Obrigado ao meu amigo Leandro Ebert, que além de ser um grande conhecedor de vinhos, também é um grande conhecedor do tradicionalismo e me enviou essa matéria.
Entenda o fundamental para não fazer feio na Semana Farroupilha
Cuidado peões que vestem bombachas muito justas e prendas que usam vestidos de cores berrantes: vocês podem acabar barrados no fandango (bailes que costumam exigir pilcha completa dos convidados). O respeito dos CTGs aos trajes típicos gaúchos – definidos por convenção, a partir dos anos 1940 – já gerou bastante polêmica. Além de muitas entidades barrarem a presença de cola-finas usando jeans, tênis ou saias curtas em alguns bailes, o respeito ao código de vestimenta tradicional pode gerar situações constrangedoras nos arredores dos salões mais formais.
Quem não participa do movimento tradicionalista pode não saber que há trajes específicos para lida campeira, esportiva, artística e social, e também pode tomar alguns modismos e adições à indumentária tradicional como canônicos. A boina, por exemplo, não faz parte da indumentária do peão, bem como as bombachas justas, chamadas de castelhanas. Já o uso de bombachas pelas prendas é aceito, mas não em eventos sociais.
– Prendas podem usar bombacha feminina em atividades campeiras ou ocasiões informais – explica o coordenador da 13ª Região Tradicionalista (13ª RT), João Carlos Cardoso de Lima.
Ele explica que os modelos de indumentária são fruto de longas pesquisas históricas. Atualmente, o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) aceita seis títulos como referência, e qualquer alteração precisa ser discutida nas convenções tradicionalistas realizadas anualmente. A convenção de 2011 estabeleceu que trajes históricos, como o chiripá e os trajes de estancieira gaúcha, por exemplo, seriam usados em representações coletivas de invernadas artísticas adulta e veterana, como resgate cultural. Este ano, os tradicionalistas passaram a aceitar o uso de casaco preto pelos peões, antes vetado por que faria referência ao luto. Conflitos podem vir se as entidades cobrarem esse tipo de correção dos convidados que não são do meio.
– O fandango tradicionalista não é um baile “paga e entra”. É, em primeiro lugar, dos associados, depois dos convidados. E um convidado, quando está na casa dos outros, respeita algumas regras.
O MTG, mesmo às custas da incompreensão, tem o dever de preservar as tradições. Em outros Estados, a cultura local já morreu. Se deixarmos modismos tomarem conta, perderemos o que é original – argumenta Lima.
Ele acrescenta que, na região, raramente ocorrem problemas dessa natureza e que, em ocasiões informais, até o mais tradicionalista troca botas por alpargatas. Mas para que ninguém saia infeliz de nenhum fandango de Santa Maria ou região, o coordenador explica como é a pilcha certa. Confira abaixo.
Agradecimentos: Natiele Righi, 17 anos, 1ª Prenda Adulta da 13ª RT, e Eduardo Jardim, 13, 2º Guri Farroupilha Juvenil da 13ª RTTATIANA PY DUTRA
Fonte: Jornal Diário de Santa Maria
Sem comentários:
Enviar um comentário