Registro do Ritmo Musical- Bugio como Patrimônio Imaterial do Estado
No dia 28 de março de 2022, ocorreu a primeira reunião de sensibilização para o processo de registro do ritmo musical - Bugio, como Patrimônio Imaterial do Estado para a comunidade assisense, destacando a presença dos músicos, escritores, poetas, tradicionalistas, entidades, clubes de serviços, Prefeito, Vice Prefeito, Secretários Municipais, demais autoridades e apoiadores.
A Diretora de Cultura do município - Prescilla Saquett, explanou sobre as ações que já foram realizadas até o momento. Colocou também que a caminhada é longa e vamos precisar de todos. Destacou que não estão discutindo a origem do ritmo e sim estão buscando o reconhecimento do Estado.
Valdevi de Lima Maciel - Historiador e Tradicionalista colocou da importância de estarmos todos juntos nessa causa tão nobre para a história do município. E convocou os presentes para abraçarem essa causa.
Ao final foi realizado pelo amigo Aureleano Pires uma prece a saúde do Salvador Ferrando Lamberty.
O próximo passo é começar a inventariação da documentação. Se o município de São Francisco de Assis está nesse processo, deve-se muito a ele que iniciou toda a pesquisa, Salvador Ferrando Lamberty.
O encontro foi proveitoso, apesar de me parecer mais politico do que cultural, assistindo o deslumbramento da parte política por ter tido 3 minutos na RBSTV, muitas coisas ainda faltam serem ditas.
O bugio é um Patrimônio nosso, de São Chico de Assis, e ponto.
O interesse de São Chico de Paula, do Jornalista e dos Políticos que encabeçam esse movimento é porque eles não tem nada, nem história. Nunca houve briga de que o Bugio é daqui ou dali, culturalmente falando, isso pouco importa para quem faz cultura, mas para a cidade, para o turismo e para algumas pessoas que vivem disso, é importante saber que o bugio não tem história.
Muitas coisas ainda tem que serem feitas, principalmente um debate, uma discussão sobre o assunto, com as pessoas, principalmente com quem faz cultura no município. Entregar um patrimônio, simplesmente por conta de um sonhado espaço maior na mídia, é muito pouco, e podemos sim, ter esse espaço, exatamente fazendo o que nunca foi feito, um trabalho cultural sobre o bugio, um espaço de cultura para o bugio, a volta imediata do festival QUERÊNCIA DO BUGIO, a inserção da cultura nas escolas municipais, a abertura de espaços de cultura nos bairros, a criação de eventos para a divulgação do bugio, a colocação de placas e um pórtico dizendo que o bugio é daqui e tantos outros fatos que façam o bugio ser reconhecido no estado, e assim, com o tempo, ele por conta própria, se tornará um Patrimônio do Rio Grande do Sul e do Brasil.
QUAL A MINHA PREOCUPAÇÃO?
Há mais de 30 anos que lutamos para manter vivo o bugio, num tempo em que nem os grupos musicais querem gravar bugios, não tocam em bailes e nada fazem pelo ritmo, nós continuamos fazendo com que esse conhecimento não caia no esquecimento, agora, simplesmente, em nome de algo que ainda não se sabe, abrir mão de tudo isso, acho um tanto temerário, porque, se é pensando em colher frutos financeiros, tirem seus burros d'água, porque para nós sempre sobrará muito pouco.
RESUMO:
Temos um pote de ouro nas mãos e alguém que queria ter esse ouro, quer nos abraçar e dividir, simplesmente porque ele acha que esse ouro é de todos, mas quando estávamos cavando, buscando, procurando, eles estavam na sombra, de braços cruzados, agora querem dividir.
Dividir oque?
Vão nos ressarcir dos prejuízos que tivemos ou só querem os lucros?
ENTÃO TU ÉS CONTRA QUE TORNE O BUGIO PATRIMÔNIO CULTURAL DO ESTADO?
Claro que não. Nunca serei contra, só penso que não é dessa forma, sensacionalista e apressado que as coisas devam acontecer, visto que, quem realmente lutou pelo bugio esses anos todos, nem foram ouvidos, quissá, lembrados.
E, talvez, para que isso acontece, lá se irão 10 anos, e nesse período, ficaremos de braços cruzados esperando por verbas do estado ou do Pais?
O que precisamos urgentemente é fazer o festival Querência do Bugio, fazer um grupo de estudo da viabilidade dos prós e contras, abrir mão de algo tão valioso, que algumas cidades já tentaram se apoderarem e não conseguiram, agora algumas pessoas querem abrir mão?
Pense...reflita...e não coloquem tudo à perder.
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