quarta-feira, 28 de agosto de 2024

8º ACORDES DO PAMPA EM CANÇÃO DE ROSÁRIO DO SUL

O 8º Acordes do Pampa em Canção acontecerá nos dias 09 e 10 de novembro de 2024, no CTG Passo do Rosário, em Rosário do Sul.
O prazo para inscrições se esgota no dia 15 de outubro de 2024.
Publicamos a seguir parte do regulamento  do festival. Confiram:

PARTES DO REGULAMENTO:
DA INSCRIÇÃO E TRIAGEM:
Art. 5º - A data limite para inscrições ao 8º Acordes do Pampa em Canção será dia 15 de outubro, impreterivelmente, não havendo probabilidade de prorrogação da mesma;
§ 1°: As inscrições deverão ser encaminhadas para o seguinte endereço:
Rádio Marajá AM.
Destinatário: Festival Acorde do Pampa VIII edição,
Endereço: Rua Voluntários da Pátria, 1432 Centro, CEP 97.590-000 - Rosário do Sul.
Art. 6º - Não será cobrada nenhuma taxa de inscrição;
Art. 7º - Cada compositor de forma individual ou em parceria (tanto na fase local, como na fase geral) poderá um número ilimitado de composições, sendo que será selecionada no máximo 02 (duas) composições por autor, individual ou em parceria em ambas as fases;
Art. 8º - As composições deverão ter caráter inédito, entendendo-se como tal os trabalhos que não tenham sido gravados, podendo ter participado de eventos deste gênero, desde que não tenham sido classificadas entre as finalistas;
Art. 9º - Cada compositor deverá enviar o arquivo de áudio da obra inscrita para o endereço supracitado e preenchida a ficha de inscrição devidamente assinada e arquivo de áudio em formato mp3 . Bem como 5 (cinco) cópias da letra constando somente o título e o ritmo;
Parágrafo primeiro: Serão aceitas mais de uma música por arquivo mp3, desde que devidamente identificadas. O não cumprimento destes requisitos poderá ocasionar a desclassificação da(s) composição(ões);

Art. 13° - As inscrições também poderão ser encaminhadas via internet para o endereço eletrônico acordesdopampaemcancao@gmail.com obedecendo os requisitos anteriores e aos seguintes procedimentos:
a) Enviar arquivo MP3 com o áudio da música inscrita;
b) Enviar arquivo Word com a letra da composição digitada;
c) Enviar arquivo Word informando todos os dados solicitados na Ficha de Inscrição.

Art. 15º: Encerrado período para inscrições, a Comissão Avaliadora classificará 14 (Quatorze) composições para concorrerem, sendo 10 na fase Geral e 4 na fase Local;
Art. 16º – O 8° Acordes do Pampa em Canção será realizado nos dias 09 e 10 de Novembro de 2024 no palco do CTG Passo do Rosário, em Rosário do Sul, sendo que deverão ser apresentadas 14 (Quatorze) composições concorrentes no dia 09 e as 12 finalistas no dia 10 de Novembro.
Art. 17º - Após a apresentação das 12 finalistas, a Comissão Avaliadora proclamará as grandes premiadas do evento.

DA AJUDA DE CUSTO E PREMIAÇÃO:
Art. 23º: O festival fornecerá uma Ajuda de Custo aos concorrentes no valor de R$ 1.500, 00(Um mil e quinhentos reais) para cada composição;
Art. 24º - Os destaques do Acordes do Pampa em Canção receberão a seguinte premiação:
PRIMEIRO LUGAR:
SEGUNDO LUGAR:
TERCEIRO LUGAR:
Melhor Instrumentista:
Melhor Intérprete:
Melhor Poesia:
Melhor Tema Campeiro:
Melhor Arranjo:
Melhor Melodia:
Música Mais Popular:
Parágrafo Único: A Música Mais Popular será escolhida pela comissão julgadora observando a manifestação do público presente.


FONE PARA CONTATO
(55) 999.593.924.
Com JOEL DE FREITAS PAULO
Coordenador artístico do evento.

8º ACORDES DO PAMPA EM CANÇÃO
FICHA DE INSCRIÇÃO*A presente ficha de inscrição depois de preenchida e assinada não serão permitidas alterações de qualquer natureza.
Nome da Composição:
Gênero Musical:

Autor(es) da letra:
Endereço:
Email:
Fone:
Cidade/UF: CEP:
RG: CPF:

Autor da Melodia:
Endereço:
Email:
Fone:
Cidade/UF: CEP:
RG: CPF:

Em caso de classificação, a composição será defendida no palco do 8º Acordes do Pampa em Canção por: _______________________________________________________________________

AUTORIZAÇÃO: Autorizamos a Comissão Organizadora do 8º Acordes do Pampa em Canção a promover a gravação do conteúdo exclusivo do festival, reservando-se, contudo, os direitos autorais, conforme prevê a lei.
DECLARAÇÃO: Declaro(amos) que as informações dadas nesta ficha são verdadeiras e que, ao assiná-la estou(amos) aceitando as condições de participação/concorrência proposta no regulamento de 8ºAcordes do Pampa em Canção .

_____________________________,_____ de __________________________de 2024.




____________________________ ________________________________
Autor da Letra Autor da Melodia

terça-feira, 27 de agosto de 2024

ONDE MORA A FELICIDADE!

Poderia ser uma pergunta, mas é uma contestação...dia desses o Alberi Lamberty me mandou parte dessa letra e fiquei com receio de mexer por tão bem composta que estava e porque falava do BECO DOS LAMBERTYS, essa localidade onde ele mora na bela cidade de Santiago, Terra dos Poetas.

O Beco é um local onde moram muitas famílias, da sua família dos Lambertys e outras também, mas numa comunidade onde todos se conhecem, se respeitam e compartilham dos mesmos problemas e das mesmas felicidades, mas apesar de não conhecer o local, tirei do BECO DOS LAMBERTYS e mandei para o mundo, dando um contexto em que todos nos vivemos, nesses becos da vida, nessas estradinhas de campo, nesse espaço de mundo rural, tão existente dentro de cada um de nós, que viemos desses locais.

O Alberi cabou mandando para o Paullo Costa que musicou e mandou para o Mestre Nelcy Vargas, que fez todos os arranjos, produção e gravação e nos estregou essa pérola, que quero repartir com todos nesse clipe caseiro, mas feito com muito carinho para todos.

ONDE MORA A FELICIDADE!
PAULLO COSTA
Letra Alberi Lamberty e Paulo Ricardo Costa
Música Paullo Costa
Produção e Gravação Nelcy Vargas

Há um recanto onde mora a felicidade…
Onde a saudade bate à porta do coração,
Minha razão de um viver junto dos meus,
Aqui onde Deus me carrega pela mão.

O rancho não tem porta e nem tramela…
Não tem cancela para quem lhe precisar,
Aqui o lugar é rodeado de muito verde…
E mata a sede de quem tem sede no olhar.

REFRÃO:
Meu Paraíso, meu sonho, meu espaço…
Em cada abraço há o calor da amizade,
Que na verdade é tudo o que eu preciso,
Meu Paraíso que se chama, felicidade!

Num beco da rua há um lugar encantado,
Chão abençoado rodeado pelos amigos
Qu’estão comigo todo dia, há toda hora,
Enquanto lá fora até lua nos pede abrigo.

Tem espaço para os sonhos, o coração,
E algum violão bordoneando uma saudade,
Sem a maldade desse mundo, bem assim…
No interior de mim, é que vive a felicidade.



segunda-feira, 26 de agosto de 2024

AUGUSTO DO ANJOS - POEMA NEGRO

Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu no Engenho Pau d'Arco, Paraíba, no dia 20 de abril de 1884. Aprendeu com seu pai, bacharel, as primeiras letras. Fez o curso secundário no Liceu Paraibano, já sendo dado como doentio e nervoso por testemunhos da época. De uma família de proprietários de engenhos, assiste, nos primeiros anos do século XX, à decadência da antiga estrutura latifundiária, substituída pelas grandes usinas. Em 1903, matricula-se na Faculdade de Direito do Recife, formando-se em 1907. Ali teve contato com o trabalho "A Poesia Científica", do professor Martins Junior. Formado em direito, não advogou; vivia de ensinar português. Casou-se, em 04 de julho de 1910, com Ester Fialho. Nesse ano, em consequência de desentendimento com o governador, é afastado do cargo de professor do Liceu Paraibano. Muda-se para o Rio de Janeiro e dedica-se ao magistério. Lecionou geografia na Escola Normal, depois Instituto de Educação, e no Ginásio Nacional, depois Colégio Pedro II, sem conseguir ser efetivado como professor. Em 1911, morre prematuramente seu primeiro filho. Em fins de 1913 mudou-se para Leopoldina MG, onde assumiu a direção do grupo escolar e continuou a dar aulas particulares. Seu único livro, "Eu", foi publicado em 1912. Surgido em momento de transição, pouco antes da virada modernista de 1922, é bem representativo do espírito sincrético que prevalecia na época, parnasianismo por alguns aspectos e simbolista por outros. Praticamente ignorado a princípio, quer pelo público, quer pela crítica, esse livro que canta a degenerescência da carne e os limites do humano só alcançou novas edições graças ao empenho de Órris Soares (1884-1964), amigo e biógrafo do autor.
Cético em relação às possibilidades do amor ("Não sou capaz de amar mulher alguma, / Nem há mulher talvez capaz de amar-me"), Augusto dos Anjos fez da obsessão com o próprio "eu" o centro do seu pensamento. Não raro, o amor se converte em ódio, as coisas despertam nojo e tudo é egoísmo e angústia em seu livro patético ("Ai! Um urubu pousou na minha sorte"). A vida e suas facetas, para o poeta que aspira à morte e à anulação de sua pessoa, reduzem-se a combinações de elementos químicos, forças obscuras, fatalidades de leis físicas e biológicas, decomposições de moléculas. Tal materialismo, longe de aplacar sua angústia, sedimentou-lhe o amargo pessimismo ("Tome, doutor, essa tesoura e corte / Minha singularíssima pessoa"). Ao asco de volúpia e à inapetência para o prazer contrapõe-se porém um veemente desejo de conhecer outros mundos, outras plagas, onde a força dos instintos não cerceie os vôos da alma ("Quero, arrancado das prisões carnais, / Viver na luz dos astros imortais").
A métrica rígida, a cadência musical, as aliterações e rimas preciosas dos versos fundiram-se ao esdrúxulo vocabulário extraído da área científica para fazer do "Eu" - desde 1919 constantemente reeditado como "Eu e outras poesias" - um livro que sobrevive, antes de tudo, pelo rigor da forma. Com o tempo, Augusto dos Anjos tornou-se um dos poetas mais lidos do país, sobrevivendo às mutações da cultura e a seus diversos modismos como um fenômeno incomum de aceitação popular. Vitimado pela pneumonia aos trinta anos de idade, morreu em Leopoldina em 12 de novembro de 1914.

CRONOLOGIA DA VIDA E OBRA DE AUGUSTO DOS ANJOS

1884 - Em 20 de abril, nasce Augusto Carvalho Rodrigues dos Anjos, no Engenho Pau d'Arco, no interior da Paraíba, o terceiro filho de Alexandre Rodrigues dos Anjos e Córdula de Carvalho Rodrigues dos Anjos, mais conhecida como Sinhá-Mocinha. É alfabetizado pelo pai.
1885 - 27 de fevereiro é batizado na Capela do Engenho Pau d’Arco.
1900 - Presta exames preparatórios para o Liceu Paraibano. Aparecimento de seu primeiro soneto “Saudade”, no “Almanaque do Estado da Paraíba”. Começa a viajar com freqüência a João Pessoa, relacionando-se com a intelectualidade local.
1901 - Publica no Jornal “O Comércio” o soneto “Abandonada”, dando início a uma colaboração que será mantida por um bom período com outros poemas e alguma prosa.
1903 - Muda-se para o Recife, onde ingressa na Faculdade de Direito.
1905 - Morre seu pai. Seis dias após, publica no “O Comércio”, os três célebres poemas dedicados a ele. Continua a publicar poemas pela imprensa e em outubro inicia a “Crônica Paudarquense”, em prosa.
1906 - Matricula-se no 4º ano de Direito. Sai em “O Comércio”, “Queixas Noturnas”, “Poemas Negros” e “Versos Íntimos”.
1907 - Conclui o Curso de Direito. Tinha como colegas Gilberto Amado e Orris Soares.
1908 - Transfere-se para a capital da Paraíba, onde dá aulas particulares. É nomeado professor interino de Literatura do Liceu Paraibano. Colabora no Jornal Nonevar.
1909 - Na “A União”, publicou diversos poemas, durante esse ano. Profere, no Teatro Santa Rosa, discurso nas comemorações do 13 de maio, chocando a platéia por seu léxico incompreensível e bizarro.
1910 - Casa-se com Ester Fialho e desliga-se do Liceu Paraibano por intransigência do governador João Machado. Viaja para o Rio de Janeiro, embarca com a mulher no paquete Acre e ali chega no mês de outubro. Ao chegar, hospeda-se em uma pensão, no Largo do Machado. Muda-se em seguida para a Avenida Central. Sua família vende o Engenho Pau d'Arco.
1911 - Em 2 de fevereiro, sua mulher, grávida de 6 meses, perde a criança. Assume o cargo de professor de Geografia na Escola Normal e no Colégio Pedro II. Nasce morto o primeiro filho com sete meses incompletos.

1912 - Escreve no jornal “O Estado”. Termina a impressão do EU, custeado por ele e por seu irmão Odilon, numa primeira tiragem de 1000 exemplares. O livro é recebido com grande impacto e estranheza por parte da critica, que oscila entre o entusiasmo e a repulsa. No dia 12 de junho nasce sua filha Glória.
1913 - Nasce seu filho Guilherme.
1914 - É nomeado diretor do Grupo Escolar Ribeiro Junqueira, em Leopoldina, Minas Gerais, onde passa a residir. Em 30 de outubro adoece, vindo a falecer a 12 de novembro de pneumonia.
1920 - Aparece, na Paraíba, “Eu e Outras Poesias”, acrescido das poesias coligidas por Orris Soares, que preparou e prefaciou essa edição.
1928 - Ainda por interferência de Orris Soares, a Livraria Castilho, do Rio, lança a 3ª edição. Sem data, posteriormente, a Companhia Editora Nacional, de São Paulo, publicou a 4ª edição.

Poema negro - A Santos Neto.

Para iludir minha desgraça, estudo.
Intimamente sei que não me iludo.
Para onde vou (o mundo inteiro o nota)
Nos meus olhares fúnebres, carrego
A indiferença estúpida de um cego
E o ar indolente de um chinês idiota!
.
A passagem dos séculos me assombra.
Para onde irá correndo minha sombra
Nesse cavalo de eletricidade?!
Caminho, e a mim pergunto, na vertigem:
— Quem sou? Para onde vou? Qual minha origem?
E parece-me um sonho a realidade.
.
Em vão com o grito do meu peito impreco!
Dos brados meus ouvindo apenas o eco,
Eu torço os braços numa angústia douda
E muita vez, à meia-noite, rio
Sinistramente, vendo o verme frio
Que há de comer a minha carne toda!
.
É a Morte — esta carnívora assanhada —
Serpente má de língua envenenada
Que tudo que acha no caminho, come…
— Faminta e atra mulher que, a 1 de janeiro,
Sai para assassinar o mundo inteiro,
E o mundo inteiro não lhe mata a fome!

Nesta sombria análise das cousas,
Corro. Arranco os cadáveres das lousas
E as suas partes podres examino. . .
Mas de repente, ouvindo um grande estrondo,
Na podridão daquele embrulho hediondo
Reconheço assombrado o meu Destino!
.
Surpreendo-me, sozinho, numa cova.
Então meu desvario se renova…
Como que, abrindo todos os jazigos,
A Morte, em trajos pretos e amarelos,
Levanta contra mim grandes cutelos
E as baionetas dos dragões antigos!
.
E quando vi que aquilo vinha vindo
Eu fui caindo como um sol caindo
De declínio em declínio; e de declínio
Em declínio, com a gula de uma fera,
Quis ver o que era, e quando vi o que era,
Vi que era pó, vi que era esterquilínio!
.
Chegou a tua vez, oh! Natureza!
Eu desafio agora essa grandeza,
Perante a qual meus olhos se extasiam…
Eu desafio, desta cova escura,
No histerismo danado da tortura
Todos os monstros que os teus peitos criam.

Tu não és minha mãe, velha nefasta!
Com o teu chicote frio de madrasta
Tu me açoitaste vinte e duas vezes…
Por tua causa apodreci nas cruzes,
Em que pregas os filhos que produzes
Durante os desgraçados nove meses!
.
Semeadora terrível de defuntos,
Contra a agressão dos teus contrastes juntos
A besta, que em mim dorme, acorda em berros
Acorda, e após gritar a última injúria,
Chocalha os dentes com medonha fúria
Como se fosse o atrito de dois ferros!
.
Pois bem! Chegou minha hora de vingança.
Tu mataste o meu tempo de criança
E de segunda-feira até domingo,
Amarrado no horror de tua rede,
Deste-me fogo quando eu tinha sede…
Deixa-te estar, canalha, que eu me vingo!
.
Súbito outra visão negra me espanta!
Estou em Roma. É Sexta-feira Santa.
A treva invade o obscuro orbe terrestre.
No Vaticano, em grupos prosternados,
Com as longas fardas rubras, os soldados
Guardam o corpo do Divino Mestre.
.
Como as estalactites da caverna,
Cai no silêncio da Cidade Eterna
A água da chuva em largos fios grossos…
De Jesus Cristo resta unicamente
Um esqueleto; e a gente, vendo-o, a gente
Sente vontade de abraçar-lhe os ossos!
.
Não há ninguém na estrada da Ripetta.
Dentro da Igreja de São Pedro, quieta,
As luzes funerais arquejam fracas…
O vento entoa cânticos de morte.
Roma estremece! Além, num rumor forte,
Recomeça o barulho das matracas.

A desagregação da minha idéia
Aumenta. Como as chagas da morféa
O medo, o desalento e o desconforto
Paralisam-se os círculos motores.
Na Eternidade, os ventos gemedores
Estão dizendo que Jesus é morto!

Não! Jesus não morreu! Vive na serra
Da Borborema, no ar de minha terra,
Na molécula e no átomo… Resume
A espiritualidade da matéria
E ele é que embala o corpo da miséria
E faz da cloaca uma urna de perfume.

Na agonia de tantos pesadelos
Uma dor bruta puxa-me os cabelos,
Desperto. É tão vazia a minha vida!
No pensamento desconexo e falho
Trago as cartas confusas de um baralho
E um pedaço de cera derretida!
.
Dorme a casa. O céu dorme. A árvore dorme.
Eu, somente eu, com a minha dor enorme
Os olhos ensangüento na vigília!
E observo, enquanto o horror me corta a fala,
O aspecto sepulcral da austera sala
E a impassibilidade da mobília.
.
Meu coração, como um cristal, se quebre
O termômetro negue minha febre,
Torne-se gelo o sangue que me abrasa,
E eu me converta na cegonha triste
Que das ruínas duma casa assiste
Ao desmoronamento de outra casa!
.
Ao terminar este sentido poema
Onde vazei a minha dor suprema
Tenho os olhos em lágrimas imersos…
Rola-me na cabeça o cérebro oco.
Por ventura, meu Deus, estarei louco?!
Daqui por diante não farei mais versos.

– Augusto dos Anjos, em “Toda poesia de Augusto dos Anjos”. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 2016.

Retirado da Revista Prosa e Verso onde tem toda a obra desse grande Poeta!

CIRINO ADAIR FERREIRA É O HOMENAGEADO DO CAMPEONATO DE LAÇO DO PORTEIRA

Cirino Adair Ferreira, natural de Esmeralda/RS, é o homenageado da 63ª Edição do Campeonato Municipal de Laço do CTG Porteira do Rio Grande. Nasceu no dia 11 de julho de 1948. Casado com Alda Oliboni Ferreira (in memoriam), com quem teve dois filhos, Jorge e Audrie e uma neta, Ana Clara.
Cirino Adair adquiriu cedo o gosto pela tradição e o tiro de laço, afinal com oito anos de idade participou pela primeira vez em rodeio, sendo o primeiro guri a laçar aqui na região. Ele teve como principal incentivador seu irmão João Ferreira dos Santos (um dos criadores do tiro de laço) e desde esse rodeio segue laçando até os dias atuais. Nessa linda trajetória conquistou vários prêmios e amigos.
Participou da fundação do CTG Pioneiros do Laço, de Esmeralda, representando o mesmo no Rodeio Internacional de Vacaria no ano de 1974, onde classificou em segundo lugar individual e o terceiro lugar em dupla.
A partir do ano de 1976 ingressou no quadro de laçadores Brinquedo de Amigos, filiado ao CTG Porteira do Rio Grande, onde permanece até hoje, sendo por mais de vinte anos patrão e desde essa data participa do Campeonato do CTG Porteira do Rio Grande interruptamente, onde já conquistou o primeiro, segundo e terceiros lugares desse Campeonato. Como patrão e integrante do quadro Brinquedo de Amigos, promoveu mais de trinta rodeios municipais e intermunicipais.
Representou o CTG Porteira do Rio Grande nas dez primeiras edições do troféu Biriva, sendo premiado como o melhor laçador. Foi campeão representando o CTG Porteira do Rio Grande em Campo Grande, Mato Grosso do Sul (na modalidade quinteto) e em São Paulo (na modalidade individual), entre outros lugares.
Em 1987 recebeu o troféu Mérito Esportivo, prêmio esse organizado pelo Jornal Pioneiro de Caxias do Sul, que premiou os melhores do esporte do Estado do Rio Grande do Sul, sendo premiado no esporte do laço.
Participou diversas vezes da festa Campeira do Estado, representando a 8ª RT, premiado também várias vezes dentro e fora do Estado nas modalidades de veterano, vaqueano, patrão, dupla, dupla pai e filho e seleção.

A Dom Cirino Ferreira!

Abre a Porteira Rio Grande,
Pra mais um tiro de laço...
A quem sustenta no braço,
A História desses Birivas...
Ainda permanece viva...
Na alma desses Serranos,
Empurrados pelos anos,
Na velha Estampa Nativa.

A Dom Cirino Ferreira...
A quem eu tiro o chapéu,
E Peço ao Patrão do Céu,
Que guarde sua existência,
Daquela velha querência,
Esmeralda do tempo antigo,
Nesse Brinquedo de Amigos,
Forjou a sua vivência!

De muito cedo descobriu,
Esse amor pelos rodeios,
Fazendo cama do arreio...
Quebrando a geada fria...
Enquanto a tropa seguia,
Rumando de sul a norte...
Traçou o caminho mais forte,
Nos campos da Vacaria.

Numa cantiga de esporas,
O dose braças se arma...
E o Rio Grande bate palma,
Abrindo outras fronteiras,
Quando cerra a bandeira,
De um maragato abanando,
O próprio Rio Grande laçando,
É Dom Cirino Ferreira.

Pois hoje deixa aos netos...
Mesmo exemplo aos filhos,
No lombo daquele tordilho,
Parceiro dessa empreitada...
Ponteando noutra laçada...
Passando a raia dos anos...
Mostrando o sangue serrano,
Que não s’entrega por nada.

24º FESTIVAL DA MÚSICA CRIOULA: INSCRIÇÕES ABERTAS

O 24º Festival da Música Crioula será realizado nos dias 06 e 07 de dezembro de 2024, no Centro de Eventos da cidade de Santiago/RS. Na mesma oportunidade acontecerá o Crioulinho, certame para intérpretes mirins e juvenis.
As inscrições devem ser encaminhadas exclusivamente através do e-mail fmcs24ed@hotmail.com no período de 30.08.2024 à 30.09.2024.
A Comissão Avaliadora será formada por Beto Caetano, Elisandro Bianchini, Gerson Brandolt, Tadeu Martins e Zulmar Benitez.


Reproduzimos a seguir, alguns aspectos importantes do Regulamento do festival. Confiram:
1. Serão aceitas inscrições de obras musicais que retratem a temática campeira, com liberdade na escolha de ritmos e de instrumentos musicais, respeitando as raízes da nossa cultura e mantendo a linha nativista do Rio Grande do Sul.
2. Poderão participar da 24º Festival da Música Crioula de Santiago e do Crioulinho, poetas, compositores, músicos, e intérpretes de todo o território nacional e dos países do Mercosul, desde que respeitem este Regulamento.
3. No e-mail de inscrição paras as Fases GERAL E LOCAL, deverá constar como anexos:
a) ficha de inscrição devidamente preenchida em todos os campos;
b) arquivo de áudio em mp3, não superior a 05 minutos;
c) cópia da letra, sem identificação de autor ou autores, contendo somente o título e o ritmo;
4. Além dos itens acima, os inscritos na Fase LOCAL deverão anexar:
a) da fotocópia do RG e CPF do intérprete e músicos acompanhantes; e
b) fotocópia de comprovante de residência (mínimo de 06 [seis] meses), do intérprete, dos seus músicos acompanhantes e dos autores, pois TODOS deverão residir ou ser naturais da cidade de Santiago-RS.
5. Os inscritos no Crioulinho deverão anexar:
a) ficha de inscrição devidamente preenchida em todos os campos;
b) arquivo de áudio em mp3, não superior a 05 minutos;
c) cópia da letra, sem identificação de autor ou autores, contendo somente o título e o ritmo;
d) fotocópia do RG e/ou Certidão de Nascimento do intérprete;
6. Cada compositor, em seu nome ou em parceria, terá direito a inscrever, no máximo, 3 (três) composições, porém apenas UMA poderá ser pré-selecionada;
7. As composições deverão ser inéditas até a sua apresentação pública no 24º Festival da Música Crioula de Santiago. Define-se como “inédita”, a composição não fixada em LIVROS, CD’s, DVD’s ou coisa que o valha, podendo, contudo, estar visíveis em canais de “streaming” de festivais do gênero, porém sem ISRC, e, por conseguinte, sem haver sido classificada à finalíssima desses eventos de cunho nativista;
8. A comissão avaliadora selecionará as 16 (dezesseis) canções concorrentes, sendo 12 (doze) Fase GERAL e 04 (quatro) para a Fase LOCAL;
9. Na sexta-feira, dia 06.12.2024, com início às 20h30min, serão apresentadas as 16 (dezesseis) composições selecionadas, sendo 12 (doze) obras da Fase GERAL e 04 (quatro) obras da Fase LOCAL;
10. A finalíssima ocorrerá no sábado, dia 07.12.2024, com início às 20h30min, com a reapresentação de 10 (dez) obras da Fase GERAL e 02 (duas) da Fase LOCAL;
11. As 12 (doze) obras musicais que concorrerão pela Fase GERAL receberão, a título de prêmio, por terem passado na triagem, a importância de R$ 4.000,00 (quatro mil reais).
12. As 10 (dez) obras musicais da Fase GERAL, por terem passado à finalíssima, receberão mais R$ 2.000,00 (dois mil reais), a título de prêmio bônus.
13. As 04 (quatro) obras musicais que concorrerão pela Fase LOCAL, receberão, a título de prêmio, por terem passado na triagem, a importância de R$ 2.000,00 (dois mil reais);
14. As 02 (duas) obras musicais da Fase LOCAL, por terem passado à finalíssima, receberão mais R$ 1.000,00 (um mil reais), a título de prêmio bônus;
15. O 24º Festival da Música Crioula de Santiago fornecerá alimentação aos concorrentes e hospedagem em alojamento ou em casa de família. Os concorrentes que optarem por hospedarem-se em alojamento, deverão trazer roupas de cama (lençol, edredom, cobertor, travesseiro...)
16. Os destaques do 24º Festival da Música Crioula de Santiago, receberão a seguinte premiação:
Primeiro Lugar: R$ 3.000,00
Segundo Lugar: R$ 2.000,00
terceiro Lugar: R$ 1.000,00
Melhor Instrumentista: R$ 250,00
Melhor Intérprete: R$ 250,00
Melhor Grupo Vocal: R$ 250,00
Melhor Poesia: R$ 250,00
Melhor Arranjo: R$ 250,00
Melhor Melodia: R$ 250,00
Música Mais Popular: R$ 250,00
A Música Mais Popular será definida através de aplausos ou outras reações diversas do público na noite final do evento.

CRIOULINHO:
1. Serão pré-selecionadas 08 (oito) interpretações para a categoria MIRIM (até 11 anos de idade completos) e 08 (oito) para a categoria JUVENIL (de 12 anos a 17 anos de idade completos);
2. As idades dos intérpretes, de ambas as categorias, deverão ser comprovadas através de documento de identificação (RG e/ou Certidão de Nascimento), informados na Ficha de Inscrição;
3. Das 08 (oito) obras selecionadas pela Comissão Avaliadora, por Categoria, 02 (duas), também por categoria, deverão ser, obrigatoriamente, de intérprete local, o qual deverá comprovar ser natural ou residente por mais de 06 (seis) meses na cidade;
4. Cada intérprete poderá defender apenas UMA canção;
5. As 03 (três) melhores de cada categoria, serão premiadas com troféu e valor em dinheiro;
6. A Comissão Avaliadora do Crioulinho será composta por: Eduardo Telles Martins, Matheus Pimentel Nunes, Michel Nunes, Othávio Oliveira e Vitor Machado;
7. Os destaques do Crioulinho serão premiados da seguinte forma:
Categoria MIRIM:
Primeiro Lugar: R$ 375,00
Segundo Lugar: R$ 275,00
Terceiro Lugar R$ 175,00
Categoria JUVENIL:
Primeiro Lugar: R$ 375,00
Segundo Lugar: R$ 275,00
Terceiro Lugar R$ 175,00

CONTATOS E INFORMAÇÕES:
(55) 999.060.201
Jaerson Martins.


24ª EDIÇÃO DO “FESTIVAL DA MÚSICA CRIOULA DE SANTIAGO
FICHA DE INSCRIÇÃO
FASE GERAL ( ) FASE LOCAL ( )


NOME DA COMPOSIÇÃO:
RITMO:
AUTOR DA LETRA:
CPF: RG:
END: CIDADE: FONE:
EMAIL:
AUTOR DA MÚSICA:
END: CIDADE: FONE:
EMAIL:


PESSOA AUTORIZADA A RECEBER O(S) CACHÊ(S) E OU O(S) PRÊMIO(S): NOME:
RG: CPF:
E-MAIL:
PIS/PASEP/NIT:


CONCORRENTE LOCAL: ANEXAR CPF, RG E COMPROVANTE DE RESIDÊNCIA, MÍNIMO 6(SEIS) MESES, DOS AUTORES, MUSICOS E INTÉRPRETE.


Estou ciente de todos os itens do Regulamento da 24ª EDIÇÃO do FESTIVAL DA MÚSICA CRIOULA DE SANTIAGO.



______________________________, ______ de ____________________ de 2024.




=====================================================================


CRIOULINHO
FICHA DE INSCRIÇÃO
CATEGORIA: MRIM ( ) JUVENIL ( )


NOME DA COMPOSIÇÃO:
RITMO:
AUTORES:
INTÉRPRETE:
CPF: RG:
END. COMPLETO:
FONE:
EMAIL:


RESPONSÁVEL EM RECEBER A PREMIAÇÃO, CASO OCORRER:
NOME COMPLETO:
CPF:
RG:
EMAIL:
FONE:
END. COMPLETO:
PIS/PASEP:


CONCORRENTES LOCAL: ANEXAR CPF, RG E COMPROVANTE DE RESIDÊNCIA, MÍNIMO 6 (SEIS) MESES, SOMENTE DO(S) INTÉRPRETE(S).


Estou ciente de todos os itens do Regulamento da 24ª EDIÇÃO do “FESTIVAL DA MÚSICA CRIOULA DE SANTIAGO & CRIOULINHO”.


______________________________, ______ de ____________________ de 2024.

Fonte: Blog Ronda dos Festivais

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Moisés Silveira de Menezes - Lança Livro

A Feira do Livro 2024 de São Pedro do Sul, tem como patrono Moisés Silveira de Menezes ,Coronel RR da Brigada Militar(RS), graduado em Letras Português/Espanhol, especialização em História pela UNINTER – Maçonologia - filosofia e história. Curso de Psicanálise Clinica Integrada, credenciado junto ao CPCI. Poeta, compositor, pesquisador.
Membro efetivo da Estância da Poesia Crioula, da Casa do Poeta de Santa Maria, da Casa do Poeta de São Pedro do Sul e da Associação Cultural Zeca Blau de Quevedos. Integra a Academia Brigadiana de Letras, a Academia Santa-mariense de Letras, a Academia de Letras dos Militares Estaduais do Brasil e a Academia de Letras da Região Central do Estado.
Possui oito livros editados e trinta livros como organizador e coautor. O poeta Colmar Duarte assim o descreve: “... existe uma linguagem da alma, indiferente a credos, a tempos a nacionalidades. Moisés Menezes usa essa linguagem para transmitir em sua poesia, a um tempo, a sonoridade e os matizes que imprimem cadência e colorido a seus textos e o conteúdo profundo do sentimento que identifica o homem em qualquer lugar do planeta”.

EU ENXERGO DEUS! - QUARTETO CANTO SERRANO

 Foi lançado no ultimo sábado, dia 17, no Galpão Crioulo de RBSTV o Clipe da música, EU ENXERGO DEUS - do Quarteto Canto Serrano com a participação especial do João dos Santos de Os Monarcas. Nas redes sociais, como Facebook e YouTube a rpercussão está sendo muito boa, com mais de 8 mil viws e mais de 70 compartilhamento com centenas de comentários, mostra que essa música chegou para ficar. Enquanto muitos partes para as modinhas que buscam sucesso imediato, o Quarteto Canto Serrano apostou em algo que venha para ficar e parece que isso está acontecendo com essa obra, que é uma verdadeira oração, numa letra profunda com uma melodia mais profunda ainda e muito bem executada pelos componentes do quarte, além é claro da voz marcante/Monarqueira de João dos Santos. 

Além do Galpão Crioula, a apresentação na Rádio Gaúcha de Porto Alegre, muitas rádios já tem a música em sua programação, e queremos, de coração agradecer a todos. 

A produção do clipe, foi feito na serra gaúcha, com algumas imagens de bancos  de imagens da web e foi toda captada em 4k pela Produtora Olhar Digital, do meu amigo Thiago Ramos. 

EU ENXERGO DEUS!
Paulo Ricardo Costa / Marcio Lanes
QUARTETO CANTO SERRANO part. Especial JOÃO DOS SANTOS
Nos raios de sol do dia em que nasce,
No beijo na face da mãe carinhosa...
No aperto de mão do irmão que chega,
Na noite negra que cai silenciosa.
Nos pingos da chuva que molha a flor,
No gesto de amor da criança na rua…
No sorriso escondido do irmão andarilho,
Do nobre maltrapilho, que se encanta co'a lua.
REFRÃO!
Em tudo o que vejo, há uma luz divina,
Que a fé me ensina a mostrar aos meus,
No choro da criança, na doçura do beijo,
Em tudo o que vejo, eu enxergo Deus!
Na vaca que berra chamando a cria…
Nas manhãs frias bordadas de geada,
No pássaro voando, no cachorro latindo,
Na tarde sumindo, na noite estrelada.
No vento soprando, no espanto da lebre,
No frio do casebre, no olhar dos bichos…
No irmão sem teto, que passa fome,
Ou naquele come as sobras dos lixos.
Obrigado por tudo, o mundo que trago…
Nos dias amargos Tu enches de luz…
Me dando a certeza, o caminho que trilho,
Abraçado ao Teu Filho, liberto da cruz!
Está em toda parte que o mundo Te veja,
Não precisa de Igreja, nem templo dourado,
Aquele que acredita - T'encontra num abraço,
Juntando os pedaços, num coração esfacelado.




sexta-feira, 16 de agosto de 2024

ESTANCIA DA ARTE - SEM FRONTEIRAS - LAUREN DE BACCO

Sem Fronteiras - este é o título da mostra que marca a quarta edição do Estância da Arte. Como o nome sugere, desta vez expandirão ainda mais o alcance do projeto para mostrar que nossa cultura e tradição superam limites geográficos e linguísticos, tornando-se denominador comum através do amor ao grande Pampa.
Pela primeira vez na história do Estância da Arte terás, entre os nomes convidados para a exposição, dois artistas argentinos, que farão sua estreia em solo brasileiro. Os desafios logísticos que se impõem nesta empreitada se justificam pela possibilidade de intercâmbio de olhares sobre nossas vivências, tão próximas apesar das fronteiras.

Além desses mais artistas convidados da edição 2024 do projeto Estância da Arte. Que são eles: Aldo Chiappe - Caé Braga - Maurício Fidelis - Nakle - Nazareno Gonzalez - Voldinei Lucas - Lauren De Bacco - Todos artistas consagrados na pintura ou escutura e que terão esse espaço para mostrar o que de melhor fazem nesse seteo espaço de artistas.

Visite a exposição Sem Fronteiras de 24 de agosto a 1º de setembro, na expointer, em Esteio/RS.
O projeto Estância da Arte (PRONAC: 234534) conta com patrocínio master do Banco de Lage Landen; patrocínio da Agrofel (agrofelgraoseinsumos), Marcher Brasil (marcherbrasil) e Guaibacar (guaibacar). Apoio da RBS TV (rbstv). Realização da Simples Assim (prodsimplesassim) e Ministério da Cultura (minc), Governo Federal União e Reconstrução (governodobrasil), através da Lei de Incentivo à Cultura.

Mas quero apresentar, ela que além de minha amiga é alguém que tenho uma admiração impar, pelo belo traço  de realismo de seus desenhos que me encantam e que já me inspiraram para modestos versos, falo de LAUREN  DE BACCO - natural de São Vicente do Sul/RS, Lauren é artista autodidata e transmite sua paixão pela história e tradições gaúchas através do desenho. Já realizou exposições no Palácio Piratini, em Porto Alegre/RS, e na Expofeira de Pedro Osório/RS, além de ilustrar livros como Olhos Pampa, de Xirú Antunes, e Relincho de Potro, de Ricardo R. Silveira.

Seus desenhos desfilam pela suas páginas na web com um realismo impressionante, quase sempre refletindo a vida dos cavalos crioulos, à qual imagino ser uma de suas paixões, além da vida cotidiana do campo, desde à sua simplicidade até os momentos que marcaram à vida de todos nós. 

DESENHO que a Lauren de Bacco fez para a sua avó e que me isnpírou escrever esses versos, ALÉM DA JANELA!

Além da janela!
118/2024

A minha avó me ensinou…
A ver a vida além da janela,
Que o campo não floresce,
Com cadeado nas cancelas.

Nem contenta as migalhas,
As quitandas de um coração,
Não precisa se ter fortunas,
Quando a vida te dá razão.

Pois ninguém cultiva flores…
Se tem medo dos espinhos,
Nem alimenta os dissabores,
Para carregar pelos caminhos!

REFRÃO:
A minha avó era tão sábia…
Tudo o que sei, eu devo a ela,
Desde de cedo me ensinou,
A ver a vida além da janela!

Ver que o mundo tem a cor,
Que cada um pinta no olhar,
Só carrega marcas de dor…
Quem soube um dia, levantar.

Me criei por entres os bichos,
Aprendi que somos iguais…
Minha avó quem me ensinou,
Esse amor pelos animais…

Mostrando que a simplicidade,
São lições que a vida ensina…
Pr’um dia se tornar saudade,
Nos olhos da mesma menina!

SEMANA FARROUPILHA - CTG TROPEIRO DAS MISSÕES

Esta lindo os trabalhos para mais uma Semana Farroupilha no CTG Tropeiro das Missões - lá da Vila mais Forte desse Brasil - onde deixei parte do meu umbigo enterrado.

O CTG apensar de ser no interior, é com certeza onde saem as maiores festas, com bóia de fundamento, um carinho especial para quem visita ou para o seu quadro de associados, além de almoço e bailes todos os dias de 14 a 20 de Setembro, facilitando a todos uma semana de muito aconchego e festa.

Os associados em dia com a entidade, como de costume não pagam e aos visitantes um valorzinho quase que irrisório para ter uma dia de ótima programação, que já começa cedo com Rodas de Chimarrão, além de jogos de carta e bocha, almoço, torneios, tertúlias livres, janta, bailes, enfim uma vasta programação.

Todos convidado, só procurar a Patronagem na pessoa do Patrão Giovane Soares/Cláudia, o Saul Gripa, a Núbia, são tantos que podem receber a todos de braços abertos.

TODOS CONVIDADOS!



quinta-feira, 15 de agosto de 2024

A ULTIMA CARROCEIRA DE CURITIBA

Essa é um história de Curitiba, no Paraná, mas poderia ser em qualquer parte desse Rio Grande do Sul ou desse Brasil, pois as histórias se repetem, só mudando os personagens.
" Teve pelo menos três bons cavalos: "Baiano", a égua "Negrinha" e um outro, que de tanto tempo já nem lembra mais como o chamava. Todos sabiam o caminho de cor, era só subir na carroça para seguir, rumo à cidade.
Hoje a cidade cresceu e às vésperas de completar 300 anos não cede o mesmo espaço àquele romantismo dos mais primitivos meios de transporte. A carroça que ao longo de décadas levou Dona Ermínia Peruei do italiano bairro de Santa Felicidade para o centro, está encostada, nos fundos de um galpão. O mundo moderno expulsou das ruas a velha senhora.
Mas ela não desiste. Lúcida e falante no auge de seus 84 anos, D. Ermínia derruba o mito de senhora frágil e franzina que disseram ser. Faz parte da memória urbana de Curitiba. Foi até transformada em lenda. Contavam que era cega. "O cavalo a carrega para a cidade", afirmam alguns. 'É seu guia e seus olhos’, concordam outros. Dona Ermínia enxerga bem. A ponto de ter tido o indispensável 'golpe de vista' para botar a correr, certa vez, um grupo de assaltantes. 
O sábado deixava passar a metade do dia quando ela foi cercada, nas imediações da Praça Espanha. Carroça vazia, não sei se podemos dizer que o bolso estava cheio. Mas as verduras e legumes cultivados pela velhinha tinham sido distribuídos pela cidade. Havia quem desse a chave de casa para que Ermínia tirasse a verdura da roça e levasse diretamente à mesa. Chovia. Aquela típica garoa que mantém resfriado todo bom curitibano. Eram cinco e ocupavam um carro verde, conta a velha senhora.
Calejada, experimentada, depois de ter criado três filhos sozinha, viuvado duas vezes e construído a vida na lavoura desde os sete anos de idade, não se conteve. "Atire em mulher velha, mas nada de mim vai tirar". O cavalo trotava. Passo firme para não escorregar no paralelepípedo molhado. Duas quadras mais tarde, Dona Ermínia se via livre da indesejável escolta.
Ganhava, bairro adentro, o caminho daquela Santa Felicidade. O gorro na cabeça ajudava a despistar a garoa. Segura, a senhora aguardava o momento em que aquele ônibus a arremessaria para longe da carroça, dois anos depois.
Hoje D. Ermínia está em casa. O cavalo morreu. Fica a lembrança de ter que trocar as ferraduras a cada quinze dias.
Agora, o que incomoda, é ter que pagar imposto sobre o galpão, a casa, o chiqueiro e até em cima da metragem do pequeno banheiro, aquela 'casinha', retirada das outras peças.
Hoje, entre uma e outra réstia de cebola, que penduradas no teto dividem a responsabilidade pelo forte cheiro do galpão, está Dona Ermínia Peruei. Entre uma e outra palha do milho que debulha, se escuta um resmungo: 'Se melhora a perna, me acho um cavalinho bem mansinho e volto trabalhar", insiste quase que despejando um sorriso. "É que não está brincadeira ir para a cidade. Qualquer pé-de-chinelo tem hoje um carro', percebe. "

(Autor: Luiz Henrique Weber é jornalista / Extraído de: Trezentas Histórias de Curitiba)
(Fotos: Arquivo Gazeta do Povo)

MINUANOS - OS DONOS DA TERRA!

Os Minuanos, também chamados guenoas ou guenoas-minuanos, eram índios pampeanos habitantes do sudeste do Rio Grande do Sul, bem como do nordeste Argentino (Entre Rios) e noroeste Uruguaio. Possui parentesco direto com outros grupos que juntos compõe uma macro etnia Charrua. Os Minuanos são considerados como sendo os ‘Charruas setentrionais’.

Os minuanos têm uma longa história, calcula-se que seus ancestrais datam de 12 mil anos atrás, eles sabiam tirar tudo do pampa, desde: comida, caça e abrigo. Aproveitavam encostas de rios, lagos e banhados”, diz o historiador Luiz Carlos Tau Golin.

Houve durante muito tempo a associação de que os charruas e minuanos seriam o mesmo povo, o fato é que os dois povos possuem semelhanças em suas culturas e localidade mas são povos distintos, eram localizados no bioma pampa, mas não fixos na região, pois eram povos seminômades.

Um de seus lugares sagrados dos minuanos é o morro Ibití, próximo ao rio Arapey, e um de seus cemitérios fica no morro Yauguá, província de Rio Negro, ambos no Uruguai. Seu nome “Minuano” nomeou o vento forte vindo do sudoeste, frio e cortante, que sopra no Rio Grande do Sul, depois das chuvas de inverno.

Na época da chegada dos colonizadores espanhóis à região da Bacia do Rio da Prata, inicialmente receberam separadamente o nome de “Minuanos” na Argentina e de “Guenoas” no Rio Grande do Sul, pelos Jesuitas e antigos cronistas espanhóis e portugueses.

O estabelecimento de assentamentos espanhóis na costa do Rio da Prata levou ao deslocamento dos Charruas para o norte, espalhando-os do sudeste platino-oriental (entende-se o termo oriental tudo o que fica ao leste do rio Paraná na Argentina. Ou seja toda a bacia do rio da prata que abarca o Uruguai e o Rio Grande do Sul diz que é oriental. Dai também derivou o nome Banda Oriental ou Província oriental) em direção ao leste até o oceano Atlântico. Existem vestígios minuanos como toldos e cerritos em toda metade sul oriental.

O fundador de Santa Fé e Buenos Aires, Juan de Garay, foi morto em combate com os minuanos em 1583. Após isso os jesuítas tentaram formar a redução de Jesús María ao longo do rio Ibicuy para integrar os minuanos como parte da hispanidade , mas não tiveram sucesso. Os poucos que foram agrupados pelos jesuítas, aderiram à redução de San Borja. Porém, em 1702 ocorreu a Batalha de Yí na Banda Oriental, na qual 2.000 missionários Guaranis e espanhóis mataram 300 Minuanos, Charruas e Yaros (da etnia charrua), capturando outros 500. O que fez com que em 1730, os minuanos aliarem-se a outras etnias charruas, surgindo aí, referências a ambas as denominações como um mesmo grupo. Já nas guerras contra os missioneiros espanhóis e guaranis, aliaram-se aos portugueses. O reforço da unidade com outros grupos da macro etnia Charrua durante as últimas etapas da colonização conformou uma maior unidade étnica entre todos simplesmente como “Charruas”, o que contribuiu para a confusão entre os termos “Charrua-chaná”, “Minuanos” e “Guenoas”.

Em duas campanhas em 1749 e 1750, o vice-governador da cidade de Santa Fé, Francisco Antonio de Vera y Mujica, realizou uma expedição contra os indígenas de Entre Rios. Na segunda campanha, os Minuanos enfrentaram o comandante Frutos no Cerro de la Matanza, hoje cidade de Vitória. Após essas expedições, os minuanos, charruas e outros povos praticamente desapareceram da província de Entre Rios, muitos deles sendo transferidos para Santa Fé formando uma redução em Cayastá. Ao mesmo tempo, em 1751, o governador de Montevidéu, José Joaquín de Viana, atacou charruas e minuanos matando cerca de 120 deles. Mais tarde aliaram-se e lutaram nas brigadas republicanas de José Gervasio Artigas.

OS CHARRUAS - POVO ESQUECIDO!

Os Charruas eram índios que habitavam os campos dos territórios atuais do Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina.
Em 1730, eles se aliaram aos minuanos, que vinham de além do Rio Uruguai e se estabeleceram nas terras próximas à Lagoa Mirim e à Lagoa dos Patos.
E também frequentavam a região da fronteira do Rio Grande do Sul, tanto do Uruguai como da Argentina.
Os guenoas eram charruas setentrionais.
Os três povos têm suas origens na região da Patagônia, na Argentina, chamada de região dos índios "patagões".
A estatura dos índios charruas era em média de 1,68 m para os homens e 1,67 m para as mulheres, de aspecto sério e porte duro e feroz.
Os homens apresentavam barba como distintivo varonil, na qual os caciques usavam como adorno pedras e após o contato com produtos da civilização européia passaram a usar latas e vidros.
A tatuagem no rosto consistia em três linhas, que iam da raiz dos cabelos até a ponta do nariz e duas linhas transversais que cobriam a face.
Para a guerra e festas pintavam a mandíbula superior de branco.
A boleadeira era uma arma característica dos indígenas dos pampas, sendo formada por bolas de pedra seguras ao extremo de guias de couro, entrançado ou retorcido.
Os charruas tinham um temperamento bastante retraído e a sua vaidade expressava-se basicamente nas pinturas faciais que diferenciavam uma tribo da outra, e nos homens, pelas cicatrizes feitas intencionalmente nos próprios corpos para dar a conhecer o número de inimigos mortos.
Um fator diferente das demais tribos indígenas, era que os índios charruas faziam mutilações em seu corpo.
A cada inimigo morto, um corte no corpo, formava uma cicatriz, demonstrando o número de inimigos mortos por aquele índio.
O luto era a expressão mais representativa na vida dos charruas, que implicava em obrigações diferenciadas de sexo e parentesco.
Se o morto era o pai, o marido ou irmão que tivesse desempenhado a chefia familiar, os filhos, viúva e irmãs casadas cortavam uma falange da mão, começando pelo dedo mínimo.
Alem disso, faziam com a lança do morto vários cortes espalhados pelo corpo, ficando temporariamente em reclusão e com a dieta restrita.
A etnia charrua pura foi extinta antes do século XIX.
Hoje existem no Rio Grande do Sul cerca de 400 indígenas descendentes dos Charruas e 6000 índios entre todos os países da América do Sul.

Fonte: Histórias Gaúchas

A BENZEDEIRA DEOLINDA - CONTOS DE GALPÃO

A BENZEDEIRA DEOLINDA
Por Beraldo Figueiredo.
O FREDO, morava na vila do Suspiro, lá pelos anos 50, não sabe como, nem lembra, só sabe que sentiu uma comichão nas paletas, começou a coçar, era uma bolha cheia d’água, no outro dia amanheceu TRINTA, a tardinho eram mais de trezentas, coçava, coçava e sua mãe Ernestina perguntou:
- Homem de Deus isso é cobreiro e é de sapo, de aranha ou de cobra. Onde tu andou guri?
- Não me lembro, pode ter sido na pescaria, na mangueira, no cercado.
- Homem eu já te disse não deixa a roupa no chão, tem bicho que tem veneno e tu pega cobreiro.
No outro dia um vergão dos grandes se alastrava pelas costas, e a vó Josefa disse:

- Menino de Deus isso é cobreiro dos brabos tem duas pontos se alastrando se tu deixar uma ponto tocar na outra tu vai morrer meu neto, procura a Dona Deolinda, ela cura isso.
A coceira virou ardência, que virou dor, até a camisa se encostasse causada dores incômodas, nada podia tocar, ele deitava de bruços, estava ficando insuportável.
- Vó aonde mora a Dona Deolinda? – Perguntou Fredo.
- Olha filho, faz uns vinte anos que eu não vejo ela, mas fica no passo das Mercedes a mais de vinte quilômetros daqui, lá todo mundo conhece ela, é só chegar no bolicho da Dona Mercedes que ela logo te informa.

Fredo encilhou o cavalo e se mandou para o Oeste onde ficava as Mercedes e andou horas até que viu um arvoredo com laranjeiras, bergamoteiras, limoeiros, galinhas no quintal e um cusco latindo, uma casa de torrão com santa Fé e viu a fumaça saindo pela chaminé e foi logo gritando:
- Ohhhh de casa! Ohhh de casa!
Nisso saiu uma velha com cacunda, devia ter mais de cem anos, pensou Fredo, cabelos enredados, brancos que nem neve, olhar torto e dentes falhados, foi logo dizendo:
- Que te a sucedi menino?
- Procuro a mando da minha vó Josefa a Dona Deolinda!
- Sou eu. Aquela velha tá viva?
- Tá vivinha da silva, dona Deolinda, mas que idade a senhora tem?
- Se não errei as contas cento de dez, mas tira uns quinze..eheheh. Já vi que o moço tá com problema, porque quando um moço procura uma velha só pode ser cobreiro ou doença ruim.
- Ah, a senhora é engraçada, mas meu caso é coisa séria, to com cobreiro nas costas.
-Desce guri, vamos vê essa coisa.
Fredo entrou na casa tosca, um fogão com uma chapa de ferro o resto feito de saibro amarelo, ervas e pedaços de ossos pendurados e uma caveira pendurada encima da porta. Sentou num cepo de corticeira.
- Tira a camisa e senta de costa para o lado da cabeça da terra (norte).

Deolinda pegou uma faca, entre as orações recitava passando o fio da faca sobre as costas sem tocar nas feridas :
- Ave Maria mãe do menino Deus, olhe esse menino com o mal do cobreiro e me dê a graça de tua força para curar esse andarilho. Recebo a força dos astros do mundo, que vem da cabeça da terra e se faz aqui no aço da faca que vai cortar – Então pegou a faca, fez o sinal da cruz com ela e falou:
- O que eu corto? Cabeça, meio e rabo. – Continuava
- O que eu benzo?
- Cobreiro brabo, corto no rabo, em nome de Deus e da Virgem Maria. – Repetia três vezes.
- Cobreiro brabo, corto na cabeça, em nome de Deus e da Virgem Maria. – Repetia três vezes.
- Depois pegava um galho verde de arruda e repetia em forma de cruz repetia três vezes:
- o que eu corto?
- Cobra, cobrão, aranha, aranhão, sapo, sapão. Corto a cabeça e corto o rabo. - e logo passa o galho em toda a ferida e joga fora.
- Quanto custa Dona Deolinda? – perguntou o Fredo.
- Custa nada moço,quem cura é Deus eu só sou instrumento. – Respondeu a benzedeira.
Pois as bolhas foram secando, o vergão diminuindo, o tal cobreiro minguando e tão logo acabando.

Dentro de três dias estava curado, e a mãe do Fredo disse:
- Vou fazer uns bolinhos de sonho, tu pega teu cavalo e leva prá Dona Deolinda, pois ela te curou menino. Também leva essa barrigueira de charque e esse pote de sal, leva arroz, feijão e batata doce como paga pela cura.
Prontamente, Fredo pegou todo os presentes colocou numa mala de garupa feito de pano grosso e montou no seu cavalo e a trotezito foi indo para a casa de Dona Deolinda, atravessou o banhado, subiu duas coxilhas, desceu pelo costado de um capão e de longe viu a casa de torrão, foi se achegando, se achegando e para sua surpresa quanto mais perto chegava, mais impressionado ficava.
Não tinha nenhum arvoredo, a não ser árvores mortas, nem cusco e nem galinhas. Tudo se resumia a uma triste tapera de torrão sem porta, sem janela e só paredes que nada lembravam o que viu.
Desceu do cavalo e foi entrando só terra, só lembrança do que ali viveu, nada tinha, apenas o mistério de tudo que passou, mas reconheceu o fogão de chapa enferrujado, ainda via a caveira e logo adiante pedaços de ossos que estavam pendurados.
Subiu no cavalo e seguiu adiante, queria mais explicações, foi se achegando num bolicho a beira da estrada, perto de um passo de um rio, logo soube se tratava do bolicho da Mercedes, apeou do cavalo e entrou:
- Buenas, como vai minha senhora.
- Vai se indo, moço, na vida a gente diz que vai tudo bem, porque se reclamar Deus castiga.
- Me diga uma coisa dona Mercedes, a Dona Deolinda a benzedeira, onde encontro?
- No cemitério a uns trezentos metros daqui, mas porque pergunta se a velha já morreu a quinze anos.
- Nada não, porque se eu lhe contar não vai mesmo acreditar.
- Ah, pois é, tem gente que vê ela por ai, sei que a tapera dela é assombrada.

Fredo então pegou o cavalo e voltou para as casas, mas pensou. Vou deixar esses presente lá no cemitério, afinal era prá ela.
Chegando no cemitério foi se achegando e viu uma idosa com um moça e um menino rezando no túmulo sem marca com uma cruz.
Perguntou logo:
- Minha senhora, onde é o túmulo da Dona Deolinda?
- Esse aqui que estou rezando !
- É parente dela senhora?
- Sim, sou filha, essa é neta e aquele ali o bisneto e vim pedir ajuda, pois tenho passado fome, meu marido faz dois meses que não aparece, foi trabalhar na charqueada e não voltou mais.
Fredo então percebeu o enlace do destino.
- Pois sua mãe me mandou te entregar isso. – Fredo foi até o cavalo e deu a ela os mantimentos que trouxera para a Deolinda.
- Mas moço, que Deus te abençoe, mas minha mãe é falecida, como poderia mandar me entregar?
- Pois nem eu sei, minha senhora e é melhor a gente nem tentar entender.

CONTO retirado da web com o intuito de não deixar morrer essas duas artes, a dos causos e a das benzedeiras.

Canto Missioneiro já tem data!

Uma solenidade na noite de quarta-feira(14), junto ao Museu Histórico das Missões marcou o lançamento oficial da programação a ser apresentada durante a 15ª edição do Festival Canto Missioneiro, e 14° Canto Piá que ocorrerá em frente a Catedral Angelopolitana de Santo Ângelo nos dias 14,15 e 16 de novembro deste ano.

Ao evento de lançamento da programação presença do prefeito Jacques Barbosa, secretário de cultura Cleber Warpechowski; Patrono: Silvano Saragoso, O produtor cultural da Nova Produções Flávio Schwede, convidados especiais, colaboradores e imprensa.
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO
PROGRAMAÇÃO 15 ° FESTIVAL CANTO MISSIONEIRO - 2024
Triagem: 07, 08 e 09 de outubro de 2024

Festival 14 a 16 de novembro de 2024
14.11.2024 – Quinta – Feira
14h – Oficina Infância no Galpão
19:30h – Abertura Oficial
20h – Show com Família Bilia
20:30h - Apresentação da Fase Local
22:30h - Show com Pirisca Grecco
23:30h – Anúncio Finalistas da fase local

15.11.2024 – Sexta – Feira
19:30h – Show com Murilo Vargas
20:30h - Apresentação Fase Geral
22:30h – Quarteto Coração de Potro com o Concerto Folcloreando
23:30h - Anúncio das Classificadas para Final

16.11.2024 – Sábado
14h – Oficina A Origem da Gaita Ponto com Ricardo Comassetto
17:00h - Canto Piá Missioneiro
19:00h – Entrega premiação Canto Piá
19:30h – Apresentação dos dois 1º Lugar do Canto Piá
20:30h - Apresentação final Canto Missioneiro
22:30h - Show atração surpresa
23:30h - Entrega da Premiação

Jurados: Ricardo Comassetto, Araken Maicá, Erlon Péricles, Francisco Brasil, a definir.

A Comissão Organizadora é composta pelo Presidente de Honra: Prefeito Jacques Gonçalves Barbosa; Secretário de Cultura: Cleber Warpechowski; Patrono: Silvano Saragoso; Produção: Nova Produções; Coordenação: Cleber Warpechowski e Guilherme Heck; Colaboradores: Ben Hur Marchi da Silva, Fernanda Paz Ribeiro; Marlon Moreira; Comissão de Apoio: Rosângela Prestes Meneghini, Simone Moreira, Doraiba dos Santos Queiros.

Fotos- Fernando Gomes

RADIOCIDADESA