terça-feira, 9 de abril de 2013

Luiz Alberto Pont Beheregaray, Berega


Luiz Alberto Pont Beheregaray, Berega, nasceu em 1934 na cidade gaúcha de Uruguaiana, fronteiriça com a Argentina. Residiu em Porto Alegre de 1958 a 2000 exercendo as atividades de bancário, empresário e artista plástico, quando voltou a sua cidade natal Uruguaiana exercendo a atividade de pecuarista. Faleceu em sua Uruguaiana em 09 de abril de 2012 vítima de complicações do Mal de Parkinson que o acometeu aos 50 anos de idade e gradativamente evolui tirando o que Berega mais gostava de fazer: trabalhar com a arte.

Seu trabalho na temática gauchesca o enquadra no que os platinos denominam pintor costumbrista, a arte dos costumes da sua terra.

Em suas pinturas de cavalos mostra um estilo dentro de uma técnica própria e original: tinta sintética sobre suporte de couro. Retratou nesta técnica vários animais ganhadores de prêmios ou de apreço significativo de seus proprietários. Pintou várias raças, sendo a sua maioria em cavalos crioulos e árabes, mostrando profundo conhecimento de suas características, chegando inclusive a receber convite para julgar algumas provas morfológicas na Exposição Internacional de Esteio, RS. As demais raças retratadas, como exemplo, foram o PSI (Puro Sangue Inglês), Brasileiro de Hipismo, Apaloosa e Campolina.

Retratos de cavalos de sua autoria encontram-se em coleções particulares e de criadores em vários Estados barsileiros e do exterior como Argentina, Uruguai, Paraguai, Estados Unidos da América, Suécia, Alemanha, entre outros.

Autor de capas e ilustrações de vários livros e revistas.

Autor dos álbuns de própria produção em off-set:
Garanhões Árabes - Estudos de Cabeças (1977);
Cavalos - Desenhos de Berega (2 edições - 1980 e 1983);
Garanhões Árabes (1983);
Gaúchos e Cavalos (6 edições 1982).

Autor das ilustrações dos calendários da Fertisul e Petróleo Ipiranga S.A. dos anos de 1979 à 1999, retratando de forma jocosa o gaúcho e resgatando cenas campeiras do cotidiano com um trabalho de pesquisa e veracidade de seus costumes e cultura. Em alguns calendários fez parceria com os versos do poeta Jayme Caetano Braun.

Autor das ilustrações do calendário da Cooperativa Central Gaúcha de Leite Ltda. (CCGL) em 1992.
Teve seu trabalho focalizado várias vezes pela Revista Hippus de São Paulo, especializada em cavalos de criação e esporte, Revista da Associação dos Criadores de Cavalo Crioulo (ABCCC) e Revista da Associação dos Criadores de Cavalo Árabe (ABCCA).

Trabalhos de sua autoria foram adquiridos para presentear o Ex-Presidente da República Federativa do Brasil João Batista Figueiredo, ao Ex-Vice-Presidente Aureliano Chaves e ao Ex-Presidente da República Oriental do Uruguai Julio Maria Sanghinetti.

Alguns de seus trabalhos encontram-se na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, em Washington DC.

Foi membro da Society of Equestrian Artists, sede Londres (UK).

Retratou em suporte de couro outros animais como gado bovino, ovino e cães, bem como pessoas associadas ao cavalo como em esportes, criadores e proprietários.

No início de sua carreira desenvolveu trabalhos na arte sacra e medieval, trabalhando técnicas de envelhecimento com uso de vernizes e betume.

Desenvolveu seu gosto e talento pelo desenho ainda na infância mas somente passou a trabalhar profissionalmente como artista plástico no início da década de 70.
Sua temática foi recorrente às impressões da cultura de sua terra, sua região e suas impressões de sua infância em meio ao pampa gaúcho: sua gente, sua cultura e suas coisas e o inseparável cavalo. Neste quesito, rompeu fronteiras e o retratou em inúmeras raças, nos infinitos movimentos, usos culturas e esportes.


Apaixonado pela cultura regional gauchesca, é um estudioso meticuloso de todos os aspectos relacionados, de sua história aos seus costumes. De suas matizes às suas texturas. De seus movimentos à sua impressão estática de sua forma. De sua força à complascência na fragilidade de linhas tênues e delicadas perpetuadas em seu trabalho.
Tem sido sempre lembrado pelos tradicionalistas, estudiosos e artistas por ter marcado referência em vários aspectos, recebendo ainda homenagens e citações em outras obras como poesias e letras de músicas.

Berega em seu traço forte, meticulosamente trabalhado, vai desde o lado jocoso dos tipos terrunhos nos sempre lembrados Calendários da Petróleo Ipiranga S.A. às centenas de retratos realistas de pessoas e animais usando uma técnica que aprimorou por anos na pintura sobre couro como suporte.
Mostrando desenvoltura do desenho à pintura, do humor ao retrato realista, nunca deixou de estudar à fundo os detalhes, os porquês, a origem. Reflete assim um artista que sempre buscou o completo e o fiel embasado em sua pesquisa, características de seriedade com seu trabalho e disposição na busca da melhoria contínua.



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