UM CAUSO GALPONEIRO II:
TELMO DE LIMA FREITAS & O TIGRE VELHO.
TELMO DE LIMA FREITAS & O TIGRE VELHO.
Pois este prosaico cuento,que vou repartir com vocês, eu ouvi da boca do meu irmão de ideário artístico,o grande Telmo de Lima dos Versos Freitas,um dos maiores poetas e cantadores verdadeiramente grandes deste Rio Grande de Deus e nosso.
Segundo o Telmo Jundiá(apelido que o Nico Fagundes lhe alcançou!) , o TIGRE VÉIO era um celebrado bandido(missioneiro também de São Borja) que apalavrado com um chefe político de então,recebeu deste a incumbência de exterminar(por motivações políticas!) toda uma família de estancieiros vizinhos,aqui numa cidade lindeira com a Argentina.
Após a conclusão do servicinho(como o TIGRE VÉIO dizia!) ele foi até a casa do mandante receber a outra metade do pagamento previamente acertado.
Chegou e após uns mates incensados por palheiros e prosas sobre o tempo largou queimando cartucho(direto que nem trem de porco) e foi dizendo ao mandante que mateava com um brilho de satisfação no olhasr frio de ave de rapina:
-Pois oiá coronel véio vim lhe entregar o servicinho. Conforme o senhor me pediu fui lá e matei toda aquela gente. Inté um papagaio alarife que fazia alaúza numa gaiola.que eu não sou de deixar serviço "pola" metade!
- É assim que se faz TIGRE VÉIO - disse o coronel.
-Só que quando eu ia saindo. Quando botei o pé no estrivo pra me cambiar de"vorta" ouvi um choro de criança lá dentro e "vortei". Era um gurizinho chorando num berço. Arranquei da minha adaga costa de vareta e levei ela "dereito" a ele por riba do berço e ele parou de chorar e começou a sorrir pra mim e pegou a querer brincar com a "foia" da minha adaga! O senhor me conhece coronel véio que eu sou um índio do coração peludo que nunca deixei serviço "pola metade e que nunca me casei pra não "aturá" choro e manha de piá,mas aquele guriznho não me "alimei matá"!!!
Encarou bem o coronel no grão dos "zoió" e acrescentou inocentemente encerrando o assunto:
-ENTERREI VIVO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Esse era o famoso TIGRE VÉIO que dormia de espora e não rasgava as cobertas...
Texto: João Sampaio
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