Não culpe meu coração,
Por amar e não ser amado,
Pois ele já foi condenado...
A viver nesta solidão!
Não culpe o meu coração,
Pois o culpado sou eu...
E se ao tempo me esqueceu,
Talvez tenha alguma razão,
E não deixou o teu coração,
Um dia encontrar ao meu!
O meu coração foi sincero,
Quando se
entregou, ao amor,
E tornou-se um sonhador,
Do mundo que mais
quero,
Se pelo tempo, te espero,
Sem me importar co’a distância,
E morre aos poucos na ânsia,
Quedado ao tempo e espaço,
E ainda busca os teus braços,
Num eterno amor de infância;
Talvez até sejas, culpado...
Talvez seja inconsequente,
Por sonhar com
eternamente,
Mesmo não estando ao teu lado,
Mas ainda tens guardado...
As tuas carícias, teus beijos,
E não são apensas, desejos...
Que a alma guarda contrita,
Sabendo que estás mais bonita,
A cada instante que te vejo;
Como um louco, fala sozinho,
Com suspiros
adormecidos,
Buscando o tempo perdido,
Nas folhas dos
pergaminhos,
Onde o verso faz seu ninho,
Pelos rabiscos dos
poemas...
Timbrando ao beijo de pena,
Da mão que baila
sem som,
Onde uma marca de batom,
Dá início a uma nova cena;
As lembranças ganham vida,
Pelas poses dos retratos...
Onde o tempo foi de fato,
O culpado da despedida,
Quem teve a alma repartida,
Na dor cruel de um adeus...
Que encharcaram os olhos teus,
No silenciar de um abraço...
Partindo um coração em pedaços,
Que pelo tempo enrijeceu;
Não culpe o meu coração...
Por ele, te amar de verdade,
Porque já sofre de
saudade,
Chamando-te pela escuridão,
Vai clamando o teu perdão...
Como que implora pra sorte,
Vagando meio sem norte...
Pelas estradas do destino,
Qual um louco, peregrino,
Cambaleando na ânsia da morte;
Dizem que amar é loucura...
Quando não se é correspondido,
Mas prefiro um
amor sofrido,
E até, te amar na lonjura...
Que ser apenas uma criatura,
Sem amor, sem sentimentos,
Qual folha levada pelo vento,
Vagando, a Deus dará...
Sem ter alguém para amar,
Sem ter alguém no
pensamento;
Por isso amo o teu jeito...
Por isso amo o teu sorriso,
E amar-te-ei, se
for preciso,
Com teus ranços e defeitos,
Se, o teu perfume
eu deleito,
Qual a abelha que busca a flor,
É porque preciso do teu calor,
Pra mais singela
ocasião...
Mas não culpe o
meu coração,
Pois ele já sofre pelo teu amor.
Fim!
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