A música talvez tenha a definição mais ampla ou a mais simples. Para os grandes estudiosos, cabedais das universidades, talvez, a música tenha uma definição muito ampla e complexa. Para nós, simples mortais e apaixonados por música, a definição de música boa é aquela que toca a alma, o coração.
Pois bem, temos vistos anualmente, dezenas de festivais no Rio Grande do Sul e outras dezenas ou até centenas de discos gravados por músicos profissionais, mas não conseguimos mais ouvir músicas que nos toquem a alma e que portanto, poderemos dizer que são boas.
Então, o que está acontecendo?
A qualidade das músicas será que está relativa a pressa com que elas são feitas?
Será que, por ter festival, quase que todos os finais de semana e muitos deles viraram "cassação" de dinheiro por parte de alguns músicos, que as músicas são feitas nas "coxa"?
Será que a música está sendo respeitada como tal ou apenas está sendo um meio de sobrevivência financeira, sem compromisso com a verdade?
Não sei responder a nenhuma dessas perguntas, mas sei que nos últimos anos, o que penso de ser música boa, não roda em rádio. Os músicos, os cantores, decoram, aprendem aquela música só para tocar naquele festival e ainda sempre tem que colocar aquele amigo músico, que nem aprende, tira ela, meia boca para ganhar a ajuda de custo, mas depois nem sabe como a música é tocada.
Será que isso contribui para a cultura e para o bem dos festivais? Sem falar naquele cantor que nem decora a música, ainda lê, descaradamente, como acontece em todos os festivais.
Hoje, para concurso de interpretação vocal, inventaram a tal de técnica.
Mas o que é a técnica? - Pois a afinação tem-se que ter, pois a voz é o instrumento do cantor, e um instrumento não afinado, não é um instrumento, é apenas um objeto de som; a distância do microfone num vem e vai; Algum solfejo na voz, para embaralhar tudo.
Infelizmente estão esquecendo o essencial numa interpretação, que é o sentimento, a alma, a verdade e só sabe cantar a verdade quem dela vive, não quem dela sobrevive.
Infelizmente, música é um assunto que deveria ser muito discutido.
Agora transporte isso tudo para a poesia, que é declamada (para mim deveria ser recitada, pois declamar, vem de "clamar" e ninguém está clamando nada, está recitando) onde um recitador é solitário e só depende de sua emoção, do conhecimento, das verdades no que diz.
Mas que verdade?
Se inventaram a tal de técnica e os dizedores de versos, parecem borboletas enfeitadas, saracoteando no palco ou inventando teatralidade para ganhar os compadres jurados, sem o mínimo pudor ou vergonha de ser esculachado e com sua carranca ainda recebem os troféus comprados a beijos e abraços.
E assim o Rio Grande prossegue, uns mentindo que estão fazendo música e outros mentindo que estão comprando música.
Ah! ainda ouço, nas entrevistas de rádio, alguém dizendo:
- Agradeço aos meus milhares de fãs...
Quem tem milhares de fãs, está rico, e como diz um amigo meu:
- "Tem gente que não tem um pinto para dar bóia".
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