Que coisa engraçada são os tempos. Nessa eterna luta para difundir a cultura de nossos antepassados, termino chegando à conclusão que perdemos a batalha. Talvez o gaúcho e o gauchismo já estejam perdidos na poeira dos tempos. Nem parece que há 10 ou 15 anos vivemos uma quase revolução que parecia ter eternizado e "firmado o garrão" de nossa cultura. Conto porque vi e vivi. Iniciou-se a revolução com Luiz Marenco e, posteriormente com outros artistas, como ajudei a presenciar, Lisandro Amaral. Engraçado: aqui em Bagé, comecei, com o Duo Salamanca, a difundir o folklore crioulo sul-americano lá pelos idos de 1989 em diante. Em nossas primeiras apresentações, me recordo que iam nos assistir nossa família apenas, e bem poucos dela... hehehehe. Mas o número de ouvintes ia gradativamente aumentando, até culminar, nos idos de 2004 ou 05 em que conseguíamos um ótimo público em nossas modestas apresentações e fazíamos bailes que denominávamos "À Moda Antiga", pelo repertório puro e crioulo que tocávamos. Triste constatar que talvez tenha sido apenas mais um modismo. Triste ver que o tal "Sertanejo Universitário" tomou conta... triste ver espaços em que o gauchismo reinava soberano, profanados como antigos templos invadidos e queimados... triste ver que ninguém mais se preocupa em passar a seus filhos a herança cultural de seus antepassados. Acho que, definitivamente, perdemos... nem sequer somos mais um arremedo do que foram nossos antepassados. Acho que nem merecemos mais a alcunha que nos diferenciou de um país inteiro... não merecemos mais sermos chamados de Gaúchos.
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