Vi essa pergunta, ontem, no blog do meu amigo Léo Ribeiro,
de uma prenda, sobre o que fazer para trazer o Jovem para o Movimento
Tradicionalista, principalmente dos 15 aos 25 anos?
Pois bem, essa pergunta não foi feita para mim, mas vou colocar o que penso. Acredito que só revendo os erros e consertando-os é que poderemos chegar a uma
conclusão mais próxima da verdade.
E quais são esses erros?
Vamos olhar um pouco para um passado não tão distante,
de 20 anos atrás, rever o que foi feito no Movimento e com o Movimento
Tradicionalista Gaúcho.
A juventude do Rio Grande do Sul em toda a sua história
foi marcada por rebeldia e pelo não “acabrestamento” que costumeiramente o
Movimento fez e ainda faz, mas alguns fatores foram relevantes para que acontecesse essa demanda
dos CTGs, vamos a eles:
- A estupidez de alguns Patrões
e membros de Patronagens, com a falta de jeito e experiência ao tratar o jovem,
muitas vezes tirando gente agarrada e colocadas porta a fora dos bailes, como bichos, por não se portarem do modo como aquele ou esse Patrão não concorda, sem o direito de uma explicação ou argumentação;
- O despreparo de
Patrões e Patronagem, que muitas vezes davam mais valores a certas classes sociais e
menosprezando outras, mais pobre, mais humildas, menos abastadas;
- O uso de muitas entidades
tradicionalistas somente para o “ego” de pessoas despreparadas e sem
conhecimento cultural, histórico e musical, que aproveitaram a situação para cargos políticos e eleitoreiros;
- A falta de investimento
no dia a dia de uma entidade, como local de encontros de jovens, investimento em
músicos locais, com festivais amadores, espaço para estudos, para debates. Chamando os jovens, dando-os importância no meio cultural e artístico;
- Por muito tempo, todo o investimento de
um CTG são nas invernadas de danças e em rodeios, que só mantém o jovem no CTG por um ego
pessoal e não pela cultura que pode trazer;
- A soberba e arrogância de
gente despreparada que desfilam sua ignorância pelos quatro cantos do
Tradicionalismo, se achando mais e maiores que a própria história e o próprio Movimento,
fazendo com que a pessoa humilde prefira ficar de fora de um CTG;
- A alta valorização das
pilchas usadas nos anos 80 e 90, onde uma prenda concorria com a outra em seus
vestidos extravagantes e luxuosos, aveludados, fazendo com que, quem fosse de
uma classe menos abastada se retirasse da sociedade;
- A exigência de alguns
Patrões na contratação de Grupos muito valorizados e com bailes muito distante,
de 3 em 3 meses, não fazendo com que o jovem tenha uma continuidade dentro da
entidade;
- A ausência de um
Movimento que deveria estar mais próximo das entidades para auxiliá-los e não
ficar criando regras e normas para vender livros e sustentar falsos
pesquisadores, historiadores e gente que vive as custas de entidades falidas;
- E a PRINCIPAL de TODAS a
quantidade de REGRAS E NORMAS feitas, sem um estudo prévio, sem conhecimento e
por gente que vive ha ANOS dentro do Movimento, sem nunca prestar conta aos seus
filiados, desfilando seu ego pela imprensa e de peito estufado como se fosse autoridade em conhecimento e sociedade;
- A combinação de luxo,
arrogância, falta de conhecimento da cultura e catação de dinheiro, por parte
do Movimento Tradicionalista, onde não lembra de fazer debates com pessoas de
todos os níveis sociais e culturais na busca do que deve fazer para melhorar,
chamando a todas as camadas e não só ouvindo pessoas ultrapassadas e antigas,
que só olham para si mesmo, como se o MOVIMENTO não pudesse se Movimentar;
Muitas coisas poderiam serem diferentes, mas o espaço é pequeno para citar, mas o essencial é terminar com a POLITICAGEM, infiltrada dentro
do Movimento Tradicionalista e dos CTGs, onde um Patrão é escolhido pelo carro
que tem ou pela quantidade de gado que pode emprestar para um rodeio, isso é do
conhecimento de todos e os jovens diferentes, das crianças e dos mais idosos,
se importa muito com isso, pois, muitas vezes, se dá conta que está sendo usado
como tropa empurrada a esmo e por não concordar com essa forma de politicagem e escolha, preferem se retirar.
Foi por isso que me retirei a anos e certamente, quais à
mim, tem centenas, milhares, milhões de Homens que um dia foram jovens e viram
isso, sem nunca poder fazer nada, saíram fora de um MOVIMENTO que morreu nas
sua própria arrogância.
Embora não tenha sido perguntado, espero que possa ter respondido, pelo menos em parte, a
pergunta dessa prendinha.
1 comentário:
De fundamento, tua resposta meu amigo Paulo Ricardo Costa. E, se me permitisse, gostaria de postá-la em nosso blog.
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