quarta-feira, 12 de junho de 2013

UM MATE DE ENCILHA

Letra Paulo Ricardo Costa e Salvador Lamberty
Música: Nilton Ferreira
Inter: Nilton Ferreira e Horácio Bittencourt
da 24ª SAPECADA DA CANÇÃO DE LAGES(se não me engano)

Na tarde cinzenta a manga de chuva branqueando a coxilha,
Um mate de encilha, reponta a saudade, guardada pra ela...
Um ruido de ausência, se chega e judia, das minhas retinas,
Lembrança brasinas, pedindo passagem no vão da janela;

Na dança das chamas, um todo de angico, que aos poucos se finda,
A imagem mais linda, "trejeitos brejeiros", silhuetas da amada,
Ao peão que mateia a doce magia, sorvendo a emoção...
De trazer pr'ao galpão quem vive distante, em outra morada;

Por onde andarão os olhos da linda que amei com carinho?
(Quem sabe a caminho aqui do meu mate, por este aguaceiro),
De trás da vidraça, a chuva retrata, àquela princesa...
Que tem a beleza de flor da campina e jeito trigueiro;

A noite se chega, na mesma cadência desta chuva fria...
Já fazem três dias, de agosto cebruno, com jeito de enchente,
O vento assovia, gemidos estranhos, uivando na quincha...
O zaino relincha, parece um campeiro, proseando com a gente;

Um poncho se abre nos ombros caídos da noite em negrume,
Um gosto de ciúme me vem pr'ao meu mate, há muito encilhado,
A fumaça castiga num resto de fogo, em cinza e carvão...
E a tal solidão, me joga na cama e se deita ao meu lado;

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