Uma bela maneira de levar a arte e a cultura, e de Rodeio em Rodeio vender o seu trabalho, além de alavancar a Trova, esse movimento que anda esquecido no meio cultural. Osório de Assis esse trovador que me foi enviado pelo Carlinhos Lima.
Vejam que bela história!
A BATALHA DE VITOR JUNIOR
E este foi no rodeio de Fontoura Xavier, eu não tinha para onde ir, não arrumei show algum, mas descobri este rodeio e resolvi ir para lá, até porque era o 33 rodeio e tinha fama de dar muita gente.
Arrumei minhas coisas, peguei uns CDs, comprei a passagem e me fui de mala e cuia e já começaram as dificuldades. Na internet tinha ônibus na quinta feira em vários horários, mas na prática não foi isso que aconteceu.
Cheguei na rodoviária da capital ás 14 horas e lá eu descobri que só tinha ônibus às 19 horas, pois a empresa tinha tirado os outros horários, por causa do feriadão de Corpus Christi. Fiquei na rodoviária longas 5 horas, para chegar na quinta feira às 22 e 30 min no parque de rodeio.
Quando lá cheguei, cheio de muafos, notei que além do frio havia somente um acampamento e a praça da alimentação estava sendo montada, eu pensava que, como era um rodeio tradicional, já estaria tudo lotado, correndo os tiros de laço. Mas não! estava vazio mesmo e ai que foi a minha decepção: vazio e frio.
Montei minha barraca e como não tinha o que fazer no parque, que tinha muitas árvores, praticamente uma floresta, fui dormir. Mas com medo, afinal fui com a CARA E A CORAGEM! com uma mão na frente e outra atrás, uma aventura, tendo que vender CDs pois lá, não tinha show para mim.
Me acordei e tudo estava vazio e eu cheio de CDs para vender. Poucos acampados. Eu andava pra lá e pra cá, no frio do parque Atilio Citolina, o patriarca desta família. Não tinha para quem trovar.
Sabendo que a situação estava difícil, atacava o primeira alma que aparecia na minha frente, na ânsia de vender o CD, que era a minha única fonte de renda. Percorria os acampamentos entre as árvores. Subia e descia morro, mas muito frio, o que dificultava a minha venda, pois os acampados se fechavam com lonas nos acampamentos.
A abertura do rodeio foi na sexta-feira, às 17 horas, com pouca gente, mas eu ia trovando, atirando para tudo que era lado e ate que consegui vender uns 12 CDs(O que era pouco, muito pouco mesmo).
SÁBADO.....
Começou a chuva com frio e ai sim o tiro de laço começou. A tarde, todos dentro dos galpões ou acampamentos, mas eu não tinha opção, tinha que sair. O desanimo era evidente, mas eu trovava e vendia os CDs a conta gotas, era uma dificuldade caminhar o dia todo, batendo bota e molhado no frio, mas eu alegrava o pessoal e vendia.
Fui muito bem tratado, diga-se de passagem, pela patronagem do CTG Osório de Assis. Lá encontrei amigos do GAN. No final do sábado, tinha vendido bem pouco. Não dormi, naquela noite, devido a bagunça, pois tinha baile e de madrugada gritos e "zueiras" nos acampamentos. Para ajudar na minha barraca, estava tudo milhado com aquela chuva.
DOMINGO
Era cedo e o dia tava chovendo fino, mas com jeito de levantar um sol lindo. Eu tava morto, sem dormir, com a voz cansada e prejudicada pelo frio, mas tinha que dar mais um gás e às 9 hs. da manha sai para ver se conseguia vender mais uma meia duzia de CDs.
O parque lotou, pois veio invernadas de danças de tudo que era lado. Mas vender CD que é bom, nada. Eu trovava e não compravam. Só consegui vender no acampamento do pessoal de Cruz Alta e mais um que outro, no rodeio estava exausto.
Pelo meio dia encerrei tudo. Com sono, cansado e sem voz não dava mais. Pedi ao patrão que me levasse na rodoviária, para eu voltar para casa.
Foi uma batalha e tanta, que começou com o problema da rodoviária, na quinta e terminou no domingo de rodeio, em que vendi CDs à conta gotas. Se não fosse o meu esforço, eu teria tido um prejuízo enorme .
Já passei por dificuldades terríveis, como foi em Santa Catarina, no CTG Boca da Serra, em que simplesmente abandonaram, onde meu prejuízo foi enorme.
MAS FOI UMA BATALHA E TANTA, UMA GUERRA CONTRA O TEMPO E O RELÓGIO, PARA EU VENDER OS CDS. FOI MUITO DURA A BATALHA MAS EU VENCI, FOI ALI-ALI, MAS VENCI!
Texto do Trovador Vitor Junior
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