quarta-feira, 17 de abril de 2013

GALPÕES" EM CRISE DE IDENTIDADE

Mais um bela matéria que copio na integra do blog do Léo Ribeiro, por compartilhar de sua ideia e de ver a imagem de um Rio Grande se denegrindo.

Os Galpões Crioulos e Nativos, deveriam voltar as "próprias origens"

No linguajar gauchesco, CRIOULO e NATIVO tem o mesmo significado, ou seja, indicam ORIGEM. - Tu és crioulo de onde? - Tu és nativo de que lugar?
Neste mesmo linguajar terrunho, GALPÃO significa o sacrossanto lugar onde se reúne a peonada para suas lides, prosas, assados, mateadas, sesteadas, junto da cachorrada e dos animais. É um local que cheira a xucrismo, ao contrário da casagrande da estância.
Então, meus amigos, GALPÃO CRIOULO ou GALPÃO NATIVO nos remetem a uma visão atávica de autenticidade dos costumes campeiros do Rio Grande.
Contudo, não é o que se reflete atualmente nos dois programas gauchescos mais tradicionais da televisão rio-grandense e que ostentam estes nomes.
Poderia cunhar aqui a seguinte frase que serviria bem como ilustração daquilo que escrevo: - Que saudades dos velhos Fagundes! 

Explico o motivo da frase:

Depois que o GLÊNIO FAGUNDES deixou o GALPÃO NATIVO (TV Educativa), a maionese meio que desandou. É difícil substituir uma pessoa que traz o telurismo na alma, caso específico do Glênio, e os apresentadores Maria do Carmo e Leandro Cachoeira, embora façam força e sejam capazes, não tem o mesmo carisma para o encargo. Soma-se a isto que a atual administração da TV E é composta por um partido político que, em sua grande maioria, nunca foi muito chegado na gauchada. Haja vista pelas ações do IGTF.
Da mesma forma, depois que o NICO FAGUNDES se aposentou, me parece que o GALPÃO CRIOULO (RBS TV) também atravessa por uma crise de identidade. Não por culpa da nova apresentadora Shana Müller que deu um toque feminino, prendado e todo especial ao matutino dominical. É competente, inteligente, bonita e domina o palco como poucos apresentadores que conheço. O problema vem da produção do programa que, sem a figura de Antônio Augusto Fagundes, “liberou geral”. Antes de ontem, até rock tivemos que ouvir...

Não sou contra este tipo de música, ao contrário, até gosto, mas como dizia meu pai “- Cada qual com seus iguais...” 
E mudo aqui minha opinião da semana passada que tal abertura é benéfica. Penso, repenso e não vejo tal benefício. Infelizmente, volto a ser o ranzinza de antes (rock, nem minha lapidada tolerância aguentou) . 
Por que não criam um programa específico para este segmento de música feita no sul, de caráter mais urbano? Por que tirar o que conquistamos ao longo dos anos?
As janelas para a musicalidade gaúchesca na televisão já são super restritas e, se nos parcos programas que temos, começarmos a ceder terreno, em pouco tempo seremos excluídos por total. Isto é parecido com o jogo político de ocupação de espaços ou, mal comparando, com o velho ditado: - Dá a mão, quer o braço. 

Em tempo, quero deixar registrado que o contrário também é verdadeiro, pelo menos na minha opinião. Detesto quando grupos gauchescos se apresentam no Ratinho, no Faustão, Esquenta e programas do gênero.
Não estou advogando em defesa do “bagualismo”! Também não gosto de apresentador que se porta como se numa mangueira estivesse, mas gostaria de um programa onde circulasse da canção romântica do Jairo Lambari Fernandes ao campeirismo do Mano Lima, com uma variação de artistas já consagrados e dando oportunidades aos novos valores, tudo com muita autenticidade, com identidade gaúcha. Para finalizar, me parece que uma panela está fervendo nos fogões destes galpões.

Banda de Rock Estado das Coisas, no Galpão Crioulo.
Estes ótimos músicos, assim como tantos outros, 
não mereciam um espaço próprio nas televisões do Rio Grande?

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