Papel, taquara, carretel e linha...
E um sonho de voar...
Assim foi a minha infância,
Tentando chegar ao céu,
Que se espelhava na inocência,
De um olhar azul;
Quando o vento norte...
Trazia a ira das mulheres,
Com seus topes nos cabelos,
Ou alvos lenços na cabeça,
Os meus sonhos de voar,
Brotavam na ilusão das pandorgas.
E a força de um corpo frágil,
Balançava-se entre as macegas,
Que bailavam floridas...
Nas primaveras da minha infância;
E ao poucos, subindo ao céu,
Na ilusão de ser pássaro...
Carregando as cores mais belas,
Sustentada por uma linha tênue,
Que calava os meus sonhos;
A cada instante que subia...
Com seu bailado de cores,
Levava a doce ilusão...
Que acalanta pobres meninos;
As horas em que, ali, passava...
Olhando ao longe minha parceira,
Bailando com seu rabo de pano,
Na imensidão de um azul...
Bordado de nuvens passageiras;
Com ela aprendi muitas coisas:
(Coisas que jamais esqueci!)
Pois a pandorga é o retrato da vida,
Em cada metro de fio que sobe...
São nossos dias... nossas horas...
Às vezes, alçamos vôos,
Na mais terna leveza...
Às vezes caímos...
E a queda nos machuca a alma,
E nos ferem os sentimentos...
Por vezes o vento é fraco,
Ou não há espaço para liberdade,
E ficamos presos na nossa ignorância,
Ou na arrogância que alimenta cada ser;
Outras vezes o vento é forte...
E nos derruba do sonho de voar,
Trazendo o medo que aflige a nossa alma.
E que atormenta os momentos mais tristes...
Mas quando o tempo e o vento,
Juntam-se aos sonhos...
A pandorga sobe, baila, encanta...
E navega solitária na imensidão
De um mar de nuvens...
Beliscando os raios de um sol dourado,
Que matiza o verde dos campos...
O topete das flores...
O cantar dos pássaros,
As primaveras floridas;
Bem assim é a nossa vida!
- Há os momentos de beleza;
- Há os momentos de angústia;
- Há os momentos de calmaria...
E o fio de linha daquele menino,
Chegou ao fim do carretel...
E a pandorga que foi parceira,
De uma infância feliz...
Soltou-se das mãos frágeis,
Perdendo-se nesse infinito azul,
Talvez encontrando o céu das pandorgas,
Dos sonhos... de outras vidas!
E nunca mais pude vê-la...
E nunca mais pude encontrá-la,
Tal qual a pandorga é a vida;
A minha infância se foi,
A juventude também!
E o tempo trouxe-me a longa idade,
E hoje, no fim da linha da vida,
Só há um carretel de solidão...
Que me prende ao nada...
E a ninguém,
Atormentando os meus dias,
Tão perto do céu das pandorgas!
Tento reencontrar os sonhos,
As pandorgas que mundo levou...
Mas sei que as mãos frágeis...
Não encontrarão forças,
E o bailado, livre e leve...
Daquele papel e taquara,
Com o seu rabo de pano,
Que tanto encantara outros olhos,
Perdeu-se, dando fim aos meus dias,
Depois que rebentou...
...a linha tênue da minha vida!
Fim!
E um sonho de voar...
Assim foi a minha infância,
Tentando chegar ao céu,
Que se espelhava na inocência,
De um olhar azul;
Quando o vento norte...
Trazia a ira das mulheres,
Com seus topes nos cabelos,
Ou alvos lenços na cabeça,
Os meus sonhos de voar,
Brotavam na ilusão das pandorgas.
E a força de um corpo frágil,
Balançava-se entre as macegas,
Que bailavam floridas...
Nas primaveras da minha infância;
E ao poucos, subindo ao céu,
Na ilusão de ser pássaro...
Carregando as cores mais belas,
Sustentada por uma linha tênue,
Que calava os meus sonhos;
A cada instante que subia...
Com seu bailado de cores,
Levava a doce ilusão...
Que acalanta pobres meninos;
As horas em que, ali, passava...
Olhando ao longe minha parceira,
Bailando com seu rabo de pano,
Na imensidão de um azul...
Bordado de nuvens passageiras;
Com ela aprendi muitas coisas:
(Coisas que jamais esqueci!)
Pois a pandorga é o retrato da vida,
Em cada metro de fio que sobe...
São nossos dias... nossas horas...
Às vezes, alçamos vôos,
Na mais terna leveza...
Às vezes caímos...
E a queda nos machuca a alma,
E nos ferem os sentimentos...
Por vezes o vento é fraco,
Ou não há espaço para liberdade,
E ficamos presos na nossa ignorância,
Ou na arrogância que alimenta cada ser;
Outras vezes o vento é forte...
E nos derruba do sonho de voar,
Trazendo o medo que aflige a nossa alma.
E que atormenta os momentos mais tristes...
Mas quando o tempo e o vento,
Juntam-se aos sonhos...
A pandorga sobe, baila, encanta...
E navega solitária na imensidão
De um mar de nuvens...
Beliscando os raios de um sol dourado,
Que matiza o verde dos campos...
O topete das flores...
O cantar dos pássaros,
As primaveras floridas;
Bem assim é a nossa vida!
- Há os momentos de beleza;
- Há os momentos de angústia;
- Há os momentos de calmaria...
E o fio de linha daquele menino,
Chegou ao fim do carretel...
E a pandorga que foi parceira,
De uma infância feliz...
Soltou-se das mãos frágeis,
Perdendo-se nesse infinito azul,
Talvez encontrando o céu das pandorgas,
Dos sonhos... de outras vidas!
E nunca mais pude vê-la...
E nunca mais pude encontrá-la,
Tal qual a pandorga é a vida;
A minha infância se foi,
A juventude também!
E o tempo trouxe-me a longa idade,
E hoje, no fim da linha da vida,
Só há um carretel de solidão...
Que me prende ao nada...
E a ninguém,
Atormentando os meus dias,
Tão perto do céu das pandorgas!
Tento reencontrar os sonhos,
As pandorgas que mundo levou...
Mas sei que as mãos frágeis...
Não encontrarão forças,
E o bailado, livre e leve...
Daquele papel e taquara,
Com o seu rabo de pano,
Que tanto encantara outros olhos,
Perdeu-se, dando fim aos meus dias,
Depois que rebentou...
...a linha tênue da minha vida!
Fim!
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