Filho do oficial do exército Leonardo Francisco Freitas e da campeira Mariana de Lima Freitas, Telmo desde cedo demonstrou que seguiria a carreira musical. Aos dois anos de idade, estampou a capa da Revista Cacimba tendo na mão um cavaquinho, presente de sua madrinha. Mais tarde, recebeu um violão de presente de um amigo.
Aos 14 anos, participou do grupo Quarteto Gaúcho. Nos anos 50, apresentou o programa gauchesco Porongo de Pedra, na Rádio ZYFZ-Fronteira do Sul, de São Borja. Em 1969, participou do primeiro Festival de Música Regionalista organizado pela Rádio Gaúcha.
Em 1973, lançou seu primeiro disco, intitulado O Canto de Telmo de Lima Freitas. Morou durante anos em Uruguaiana e outras cidades do interior como por exemplo Itaqui, durante 4 anos aonde se aposentou como agente da policia Federal.
Com seus amigos Edson Otto e José Antônio Hahn, criou o grupo Os Cantores dos Sete Povos, com o qual conquistou o troféu Calhandra de Ouro da Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana, em 1979, com a canção Esquilador. Com o grupo, Telmo participou das 11 primeiras edições do festival.
Em 1980, lançou Alma de Galpão, produzido de maneira independente e financiado pelo grupo Olvebra.
Com o álbum A Mesma Fuça, recebeu o Troféu Açoriano em duas categorias: Melhor Compositor e Melhor CD Regional. É autor do livro de poesias crioulas "De Volta ao Pago", lançado pela Gráfica e Editora Treze de Maio.
Em 2006, Telmo gravou em Porto Alegre uma compilação de sua discografia, denominada Aparte, onde toca com antigos parceiros, como Joãozinho Índio, Luiz Carlos Borges e Paulinho Pires. Aparte é uma produção independente dirigida por sua filha, Ana Elisa de Castro Freitas, com desenho de som de Cristiano Scherer, arranjo vocal da própria Ana Elisa e participação dos netos, João Francisco Freitas Scherer e Carolina Freitas Scherer e trás a percussão assinada pelo filho, Kiko Freitas, que inclui tesouras de tosquia entre os objetos percussivos na clássica faixa Esquilador.
No começo de sua carreira conciliou-a com diversas outras profissões. Foi enfermeiro, peão de estância e trabalhou em lavouras de arroz, além de ter sido agente da Polícia Federal de Porto Alegre.
Antônio Augusto Fagundes - o Nico Fagundes, resume a vida de Telmo de Lima Freitas
Parabéns Dom Telmo de Lima Freitas
O Telmo nasceu na Para-boi, bairro tradicional de São Borja, ali no que sai do cemitério, filho de seu Leonardo Francisco de Freitas, militar do exército, e de dona Mariana de Lima Freitas, dona de casa. Com os seus sete irmãos e irmãs, o menino Telmo se criou nessa chácara que era na realidade uma estanciola com todas as possibilidades de brinquedo para um guri campeiro.
Ele é sobrinho de um famoso gaiteiro, Cantalício Pires de Lima, conhecido como Três Bugios, por ser o inventor desse ritmo autenticamente gaúcho. A mãe do Telmo, dona Mariana, também beliscava um violão.
Telmo guri foi aprendiz de sapateiro e meia colher de pedreiro, além de ser exímia foice na lavoura de arroz. Serviu no famoso regimento João Manoel de São Borja, de onde deu baixa como cabo apto à promoção de terceiro sargento.
Em Nhu-Porã, no interior de São Borja, fez amizade com Cláudio Oraindi Rodrigues, o lendário tio Manduca, e graças a ele conheceu um moço contador que viera de Porto Alegre para trabalhar no bolicho dos Pozueco - seu nome era Aparício da Silva Rillo, que logo se revelaria um grande poeta e pesquisador das coisas do pago. Telmo entra para o serviço federal, mas a sua vocação era mesmo o combate às drogas.
Criada a Polícia Federal, o gaúcho entra nela como agente e faz especialização em Brasília e nos Estados Unidos. Exímio atirador, torna-se monitor de tiro.
Aposenta-se na Polícia Federal com notável folha de serviços e é até hoje um verdadeiro ídolo entre essa elite da nossa polícia: seu nome foi escolhido para dar título ao Galpão Crioulo da Polícia Federal em Porto Alegre.
Telmo toca violão e cordeona. Exímio compositor, é prêmio certo em muitos festivais como a Califórnia da Canção. Excelente poeta e cantor, interpreta muito bem os seus poemas e canções, declamando e cantando. É o orgulhoso pai do Kiko Freitas, hoje o maior baterista do Brasil.
Telmo de Lima Freitas, a quem eu chamo carinhosamente de Jundiá, meu companheiro de grandes pescarias, é também mestre de panelas e espetos, absoluto na beira do fogo. O seu galpão aqui em Cachoeirinha é uma Salamanca do Jarau, onde tem seus cavalos e seus cachorros, onde divide amor e hospitalidade com sua esposa, a dra. Iara Peres Cardoso Freitas, advogada.
Telmo gravou cinco LPs e quatros CDs, publicou um livro de poemas e está escrevendo um livro de contos gauchescos.
Mestre de truco, com sua melena grisalha e sua barba patriarcal, sério e solene, é o próprio pajé missioneiro, referência obrigatória do gauchismo.
Grande e querido Jundiá, que Deus te abençoe sempre e te conserve muitos anos entre nós, com tua gaita, com teu violão e com teu autêntico gauchismo!
Fonte: Nico Fagundes em 28/05/2007
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