domingo, 7 de outubro de 2012

Hoje é dia do Compositor

Uma reflexão mais profunda nos leva a meditar sobre inúmeros aspectos: em termos históricos, sociológicos, estéticos, filosóficos.
O compositor é, deste modo, um repositório do seu universo sócio-cultural. Não apenas um reflexo, mas, sobretudo, um co-partícipe. Seja vislumbre, seja intenção, a sua arte antecipa os rumos da sociedade à qual pertence.
Nesse sentido, a música é uma filosofia; é uma linguagem subjetiva e profunda.
Paul Hindemith a ela se refere sabiamente afirmando: "... além de todo o conhecimento racional e de toda a experiência manual, existe uma visionária região de irracionalidade onde moram os supremos segredos da arte..."
Sejam quais forem os aspectos da música, ela é sempre manipuladora das mais íntimas sensações - individuais ou coletivas - e de todo o mecanismo das emoções. Nesse sentido, o compositor avoca uma posição de responsabilidade: a sua música tem o poder de despertar e canalizar energias. 
A música eleva, inspira, comove; mas pode, inversamente, deprimir, agitar, conturbar.
Cabe ao compositor traçar caminhos. Sua meta mais sublime será a de despertar os mais nobres sentimentos, depurar as energias humanas, infundir o aprimoramento de seus semelhantes.
E o fará através do domínio da técnica, do estilo, da estética.
Doando a sua obra musical - fruto da criatividade - ao acervo da comunidade, 
terá o direito à convicção de ter vivido plenamente e cumprido a sua missão no evoluir da humanidade.

Quando vimos um texto assim, não poderíamos imaginar que o Brasil esteja passando por tanto lixo musical, com composições bizarras, letras pobres, músicas e melodias quadradas. Não sei se devemos comemorar o dia do compositor, pois está, de certa forma ridículo dizer que somos compositores. Se bem que, composição é um termo muito vasto, e na mente de algumas pessoas, que só pensam em imediatismo, é quase que inexistente, basta escrever alguns termos pejorativos e dúbios, escrotando uma melodia pior e pagar os meios para que se tornem sucesso, repentino na verdade, imediatista e sem valor, mas é sucesso.
Parabéns a todos os que ainda escrevem e compõem com a preocupação da obra e da sociedade em que vive. Nós no nativismo ainda temos o privilégio de buscar temas e fazer composições para pessoas que pensam, pena que está se tornando escasso.
Mas esse é o meu modo de pensar.

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