Explicações de quem não precisa explicar, porque estão bem acima de qualquer suspeita ou comentários maldosos, mas aqui fica a colocação de quem tem humildade, acima de tudo e de todos e hombridade de responder o que a maldade teima em menosprezar. Sofremos isso, infelizmente, de verem um tema e antes de analisar qualquer coisa, criam, nas suas cabeças doentes, "plágios" do que é apenas a continuação do um assunto visto por outro ângulo. Eu já sofri isso e sei o que estão passando Silvana e Adão, mas vocês são bem maiores do que tudo isso e nem precisavam explicar sua arte. Ela fala por si!
Parabéns pelo poema...o que choca à "eles" não é a continuação de um tema, mas sim a incapacidade de fazê-lo.
Deixo aqui a explicação extraído do Facebook da Silvana Giovanini, declamadora desse poema lindo, que concorreu na Querência da Poesia de Caxias do Sul.
"Ficamos muito surpresos ao ficarmos sabendo que algumas pessoas comentaram que o poema "Desenganos do pago" que concorreu na Querência da poesia, neste sábado não era inédito, ou ainda, que era um plágio de outros trabalhos...
Colocamos isso aqui porque achamos muito engraçado...
Este poema foi inspirado em duas obras do Adão (engraçado ele plagiar a si mesmo...) "Milonga de rua" música que concorreu na Guyanuba da canção de Sapucaia do Sul e "Milonga dos Desenganos" que concorreu no festival José Mendes em Esmeralda. Ambas as músicas com letra e melodia do Adão, ele considerou os dois temas pertinentes e muito apropriados para fazer um poema para ser recitado e escreveu o verso "Desenganos do pago" que nunca havia sido declamado, gravado, ou apresentado de nenhuma forma ao público, portanto, inédito!
Aqui está ele, presente maravilhoso, que tive a honra de receber!"
Desenganos do Pago
Poema de Adão Quevedo
Declamado por Silvana Giovanini
Amadrinhado por Adão Quevedo e Douglas Mendes
Minha poesia goteja
Da quincha dos ranchos pobres
e remendada, verseja,
nas vilas pelos casebres...
Minha poesia, desce pelas telhas
Desses cortiços que a miséria habita
Inunda as vielas onde a dor se espelha
E pelas grades dos presídios, grita.
Minha poesia se aquece
do frio, dessas invernias,
nos braseiros de angico,
onde a miséria, abastece,
a mesa farta dos ricos.
Minha poesia tem gosto de sal,
Dorme na rua, não grita, não fala,
E fere os olhos de quem vê o mal
Por trás de vidros à prova de bala.
Minha poesia, cerzida,
contraponteando o minuano,
abriga os anseios daqueles
que abandonaram o campo
e desgarram-se, aporreados,
da tropa dos desenganos...
Minha poesia –trágica, fatal-
Ninguém ensina a declamar na escola,
Esta no rosto que espera o sinal
Ficar vermelho pra pedir esmola.
Minha poesia, lobuna,
tisnada à luz de candeeiro
meio estropiada, se apruma,
nas insônias do povoeiro.
Minha poesia não se vê na tela
Que invade as casas, em horários nobres,
Ela anda descalça pelas favelas
E reza terços na boca dos pobres.
Minha poesia, não cala,
Nem se rende a tirania,
sabe a dor de quem não fala,
mas chaira o verso e afia...
A poesia, falquejada ,
Traz no cerne o seu valor,
Nasce da mão calejada...
Da esperança do semeador.
Rumino as mágoas guardadas,
-que me amargam, feito fel-
com meu jeito, ensimesmado,
de lavrá-las no papel...
Minha pena, é aço de espada,
forjada contra a opressão...
Feito a palavra, moldada,
com alma de um artesão...
Mas chega um dia, a palavra se cansa
De ser cerzida, de ser remendada,
E há de ficar uma triste lembrança
Em quem devia, mas nunca fez nada...
1 comentário:
Comentários são "fofoca" e isso não é coisa de homem nem de mulher de caráter....o Adão Quevedo tem uma obra bem acima disso!!!Às vezes alguns precisam desculpas esfarrapadas para quem sabe embasar certas atitudes......
Parabéns ao Adão Quevedo e a Silvana e meus pêsames q quem inventou semelhante boataria!!!
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