Sempre que alguém fizer algum comentário, qual ao que o Sr. Ademir Canabarro fez sobre o bugio, onde com muita clareza, descreve as verdades que estão acontecendo não só pelos Salões de Santa Catarina, mas também aqui pelo Rio Grande do Sul. Estive numa eliminatória do Enart e vi o quando estão deturpando com a dança gaúcha, e não e só bugio, Sr. Ademir, o Chamamé com essas figuras, nunca existiu, bem como a Milonga que tem mais encenação do que dança. Mas que bom que tem mais gente que vê isso. O Senhor terá sempre esse espaço para colocar suas ideias.
O Bugio da Tradição Gaúcha Brasileira não é o urbano, criado pelo Mercado Musical, mas o autêntico Ritmo e a antiga Dança Regional dos Campeiros do Rio Grande do Sul!
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Será que esse vivente, o Bugio, está em extinção? Ou trata-se de mais um grave crime cultural praticado contra a rica cultura do gaúchos sul-riograndenses? É uma barbaridade o que se vê no Bailes de Formatura de certos Grupos de Danças, na região de Santa Catarina. Nenhum aluno formado sabe dançar o mais autêntico dos ritmos gauchescos do Rio Grande do Sul! Não se vê um único Bugio pulando pelo salão. Parece que os patrões resolveram mudar o "Passo do Bugio", que agora os recém-formados dançam disfarçados de vaneira!
Estive em vários Bailes de Formatura e não vi o primata musical pulando no salão! Será que esses malacaras estão cientes do crime cultural que estão cometendo?
Estão matando o Bugio!
E desta vez eu garanto que os culpados não são os Grupos Musicais, os quais vêm caprichado nas marcas e chamando muitos bugios no fole da gaita. Mas ninguém pula!
Para estes pseudospatrões vaneira ou bugio, que diferença faz? O que interessa são os pilas na guaiaca, vindo das mensalidades pagas pelos alunos; e do baile, que já vem com a bilheteria garantida. Com a rara exceção do Grupo Tosquia, onde a bugiuzada sempre encontra companhia, nos demais Cursos de Danças já mataram o Bugio.
Se fosse o que vive no alto das árvores, pregaríamos um grito para o IBAMA! Mas e no caso de um crime cultural?
Temos que protestar, dançando um Bugio Velho bem largado pelo meio do salão. E depois explicar para os aprendizes que essa é a maneira certa de dançar o Bugio; que se não lhes ensinaram dessa forma no seu Curso de Danças é porque ele não é um Curso sério; e que assim agindo eles não estão respeitando a Tradição Gaúcha nem os seus alunos.
Só para lembrar, o Bugio é o único ritmo nascido no Rio Grande do Sul; os outros vieram de fora e se aquerenciaram naqueles pagos sulinos. O Bugio nasceu nos braços do grande gaiteiro Neneca Gomes, que em 1928, após muitas tentativas de imitar nos baixos da gaita o ronco dos bugios, encontrou a maneira certa! Em homenagem a três bugios domésticos que possuía, compôs a irreverente marca "Os Três Bugios". E quando Neneca abria o fole da gaita, a indiada já gritava: - - - toca aquele do bugio!
O Bugio se consagrou com o famoso Tio Bilia, em 1936. Os Irmãos Bertussi gravaram em 1955 "O Casamento da Doralícia", o mais conhecido dos Bugios, que até hoje é sucesso em qualquer fandango! Mas da maneira como estão tratando esse patrimônio cultural gauchesco nos Cursos de Danças Gaúchas de Salão em Santa Catarina, o famoso ritmo da Música Tradicional do Rio Grande do Sul não viverá mais meio século.
Acho que falta um pouco mais de amor à Tradição dos Gaúchos Campeiros do Sul do Brasil e mais respeito à cultura de um povo. Esses professores dos Cursos de Danças Gaúchas de Salão de Santa Catarina sabem o valor de uma Cultura Regional?
(do colaborador do BL e Mangrulho do ONTGB no Sul do Brasil: Ademir Canabarro – um missioneiro!)
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