das cadeiras se daria por poetas que tenham em seus trabalhos a visão telúrica da história e dos costumes mais crioulos do Rio Grande.

PATRONOS DA SONHADA ACADEMIA GAUCHESCA DE LETRAS

01 – Simões Lopes Netto
02 – João Cezimbra Jacques
03 – José Hilário Retamozzo
04 – Erico Veríssimo
05 – Mozart Pereira Soares
06 – Jayme Caetano Braun
07 – Vargas Neto
08 – Aureliano de Figueiredo Pinto
09 – Zeno Cardoso Nunes
10 – Rui Cardoso Nunes
11 – Bernardo Taveira Junior
12 – Hugo Ramirez
13 – Guilherme Schultz Filho
14 - Peri de Castro
15 – Lauro Rodrigues
16 – Glaucus Saraiva
17 – Dimas Costa
18 – Luiz Menezes
19 – Padre Pedro Luiz Botari
20 – Helio Moro Mariante
21 - Antônio Augusto Ferreira
22 – Apparicio Silva Rillo
23 – Balbino Marques da Rocha
24 – Cyro Gavião
25 – João da Cunha Vargas
26 – Ramiro Barcellos
27 - Nitheroy Ribeiro
28 – Ubirajara Raffo Constant
29 – Juca Ruivo
30 – Appolinário Porto Alegre
31 – Manoelito de Ornellas
32 – Múcio Teixeira
33 – Antônio Augusto Fagundes
34 – Amândio Bicca
35 – Cleber Mércio
36 - Silvio Duncan
37 – Nogueira Leiria
38 – Caldre Fião
39 – Athos Damasceno
40 – Walter Spalding

COMPOSIÇÃO DA ACADEMIA GAUCHESCA DE LETRAS

01 - .............. 
02 - .............

Nota: reunião dia (tal) para composição das cadeiras dos Acadêmicos.

Foto: Chê Zico

Um bela iniciativa do Poeta Léo Ribeiro de Souza e que assino em baixo, só colocaria o título de ACADEMIA XUCRA DE LETRAS para diferenciar da ja existente Academia Riograndense de Letras. Toda matéria retirada do blog http://blogdoleoribeiro.blogspot.com.br/ 

PROGRAMAÇÃO 3ª TERTÚLIA DA POESIA E 1ª TERTÚLIA PIÁ

Dia 05 de Novembro o Palco do Theatro Treze Maio e o Coração do Rio Grande encher-se-ão de poesia, com uma vasta programação, recheada de muita poesia, música e encontro de amigos. Santa Maria, conhecida como a Capital da Cultura, mais uma vez vem provando que vale à pena fazer cultura, e entrega ao Rio Grande do Sul, ao Brasil e ao mundo, uma noite esplendorosa de arte e cultura, onde vozes trarão vida a versos aos sons de guitarras, piano e Lira, num encontro onde quem perde é quem não participa. Nesse ano, a comissão abriu espaço para as crianças e jovens que abrirão esse espetáculo cultural com 4 belos poemas, de Poetas renomados, depois vem mais 11 poesias de encher a alma e para encerramento o show com Jean Kirchof e os Compadres.
Os ingressos serão gratuitos, em numero limitados e poderão serem retirados na Portaria do Theatro Treze de Maio. 
Confira a Promagração:
1ª TERTÚLIA PIÁ (na abertura)
Declamadora: Ana Julia Camera - Marau
Poema: Aqui / Eron Vaz Mattos

Declamadora: Luiza Barbosa Dias - Igrejinha
Poema: A Menina Que Só Queria Crescer / Bianca Bergmam

Declamador: Rodrigo Machado Silveira Junior - Caçapava do Sul
Poema: Chico Facundo / Gonçalves Chaves Calixto

Declamador: Victor Renato Von Dentz - Passo Fundo
Poema: Caravoltas / Colmar Duarte

3ª TERTÚLIA DA POESIA (ordem de apresentação):
Poema: DE ORIGEM, RUMO E DESTINO
Autor: Eron Vaz Mattos
Declamador: Francisco Azambuja dos Santos
Amadrinhador: Lucas Gros (violão)

Poema: DIÁLOGO DE VIDA E MORTE
Autores: Guilherme Suman e Thiago Suman
Declamadores: Guilherme Suman e Priscilla Alves Colchete
Amadrinhador: Kayke Mello (violão)

Poema: MILONGA EM SILÊNCIO PARA ESTES DIAS DE HOJE
Autor: Marcelo Domingues D’Ávila
Declamador: Pedro Junior da Fontoura
Amadrinhador: Pedro Junior da Fontoura (violão)

Poema: O RETORNO E O PRINCÍPIO
Autor: José Luiz Flores Moró
Declamador: Fábio Malcorra
Amadrinhador: Jorge Araujo (violão)

Poema: PAIXÃO E PEDRA
Autor: Carlos Omar Villela Gomes
Declamador: Aline Martins Linhares
Amadrinhador: Geraldo Trindade (violão)

Poema: PALAVRA
Autor: Adriano Alves
Declamador: Liliana Cardoso Duarte
Amadrinhador: Leonardo Pinho (violão)

Poema: PREFÁCIO EM 3 SONETOS
Autor: Delci Oliveira
Declamador: Delci Oliveira
Amadrinhadores: Giuliano Lanes (gaita cromática) e Gisa Lanes (piano)

Poema: RAIZ
Autor: Henrique Fernandes
Declamador: Jair Silveira
Amadrinhador: Clenio Bibiano (violão)

Poema: REFLEXÕES
Autor: Caine Teixeira Garcia
Declamador: Neiton Perufo
Amadrinhador: Zulmar Benitez (violão)

Poema: SE FOR FALAR DE SAUDADE
Autor: Moisés Silveira de Menezes
Declamador: Paulo Ricardo Fuchina dos Santos
Amadrinhadores: Henrique Arboite Torrel de Bail (violão) e Rodrigo Cavalheiro (cítara)

Poema: SINAL DA CRUZ
Autor: Anderson Fonseca
Declamador: Anderson Fonseca
Amadrinhadores: Douglas Diehl Dias (violão) e Douglas Mendes (violino)


Show com Jean Jirchof e os Compadres e posteriormente a Premiação.

Contamos com a presença de todos. 

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Tertúlia Nativista de Santa Maria de 9 a 11 de Dezembro

Na manhã desta sexta-feira, o prefeito José Haidar Farret, junto da secretária de município da Cultura. Marília Chartune Teixeira, e dos coordenadores da Tertúlia, Oristela Alves e Carlinhos Lima, confirmou a realização da XXIV Tertúlia Musical Nativista, da III Tertulinha e III Tertúlia da Poesia. As canções classificadas pela triagem se apresentarão em um belo palco montado no Centro Desportivo Municipal Dr. Miguel Sevi Viero, o popular Farrezão, nos dias 9, 10, e 11 de dezembro. A Tertúlia da Poesia segue com a data previamente anunciada, e acontece no dia 5 de novembro, no Theatro Treze de Maio. Também esteve presente na ocasião o chefe de Gabinete do Prefeito Ony Lacerda.

A entrevista coletiva serviu também para tornar pública a retificação do regulamento da Tertúlia, que teve alterações em valores das premiações e ajuda de custo. “Por razões de economicidade e contenção de gastos, se fez necessário alterar o local e reduzir um pouco a premiação. O local é excelente, muitas das grandes Tertúlias aconteceram no Farrezão. A prefeitura trabalhou com o máximo de empenho para garantir que, mesmo com quase R$ 100 mil a menos no orçamento, a festa não perca o brilho e a qualidade que é de tradição. Vamos ter mais uma Tertúlia inesquecível, podem ter certeza”, disse o prefeito José Haidar Farret.

A secretária Marília Chartune acrescenta que a mudança de local não tira o brilho do evento. “A Tertúlia é importante para os compositores, é mercado para a produção nativista. Achamos melhor encolher o orçamento e trabalhar para que eles tenham essa vitrine, é um evento muito esperado pelo público e pelos músicos. A equipe soube como fazer essa adequação. O Farrezão tem uma ótima estrutura também, é um lugar de fácil acesso a todos. Com certeza teremos uma Tertúlia de qualidade e com segurança”, declarou Marilia.

As inscrições para os três eventos, Tertúlia, Tertúlia Piá e Tertúlia da Poesia, já encerraram. As inscrições para a 3ª Tertúlia da Poesia encerraram no dia 2 de setembro com 221 poemas e 32 para a 1ª Tertúlia Piá, para declamadores de 9 até 14 anos. Já para a Tertúlia são 645 canções que vão passar pela triagem, que acontece de 2 a 4 de novembro. Para assistir aos eventos, a entrada é gratuita e sugere-se a doação de um quilo de alimento não perecível.

Mudanças na premiação
A retificação do regulamento da XXIV Tertúlia Musical Nativista traz também os novos valores de premiações e pagamentos de direitos de arena. Na nova tabela, além do grande prêmio, o Troféu Minuano, o grande vencedor do certame, leva a importância de R$ 7.500,00. O premio para o vencedor da III Tertulinha será de R$ 1000,00 para as duas categorias (Mirim e Juvenil). 

Confira os novos valores da premiação:
XXIV Tertúlia Musical Nativista
As vinte composições classificadas na triagem e devidamente notificadas receberão, a título de premiação, o valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), que serão pagos logo após a passagem de som
• Primeiro Lugar: Troféu Minuano e a importância de R$ 7.500,00 (sete mil e quinhentos reais).
• Segundo Lugar: Troféu Amaury Dalla Porta e a importância de R$ 5.500,00 (cinco mil e quinhentos reais).
• Terceiro Lugar: Troféu Antonio Augusto Ferreira e a importância de R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais).
• Melhor Composição sobre Santa Maria: Troféu Vento Norte e a importância de 6.500,00 (seis mil e quinhentos reais).
• Música mais popular: Troféu Imembuí e a importância de R$ 1.000,00 (um mil reais).
• Melhor Interprete: Troféu Cesar Lindemayer e a importância de R$ 1.000,00 (um mil reais).
• Melhor Letra: Troféu Antonio Carlos Machado e a importância de R$ 1.000,00 (um mil reais).
• Melhor Instrumentista: Troféu Larry Charão e a importância de R$ 1.000,00 (um mil reais).
• Melhor Arranjo: Troféu “Coração do Rio Grande” e a importância de R$ 1.000,00 (um mil reais).

III Tertulinha
As 12 (doze) concorrentes classificadas na triagem e devidamente notificadas receberão a título de premiação o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais).
Categoria Mirim
1º Lugar: Troféu Mara Lima + R$ 1.000,00 (um mil reais).
2º Lugar: Troféu + R$ 800,00 (oitocentos reais).
Categoria Juvenil:
1º Lugar: Troféu Mara Lima + R$ 1.000,00 (um mil reais).
2º Lugar: Troféu + R$ 800,00 (oitocentos reais).

Fonte: http://www.santamaria.rs.gov.br/

Lenda da Erva Mate

Há muitos e muitos anos, uma grande tribo guarani, por se nômade precisavam encontrar um outro lugar para morar onde a caça fosse farta e a terra fértil. Lentamente os índios foram deixando a aldeia onde haviam vivido tantos anos.
O povo migrou, mas sem que ninguém soubesse um velho indio que dormira tapado por couros ao acordar se viu só, sem seus descendentes para cuida-lo.
É obrigado a levantar-se e agarrando-se as árvores se põem a caminhar, nisto surge uma bela e jovem índia que se coloca atrás dele.
Ela chamava-se Yari e era sua filha mais nova, que não teve coragem de abandonar seu velho pai, que sozinho iria morrer.
Numa triste tarde de inverno, o velho entretido colhendo algumas frutas, assustou-se quando viu mexer-se uma folhagem próxima. Pensou que fosse uma onça, mas eis que surge um homem branco muito forte, de olhos cor do céu e vestido com roupas coloridas.
Aproximou-se e disse-lhe:
- Venho de muito longe e há dias ando sem parar. Estou cansado e queria repousas um pouco. Poderia arranjar-me uma rede e algo para comer?
- Sim, respondeu o velho índio, mesmo sabendo que sua comida era muito escassa.
Quando chegaram à sua cabana, ele apresentou ao visitante a sua filha.
Yari acendeu o fogo e preparou algo para o moço comer. O estranho comeu com muito apetite. O velho e a filha emprestaram a cabana e foram dormir em uma das outras abandonadas.
Ao amanhecer o velho índio encontrou o homem branco pediu que ele descansasse um pouco mais. Porem, respondeu-lhe que tinha percebido a necessidade dos dois, ninguém o tinha ajudado e acolhido tanto então, embrenhou-se em direção à floresta. Depois de algum tempo retornou com várias caças.
- Vocês merecem muito mais! explicou o homem me darem o que não tinham e foram de grande bondade. Tupã está preocupado com a saúde de vocês e por isto me enviou. E em gratidão a tanta bondade lhe concedo um pedido.
O pobre velho queria um amigo que lhe fizesse companhia até o findar de seus dias, para que pudesse deixar de ser um fardo para sua doce e jovem filha. O estranho levou-lhe então até uma erva mais estranha ainda dizendo:
- Esta é a erva-mate. Plante-a e deixa que ela cresça e faça-a multiplicar-se. Deve arrancar-lhe as folhas, fervê-las e tomar como chá. Suas forças se renovarão e poderá voltar a caçar e fazer o que quiser. Sua filha poderá então retornar a sua tribo. Yari resolveu que de qualquer jeito jamais ficaria para fazer companhia ao pai. Pela sua dedicação e zelo, o enviado do tupã sorriu emocionado e disse:
- Por ser tão boa filha, a partir deste momento passará a ser conhecida como Caá-Yari, a deusa protetora dos ervais. Cuidará para que o mate jamais deixe de existir e fará com que os outros o conheçam e bebam a fim de serem fortes e felizes.
Logo depois o estranho partiu, mas deixou na cabeça de Yari uma grande dúvida: como poderia ela, vivendo afastada das demais tribos divulgar o uso da tal erva? E o tempo foi passando...
Em uma tribo não muito distante dali, os índios estavam contentes com a fartura das caçadas. Organizaram uma grande festa para comemorar, não faltava comida e muita bebida. Mas a bebida demais levou dois jovens índios a começaram a discutir e brigar. Tratava-se de Piraúna e Jaguaretê.
No furor da briga Jaguaretê empunha um tacape e bate na cabeça de Piraúna, matando-o. Jaguaretê foi então detido e amarrado ao poste das torturas. Pelas leis da tribo, os parentes do morto deveriam executar o assassino. Trouxeram imediatamente o pai de Piraúna para que ordenasse a execução. Muito consciente que a tragédia só aconteceu por estarem os jovens sob o efeito da bebida, liberou o Jaguaretê, que foi então expulso da tribo e foi buscar sua sorte na floresta e quem sabe nos braços de Anhangá, espírito mau da mata. Conforme caminhava e o efeito do álcool era amenizado, mais se arrependia do mal que fizera.
Passadas muitas décadas, alguns índios daquela tribo, aventuravam-se na mata fechada em busca caça que já estava rara no local em que viviam. Entrando no sertão, no meio da floresta, encontraram uma cabana e foram aproximando-se com cuidado, mas mesmo assim foram pressentidos e saiu da cabana um homem muito forte e sorridente. Muito embora seus cabelos fossem totalmente brancos, sua fisionomia era de um jovem e ofereceu-lhes uma bebida desconhecida. Identificou-se então como sendo Jaguaretê, o índio expulso de sua tribo e que a bebida desconhecida era o mate.
Contou que quando foi abandonado a sua sorte, muito andou e quando estava apertado de cansaço e remorso, jogou-se ao chão e pediu para morrer. Acordou-se com a visão de uma índia de rara beleza que apiedando-se dele disse-lhe:
- Meu nome é Caá-Yari e sou a deusa dos ervais. Tenho pena de você, pois não matou por gosto e agora arrepende-se amargamente pelo que fez. Para suportar seu exílio, eis aqui uma bebida que o deixará forte e lhe esclarecerá as idéias. 
Levou-o até uma estranha planta e voltou a dizer:
- Esta é a erva-mate. Cultive-a e a faça multiplicar. Depois prepare uma infusão com suas folhas e beba o chá. Seu corpo permanecerá forte e sua mente clara por muitos anos. Não deixe de transmitir a quem encontrar o que aprendeu com o mate.
- Por tanto, jovens guerreiros, quero que leve alguns pés da erva-mate para a sua tribo e que nunca deixem de transmitir aos outros o que aprenderam.
Aqueles índios voltaram e contaram aos outros os que haviam ouvido. O mate foi plantado e multiplicou-se. Outras tribos apreenderam e foi desta forma que seu uso chegou até nós.
A Nação Guarani era dividida em inúmeras tribos, dialetos, interesses e os costumes eram muito flexíveis, não havia territórios e sim regiões.
Os caciques de quando em quando se reuniam para tratar dos assuntos ligados as regiões, casamentos, caças e negociações de alimentos e paz.
O Chimarrão servido em uma cuia, a bomba de bambu era o primeiro gesto de cordialidade, a primeira bebida a ser oferecida, comparado ao cachimbo da paz.
O Mate era importante, pois as conversas se desenvolviam dentro da oca, ao pé da fogueira e o chimarrão ao fazer a roda era passado de mão em mão, o braço estendido com a cuia ao ser estendida obrigava os índios a olhar uns nos olhos do outros.
Era uma cerimonio obrigatória, um ato de educação e diplomacia, o anfitrião fazia o mate na frente das visitas e bebia ou cuspia o primeiro para provar que não tinha nada ou não estava envenenado.
Por este motivo, ao fazer o mate e cevar na frente de seus amigos, mais do que um ato de saudável e de prazer estamos fazendo um ato de entrega, de compromisso em nos dedicarmos ao diálogo e a paz.

domingo, 9 de outubro de 2016

1º CANTO GALPONEIRO: OS PREMIADOS DE PASSO FUNDO


Érlon Péricles, Ita Cunha, Guilherme Castilhos e Tiago Quadros atuaram na música vencedora.

No anoitecer deste domingo, 09/10, foram conhecidos os destaques do 1º Canto Galponeiro, festival que recoloca a cidade de Passo Fundo no cenário dos festivais nativistas do Rio Grande do Sul.

Confiram o resultado:
Primeiro Lugar: Galponeiro
Ritmo: Chamarra
Letra: Érlon Péricles
Melodia: Érlon Péricles/Guilherme Castilhos
Interpretação: Ita Cunha


Segundo Lugar: A Gaitinha Botoneira
Ritmo: Vaneira
Letra: Adams Cezar
Melodia: Adams Cezar
Interpretação: Adams Cezar

Terceiro Lugar: Pra Quem Não Escolhe Serviço
Ritmo: Chamarra
Letra: Rômulo Chaves
Melodia: Nilton Ferreira
Interpretação: Nilton Ferreira

Mais Popular: Carreiradas
Ritmo: Vaneira
Letra: José Florenal da Silva
Melodia: José Florenal da Silva
Interpretação: Clóvis Mendes e José Florenal da Silva

Melhor Intérprete: Ita Cunha - Galponeiro
Melhor Gaiteiro: Ricardo Comasseto - Orgulho de um Peão Campeiro
Melhor Instrumentista: Guilherme Castilhos - Violão – Galponeiro

Melhor Letra: Seu Outono, Quase Inverno - Leonardo Quadros

Fonte: Blog Ronda dos Festivais

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Espartanos assisenses

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O professor e poeta Zulmar Anchieta nos lembra que, no dia 2 de outubro de 1923, portanto, há exatos 93 anos, a cidade de São Francisco de Assis foi palco de um dos mais sangrentos, estarrecedores e épicos combates da história do Estado. Ele nasceu na cidade, em 16 de outubro de 1981, e cresceu na esquina das ruas Pinheiro Rocha e Carlos Gomes. Com o tempo, ficou sabendo que Carlos Gomes era dentista e intendente do município na época da Revolução de 1923.
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Foi o governista responsável, junto com seus homens, que não chegavam a 12% da força inimiga, pela guarnição e resistência da cidade. São Chico amanheceu cercada. Um exército de aproximadamente 700 revolucionários, das tropas de Hortêncio Rodrigues (foto), atacou de forma suicida. Protegidos por sacos de areia colocados nas ruas que davam acesso à praça, 80 homens das tropas governistas resistiram, abrindo fogo.
Mesmo com várias baixas, a supremacia dos maragatos permitiu que a coluna continuasse avançando. Carlos Gomes percorria as trincheiras tentando animar os companheiros, quando foi atingido por vários tiros. “… o sangue espadanara por toda parte, manchando trincheiras, calçadas, portas, telhados das casas e o próprio salão da Intendência”, escreveu Flores da Cunha, recordando sua passagem por São Francisco de Assis, um dia depois da peleja.
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Segundo o historiador Osório Santana Figueiredo, no livro As Revoluções da República, “A atitude heroica do doutor Carlos Gomes, caindo em holocausto ao dever da defesa da sua comuna, é o mais eloquente ato de renúncia e estoicismo, que clama aos céus e ao coração da sua gente. Distante nas eras, vamos encontrar similitude com Leônidas, rei de Esparta, imolando-se heroicamente com os seus 300 legendários no desfiladeiro das Termópilas, para cobrir a retirada dos exércitos gregos. Carlos Gomes também firmou sua sentença de morte em defesa do compromisso extremo: ‘passar pelo que passei, daqui jamais retirarei’”, afirmou em sua obra o escritor.
Fonte: http://wp.clicrbs.com.br/