O índio vivia livre na
Santa paz das Míssões...
Crente numa divindade e
suas própria indagações,
Veio o homem branco,
famintos olhos de guerra,
E a ganância estrangeira
manchou o verde da terra;
Era a força da Espanha e a
crueldade de Portugal,
Tirando o ouro da terra
numa guerra desigual...
O índio virou escravo na
leis de homens sem fé...
E os sete povos tombaram
clamando a força de Sepé;
De ruína em ruína massacraram a nossa
gente...
O ouro nas Catedrais estampando fios
reluzentes,
Enquanto pelas ruas desfila um povo
descrente,
Índios pedindo esmolas neste sul do
Continente;
Quem era dono de tudo,
agora, vive no abandono...
Tiraram a terra do índio e
lá ergueram seus tronos,
Hoje vendendo balaios, pelo
beiral das estradas...
Saciando a fome dos filhos
num banco frio de calçada;
Quantos discursos falsos e
suas promessas em vão,
E os donos, longe da
aldeia sem um pedaço de chão,
Que a Santa Cruz de Lorena
proteja os inocentes,
E os homens aqui do Sul
respeite a dor desta gente;
De ruína em ruína, destruíram com a
natureza...
O índio perdeu a história vivendo aos
pés da pobreza,
Enquanto santos de ouro enfeitam
púlpitos de Igreja,
Os ateus fecham os olhos e até Deus virou
incerteza!
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