terça-feira, 19 de junho de 2012

A Solidão faz pensar!


Acho que nada é tão solitário quanto a dirigir, quando se está sozinho, é claro em uma viagem longa. 
Pois é, essa semana fiz mais de 3.000 Kms, por uma boa parte do Rio Grande do Sul. Saí do centro fui nas Missões, no Planalto, na Serra, no Litoral, na Capital e até o Chui, voltando para a Fronteira, vindo terminar essa aventura no Coração do Rio Grande. 
Quando saio para viajar sozinho levo alguns CDs que com o passar do tempo vão ficando chatos, pois todas as músicas dos CDs que tenho, já são conhecidas. Então liga-se o rádio e como não sou admirador dessas músicas que costumeiramente são sucessos nacionais e que para mim são lixos, acabo viajando sozinho e sem nada para escutar.
Os três primeiros dias são tranquilos. Os CDs que levamos são tocados e mais tocados, mas nos dias seguintes, termina-se a graça ouvi-los, então começamos a pensar e conversar sozinho.
Pensa-se na vida, desde a infância. Começam brotar lembranças de coisas, de pessoas, de fatos, de brincadeiras... Depois pensa-se nos amores perdidos pelas estradas da vida. As que mais marcaram, as que se foram e não se sabe por onde andam, as que casaram e te esqueceram, as que não te esqueceram, mas se foram...
Mas chega um momento que não se tem mais o que pensar. Ai começam-se os questionamentos, as soluções para os problemas, as viagens pelos campos da imaginação. 
De Pelotas ao Chuí é viagem que não se chega ao fim...a gente faz 20, 30 Km. em linha reta. E anda...e anda... e não se chega a lugar algum. Pois é nesse momento que começam vir a tona os questionamentos mais malucos ou quem sabe verdadeiros. 
Sei que o que vou falar, vai causar uma estranha imaginação da minha pessoa, principalmente aos que não me conhecem, achar-me-ão louco e os que me conhecem, também!
Hoje, em pleno século XXI, dentro de um carro, andando a 100 km p/h. numa estrada asfaltada, até de boa qualidade (onde se paga pedágio) agente anda por esse Rio Grande, e anda...anda...que chega a desanimar.
Imaginem então no tempo das Revoluções? (1835 por exemplo) eu não consigo acreditar que andassem por esses fundões de campo, acavalo, a cogote de boi, com carretão atolando pelos banhados e o pior, peleando! 
Me achem louco, mas não acredito uma virgula, na degola da Lagoa da Música e na do Boi Preto. 
Prenderem mais 300 homens. 
- Mas de que jeito? 
- Como se encontraram num Rio Grande tão grande? 
E a quantidade de cerros e matos que atravessamos, principalmente nas serras de Piratini, Caçapava, Santana da Boa Vista. 
- E como atravessar rios como o Jacuí, o Ibicui e tantos outros menores que tem no Rio Grande do Sul?
Me desculpem os historiadores e os apaixonados pela história, que sentados dentro de seus gabinetes, escrevem o que lêm ou o que ouvem dizer. Acho que até pode ter havido alguma revolta, mas não como as histórias que a gente lê.
Eu li os Voluntários de 93, escrito por Ângelo Dourado, falando das tropas do Gumercindo Saraiva, e que descreve a entrada pela Fronteira do Uruguai com seus homens e atravessando o Rio Grande do Sul, mas de que Jeito?
Li também, Viagem ao Interior do Rio Grande, do Sant'laire, mas como atravessou essas terras naquela época que não haviam estradas, com rios gigantescos e brutos como o Ibicui?...
Então senhores, não vamos duvidar da história, mas vamos ter cuidado que tem muito história mal contada por aí. 
Pensem!
Pois é...viajar é bom! mas sozinho vai deixando a gente meio maluco. Se ainda não estou, acho que vou ficar!

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