sexta-feira, 23 de junho de 2023

A Origem do termo CHINA!

A Origem do termo CHINA vem do mesmo tempo da criação do Povo Gaúcho - O Gaúcho na sua origem são os filhos das Índias ou bugras, mulheres que já habitavam a Pampa, que foram estupradas pelos Bandeirantes durante as guerras e da invasão do Homem branco nas Terras do Pau Brasil - os filhos Homens voltavam para as tribos e era criados até aos 8 anos e depois partiam para os matos para sobreviverem, aprendendo a caçar, andar acavalo e posteriormente sendo escravos nas estâncias de charque do Sul do Brasil - As Mulheres, eras criadas nas Tribos, mas sem o conhecimento da cultura, como havia muita diferença na fisionomia, muitas eram vendidas ou levadas, para serem empregadas, nas casas dos estancieiros. 

Como tudo, naquela época, além da fisionomia diferente do Povo Europeu que colonizava a Pampa, muitos, muito claros e as bugras, com a cruza de Índia com o branco, tinham olhos puxados, aparentemente com os retratos das Chinesas, que os Europeus conheciam, além é claro, da Europa que se sentia superior e tinha, como tem até hoje, pela classe abastada, a burguesia, que tudo que vem da China não presta, portanto é de baixo valor social.

Então a China, mulher, passou a designar as mulheres sem valor, de classes pobres, do baixo clero da sociedade. Os peões das estâncias, os GAÚCHOS, filhos do Bandeirante com a Indígena, pegaram a termologia CHINA porque acabam se acasalando com essas mesmas mulheres que tinham essa denominação, mas as tratavam como de uma forma carinhosa, pela ignorância de não saber de onde vinha o termo, portanto, para o Peão a China é a forma carinhosa de falar de amor.

Com o passar do tempo, essas mulheres, corridas pelas senhoras das sociedade, muitas delas, estupradas pelos próprios Coronéis ou seus filhos varões, acharam um meio de sobrevivência vendendo o corpo em prostibulos sustentados pelos próprios estancieiros, comerciantes, autoridades da época, trazendo ai de forma pejorativa às prostitutas a termologia de china.

Muitas delas foram guerreiras, hábeis cavaleiras e foram para o fronte das guerras com seus Homens ou maridos, mas que a história, um tanto machista do Rio Grande do Sul, não deixou descrever. Talvez pela ignorância, que ainda permeia até hoje, as classes mais abastadas de nossa sociedade, não dá espaço para conhecer melhor, muitas delas, que carregaram a termologia CHINA com preconceito, com desmando, com crueldade, mas que na verdade, foram as grandes sofredoras de alma machucada por uma sociedade podre, que até hoje pensa que na CHINA se come cachorro!

Jaime Caetano Braun, bem descreve num dos seus mais belos poemas:


China
Jayme Caetano Braun

A maior das gauchadas
Que há na Sagrada Escritura
Falo como criatura
Mas penso que não me engano!
É aquela, em que o Soberano
Na sua pressa divina
Resolveu fazer a china
Da costela do Paisano!

Bendita china gaúcha
Que és a rainha do pampa
E tens na divina estampa
Um quê de nobre e altivo
És perfume, és lenitivo
Que nos encanta e suaviza
E num instante escraviza
O índio mais primitivo!

Fruto selvagem do pago
Potranquita redomona
Teus feitiços de madona
Já manearam muito cuera
E o teu andar de pantera
Retovado de malícia
Nesta querência patrícia
Fez muito rancho tapera!

Refletem teus olhos negros
Velhas orgias pagãs
E a beleza das manhãs
Quando no campo clareia
Até o sol que te bronzeia
Beijando-te a estampa esguia
Faz de ti, prenda bravia
Uma pampeana sereia!

Jamais alguém contestou
O teu cetro de realeza!
E o trono da natureza
É teu, chinoca lindaça
Pois tu refletes com graça
As fidalgas Açorianas
Charruas e Castelhanas
Vertentes Vivas da Raça!

A mimosa curvatura
Desse teu corpo moreno
É o pago em ponto pequeno
Feito com arte divina
E o teu colo que se empina
Quando suspiras com ânsia
São dois cerros na distância
Cobertos pela neblina

Quem não te adora o cabelo
Mais negro que o picumã?
E essa boca de romã
Nascida para o afago
Como que a pedir um trago
Desse licor proibido
Que o índio bebe escondido
Desde a formação do Pago?

Pra mim tu pealaste os anjos
Na armada do teu sorriso
Fugindo do Paraíso
Para esta campanha agreste
E nalgum ritual campestre
Por força do teu encanto
Transformaste o pago santo
Num paraíso terrestre!



Sem comentários:

Enviar um comentário