Victor Mateus Teixeira, o famoso TEIXEIRINHA, nasceu em Rolante, na época pertencente a Santo Antonio da Patrulha, no dia 3 de março de 1927 e faleceu em 4 de dezembro de 1985. Era filho de Saturnino Teixeira, um trabalhador rural e de Ledurina Mateus Teixeira e tinha um irmão, o Oswaldo e duas irmãs, a Geny e Arnilda. Está enterrado no cemitério da Santa Casa de Misericórdia em Porto Alegre. Era um homem baixinho, com 1,58m e dono de uma voz inconfundível. Como músico, cantor e compositor atuou na vida artística de 1959 à 1985.
Aos 7 anos de idade, seu pai morreu, vítima de um infarto. Os três irmãos de Teixeirinha foram entregues para adoção depois da morte do pai. Aos 9 anos de idade, enquanto Vítor estava na escola, Ledurina, que sofria de epilepsia, queimava lixo em uma fogueira quando desmaiou repentinamente depois de sofrer uma convulsão e caiu sobre a fogueira, morrendo três dias depois devido à gravidade das queimaduras. A tragédia ocorrida com sua mãe inspirou a música Coração de Luto, escrita por ele, que foi regravada mais tarde por diversos intérpretes, entre eles, a dupla Milionário e José Rico, com uma roupagem mais próxima da música sertaneja.
Após a morte de sua mãe, Vítor, agora órfão, foi morar com parentes, mas eles não tinham condições de sustentá-lo. Devido a isso, ele saiu de sua cidade natal e passou pelas cidades de Taquara, Santa Cruz do Sul, Soledade e Passo Fundo e Porto Alegre. Aprendeu a ler nos poucos meses em que frequentou a escola e fez muitos pequenos trabalhos eventuais e subempregos para se sustentar, como trabalhar em fazendas e entregar jornais. Aos 18 anos, foi trabalhar no DAER, como operador de máquinas, onde ficou por seis anos. A partir daí, Teixeirinha saiu para tentar iniciar sua carreira artística, viajando pelas cidades de Lajeado, Estrela, Rio Pardo e Santa Cruz do Sul e cantando nas estações de rádio locais. Em Santa Cruz do Sul, Teixeirinha conheceu sua primeira esposa, Zoraida Lima Teixeira, com quem se casou em 1957. O casal mudou para Soledade e depois Passo Fundo, onde Teixeirinha cantou na Rádio Municipal. Nas horas vagas, era solicitado para animar festas, Teixeirinha cantava muitas vezes enquanto os artistas que iriam se apresentar não haviam chegado.
Depois de três anos cantando nas estações de rádio, em 1959, Teixeirinha recebeu o seu primeiro convite para gravar um disco, em São Paulo, onde produziu O Gaúcho Coração do Rio Grande, seu primeiro álbum, lançado um ano depois, em 1960. Na mesma cidade Teixeirinha também gravou as canções Xote Soledade e Briga no Batizado. Em julho do mesmo ano, lançou Coração de Luto, que fez parte do lado B do disco de 78 rotações que também acompanhava a música Gaúcho de Passo Fundo, no lado A. Em 1961, Teixeirinha conheceu a acordeonista Mary Terezinha enquanto tocavam na Rádio Bagé. Mary acompanhou Teixeirinha por 22 anos. Na década de 1970, a carreira musical de Teixeirinha alcançou projeção nacional e internacional, cantando em várias cidades brasileiras e tendo feito turnês em Portugal e Espanha e em países da América do Sul, além de 15 shows nos Estados Unidos em 1973 e 18 shows no Canadá em 1975. Em 1970, quando Teixeirinha participou ao vivo no programa de televisão A Grande Chance, pela extinta Rede Tupi, o apresentador Flávio Cavalcanti destruiu os LPs do cantor ao vivo. Grosseria de quem não gostava de gaúcho e das músicas gauchescas.
Como cineasta, em 1966, lançou o filme Coração de Luto e em 1969 estrelou o filme Motorista Sem Limites. Como radialista, apresentou o programa Teixeirinha Amanhece Cantando, que foi transmitido pelas rádios Farroupilha e Gaúcha.
Em 1983 lançou mais de 50 álbuns e foi recordista de vendas de discos no Brasil, e compôs por volta de 1.200 canções.
Teixeirinha tinha um tumor nos gânglios linfáticos e chegou a fazer sessões de radioterapia em São Paulo, mas a doença se agravou. Faleceu em sua casa, em 4 de dezembro de 1985. Deixou sete filhas e dois filhos: Sirley Marisa, Liria Luiza, Victor Mateus Teixeira Filho, Nancy Margareth, Gessi Elizabeth; Fátima Lisete e Márcia Bernadeth, com Zoraida Lima Teixeira, e Alexandre e Liane Ledurina com Mary Terezinha. Todos os detalhes de seu funeral foram especificados na canção A Morte Não Marca Hora, lançada em 1984. Em seu túmulo, Teixeirinha foi homenageado com uma estátua dele com seu violão, conforme seu desejo expressado nessa música. Em Passo Fundo, Teixeirinha também foi homenageado com uma estátua.
Tive a oportunidade de ver o lançamento do filme Coração de Luto no antigo Cine Coral, em Passo Fundo e, no ano seguinte, numa apresentação num circo, em Palmeira das Missões. Nas duas oportunidades os locais estavam superlotados.
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