Estamos vivendo uma crise de identidade. Não sei se somos gaúchos, Rio grandenses, Sul Rio grandenses, ou sei lá oquê? Parece que isso não importa, mas importa muito.
Me criei ouvindo histórias de guerras, revoluções, peleias, bochinchos, tauras machos, "bagual", destemido, que quem pisasse no pala... bem assim como muita gente já sabe e já conhece.
Se isso era bom? não sei. Mas orgulhava muita gente e fazia esse povo ser respeitado, até lisonjeado e orgulhoso para muita gente.
Pois é, infelizmente, a cada dia vejo que isso vai morrendo. O Campo já não é mais o mesmo. A tradição virou regras e mais regras. O orgulho de por uma pilcha não existe. A música gaúcha, se perde entre "sertanojentos" e "thê musics" horrorosas, e ninguém se anima falar nada. Nossos músicos desaprendem, com músicas sem introdução, letras sem conteúdo e refrões pegajoso que são esquecidos poucos dias depois.
Nossos festivais, que pareciam serem puros, virou um conchavo de amigos, de trocas, de pagamentos, sem se importarem com a qualidade, onde a ajuda de custo vale mais que "a vergonha na cara".
O churrasco, que sempre foi o prato preferidos dos antigos "gaúchos", hoje, a carne está pelo preço da morte. A história que o sal, ter não sei quanto de iodo e de não sei mais oquê, tem que tirar da comida, faz com que nem charque exista.
Agora para meu espanto, a erva mate, que sempre foi parceira dos gaúchos, para o aconchego da prosa, está que não dá mais, além do podre, de ruim, está valendo mais que um quilo de carne.
Estamos vivendo um tempo de falência, de falta de identidade, de entendermos quem somos, o que queremos, para onde vamos. Nossos políticos nos roubam descaradamente, nos enganam,, riem da nossa cara e ainda vejo gente, para manter o seu minguado emprego, não sei se, por incapacidade ou falta de opção, puxando o saco desses "ladrões".
Quem somos, gaúchos? Não. Somos boi de canga, trabalhando duro de sol a sol, para o "rastolho" que nos é ofertado como salário.
Para os que dizem que não sou tradicionalista, pois é, acho que nem gaúcho sou mais, pois sou um covarde, que assisto de braços cruzados, me levarem os "troco". Gaúcho era o meu avô, pois, se fizesses isso com ele, naquele tempo, ele ia prosear de perto.
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