ANTONIO AUGUSTO FERREIRA
Antonio Augusto Brum Ferreira nasceu em São Sepé, em 1935. Mudou-se na infância para a cidade de Passo Fundo, onde viveu até 1953, quando passou a residir em Porto Alegre. Através de concursos públicos, foi escrivão em Sananduva, Pelotas e Passo Fundo, antes de ser transferido, em 1973, para o Oficio do Registro de Imóveis de Santa Maria, onde viveu, por opção, até vir a falecer em 17 de março de 2008.
O gosto inato pela cultura sul-rio-grandense levou-o a participar, aos 16 anos de idade, da fundação do CTG Lalau Miranda, em Passo Fundo, e a freqüentar o 35 CTG, em Porto Alegre, na década de 50, época em que passou a publicar poemas de sua autoria sob o pseudônimo de "Tocaio Ferreira", em jornais como A Hora e Correio do Povo. Assim que chegou a Santa Maria, Antônio Augusto passou a fazer parte da Associação Tradicionalista Estância do Minuano, onde tem muitos amigos.
Era bacharel em direito e integrante da Academia Rio-Grandense de Letras e da Academia Santa-Mariense de Letras.
É autor de livros de poesia como “Sol de Maio” e “Alma de Poço”, e do livro em prosa “Tio Bonifa e Seu Cachorro Piraju”, entre outras obras. É conhecido, também, por suas participações, como letrista, em muitos festivais de música nativista do Rio Grande do Sul. Um acervo de composições com letra de sua autoria encontra-se em dois CDs de produção independente, não-comercializável. O CD intitulado "A viagem do balde" traz uma seleção de poemas do autor, interpretados por diversos declamadores convidados, com destaque para a participação de Delcy José de Oliveira.
Iniciou-se no movimento musical nativista em 1980, quando, em parceria com seu sobrinho, o músico Éwerton Ferreira, conquistou a Calhandra de Ouro na 10ª Califómia da Canção Nativa de Uruguaiana, com a composição "Veterano" e obteve, ainda, a classificação de "Entardecer" e "Pago perdido". A partir daí foram muitas as letras de sua autoria premiadas nos festivais, sempre ao lado de excelentes músicos e intérpretes, podendo-se destacar:
- "Contrabando", com música e interpretação de Luis Bastos e Mauro Ferreira - venceu a 2º Reculuta da
Canção Crioula de Guaíba;
- "Descaminho", parceria com Éwerton Ferreira e apresentação de "Os Posteiros", sagrou-se a campeã das campeãs dos festivais realizados no interior do Estado, no ano de 1982;
- "Sol de Maio" e "Como uma Taleira", letras musicadas, respectivamente, por Valdir Santana e Algacyr Costa, encontram-se no disco da 4ª Tertúlia Musical Nativista de Santa Maria;- são três as suas participações no disco da 6a Tertúlia: "Negro Bonifácio", com música de Mauro Ferreira e Luiz Bastos; "Visita", em parceria com Luiz Bastos; e "Renascimento", com Éwerton dos Anjos Ferreira;
- a canção "Alma de poço", da parceria com Vinícius Brum, foi campeã em Restinga Seca e venceu o Eco dos Festivais, em Tramandaí, no ano de 1990;
- em 1988, compôs em parceria com seu filho, Mauro Ferreira, a letra de "Flor de Campeira", que recebeu o Troféu da Linha Campeira da 18ª Califórnia de Uruguaiana;
- no 40º Festival da Música Crioula de Santiago, em 1989, a composição "Calor de Brasas" conquistou o Prêmio de Melhor Letra;
- em 2003, o poema "Campeiro", musicado por Juliano Jawoski, venceu a Escaramuça da Canção Gaudéria, da cidade de Triunfo;
- novamente em parceria com o filho Mauro, a letra "A estátua do laçador", com melodia de Luiz Carlos Borges, conquistou a Calhandra de Ouro da edição de 2003 da Califórnia da Canção Gaúcha.
Antônio Augusto é participante assíduo e atuante no Festival da Barranca, congraçamento de artistas e intelectuais promovido anualmente por "Os Angüeras", em São Borja.
Vários poemas seus, levados por intérpretes exímios a concursos de poesia e declamação, conquistaram premiações. É o caso de "Sonho Criador" e "Retrato", na 3ª Chasqueada da Poesia Crioula, de Santana do Livramento; do poema "Meu Pai e Eu", na 2ª Sesmaria da Poesia Gaúcha, realizada em Osório; e "O combate de Rio Negro", no Festival do Galpão da Poesia Crioula e da Nativa FM, em Santa Maria. O poeta orgulhava-se de ser, há mais de uma década, membro da Associação Santa-Mariense de Letras, transformada em Academia, a mais atuante entidade do gênero, no interior do Estado.
A sua obra tem sido agraciada com diversas honrarias:
- Mérito Literário concedido pela 4ª Sesmaria da Poesia Gaúcha de Osório, em 1999.
- Mérito Literário atribuído pela Associação Santa-Mariense de Letras, em 2001.
- No ano de 2002, recebeu o Troféu Negrinho do Pastoreio da Poesia Campeira, outorgado pela Associação Gaúcha dos Municípios, em convênio com a Secretaria de Cultura do Estado e com a Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
- Medalha Glaucus Saraiva, concedida pela Casa do Poeta de Porto Alegre, em junho de 2002.
- Comenda Cultural Prado Veppo, conferida pela Câmara de Vereadores de Santa Maria, em agosto de 2002.
- Patrono da 30ª Feira do Livro de Santa Maria, em maio de 2003.
Em 2004, foi eleito para integrar a Academia Rio-Grandense de Letras, ocupando a cadeira 28, que tem como patrono o João Belém e tinha como ocupante anterior o teatrólogo, jornalista e escritor Edmundo Cardoso. Disse: - Eu sou muito novo, não tenho 70 anos ainda. Tenho muito o que aprender.
Em 2006, na criação da ASL-Academia Santamariense de Letras, tornou-se ocupante da cadeira número 1, tendo Luiz Carlos Barbosa Lessa como patrono. Disse: - Tive de renunciar à poesia como uma alcoólatra renuncia à bebida. Estava viciado em poesia. Parei para me dedicar à vida. Casei, tive quatro filhos e estudei. Depois voltei.
1 comentário:
E viva São Sepé e Uruguaiana!
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