sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

São Francisco de Assis 129 anos, bem vividos!


Hoje é um dia especial para todos que nasceram neste chão ou beberam das águas do Inhacundá, do Ibicuí, do velho Itú... Para os que andaram de pés descalços pelos campos de Areia de Thirteu da Rocha Viana... Quem correu pelas ruas empoeiradas de uma cidade linda, amável, acolhedora... Quem sentou nos bancos de uma Praça histórica, contemplando o sarandear dos bugios e ou o revoar das caturritas... Quem aprendeu  um pouco mais da vida e do mundo no Colégio Salgado Filho ou no Grupo Escolar Afonso Rodrigues... Quem bailou nos fandangos do Negrinho do Pastoreio ou nos carnavais do Clube Assisense... Quem brincou de carrinho de lomba nas descidas da Sanga da Benta ou que jogou futebol nos campinhos do cemitério... Há tempo bom! porque tu te fostes me deixando essa saudade, saudade da vida, saudade do tempo, saudade de ti!
PARABÉNS MINHA SÃO FRANCISCO DE ASSIS...129 ANOS, UMA ANCIÃ COM JEITO DE MENINA!

GRÁCIAS NO MÁS!
Paulo Ricardo Costa

Um dia eu disse adeus!
Mas sem vontade de seguir;
Meus passos cambaleantes...
Levaram-me pelas estradas do mundo,
E a cada passo que eu dava...
A cada metro que me distanciava,
A saudade, já batia forte no coração;

Deixei para traz o meu mundo,
E fui em busca dos sonhos;
Fui em busca de uma vida,
De outra vida, mais distante,
De outros caminhos, outros carinhos,
Mas pouco de ti, eu encontrei;

Tentei encontrar outro Inhacundá...
Mas não encontrei!
Não encontrei praças de árvores,
Nem o ronco dos bugios...
Não encontrei o sino de ferro,
Nem antigo e nem novo;
Não encontrei a Sanga da Benta,
Nem o velho poço da pedra...
Na vida triste que medra,
Não vi ruas de chão batido;

Tentei encontrar tanta coisa!
Coisas que só existem em ti;
Busquei coxilhas verdejantes,
Versos com campos de areia...
Tentei encontrar a lua cheia,
Mas não era a mesma que havia ai!
Tentei encontrar a Pinheiro,
A Borges, a Farroupilha...
A 13 de Janeiro...
O bairro Italiano, a Coxilha,
O João XXIII e por vez...
Nada eu encontrei!

Busquei tanto que nem sei,
Se esta busca ainda valia...
Busquei pelo Salgado filho,
O Grupo, o Laerte, o Pimba,
E para não esquecer dos meus,
Busquei de casa em casa...
Mas nada teu, encontrei;

Então me dei conta da vida,
Que a gente um dia envelhece!
Que os tempos mudam de repente,
E o que só resta para gente,
É essa tal de saudade!
- Saudade das coisas distantes,
Do mundo que ficou pra trás...
Dos sonhos e das amizades,
Coisas que não existem mais!

E o chão vermelho encobriu-se,
Com o negrume do progresso,
Na praça, os poucos bugios...
As escolas mudaram de nome,
Os amigos também se foram,
A Sanga entulhou-se na lama,
O Inhacundá sofre ao relento,
No açoite das ressolanas;

E a vida que me foi Mãe...
De braços dados ao destino,
Não matou meus sonhos de piá!
Embora os cabelos brancos,
Que enrugaram minha fronte,
Não me roubaram os sonhos,
De um dia voltar de novo...
E nas ruas de chão batido,
Encontrar os velhos passos,
De uma infância que foi feliz!

Mas enquanto isso não chega,
Vou retrucando a saudade...
Vendo-te pelos retratos,
Emoldurados nas paredes frias,
Deste meu rancho coração...
Enquanto sorvo meus mates,
Com "jervas" lá do quinto,
De uma Vila Forte...
Da minha Vista Alegre!

Gracias por tudo, São Chico!
Gracias, pela vida que deste,
Talvez um dia quem sabe...
Eu possas estar novamente,
Nas mesmas ruas...
Nas mesmas casas...
Nos mesmos campos,
Que já não procuro mais...
Porque eles sempre estiveram,
Guardados dentro de mim!

Fim

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