Quanto
mais tento entender a vida, mais ela se torna incompreensível!
Não
sou tão velho não, mas já cheguei na casa do 40. E nesses 40 e alguma coisa, (que
não vem ao caso) muito tento entender e compreender cada momento, cada situação
e quanto mais tento fazer isso, menos eu compreendo. Então fico pensando, será
que vivo num mundo diferente ou eu que sou diferente no mundo?
Pois
é, como todos sabem (ou se ainda não sabem) sou filho de São Francisco de
Assis, terra que amo tanto e que defendo. Chão pesado de história, de cultura e
de gente que anda pelo mundo levando a arte e fazendo com que este chão seja
reconhecido pela sua grandeza e pelo pela história que emana do chão da
Querência do Bugio.
Mas,
quanto mais vivo menos entendo.
Sei
das dificuldades que existem para fazer um festival nos dias de hoje,
principalmente nas cidades pequenas, onde se tem que ter a parceria do poder
público, para que o evento torne-se um tanto menos pesaroso.
Mas
qual a minha indignação?
Pois
é, alguns batalhadores da minha cidade (cidade essa que amo de coração e defendo
até com o toco da adaga) estão tentando fazer mais uma edição da QUERÊNCIA DO BUGIO
e como todos sabem, não é fácil juntar recursos para um evento desse tamanho,
embora um festival leve o nome da cidade para o mundo.
O
que me entristece?
Me
entristece saber que o poder público está fazendo um mega evento, com shows de
músicas sertanejas e bandinhas, junto a uma feira, talvez investindo dinheiro
público e para a QUERÊNCIA DO BUGIO, que é arte, é cultura, nem se quer um
centavo.
Não
sou contra o sertanejo não, meus senhores! Até porque de sertanejo isso não tem
nada, sou contra a má vontade dos governantes, que enfeitam palanques em épicas
de eleição, com grupos de músicas gaúchas catando votos para serem eleitos e
depois viram as costas para a cultura.
Sou
contra ter numa Secretaria tão importante como a da Cultura com uma pessoa que nunca fez cultura,
ou a cultura que conhece é a dos grandes salões de festas com manjares delicados,
ouvindo orquestras sinfônicas.
Sou
contra a falsidade dos homens, que fedem a bosta de vaca, mas se envergonham da
terra em que pisam.
Sou
contra o descaramento das pessoas que andam de evento em evento aparecendo para
serem reconhecidos, porque nada fizeram ou nada fazem para tal.
Sou
contra a mim mesmo, por querer mudar um mundo que não quer mudar; Por achar que
fazer cultura é mais importante que ganhar dinheiro; Por não entender que os
homens são reflexo de seus pensamentos e de suas atitudes;
Mas
vamos peleando e tentando entender que esse ano é ano de eleição e certamente,
todos eles, com suas "caras de pau" estarão batendo na porta de todos
nós e nós mais uma vez estaremos votando neles. E sabe porque? Porque não temos
vergonha na cara.
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