segunda-feira, 11 de julho de 2011

Quando o ridículo faz a festa

      Quero já, de antemão, pedir desculpas pela minha ignorância, pois a cultura que conheço e que venho estudando ao longo desses anos está longe dessa cultura sensacionalista e esdrúxula que assisti por ocasião de mais uma etapa do ENART(Encontro de Arte e Tradição Gaúcha) que aconteceu em Santa Maria.
     Volto um pouco no tempo e vejo tanta discussão por porte do MTG Movimento Tradicionalista Gaúcho e das vezes que tive vontade de ir so Centros de Tradições, mas por não ter pilcha adequada à tantas regras impostas por esse movimento, e, assim como eu, quantas pessoas que faziam parte de CTGs e que hoje estão fora, porque usam uma bota campeira, amarela com solado de borracha e isso não é permitido nas entidades...ou a bombacha, palavra castelhana para designar calça, um tanto mais estreita, por falta de pano ou até mesmo de plata, dinheiro.
    Mas no evento que me refiro, pude desfrutar da própria aberração à Cultura de um povo ou de uma tradição. Meu Pai Tradicionalista ferrenho e não apegado á regras, mas sim lides e costumes desse povo, assim como tantos outros do passado, devem estar se revirando no caixão...
   Fui pesquisar e encontrei esse site, http://www.paginadogaucho.com.br/indu/chiripa.htm que talvez possa retratar o que Paixão Côrtes e tantos outros escreveram sobre o chiripá, peça fundamental na história do povo indígena e que hoje virou enfeite como mostro nas fotos abaixo



E um dia eu fui barrado num CTG por estar usando uma bombacha que dizem ser Castelhana, ai tem Jaqueta Adidas, Tênis Nike, Blusa no Inter, Jaqueta do Uruguay, Alpargatas com chiripá e o umas indumentárias de escola de samba, porque da cultura Gaúcha isso nunca fez parte.
E o pior que, a maioria desses fantasiados de gaúchos são meus amigos(ou eram!)

3 comentários:

Juliano Santos disse...

Concordo em gênero, grau e número contigo Paulo!
É assim que são criados os monstros, nosso querido MTG muitas das vezes valoriza essa ridicularidade ao ignorar a verdadeira tradição, ao ignorar a regionalidade e as influências. Cito como exemplo a bombacha, peça da indumentária originária de várias etnias, a única influência negada é a dos nosso vizinhos e por que não irmão cisplatinos (Argentina, Uruguai), nem menciono o uso da boina.
Faltou as fotos dos vestidos, dos cabelos mirabolantes das "prendas", etc..
Se eu for declamar de colete aberto, levo desconto, como posso interpretar uma poesia que retrata a vida de um pobre peão, vestindo a roupa do patrão? engomadinho com gel no cabelo, isso é tradição?
Bueno isso é assunto pra mais de dia, me quedo por aqui e te parabenizo meu amigo!

Paulo Ricardo Costa disse...

Grácias amigo, pelas palavra e pela inteligência, pois são de pessoas quais a ti que o MTG precisa, mas infelizmente, ele nunca verão isso. Esse blog é para isso, expor idéias e divulgar ideais...
Grande abraço.

moisesmenezes disse...

aprendi a usar pilcha e a montar com minha família lá no velho rincão de Quevedos entao de um certo tempo para cá decidi-quem manda em mim sou eu vou onde quero e como quero e não gasto pólvora em chimango!!!!se exige dos pobres apenas certas regras, não faz muito num ctg de gente grande chamaram certa autoridade de bombacha(como tem autoridade)de tudo e mais um pouco.....ameaçou processar desfiliar etc etc....o tempo passou e tá tudo igual
nao preciso me abaixar pra certas normas burras pra ser gaúcho....eu já nasci gaúcho!!!

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