terça-feira, 11 de junho de 2013

Quanta bobagem... e vem de longe!

O que mudou em relação a hoje?

CONSIDERAÇÕES DA COMISSÃO JULGADORA DE 
DANÇAS DO IV FEGART 1989 

No sentido de orientar aos participantes, enriquecendo com conhecimento experiente , os jovens que com tanto talento mostram o belo resultado de seus trabalhos nestes festivais, trazemos os seguintes considerandos , visando o interesse maior da Cultura Gaúcha. 

a) Freqüentemente há existência exagerada do levantar das saias das prendas, em forma de “Borboleta Avoaçante”. 

b) Exagero de movimentação dos braços dos peões em criações que lembram “Asa Delta” ou “Cristo Redentor”, principalmente nas entradas e saídas de certos números coreógraficos. 

c) O uso inadequado do bombo leguero, instrumento alienígena dentro do folclore riograndense, sendo muitas vezes utilizado como elemento rítmico, desfigurando o andamento musical, de determinados gêneros de música. Fato este que traz desequilíbrio, em momentos coreográficos entre outros dançantes, com sensível perda de harmonia de conjunto. 

d) A ocorrência freqüente, de instrumentos musicais mal afinados, com vozes (fora do tom) , execução de musicas fora da tonalidade. 

e) O uso inadequado de passagens musicais e sapateios espanholados, “do folclore rioplatense”, em total afronta ao espirito do festival, que é de raiz de cultura nativa riograndense brasileira. 

f) Andamentos acelerados ou exageradamente lentos de temas musi-coreográficos. 

g) Entrada na dança, fora do tempo forte de compasso. 

h) Extensão das “entradas” de apresentação que usam mais tempo no acessório do que na dança principal. 

i) Arranjo de melodias que desfiguram e descaracterizam, as coreografias das danças do “Manual”. 

j) A falta de alinhamento em danças definidas. 

k) O Caráter “militar”, de certas posturas corporais rígidas do homem, em danças descontraídas e não marciais, ex. Anu. 

l) A errônea postura espanhola em danças de origem portuguesa. 

m) O excesso de machismo dos peões com as prendas durante a dança, caracterizando o comumente conhecido “cara de cavalo”. 

n) Harmonização exagerada, desfigurando a linha melódica, do tema musical central. 

o) A falta de espiritualidade entre os pares demonstrada pela falta de correspondência amorosa de enlevo, sendo que muitas vezes , nem sequer olham para as prendas (nos olhos). 

p) O sarandeio sem entusiasmo, sem vida, em danças “alegres, vivas”. 

q) A passagem de largos passos masculinos para ajustar a distância entre as figuras, conhecida como “Atropelo de matungo”. 

r) Falta de naturalidade esquecendo que a dança é um prazer, um lazer, uma recreação. 

s) O uso de botas “ditas russilhonas”, não existem na referência histórica de nosso povo, representando nada mais que um “modismo”; da mesma forma temos que olhar as botas brancas que lembram pés engessados, advertindo-se ainda, que botas brancas tem muito pouca conotação masculina. 

t) Gritos exagerados, inoportunos, em passos de danças cerimoniais. 

u) Flexões bruscas “peneu furado”, indevidas prejudicando o movimento harmonioso dos pares, também referimos o excesso de posturas ajoelhadas (pedir esmolas). 

Acreditamos estarmos sendo úteis, oferecemos esta colaboração. 

Atenciosamente:

João Carlos Paixão Cortes 
Ery Assenato 
Sônia Abreu 
Gentil Fernandes Nerry 
Helena Maria Munhoz


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