Reconstruído em cinco dias, local recebeu nesta quarta-feira o alvará que autoriza seu funcionamento
JFoto: Jorge Flores /
Juíza Carine Labres e patrão Gilbert Gisler comemoram a conquista do alvará do Corpo de Bombeiros
Com vaca atolada para o jantar e um baile regado a músicas nativistas, o CTG Sentinelas do Planalto, em Santana do Livramento, foi reinaugurado na noite desta quarta-feira. O local, atingido por um incêndio antes de realizar um casamento coletivo, no qual haveria uma união gay, na última quinta-feira, foi reconstruído em cinco dias por um mutirão comunitário.
O patrão da casa, Gilbert Gisler, conhecido na cidade da Fronteira Oeste como Xepa, contou que o local recebeu materiais de "primeira linha" doados em sua maioria por moradores, empresas e entidades do município de 82 mil habitantes. O CTG também ganhou doações internacionais vindas da vizinha Rivera, no Uruguai. Na hora de colocar a mão na massa, cada um ajudou com o que sabia fazer.
— Pedreiros e marceneiros vieram aqui trabalhar como voluntários — relatou o patrão.
Em cinco dias, o local estava com a estrutura totalmente reconstruída, e a nova parte elétrica chegou a ser elogiada pelos bombeiros, conforme Xepa. Foi na tarde desta quarta-feira que a corporação informou ao patrão "a notícia mais feliz do mundo", em sua própria classificação: o Sentinelas do Planalto estava apto a reabrir.
Devido à novidade animadora, Xepa acionou a patronagem e organizou a jato um baile de reabertura. Escolheram o cardápio, os dois músicos e a decoração, que inclui cartazes de homenagem ao local feitos por crianças. Às 17h, o patrão passou na sede do Corpo de Bombeiros para buscar o alvará de funcionamento.
— Sou casado há 28 anos e tenho dois filhos. Pegar este alvará em mãos foi uma emoção maravilhosa, como ter um terceiro filho — resumiu o pai do Sentinelas do Planalto.
Antes de chegar ao CTG para preparar a noitada, no final da tarde, o patrão se apropriou do microfone de uma rádio local para divulgar o baile, que teve início às 21h. A festa contou com a participação da juíza Carine Labres, idealizadora do casamento coletivo que seria realizado no local. Devido ao incêndio, a celebração da união de 28 casais heterossexuais e um de lésbicas aconteceu no Salão do Júri, no Fórum de Livramento, no último sábado.
Responsáveis por incêndio podem ser indiciados por associação criminosa
Nesta semana, seis testemunhas do incêndio foram ouvidas pela Polícia Civil. Conforme a delegada Giovana Müller, o foco da investigação é identificar os quatro suspeitos de terem colocado fogo no CTG.
— Temos a informação de que os quatro homens teriam chego ao local em um Gol branco e estariam pilchados — afirma Giovana.
A polícia acredita que eles tenham iniciado o fogo ao lançar um coquetel molotov no CTG. Segundo a delegada, os suspeitos podem ser indiciados por incêndio criminoso e associação criminosa, já que mais de três pessoas se uniram para praticar o delito.
Texto: Fernanda da Costa
Fonte: http://diariodesantamaria.clicrbs.com.br/
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