Eu vou envelhecer sem entender, mas tem coisas na vida da gente que entristece. Hoje fiquei sabendo que um dos maiores Poetas que conheci Francisco Carlos Sales o Chiquinho, foi enterrado em Alegrete, num cerimonial onde haviam não mais que uma dúzia de pessoas, visto que a bela cidade do Alegrete pouco fazia parte da vida dele.
São nessas horas que vejo o quanto a Cultura e a Politica da minha querida São Francisco de Assis, está atrasada. No mesmo momento em que vejo essa notícia, soube também que estão dando prêmio à um assiense que foi o Primeiro Presidente da Une, ai eu pergunto:
- O que faz um Presidente da Une e o que isso somou para São Francisco de Assis?
O que faz um Poeta eu respondo, pois isso é cultura e cultura tenho sobra:
"Um Poeta abre horizontes, abre caminhos, fomenta o novo, o não descoberto, sonha, cria, imagina um mundo diferente, alegra, nos faz chorar, sorrir, amar e conhecer o mundo da poesia, da rima, da métrica, do verso livre, do verso solto, do imaginável, da verdade e falta dela. Se o mundo fosse feito de Poesia, certamente que não seria o mundo que temos hoje, porque na embriagues de cada verso tem uma verdade, tem um sentimento, tem um carinho. Verdade, carinho e sentimento que falta a muitos que nada veem, que nada fazem
Morrer faz parte da vida, eu sei, mas morrer no esquecimento, na ingratidão de uma cidade que foi recitada em versos em que o Poeta se orgulhou a vida toda, somente ai na minha cidade. Se o Chiquinho tivesse nascido, em qualquer cidade que não fosse São Francisco de Assis, certamente que seria aclamado e teria um jazigo e um final de vida honroso, não sei se não viraria filme, porque sua história é maior do que as mentes insanas que nada fazem e que sucumbem numa politicagem suja e nojenta, mas infelizmente ainda permeia a vida dos que procuram em fofocas e se esquecem dos que realmente fazem e levam o nome dessa cidade pelo mundo e pela literatura mundial.
Lamentável. Mas são coisas assim que nos entristecem, mas com certeza para aliviar suas consciência sujas, logo farão uma homenagem ao Chiquinho, e para a sua autopromoção, quem sabe o nome de uma rua num canto qualquer e ainda serão aplaudidos pelos puxa sacos que vivem aos seus redores.
Segue a vida até mesmo na morte!
Deixo esses versos como acalanto pra minha alma triste!
Ao Mestre Chiquinho!
Nesta faculdade campeira,
Foi mestre na arte do verso,
Fez do campo, teu universo,
Tropeiro da Xucra rima...
Com o céu caindo por cima,
E a poesia dentro do sangue,
Reescreveu este Rio Grande,
Na mais bela obra prima!
Quando retiravas da alma...
O que só a tua alma sentia,
Nos emanava de poesias,
A quem seguia teus passos,
Sentindo a força do braço,
Como tranças de couro cru,
É porque poetas como tu...
Nesse mundo são escassos,
Um poeta jamais morre,
Na mente dos seguidores...
Quais à mim, admiradores,
Que da poesia, se deleita,
Verso bom, rima bem-feita,
Iluminando os pergaminhos,
Que só tu, Mestre Chiquinho,
Poderia fazer tão perfeita!
Por isso que a tua ausência,
Calou o peito de tantos...
Olhos marejados de pranto,
Bocas sedentas de poesia...
Ainda choram na lápide fria,
Onde teu corpo descansa...
Sabendo que ficou de herança,
O teu versejar como guia!
Teus livros e versos soltos,
No aconchego das memórias,
Ainda escreverá a história,
Do Francisco Sales Poeta...
Pois a vivência completa,
Desde o menino ao mestre,
São como flores agrestes...
Em suas cores prediletas.
E tudo que aqui deixastes,
Pelas Ruas de São Francisco,
Por certo ainda me arrisco,
A dizer com a mesma gana,
O teu verso nunca te engana,
A tua história está contada,
Nas duas terras amadas...
São Chico e Manoel Viana.
Sei que chegaste no céu...
Como quem chega num upa,
Levando na mala de garupa,
Teus alfarrábios escritos...
Talvez os versos mais bonitos,
Que São Pedro tenha ouvido,
Quem sabe sejam divididos,
Com outros Santos, benditos!
Quem sabe o São Francisco,
O que foi o teu Padroeiro...
Hoje, te sejas, companheiro,
Para algum verso terrunho,
Nos dando o testemunho...
Quem era o mentor sagrado,
Que viveu, aqui, ao teu lado,
Escrevendo do próprio punho.
Quem sabe nas noites calmas,
Que a lua enfeitar os campos,
Tu possas chegar ao tranco...
Repontando rimas calmas...
Para o aconchego das almas,
Que ainda choram seu luto...
Ou que pelo vento eu escuto,
Mil anjos batendo palmas!
E daqui eu possa aplaudi-lo...
Com reverencia ao Mestre...
Por tudo aquilo que fizestes,
Pelo orgulho que já me deu...
De olhar nos olhos dos meus,
Sabendo que habita a poesia,
Aquela que declamaste um dia,
Tu, hoje, declamas pra Deus!
Com reverencia ao Mestre...
Por tudo aquilo que fizestes,
Pelo orgulho que já me deu...
De olhar nos olhos dos meus,
Sabendo que habita a poesia,
Aquela que declamaste um dia,
Tu, hoje, declamas pra Deus!
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