Uma reflexão mais profunda nos leva a meditar sobre inúmeros aspectos: em termos históricos, sociológicos, estéticos, filosóficos.
O compositor é, deste modo, um repositório do seu universo sócio-cultural. Não apenas um reflexo, mas, sobretudo, um co-partícipe. Seja vislumbre, seja intenção, a sua arte antecipa os rumos da sociedade à qual pertence.
Nesse sentido, a música é uma filosofia; é uma linguagem subjetiva e profunda.
Paul Hindemith a ela se refere sabiamente afirmando: "... além de todo o conhecimento racional e de toda a experiência manual, existe uma visionária região de irracionalidade onde moram os supremos segredos da arte..."
Sejam quais forem os aspectos da música, ela é sempre manipuladora das mais íntimas sensações - individuais ou coletivas - e de todo o mecanismo das emoções. Nesse sentido, o compositor avoca uma posição de responsabilidade: a sua música tem o poder de despertar e canalizar energias.
A música eleva, inspira, comove; mas pode, inversamente, deprimir, agitar, conturbar.
Cabe ao compositor traçar caminhos. Sua meta mais sublime será a de despertar os mais nobres sentimentos, depurar as energias humanas, infundir o aprimoramento de seus semelhantes.
E o fará através do domínio da técnica, do estilo, da estética.
Doando a sua obra musical - fruto da criatividade - ao acervo da comunidade,
terá o direito à convicção de ter vivido plenamente e cumprido a sua missão no evoluir da humanidade.
Quando vimos um texto assim, não poderíamos imaginar que o Brasil esteja passando por tanto lixo musical, com composições bizarras, letras pobres, músicas e melodias quadradas. Não sei se devemos comemorar o dia do compositor, pois está, de certa forma ridículo dizer que somos compositores. Se bem que, composição é um termo muito vasto, e na mente de algumas pessoas, que só pensam em imediatismo, é quase que inexistente, basta escrever alguns termos pejorativos e dúbios, escrotando uma melodia pior e pagar os meios para que se tornem sucesso, repentino na verdade, imediatista e sem valor, mas é sucesso.
Parabéns a todos os que ainda escrevem e compõem com a preocupação da obra e da sociedade em que vive.
Origem do Dia do Compositor Brasileiro
Essa data foi criada em 1948 pelo cantor e compositor Herivelto Martins, que integrou a União Brasileira dos Compositores (UBC) na década de 40.
Segundo sua filha, Yaçanã Martins, o pai foi grande incentivador da música brasileira e colaborou grandemente para a valorização dos músicos no país. Ela disse, certa vez:
Ele não só criou a data como fundou a União Brasileira de Compositores e ajudou a regulamentar a profissão. Pixinguinha cruzava com ele na rua e dizia: ‘devo a minha aposentadoria a esse homem’. Ele foi muito importante, foi um grande político sem ser político.
O Festival de Música Gaúcha Canto Galponeiro chega a sua oitava edição consolidado, no cenário artístico e cultural do estado e além fronteiras, como um dos festivais mais autênticos do Rio Grande, por trazer em sua essência uma preocupação com a genuína tradição gaúcha, através do apreço à temática regional, com a apresentação de músicas preferencialmente galponeiras.
Pretende-se com isso contribuir para o resgate de uma consciência gaúcha, não só no público adulto, mas também do público infanto-juvenil. Por isso, em 2022, paralelamente ao evento principal, ocorreu a 1ª edição do Festival de Interpretação Piazito Galponeiro, o qual tem como objetivo oportunizar a revelação das potencialidades artísticas e culturais de crianças e adolescentes de Passo Fundo e região, buscando, dessa maneira, manter vivo o gosto pelo nativismo gaúcho e demonstrando emoções que traduzam, em versos, o amor pela nossa cultura e pela nossa terra, conforme almejava o idealizador Adão Cirinei da Cunha.
PROGRAMAÇÃO
QUINTA-FEIRA - 17/10/2024 - Início: 20h ▪ Abertura oficial do Festival ▪ Apresentação das concorrentes da categoria mirim do Piazito Galponeiro ▪ Apresentação das concorrentes fase Local ▪ Show de encerramento - MISSIONEIROS, com Érlon Péricles e Desidério Souza
SEXTA-FEIRA - 18/10/2024 - Início: 20h ▪ Apresentação da categoria juvenil do Piazito Galponeiro ▪ Apresentação das concorrentes da Fase Geral ▪ Show de encerramento com - JORGE GUEDES E FAMÍLIA
SÁBADO - 19/10/2024 - Início: 20h ▪ Reapresentação das ganhadoras do Piazito Galponeiro ▪ Apresentação das Finalistas ▪ Show de encerramento ANTIGOS, com NENITO SARTURI e MIGUEL MARQUES ▪ Entrega da Premiação
O FUNDADOR
Adão Cirinei da Cunha sempre admirou e vivenciou a cultura gaúcha. Por isso, com muita coragem e determinação, junto dos parceiros que compõem a Associação Amigos do Galpão e apoiadores, idealizou o Festival de Música Gaúcha Canto Galponeiro, que hoje já é referência em nosso estado quando se fala de música autêntica. Apesar da sua partida repentina, em 2021, a família Cunha e amigos, liderados pelos herdeiros desse legado, Fabricio e Francielle Cunha, dão continuidade a esse empreendimento cultural, mantendo viva a memória do nosso eterno patrão em cada acorde musical que ecoa no palco do Gran Palazzo
JURADOS
Antonio Daniel Busch
Poeta, compositor e locutor de rádio, bacharel em Economia, é natural e residente em Passo Fundo/RS. Fundador e idealizador de diversos festivais de música gaúcha.
Teixeirinha Filho
Natural de Taquara, é cantor, compositor, produtor cinematográfico, filho do cantor e compositor Teixeirinha. Atualmente está em dupla com o filho, Teixeirinha Neto.
Beto Caetano
Nascido em Unistalda, músico, arranjador, fundador do Grupo Som Campeiro, como gaiteiro, trabalhou por 12 anos com José Cláudio Machado.
Jaime Brum Carlos
Médico Veterinário, poeta, escritor e declamador. Natural de Cachoeira do Sul, reside atualmente em Restinga Seca/RS.
Anahy Guedes
Além de cantora e violonista, é compositora, realiza ao lado da família toda a parte de idealização, produção e realização dos projetos de Jorge Guedes & Família.
Ao acordar, naquele dia preliminar da Primavera, senti imediatamente que alguma coisa tinha acontecido de muito fundamental na ordem do mundo. Eu, homem de despertar difícil, pulei da cama tão bem-disposto e leve que, por um momento, assustei-me com a sensação indizível que sentia. Ao pegar o copo habitual para a minha água matutina, notei que se achava cheio de uma substância volátil, penetrada de uma linda cor violeta. E não sei por que bebi do copo vazio, estranguladamente, o ar da Primavera, de gosto azul e fragrância fria, com um peso específico de sonho.
Durante alguns minutos nada me aconteceu. Tomei meu café, fumei um cigarro e dei uma olhada nas coisas. Mas de repente senti que em mim a matéria começava a se transformar. Palpitações violentas confrangeram-me o coração e eu mal conseguia respirar. Vi minha filhinha Susana distorcer-se à minha frente como ante um espelho côncavo e logo em seguida penetrou-me um cheiro tão monumental que pensei se me tivesse enlouquecido a imaginação. Era um cheiro de menininha, um cheiro que eu conhecia bem, próprio de minha filha, mistura de talco, suorzinho, lavanda, xixi, sabonete, leite e sono; mas desta vez com uma tal amplitude que eu podia perfeitamente distinguir cada um dos subcheiros da sua composição. No talco, por exemplo, senti um cheiro de polvilho que não o abona, talco tão caro!, e senti também que no leite havia um cheiro de água, o que só vem corroborar a certeza geral de que o leite, nesta cidade do Rio de Janeiro, anda sendo fartamente batizado.
Depois senti milhões de cheiros. Não os descreverei todos para não ferir, com o desagrado de alguns, os ouvidos — diria melhor: os narizes — do leitor mais delicado. Como todo mundo sabe, a praia do Leblon não cheira a rosas — e caiba-me aqui mais uma vez chamar a atenção das autoridades competentes para o crime que é despejarem os esgotos naquelas águas onde se banha o que de mais inocente há no bairro: a criançada rica, remediada e pobre das ruas pavimentadas e da Praia do Pinto. Enfim, estou a fugir do meu assunto, mas valha-me a referência para registrar um cheiro enorme que senti na ocasião: um cheiro de miséria, que só poderia provir da dita Praia do Pinto, lugar, como todo mundo sabe, onde se comprime, em barracões infectos, a mais negra, sórdida e desamparada indigência da zona.
Mas até já ia me esquecendo: senti um cheiro de nazismo, súbito. Ora — direis —, como é esse tal cheiro de nazismo? Reconheço a dificuldade de descrevê-lo em toda a sua complexidade, mas penso que era um cheiro branco, inodoro, perfeitamente ortodoxo, no entanto, com laivos de salsicha, chope e cachorro policial, um cheiro de radiotelegrafia e talvez de cemitério. Não podia, porém, precisar de onde ele vinha, querendo me parecer, sem haver nisso qualquer insinuação, que chegava da rua Visconde de Pirajá, possivelmente, de algum café ou bar, desses onde se reúnem os nazistas conhecidos e desconhecidos que continuam a se aporrinhar mutuamente em grupos, pelos bebedouros de importação germânica que ainda existem nesta cidade hospitaleira.
Tudo isso constituía um fenômeno muito curioso. Os cheiros mais estranhos, os mais perversos, os mais doces, os do amor, os da solidão, perseguiam-me como outros tantos espíritos da Primavera. Um cheiro dolorosíssimo de morte chegou-me ao mesmo tempo que um odor de nascimento. Soube que alguém morria e nascia naquele instante particular do mundo e senti o cheiro da minha vaidade de me saber dono de um tão grande privilégio. Curioso também: só não conseguia sentir bem, em meio àquela sinfonia de cheiros, o aroma das coisas obviamente cheirosas como as flores e as mulheres em geral. O perfume do mar, por exemplo, eu o sentia em toda a sua frescura, verde, salso, infinito, e também o cheiro da areia que por sua vez cheirava a nuvem. Cheiro horrível era o de uma mosca que naquela ocasião voejava à minha volta: bicho imundo! Tive que fugir para a varanda, onde senti o vigoroso cheiro da madeira dos troncos, um rubicundo cheiro de sol e… ah, esses gatos miseráveis! Um dia ainda passo fogo num!
Ao sentir um cheiro de cachaça pensei comigo que meu amigo… (não, não o desmoralizarei) devia estar por perto: e efetivamente, pouco depois chegava ele com um queijo de minas debaixo do braço, cujo cheiro me deu vertigens. Mas eu acho o cheiro de queijo tão bom (contra, bem sei, a opinião de quase todo mundo, que, estou certo, irá rir de mim) que seria capaz de usá-lo no lenço, quando, naturalmente, não houvesse ninguém por perto. Aliás, poderia usar no lenço também cheiro de graxa ou gasolina, cheiro de torrefação de café ou mesmo cheiro de padaria de madrugada, quando o pão é feito.
Tantos cheiros, tantos… O cheiro do teu riso, minha adorada, de tua boca quente e sem malícia. O cheiro de tua pureza, coisa inefável, parecendo sândalo ou alfazema. O cheiro da tua devoção de cada instante, cheirando a alecrim ou mato verde, o cheiro da tua emoção constante, como o da terra viva molhada de chuva…
E depois senti um cheiro de sobrenatural, um gigantesco cheiro de sobrenatural, um cheiro de éter, um cheiro de cristal transparente em vibração, um cheiro de luz antiga, ainda fria dos eternos espaços por onde passara em seu caminho para a Terra. A Primavera cheirava toda para mim, só para mim, desnudada, a dançar na manhã azul perfeita, embriagante, toda olhos claros e sorrisos, a abrir com beijos de brisa a boca infantil das corolas nascituras. E dentro da Primavera senti um cheiro mágico de Paz.
(Novembro de 1944)
– Vinicius de Moraes, no livro “Para uma menina com uma flor”. [organização Eucanaã Ferraz] São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
QUEM GANHOU E QUEM PERDEU - Projeto do Cantor Eri Côrtes Contemplado pela Lei Paulo Gustavo - Lei complementar nº 195/2022 - de São Francisco de Assis - mostra uma síntese do que aconteceu na praça Coronel Manoel Viana em 1923 entre Chimangos e Maragatos - Conta com uma música com letra de Paulo Ricardo Costa e Esduardo Monteiro Marques e música de Eri Côrtes, na Interpretação de Eri Cõrtes e Nilton Ferreira - além da Gaita de Edson Machado e os violões de Halber Lopes. Também tem a Participação de Valdevi Maciel explanando sobre o tema e encenação de Jusselaine Guedes e Bruna Guedes.
Produção e Imagens de PRODUZA Produtora - Material todo gravado em São Francisco de Assis em Março de 2024.
Mais um Festival de Intepretes chegando, dessa vez em Santana do Livramento, no CTG Sinuelo do Caverá, nos dias 18 de 19 de outubro, com uma vasta programação, oportunizando aos artistas amadores da região com um belo espaço para mostrarem seus talentos e quem sabe, começar ai a caminhar pela estrada da música e da arte regional.
Mais informações nas Redes Sociais do CTG Sinuelo do Caverá ou com meu amigo, grande músico e professor Cristiano Cesarino.
Manter a tradição do Grupo de Artes Nativas Campo Aberto em buscar sempre a renovação de valores e promover a interação entre jovens, adolescentes e adultos em prol da cultura regional;
Desenvolver, despertar e cultivar o gosto dos jovens pelos temas regionais, por meio da interpretação vocal e instrumental da música sul rio-grandense;
Buscar e fortalecer nossos valores culturais;
Fomentar a arte nativa e campeira entre os jovens cantores, descobrindo novos talentos e promovendo a renovação no meio musical;
Oportunizar a divulgação musical e as manifestações rio-grandenses, valorizar o gaúcho e seus costumes através de ritmos regionais de reconhecido domínio populares;
Estabelecer intercâmbio artístico, cultural e integração entre intérpretes, instrumentistas no interesse da cultura e da arte gaúcha;
Promover os artistas amadores. Entende-se por amadores, os artistas que não se utilizem da música de forma comercial (shows, discos ou DVDs solo).
Da Organização:
A organização do 5° Festival Campo Aberto de Intérpretes amadores ficará a cargo da Comissão Organizadora nomeada pelo senhor Homero Nunes Machado - Patrão do Grupo de Artes Nativas Campo Aberto através de aprovação em reunião de Patronagem. Tendo por local as dependências da entidade na Rua Paulino Ponsatti 685- Bairro Popular- Bagé RS.
Das Inscrições:
Inscrições até: 15 de outubro de 2024 email:
severinorudesmoreira@hotmail.com
- Serão selecionadas no máximo 10 concorrentes por categoria.
- O evento contará com estrutura de palco, sonorização e iluminação.
- Será exigida a indumentária gaúcha, para intérpretes e músicos.
- Fica limitado o máximo de cinco componentes no palco por música, sendo livre a quantidade de músicas por grupo ou músico individual.
Será realizado no dia 20 de outubro de 2024. Linhas musicais, "Regional Gaúcha, Campeira e Nativista" do Rio Grande do Sul.
A entidade não se responsabiliza por acomodações e não será fornecida alimentação gratuita para os concorrentes, porém haverá alimentação comercializada, no local do evento.
Desde que apresentem temas referentes a cultura gaúcha e estejam devidamente pilchados, poderão participar intérpretes ou músicos de qualquer parte do Brasil e países do Mercosul,
Categorias:
Pré Mirim até 10 anos incompletos, Mirim até 14 anos incompletos, juvenil até 18 anos incompletos, adulto à partir de 18 anos.
- As apresentações serão em data única 20/10/2024 à partir de 08:30 com as seguinte sequencia: Pré-Mirim, Mirim, Juvenil e, Adulto.
- Para efeito de regulamentação da idade de cada categoria, deverá ser comprovada com documento tendo por base o dia de encerramento das inscrições 15/10/2024.
A inscrição é gratuita, e pode ser feita via internet, através do endereço eletrônico severinorudesmoreira@hotmail.com
Documento necessário para a inscrição: RG, ou Certidão de nascimento. Enviar a cópia do documento junto com a inscrição.
Da Participação:
O Participante deverá preencher na íntegra a ficha de inscrição e enviar para o e-mail severinorudesmoreira@hotmail.com
Obs. Uma cópia da letra deverá ser entregue diretamente a Comissão Avaliadora.
A confirmação da inscrição será direto ao email usado pelo concorrente, ou telefone colocado na ficha.
Cada participante poderá inscrever no máximo 01 (uma) música.
Não haverá triagem de musicas, sendo confirmadas as primeiras 10 inscrições por categoria e as demais serão consideradas suplentes.
Os concorrentes não poderão exceder o tempo de 10 (dez) minutos em seu trabalho de palco entre a chamada e a apresentação, sob a pena de perder pontos. (Desconto 01 ponto por minuto excedente).
A apresentação da música, obedecendo ao limite estabelecido, fica a critério do concorrente (instrumental, arranjos, etc.).
O concorrente que não apresentar cópia da letra ou defender a musica através de leitura terá nota zerada em fidelidade ao texto.
Os concorrentes e músicos deverão apresentar-se no palco com indumentárias típicas do Rio Grande do Sul.
Não será permitido apoio vocal.
Não haverá fase classificatória, anunciando a premiação ao final das apresentações do dia.
Ajuste de som fica limitado ao tempo de palco no momento da apresentação. (Reforça-se que ultrapassar o limite de tempo no palco, representa desconto na pontuação final).
Das Vedações:
Fica vetada ao concorrente durante a apresentação, a divulgar patrocinadores e outras manifestações, sob pena de desclassificação.
Intérpretes masculinos e Femininos, de cada faixa etária concorrem em igualdade de condições.
Por se tratar de um festival amador os concorrentes (de menor), deverão estar acompanhados por pai, mãe ou responsável.
Premiações por categoria: Troféus para 1º, 2ª de cada categoria.
Para muitos eu sei que é apenas a Aline. Para os invejosos vão dizer: nem si quem é, mas para mim, que a conheço desde 2009, quando entrei no Galpão da Poesia Crioula de Santa Maria e ela já fazia parte, onde era apenas uma menina sonhadora, que aprendeu muito cedo a gostar da arte e do verso, vindo a se tornar uma das maiores declamadoras desse estado. E não sou eu que digo, são os prêmios dos festivais.
Não vou falar de todos os prêmios da Aline Martins Linhares, pois precisaria de tempo, mas vou falar da menina/mulher que conheci, que não tínhamos um bom convívio, mas que os anos e o tempo me fizeram conhecer e admirar.
Professora de História, ótima palestrante, falante e boa ouvinte, apaixonada por tudo o que fazes e com uma capacidade impar de ser vencedora. Foi prenda e tem mais faixas em casa do que sapatos (entre faixas e troféus, acaba de alugar outro apartamento só para colocar os prêmios), além de avaliadora, professora de arte declamatória, palestrantes da cultura Rio-grandense, ainda ajuda os que estão começando nessa árdua arte do verso. Agora inventou de escrever poemas e versos para musicar(o que já começa a me preocupar).
Mas na arte declamatória vem deixando um legado muito lindo, com premiação em diversos festivais ou todos que participa e agora nesse final de semana, no mais importante deles, a 26ª Quadra da SESMARIA DA POESIA GAÚCHA de Osório, a Califórnia dos festivais de arte declamatória, que além de vencer com um Poema difícil, SEXTINAS AO PRESENTE CORPO DE PÓ: ETERNO FUTURO do meu amigo Passofundense Alcindo Neckel, que teve como Amadrinhador Clênio Bibiano da Rosa, que também premiou. Ela premiou como melhor declamadora, só corroborando com tudo que já vinha fazendo no meio da arte declamatória do Rio Grande do Sul.
Muitos poemas que estão, hoje, ai pelos palcos dos rodeios ou CTGs, vieram dos festivais na voz da Aline, que começou a ser espelho para essa nova geração de declamadores e até muitos que tem no seu trabalho um exemplo bom a ser seguido nos palcos, pela sua verdade, pela sua postura em palco, pela colocação dos versos, sempre com uma força quando precisa ou uma singeleza quando há necessidade do poema, como é o caso do Poema MEU FILHO MORREU DE FOME do Poeta Carlos Omar Vilella Gomes, que juntos venceram a Carreteada da Poesia de São Valentim, Santa Maria ou PAIXÃO E PEDRA, também do Omar, da 3º Tertúlia da Poesia ou ainda, A JANELA DO NADA do 15º Bivaque de Campo Bom, também dos versos do Carlos Omar.
Teria tanto que falar de poemas e poesias, mas como já disse no inicio, ainda não é a Biografia da Aline, esse certamente algum grande escritor já está preparando, porque ela merece.
Parabéns Aline, não só por essa grande premiação, mas por tudo que tu vens fazendo e escrevendo na história cultural não só de Santa Maria, mas de todo o Rio Grande do Sul e nós, teus amigos, que sempre torcemos por ti, te aplaudimos em pé. Que venham muitos outros! E não quis falar de ENART porque acho o Enart muito pequeno para ti, como sempre te falei e espero que, hoje, tu me entendas. Tem palco e palco, cada um para o tamanho de quem os merece.
Inicia, hoje, no Centro de Eventos do Parque de Exposições de Santo Augusto, mais um Festival o 15º Canto Nativo e o 8º Cantinho Nativo e passarão pelo Palco, grandes músicas e grandes músicos, além dos shows de Mauro Moraes, nessa Sexta Feria, na eliminatória e Nenito Sarturi no Sábado, na Finalíssima.
ORDEM DE APRESENTAÇÃO SEXTA FEIRA 27/09 LEMBRANDO QUE CLASSIFICAM 12 MÚSICAS PARA SÁBADO E INVERTE A ORDEM DE APRESENTAÇÃO
1 – NA ABA DO BASTO
2 – TAPERA
3 – O INTERIOR LA D’ONDE EU VENHO
4 – PARA O MEU CANTAR
5 – MILONGA DA INGRATIDÃO
6 – GESTA ANTIGA
7 – SINA DE TAPERA
8 – ENTRE OS GALHOS
9 – AS VISÕES DA MINHA GENTE
10 – OPERAÇÃO CARNE FRACA
11 – MÃE DO CAMPO
12 – DE UM TEMPO DIFERENTE
13 – EU, DEUS E O TEMPO
14 – BEM MAIS DO QUE EU PRECISO
15 – PARTE DE MIM
Nós estaremos lá com TAPERA uma letra nossa com música de Kayke Mello na intepretação de Taine Schettert - que tem mais no piano Jakson Kreuz e na gaita Ronison Borba.
Muitos perguntam qual a ligação do Porca Véia com o Grupo Cordiona?
Deixo um pequeno relato dos dois e o porquê d semelhança na musicalidade e até no estilo de estar nos palco, visto que, talvez os mais novos não conheçam essa história linda do Porca Véia, ao qual que tive a honra de nos três últimos discos gravados ter 5 músicas com esse ícone da nossa tradição.
Filho de Julieta da Rosa Xavier e Lauro Nunes Xavier. Produtor rural até aos 16 anos de idade, começou sua carreira artística com seis anos de idade por influência da família, onde havia muitos músicos amadores. Fez curso técnico agrícola, quando ganhou o apelido que foi seu nome artístico. Venceu vários festivais como instrumentista e apresentou-se com Kleiton e Kledir nas melhores casas de espetáculo do Brasil, como o Canecão do Rio de Janeiro e no Palace em São Paulo. Venceu dezenove de vinte concursos de gaiteiros de que participou e ganhou duas vezes o Disco de Ouro,
Criou e dirigiu o Grupo Musical Cordiona, um grupo de baile fandangueiro. Recebeu vários títulos, como cidadão Honorário, comendador da Brigada Militar, Amigo da Brigada e Destaque Musical. Durante sua trajetória, Porca Véia gravou 21 CD´s e três DVD´s.
Casou-se no dia 28 de agosto de 2009, em Curitibanos, com a catarinense Claudinéia Aparecida Bossardi. De outros relacionamentos possui quatro filhos: Alliny Ferreira Xavier, Diego Eberhardt Xavier, Juliana de Araujo Xavier Pinto e Maria Gabriela. Depois de 33 anos nos palcos, Porca Véia anunciara que sua carreira artística terminaria no fim de 2013 e o fez em 28 de dezembro de 2013, no pavilhão da Festa da Uva, em um grande show com a presença de quase 5 mil pessoas. Contou também com convidados como Renato Borghetti, Yamandu Costa, Daltro Bertussi e Luiz Carlos Borges.
Morreu em 12 de junho de 2020, aos 68 anos de idade, no Hospital Regina em Novo Hamburgo, após sofrer uma parada cardíaca. Seu corpo foi sepultado no Cemitério Municipal Morada do Sol, em Ivoti, em cerimônia reservada para familiares devido à pandemia de COVID-19.
Prêmios e indicações Prêmio Açorianos 2009 Instrumentista de Música Regional Porca Véia 2011 Intérprete de Música Regional Porca Véia
O Grupo Cordiona é um conjunto musical gaúcho, fundado no ano de 1994, pelo cantor, compositor e gaiteiro gaúcho, Porca Véia, com intuito de acompanhar exclusivamente o artista em suas apresentações. Neste ano de 2024, o grupo completa 30 anos de existência.
No dia 28 de dezembro de 2013, após 33 anos de carreira, Porca Véia se despediu dos palcos, em um show com a presença de quase 5 mil pessoas nos Pavilhões da Festa da Uva em Caxias do Sul.
A partir do dia 4 de janeiro de 2014, o Grupo Cordiona passou atuar de forma independente, levando o melhor da música gaúcha por onde passam. Embora afastado dos palcos, Porca Véia continuou participando das gravações do grupo, regravando sucessos e lançando novas músicas, enquanto se dedicava a cuidar da saúde.
Atualmente o legado do Porca Véia, que morreu em Novo Hamburgo/RS no dia 12 de junho de 2020, é seguido adiante pelo Grupo Cordiona, através dos gaiteiros: Fernando Montenegro; Dener Valle (Porquinha); Ivan Godói e Waldemar dos Santos, que assumiram a missão de levar a mais autêntica música gaúcha por onde passam. O conjunto é composto também pelo guitarrista Moisés Souza; o baterista Ricardinho; e o baixista Luciano Melo.
Antes disso, muitos artistas integraram o Cordiona, como o guitarrista Amaro Peres; os vocalistas; João Kleber (hoje nos Mirins); Zezinho que hoje tem o (Grupo Floreio), dentre muitos outros. O Grupo Cordiona já gravou 5 discos, sendo eles: Vou te Amar (2005), Pelo Duro e Bombachudo (2008), Bailes no Interior (2012), A História Continua (2017) e Gaúcho (2019).
Além disso, conta também com um repertório próprio, repleto de grandes sucessos como: "Castração a Pealo"; "Macaco Já Foi Gente"; "O Tocador É Sagrado"; "Gaiteiro das Madrugadas"; "Neta da Viúva"; "Mateando Saudades"; "Roubei a Fazendeira", dentre muitas outras.
Deixo aqui três videos de música que temos com Porca Véia e Grupo Cordiona.
A NETA DA VIÚVA - Paulo Ricardo Costa e Willian Hengen
ROMANCE DE GAITA E GAITEIRO: Paulo Ricardo Costa - Léo Ribeiro e José Claro(Zézinho_
Para quem não conheceu, é dia de homenagear e resgatar as memórias da nossa cultura. Os Quatro Troncos Missioneiros juntos em uma apresentação na 7ª Coxilha Nativista de Cruz Alta em 1987: Jayme Caetano Braun, Noel Guarany, Pedro Ortaça e Cenair Maicá.
Para as novas gerações que não conheceram ou não buscaram conhecer, vou deixar aqui um pequeno resumo da vida e da Arte desses Quatro Troncos Missioneiros.
É considerado um dos maiores nomes da música gaúcha, ao lado de Pedro Ortaça, Noel Guarany, Cenair Maicá (os chamados Troncos Missioneiros)[2] e Teixeirinha (Na época). Atualmente tem estátua localizada no parque Maurício Sirotsky Sobrinho (Estância da Harmonia), em Porto Alegre, e um monumento juntamente com o Complexo Turístico em sua homenagem em São Luiz Gonzaga.
Durante sua carreira fez diversas payadas, poemas e canções, sempre ressaltando o Rio Grande do Sul, a vida campeira, os modos gaúchos e a natureza local.
Jayme sonhava em ser médico mas, tendo apenas o Ensino Médio, se tornou um autodidata principalmente nos assuntos da cultura sulina e remédios caseiros, pois afirmava que "todo missioneiro tem a obrigação de ser um curador".
Aos 16 anos mudou-se para Passo Fundo, onde viveria até os 19 anos. Na capital do Planalto Médio, Jayme completou seus estudos no Colégio Marista Conceição.
Trabalhou, publicando poemas, em jornais como O Interior e A noticia (de São Luiz Gonzaga). Passa dirigir em 1948 o programa radiofônicoGalpão de Estância, em São Luiz Gonzaga e em 1973 passa a participar do programa semanal Brasil Grande do Sul, na Rádio Guaíba. Na capital, o primeiro jornal a publicar seus poemas foi o A Hora, que dedicava toda semana uma página em cores aos poemas de Jayme.
Como funcionário público trabalhou no Instituto de Pensões e Aposentadorias dos Servidores do Estado e ainda foi diretor da Biblioteca Pública do Estado de 1959 a 1963, aposentando-se em 1969. Na farmácia do IPASE era reconhecido pelo grande conhecimento que tinha dos remédios.
Em 1945 começa a atuar na política, participando em palanques de comício como payador. O poema O Petiço de São Borja, publicado em revistas e jornais do país, fala de Getúlio Vargas. Participa das campanhas de Ruy Ramos, com o poema O Mouro do Alegrete, como era conhecido o político e parente de Jayme. Foi Ruy Ramos, também ligado ao tradicionalismo, que lançou Jayme Caetano Braun como payador, no 1º Congresso de Tradicionalismo do Rio Grande do Sul, realizado em Santa Maria no ano de 1954.
Casou duas vezes, em 1947 com Nilda Jardim, e em 1988 com Aurora de Souza Ramos. Teve três filhos, Marco Antônio e José Raimundo do primeiro casamento, e Cristiano do segundo.
Veio a falecer de parada cardíaca em 8 de julho de 1999, por volta das 6h, em Porto Alegre. Seu corpo foi velado no Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, e enterrado no cemitério João XXIII, na capital do estado. Para o dia seguinte estava programado o lançamento daquele que seria seu penúltimo disco, Êxitos 1.
Obra
O payador lançou diversos livros de poesias, como Galpão de Estância (1954), De fogão em fogão (1958), Potreiro de Guaxos (1965), Bota de Garrão (1966), Brasil Grande do Sul (1966), Paisagens Perdidas (1966) e Pendão Farrapo (1978), alusivo à Revolução Farroupilha. Em 1990 lança Payador e Troveiro, e seis anos depois a antologia poética 50 Anos de Poesia, sua ultima obra escrita.
Publicou ainda um dicionário de regionalismos, Vocabulário Pampeano - Pátria, Fogões e Legendas, lançado em 1987.
Jaime também gravou CDs e discos, como Payador, Pampa, Guitarra, antológica obra em parceria com Noel Guarany. Sua ultima obra lançada em vida foi o disco Poemas Gaúchos, com sucessos como Payada da Saudade, Piazedo, Remorsos de Castrador, Cemitério de Campanha e Galo de Rinha.
Entre seus poemas mais declamados pelos poetas regionalistas do país inteiro, destacam-se Bochincho, Tio Anastácio, Amargo, Paraíso Perdido, Payada a Mário Quintana, Payada para o Irmão Negro e Galo de Rinha.
Seu nome batiza ruas, praças e principalmente CTGs no Rio Grande do Sul e em todo o Brasil. É considerado o patrono do Movimento Pajadoril no Brasil.
Gravou com Noel Guarany, Pedro Ortaça e Cenair Maicá o disco Troncos Missioneiros, em 1988.
Tributos
Sol das missões - Tributo a Jayme Caetano Braun, de Paulo de Freitas Mendonça
Noel Fabrício da Silva adotou Bossoroca como sua cidade natal, mas nasceu em São Luiz Gonzaga, no Rio Grande do Sul. Era de descendência italiana por parte da família Fabricio, bem como de índios guaranis.
Na adolescência aprendeu, de maneira autodidata, a língua guarani, bem como a compor, tocar e cantar.
Na década de 1960, percorreu diversos países latino-americanos, onde colheu diversos ensinamentos, que utilizou como subsídio para criação de suas músicas em sua futura carreira.
No final da década, apresentou alguns programas radiofônicos, nas rádios de Cerro Largo e São Luiz Gonzaga, bem como nas rádios Gaúcha e Guaíba de Porto Alegre.
Em 1970, lançou, em conjunto com Cenair Maicá, com o qual vinha se apresentando pelo Rio Grande do Sul e em festivais na Argentina, um compacto simples, com as músicas Filosofia de Gaudério e Romance do Pala Velho.
No ano seguinte gravou o seu primeiro LP, Legendas Missioneiras, pela gravadora RGE, que trazia, entre outras, parcerias com Jayme Caetano Braun, Glênio Fagundes e Aureliano de Figueiredo Pinto. Neste disco, além das músicas constantes do compacto anterior, estão presentes outras pérolas de seu repertório, como Fandango na Fronteira, Gaudério e Eu e o Rio.
Em 1973 saiu Destino Missioneiro, pela gravadora Phonogram/Sinter, no qual repetiu algumas das parcerias do disco anterior, bem como trouxe composições próprias e de Barbosa Lessa, e uma parceria com Aparício Silva Rillo. Neste disco, estavam presentes grandes músicas, como Destino Missioneiro e Destino de Peão. Seu terceiro LP chamou-se Sem Fronteiras, lançado em 1975 pela EMI/Odeon, que está repleto de músicas que acabaram se tornando clássicos do cancioneiro gaúcho, como Romance do Pala Velho, Potro Sem Dono (de Paulo Portela Fagundes), Filosofia de Gaudério, Balseiros do Rio Uruguai (de Barbosa Lessa), Décima do Potro Baio e Chamarrita sem Fronteira (as duas últimas, temas missioneiros recolhidos e adaptados por Noel Guarany), entre outras.
No ano de 1976 Noel Guarany gravou em parceria com Jayme Caetano Braun, de maneira independente, o LP Payador, Pampa, Guitarra. Gravado parte na Argentina e parte em São Paulo, o disco conta com a participação de grandes músicos argentinos.
Em 1977 a RGE relançou o disco Legendas Missioneiras, de 1971, com o título de Canto da Fronteira.
Em 1978 saiu o LP Noel Guarany Canta Aureliano de Figueiredo Pinto, pela RGE, que resgatava a obra e a memória de um dos grandes poetas do regionalismo gaúcho.
No ano seguinte, saiu o disco De Pulperias, ainda pela gravadora RGE. Constam deste disco as músicas En el rancho y la cambicha, Rio de los pajaros e Milonga del peón de campo, de Mario Millan Medina, Anibal Sampayo e Atahualpa Yupanqui, respectivamente.
Em 1980 saiu Alma, Garra e Melodia, em que se destacam as músicas Maneco Queixo de Ferro e Índia cruda. Neste mesmo ano ocorreu o show no Cinema Glória, na cidade de Santa Maria, que mais tarde, em 2003, viria a se tornar o disco Destino Missioneiro - Show Inédito. Nesta época, ainda em tempos da ditadura militar, passou a ser perseguido em alguns shows devido a suas convicções democráticas e libertárias, conforme registra ao vivo nesse álbum.
No ano de 1982 foi lançado o LP Para o Que Olha Sem Ver, pela RGE, título que remete à música Para el que mira sin ver de autoria do cantor e poeta argentino Atahualpa Yupanqui (presente também na composição Los ejes de mi carreta). Além das citadas, estão presentes as músicas Boi Preto, Na Baixada do Manduca e Adeus Morena, músicas de inspiração folclórica. De se destacar, também, quatro composições de João Sampaio. Neste ponto, Noel Guarany, já com os primeiros sintomas da doença que viria a ceifar-lhe a vida, começou a afastar-se dos palcos, e acabou redigindo uma carta aberta à imprensa, na qual reclama do tratamento recebido pela gravadora.
Em 1985 retira-se definitivamente dos palcos, em cumprimento ao prometido na carta de 1983. No ano de 1988, em conjunto com Jorge Guedes e João Máximo, lança o disco A Volta do Missioneiro. Ainda no mesmo ano, com Cenair Maicá, Jayme Caetano Braun e Pedro Ortaça lançou Troncos Missioneiros, como os quatro ficaram conhecidos.[2]
Nos próximos 10 anos, o grande gaúcho, cada vez mais debilitado por uma enfermidade degenerativa no cérebro, permaneceu recolhido em seu sítio na localidade de Vila Santos, no município de Santa Maria.
Morreu na Casa de Saúde de Santa Maria, tendo sido enterrado em Bossoroca, cidade que adotou como sua terra natal e à qual sempre fez referência em suas canções.
É pai dos também cantores Gabriel Ortaça, Alberto Ortaça e Marianita Ortaça, frutos do seu relacionamento com Rose Ortaça, para quem dedicou uma canção intitulada "Companheira".[4]
Discografia
Álbuns de estúdio
1977 - Mensagem dos Sete Povos - Cid Discos
1979 - Chão Colorado - Querência
1982 - Missões, Guitarra e Herança - Copacabana
1988 - Troncos Missioneiros - USA Discos (com Noel Guarany, Jayme Caetano Braun e Cenair Maicá)
Nasceu em Água Fria, em Tucunduva, distrito de Santa Rosa (atual município de Novo Machado), filho de Armando Maicá, o "seu Mandico", e Orcina Lamarque Maicá. Aos três anos de idade mudou-se com sua família para a província de Misiones, na Argentina, para viver em carreiras, acampamentos de extração de madeira às margens do rio Uruguai. Foi com os peões argentinos e paraguaios que trabalhavam com seu pai que Cenair aprendeu os primeiros acordes de violão. Cursou o primário no colégio General Belgrano, em Três Pedras, Oberá.
Passou a maior parte de sua vida em Santo Ângelo, onde começou sua carreira musical com o irmão Adelque já aos 10 anos de idade. Tornou-se conhecido ao vencer o 7º Festival do Folclore Correntino, em 1970, em São Tomé, na Argentina, com a música Fandango na Fronteira. Apresentou-se junto do compositor da canção, Noel Guarany, e a vitória garantiu aos dois a gravação do disco compacto Filosofia de Gaudério (1970). Trabalhou com José Mendes e depois com Noel Guarany. Cenair gravou um compacto duplo e quatro LP, dois deles reeditados em CD.
Aos 17 anos de idade, num acidente, perdeu um rim, o que veio, mais tarde a comprometer sua saúde e influenciar no seu prematuro falecimento, que ocorreu em 02/01/1989, aos 41 anos, devido a uma infecção hospitalar contraída durante a colocação de uma prótese femural. Os problemas de saúde haviam começado em 1984, quando rim que lhe restara começou a falhar e Cenair precisou fazer hemodiálise, o que o deixou ainda mais debilitado. Chegou a fazer um transplante de rim em 1985, doado pelo irmão Darci Maicá. Seus restos mortais encontram-se na cidade de Santo Ângelo, onde existe um memorial em sua homenagem na entrada do Cemitério Municipal.