segunda-feira, 21 de março de 2022

DE QUEM É O BUGIO?

 

        Hoje, com a facilidade das redes sociais, desfilam posts, de alguns até bem exagerados e que nunca estiveram próximo ao ritmo do bugio, mas que se acham no direito de tecer a sua opinião e é claro que respeitamos, pois todos podem tecer.

DE QUEM É O BUGIO?

        Não quero entrar nessa discussão se é de Paula ou de Assis, mas quero alertá-los, aos opinadores de plantão, que foi somente esses dois municípios que, até hoje, se preocuparam em preservar esse ritmo, com dois festivais O RONCO e A QUERÊNCIA DO BUGIO, mas também quero lembrá-los, aos opinadores, que existe uma história, pesquisada, escrita, lida e relida sobre a criação desse ritmo, feito por uma pessoa que merece todo o respeito (das pessoas que sabem dar respeito) sobre a criatura e seu criador, que é nosso conterrâneo SALVADOR FERRANDO LAMBERTY, que infelizmente, encontra-se acamado e que de longe, certamente está triste por ler tanta opinião descabida nas redes sociais. O ritmo bugio começou a ser pesquisado em 1976, ano que muitos desses que, hoje, opinam, nem haviam nascido, e que consta de uma vasta documentação que não podemos esquecer da noite para o dia, simplesmente, para concordar com as novidades do mundo moderno.


O BUGIO É DO RIO GRANDE!

        Sim, muitos bradam que o bugio é do Rio Grande do Sul, e concordo, mas queria ouvir isso do senhor governador do Estado do Rio Grande do Sul, através da Secretaria de Cultura ou de algum órgão que represente esse estado, não de um Jornalista ou de um politico, até porque gostaria de cobrá-los o esquecimento com a cultura de nossa cidade, que bancou por anos os festivais e as músicas, os bugios, que fomentam a nossa cultura e que, hoje, podem pleitear querer ser Patrimônio Cultural Brasileiro, mas ai eu pergunto:

- O que nós ganhamos com isso?

        Sim, o que São Chico de Assis, uma cidade esquecida pelos movimentos culturais do Rio Grande do Sul, vai ganhar com isso?

        É muito lindo escrever da grandeza de um município abrir mão em prol da cultura, e porque não lembram de nos ajudar a preservar esse pedaço de cultura? 
         Porque não temos verbas do estado para continuar contanto essa história linda do bugio através das músicas e dos festivais?

        Estamos há quase 10 anos tentando fazer um festival, que custa minguadas platas para um estado tão rico, mas que custa muito para um município pobre e porque, os abnegados da cultura regional, os políticos, os jornalistas, nunca levantaram a bandeira para nos ajudar?
        Porque, muitos que bradam, atrás de teclas das rede sociais, para o bugio ser patrimônio, não gravam bugios, em seus discos? Não tocam bugios em seus shows? Quantos bugios os senhores conhecem? o casamento da Doralice. Sim lhes apresento quase uma centena de bugios do festival de São Francisco de Assis e quem sabe mais outra centena do festival de São Chico de Paula, mas isso não importa, para os opinadores de plantão. 

PATRIMÔNIO CULTURAL!

        Não sou contra em tornar o ritmo bugio um Patrimônio Cultural do Mundo, se possível, mas só não entendo e não me canso de perguntar: 
- Porque agora e porque com essa pressa? 
- Qual o interesse que está por traz disso tudo? 
- Porque o governo do Estado e a Secretária de Cultura não fazem parte desse projeto? 
- Porque figuras da cultura dos municípios não estão engajados nisso?

        Da minha parte, pouco somo com a cultura desse estado, mas no pouco que somo, penso que temos que termos responsabilidades para que o futuro não nos cobre, o que não poderemos pagar. Uma história não se apaga, simplesmente, por conta de algo que alicerçado, mais em interesse pessoal, do que em interesse coletivo. Não se torna algo Patrimônio cultural da noite para o dia, sem muito estudo, sem um bom inventário e sem uma boa pesquisa dos prós e dos contras, porque todos estão olhando os prós, mas certamente que tem contras e estão guardados na manga.

DE QUEM É O BUGIO? 
    Para muitos, pouco importa, mas leiam, reflitam e tirem as suas conclusões. Sugiro ler o ABC do TRADICIONALISMO GAÚCHO e O BUGIO o livro. Até aparecer outro que me convença, eu fico com esses e quem quiser ficar bradando, que o faça, mas respeitem a história que ai está.

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