A cultura sempre foi um meio de união, de florir sentimentos, de exaltação de um povo, de um tempo, de uma geração.
A Poesia desde os tempos mais remotos, começando com Ilíada e Odisseia, poemas épicos da Grécia antiga, escritos por Homero, no século VIII antes de Cristo, compostos de Hexâmetros Dactílicos e que eram cantados por um "aedo", que também tocava ou era acompanhado por uma Cítara ou Fôrmix, instrumentos da época.
Depois desse tempo, mas ainda durante o Império Romano a poesia sempre foi muito bem valorizada, diante aos homens do poder, bem como a sociedade, que tinham na imagem do poeta, quase uma personificação de divindade.
Muitos poetas daquele tempo foram famosos, por seu poemas relatando guerras, amores, desamores, incerteza, a natureza, a ascensão dos reis, a queda de outros e muitos outros temas. Até para dar uma notícia, iam para um coreto e faziam em formas de versos e poesias.
Passou-se o tempo e para nós brasileiros, o auge poético aconteceu em 1922, com a Semana da Arte Moderna, que fez com que os poemas rimados, quase que perfeitos poeticamente, em estrofes muitos bem compostas de 4, 6, 8 versos, ganhassem a liberdade de perderem a métrica, a rima, e a formação de versos, ficando livres para de qualquer forma ou modo de escrita, para serem chamados de poesia.
Se isso foi bom ou ruim? Não sei e não é o caso, mas muitos poemas vieram para a literatura e estão nela até hoje, mas na verdade poucos conseguem entender a linguagem e a forma dos poemas literários, talvez por falta de conhecimento, talvez por falta de estudo, talvez por falta de vivência, talvez por serem complicados mesmos(Pois tem gente que diz que poemas não precisam serem compreendidos, apenas admirados).
Nossa fonte maior na poesia e a que mais influenciou o povo gaúcho, entrou pela Argentina e Uruguai, onde a poesias de 8 versos muito bem rimados e metrificados traziam da vida do campo para as cidade o labor do peão, a natureza, as guerras, as peleias, o viver do dia a dia do Peão, exaltando a sua forma de vida e vivência, exaltando ou chorando amores perdidos, romances inacabados e alguns impossíveis, muito bem descritos, que tivera nos versos do mestre Jaime Caetano Braun, seu exílio poético, onde aperfeiçoou, também, a escrita de poesias em décimas e Payada, ou versos de improvisos.
Mas muitos poetas ficaram entre a poesia adentrada pela Argentina com rimas e formação perfeita, bem como a poesia literária, com versos soltos, que são os casos de Luiz Menezes, Aparício Silva Rillo, Colmar Duarte, José Hilário Retamozzo, Aureliano de Figueiredo Pinto entre tantos outros, que deixaram um legado de poemas, que fizeram e ainda fazem escola no meio poético do Rio Grande do Sul.
Com a ascensão da poesias vieram os festivais, que prezavam sempre por bons conteúdos poéticos, bem rimados e letras poeticamente bem constituídas, mas que ao contrário da poesia declamada ou recitada, necessitava de bons arranjos e belas melodias.
Mas o tempo passou, a modernidade chegou, e com ela chegaram as novas fontes de cultura e de conhecimento, e ai que vem a minha preocupação, pois a musicalidade partiu para um tempo em que nada tem valor, nem musical, nem poético. Onde a banalidade e a repetição tomaram conta, fazendo com que essa juventude nada mais valorizem em termos de músicas e de poesias.
Eu aprendi que a boa música é aquela que mexe com o coração, mas o que vejo, hoje, que o conceito de boa música, é aquela que mexe com a bunda...
Valores poéticos desprezados com o passar dos tempos.
Mas pode o tempo passar, a modernidade chegar, a juventude se alienar, mas a poesia sempre estará entre os amantes de um bom verso, de um lindo poema, aqueles que sabem valorizar a vida, da forma mais doce, mais "caliente", mais vívida, que ao som de uma bela poesia.
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