A música sempre foi um diferencial na vida das pessoas. Desde o nascimento até a morte, tivemos e teremos a vida toda ao redor da música. Desde as canções de ninar, para acalmar uma criança que chora ou na hora de dormir a música esteve ao nosso lado. Depois na adolescência, as imitações de sonhos de cantar ou tocar. No banheiro, que nunca foi um cantor? Quem nunca amou ou chorou um amor perdido ao som de uma música? Quantas músicas embalaram um casamento? Até na hora da morte, quantos já pediram para serem velados ao som de uma boa música? E depois que morre, quantos foram eternizados ao som de música?
Pois bem, mas os tempos mudam e mudaram muito e as músicas também mudam. Infelizmente vivemos num tempo em que qualquer porcaria vira sucesso. A música quando mais podre, mais sem nexo, mais sem expressão alguma, vira sucesso na boca das pessoas. E porque isso?
Acredito que, a humanidade esteja num decréscimo de amor e de sentimentos. Os valores essenciais do amor estão faltando as pessoas. A banalização da vida, do sexo e do amor, fizeram com que as pessoas não queiram mais pensar, refletir, fazendo com que, tudo o que for simplório, comum e banal torne-se um sucesso.
Os festivais nativistas chegaram para fazer algo diferente, com letras com conteúdos, melodias, arranjos, com a diversificação e agregação de instrumentos, na sua variedade, fizeram com que a música nativista tivesse uma expansão muito grande. Mas hoje sofre diante da banalização da música nacional, que entra todos os dias dentro de nossas casas e invade a moral das crianças, que seriam os futuros consumidores do que é bom.
Viemos, a nível de Brasil, do tempo da lambada: nojenta, podre, apelativa que nem é mais lembrada. Depois o advento do pagode: com músicas choradas, arrastadas, letras sem conteúdos e embalo provocante. Quem não lembra do Axé, com sua apelação e mulheres, louras e morenas, rebolando ao som de É o Than!, que fizeram escola e arrastou outros grupos nojentos por todo esse Brasil, deturpando a mentalidade das crianças e banalizado o corpo da mulher. Não contentes trouxeram o Funk, no rastro da éguinha pocotó, e umas babuseiras de letras nojentas e apelativa, gritando que morar em favela é bom(mas ninguém quer morar). Agora para levar de vez a mentalidade musical desse País e banalizar tudo, chegou esse sertanejo universitário com letras onde homens não querem as mulheres para ir pescar ou beber, e trazendo de arrasto os Lek Lek da vida, sem fundamento algum de letras, de harmonia e de melodias. Tentaram no enfiar a goela a baixo um tal de Kuduro, que felizmente, esse não pegou, ainda.
Então, como querer que uma música séria possa fazer sucesso?
Só nós, loucos do sul do sul do continentes. Sonhadores e abnegado, verdadeiros heróis do conservadorismo ficamos de pé fincado, fazendo arranjos, pesquisando letras, metendo sustenidos e bemóis, com arpejos e solfejos, para vender nosso minguado peixe, pelos palcos dos viciados festivais, que são feitos por pessoas que só se importam com a projeção que o evento pode lhes dar durante três dias. E os músicos que atravessam o estado, na busca de um espaço, muitas vezes voltam para casa, repartindo com sua família, a frustração de ter feito o melhor e nem ser reconhecido.
Ao público que muitas vezes não gosta do resultado e quer que ganhe aquela que é mais simples, mais fácil e mais próximo do que ele conhece, se frustra e promete não mais ir e não ajudar e não viver, pois assim são feitos os tempos de hoje, onde qualidade, estudo e conhecimento é deixado de lado, para fomentar o gosto de pseudos conhecedores de uma comissão avaliadora, muitas vezes, interesseira, desonesta e viciada.
O que fazer? Não sei. Só sei que sou do tempo em que música mexia com o coração, hoje, mexe com a bunda.
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