quinta-feira, 7 de abril de 2022

PORQUE QUEREM QUE SÃO CHICO ABRA MÃO DE SER O CRIADOR DO BUGIO!


            Olha ao ponto que chega a mente humana, na fantasia, na crendice, na lenda. Já há uma pesquisa muito bem fundamentada da Origem do Ritmo bugio, convido-os a ler O ABC DO TRADICIONALISMO GAÚCHO e O BUGIO - ambos livros de Salvador Ferrando Lamberty, portá, historiador, pesquisador, com um vasto conhecimento na cultura regional gaúcha e que tem nesses dois livros, um vasto material de pesquisa e entrevistas com grandes nomes da música regionalista na época - agora me vem um politico, que há poucos dias, estava pedindo para São Chico de Assis abrir mão da história do bugio, em nome de um processo longo e demorado para tentar tornar o ritmo patrimônio cultural do Rio Grande do Sul - e dias depois se lança como escritor com um livro, que não li, mas pelo prefácio do nobre jornalista, que deixo na integra abaixo,  é uma ficção, uma lenda. 
Índias sendo negociadas por sexo? 
            Um verdadeiro desrespeito com o povo indígena, que sim, acredito que muito somou e soma com a cultura regionalista, mas daí imitar o ato sexual do bichos?
Já foi um invencionismo dizer que a dança é uma imitação do ato sexual dos animais. Dança é alma, é sentimento, não tem forma, cada um dança do modo que lhe convém, ninguém vai dizer a uma pessoa antiga que tenha que dançar igual a um jovem e nenhum jovem que tenha que dançar igual a um antigo. Me criei pelos bailes de interior -  João Fernandes ou Farranchos - como queiram, cada senhor dançava à sua maneira. 
        Infelizmente, os aproveitadores estão ai. 
        Pobre Rio Grande! Tenho pena dos jovens que se iludem com promessas fantasiosas e que podem por a nossa cultura a perder.

Ais a matéria do Jornalista Giovani Grizotti da RBS TV em sua página do facebook.

Bugio teria origem em ritual sexual entre índias e tropeiros, diz pesquisador
Um livro de 200 páginas que o escritor e pecuarista de São Francisco de Paula Israel da Sois deve lançar em breve vai trazer novos detalhes sobre a origem do bugio, ritmo musical genuinamente gaúcho inspirado em macacos que habitam as matas do Rio Grande do Sul. Claro, tudo levando em conta a versão serrana, e não a de São Francisco de Assis, que é outra. Presidente do Conselho Municipal de Cultura da cidade e integrante do grupo de trabalho que busca o tombamento dessa tradição, ele afirma que a história começou na localidade de São Jorge da Mulada, hoje pertencente a Caxias do Sul, com as chamadas “farras de bugio”.
Eram rituais que ocorriam, segundo Isael, às margens do Rio das Anatas, onde viviam de forma semi-primitiva os bugres, mescla de portugueses com índios. A farra nada mais era do que uma espécie de “dança do acasamento”, na qual tropeiros birivas se prepararam para se relacionar com as mulheres do bugres, cedidas aos nativos em retribuição a presentes que os locais recebiam dos viajantes. “No começo achei meio absurdo, mas depois percebi que eram costumes indígenas”, afirma o pesquisador.
Conforme ele, a batida no solo produzida por uma espécie de chocalho cilíndrico feito de taquara, os chamados takuapús, foi o primeiro compasso do bugio. Mais tarde, o ritual recebeu as influências de instrumentos trazidos pelos próprios birivas, como violão e rabeca. Com a chegada dos imigrantes italianos no século 19, foi agregada a gaita.
Mas faltava algo para se ter o bugio, mais ou menos como se conhece hoje. “Foram tentando adaptar as melodias conhecidas na época com a batida dos takuapús para transformá-las na dança da farra do bugio. E como naquele tempo a comunicação entre os bugres e tropeiros era feita na forma de mímica, eles então, imitavam os macacos bugios. Quando querem se aparecer para a fêmeas, os macacos dão dois passos pra um lado, depois dois para outro”, explica Da Sois. Ou seja, ávidos pelas companheiras dos bugres, os tropeiros se “assanhavam” diante delas imitando o bugio. Era uma forma de “quebrar o gelo”.
No livro, o pesquisador afirma que todo esse caldo cultural foi absorvido e aperfeiçoado pelos Irmãos Bertussi que gravaram na década de 50, em estúdio no Rio de Janeiro, o primeiro bugio, o “Casamento da Doralice”. Conta Israel que Honeyde Bertussi dizia, na época, que não se podia comentar sobre a origem sensual do ritmo, lá no centro do país, porque poderia não pegar bem.

Compreensível.

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