segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

XXª Tertúlia Nativista - Resultado

Memorável noite de domingo, pontualmente as 21 hs, Norton César e Maristela Moura abrem a noite final da XXª Tertulia Musical Nativista de Santa Maria, chamando o show de Os Fagundes, que encantam o público tocando músicas conhecidas, finalizando com o Canto Alegretense e o Hino Rio Grandense, que e cantado de pé, pelo ginásio lotado, emocionando a todos. Logo após os apresentadores chamam as 14 composições finalistas que formarão o CD e o DVD da XXª Tertúlia. 
A interação do público foi contagiante para os músico que subiram à este palco sagrado da música, com algumas música sedo ovacionadas durante a apresentação. Após as concorrentes s Show ficou por conta de Elton Saldanha, que tocou as suas música de sucesso, também encantado ao público que se mantinha firme no Centro Desportivo Municipal à espera da Premiação.
E vamos a Premiação da XXª Tertúlia Nativista de Santa Maria

PREMIAÇÃO:
Melhor Instrumentista: Guilherme Goulart
Melhor Letra: Grão após grão - Carlos Omar Villela Gomes
Melhor Interprete: Analise Severo – na música Guaira
Musica Mais Popular e Melhor Tema Sobre Santa Marua: Voltando Pra casa
Voltando Pra Casa
Ritmo: Chamarra
Letra: Sabani Felipe de Souza/Leandro Ribeiro
Música: Marcelinho Carvalho
Intérprete: Dartagnan Portella
Localidade: Cruz Alta

Santa Maria da Boca do Monte!
Santa Maria da lenda da Imembuy!
Fim de semana, salto cedo pra barragem,
matear nas margens do “veio” Vacacay

O sol que brilha na garganta do teu cerro,
mostra segredos deste meu povo que é forte.
Fui bem nascido no coração do Rio Grande,
filho de tuco e primo-irmão do vento norte.

O santa-mariense, quando sopra o Minuano,
já sem engano ajeita as brasas no fogão...
Na primavera, é lindo ver as gurias
nas caminhadas na volta do Farrezão.

Antes da lida, bem no fim da madrugada,
e pro meu dia começar bem mais feliz,
ligo um “radinho” pra amanhecer na querência
na xucra essência da voz do José Luiz.

No mês de maio, se reúnem os campeiros,
flor de rodeio, sol e chuva todo ano...
Meto o cavalo, peço boi e mando armada,
atiro um beijo pra amada na Estância do Minuano.



“Marianinho” deixou pra sempre um legado,
farol de vida pra quem busca educação.
Dos quatro cantos, vieram filhos pra esta terra,
pela Planalto e pelos trilhos da estação.

Quando a saudade vem provocar o meu peito,
não tem mais jeito, pego a estrada e volto a ti,
matar saudades que juntei a vida inteira:
Da Baixada, da Medianeira e dos bailes no Camobi.

Santa Maria dos mates no Calçadão!
Da “Liberdade” nas noites de carnaval!
Maria Santa que nasceu do acampamento,
Um quadro lindo lá da estrada do Perau.

Eu fiz promessa nos olhos de uma morena:
Um dia desses, nós vamos “juntá” os “tareco“!
Num peito moço só o coração é quem fala,
vivia matando aula no Noturno do “Maneco”.

Lembrança boa dos torneios de bolitas
na Vila da Flores, na rua da Açucenas.
Infância linda que nunca mais esqueci,
Caniciando lambari quando era vivo o Cadena.

Mas que saudade de ouvir as loterias
no fim de tarde, desencilhando meu Mouro,
Tenteando uns “pila” pra gastar com a parceria,
Ouvindo a cerejinha o nosso Cardeal de ouro.

Eu fui embora, mas vou voltar,
porque esta saudade tá querendo me matar!



3º Lugar: Piriska Grecco  - Os Três estados da Milonga
Os Três Estados da Milonga
Ritmo: Milonga
Letra: João Stimamillo
Música: Miguel Tejera
Intérprete: Pirisca Grecco
Localidade: Porto Alegre

É pedra, é preciosa!
Solidez da criação.
É terra, tão caprichosa,
onde se afirma a plantação!
Milonga é dura de se vergar,
mas amolece no coração.
É fio de faca, argola de laço
no aço do estribo, firmeza pra nós!
É bala que mata, é lata e cambona!
Bombilla pro mate, e um cantar de chorona!

Milonga é pedra! Milonga!
Milonga é água! Milonga é ar!
Milonga é pedra ! Milonga!
É Terra-Mãe! É rio! Milonga é ar!

É fonte de água pura,
regalo pra se beber!
É chuva nossas lonjuras
e o tempo de renascer!
Milonga que molha os tentos,
faz corda nova pro trançador!
Murmúrio de sanga, tirada de freio,
campo encharcado e olho-de-boi!
É boa vertente, despeja no lombo,
na calma do rio a enchente se foi!

É ar que se respira!
Espalha vida na imensidão!
“Nos traz” benção divina
bem lá de cima até o chão!
Milonga leve que faz voar
cabelos dela, minha paixão!
É névoa serena, perfume de flor,
vapor do calor de muitos verões!
É cheiro de pasto depois do aguaceiro,
aquele palheiro, e o fogo-de-chão!


2º Lugar: Chico Sarat -  Gari
Gare
Ritmo: Milonga
Letra: Silvio Genro
Música: Tuny Brum
Intérprete: Chico Saratt
Localidade: Uruguaiana/Santa Maria

Solidão, gare vazia...
Saudade apita pra mim!
Lá na Avenida Rio Branco,
minha viagem chega ao fim.

As velhas locomotivas
e vagões abandonados,
parecem com trens fantasmas
assombrando meu passado.

O mapa antigo dos trilhos,
sonhos teimando em viajar...
E corações esperando
o trem que não vai chegar!
Lá na Avenida Rio Branco,
Saudade segue viagem...
As lembranças que carrego
já não cabem na bagagem.

Nas vielas da Vila Belga
corre um trem imaginário,
e em minhas veias escorre
saga e sangue ferroviários!

Os trens, na velha estação,
não chegam nem partem mais...
lá na Avenida Rio Branco,
o tempo nos fez iguais.
  

1º Lugar: Jean Kirshoff – Grão após grão
Grão Após Grão
Ritmo: Canção
Letra: Carlos Omar Villela Gomes
Música: Piero Ereno
Intérprete: Jean Kirchoff
Localidade: Santa Maria/Jaguari

Um mesmo sonho estende os braços sobre o mundo,
pelo planeta fala em todos os dialetos!
Povos de bem procuram paz entre os escombros,
entre a miséria de bilhões de analfabetos.

Um mesmo sonho chora dor e frustração,
ouvindo vozes trovejando nos comícios!
Mentem mil juras de fartura à multidão,
que cega, entende ver beleza em tantos vícios.

Quando o futuro florescer pelas palavras,
os que penavam sob a mira dos canhões
serão o mundo a reagir, na nova lavra,
ceifando as armas com o fio dos corações!

Quando a ternura nunca mais morrer de fome,
nem as ideias sufocarem de opressão,
o novo mundo  brotará de cada homem
que acreditar e semear grão após grão!

Se alguém um dia nos deu vida e livre arbítrio,
também nos deu o dom sagrado de sonhar!
E essas lágrimas que Deus mandou na chuva,
inundam luzes de futuro em cada olhar.

As tantas pedras desabadas que miramos
serão a base do castelo mais bonito!
Há esperança no futuro que forjamos,
há mais verdade nas entranhas deste grito!



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