Para todos aqueles amigos que já partiram, deixando a dor da saudade, e em especial ao meu Valho Pai, o mais fiel de todos os amigos. Hoje eu lembrei de ti.
Lembrei de Ti
Hoje tendo o silêncio de um fim de tarde,
E a paz do campo que eu encontrei aqui...
Tenho os olhos remanseios de saudade,
Ternas imagens que fazem lembrar de ti;
Quando vejo teus aperos lá num canto...
O baio livre, na sombra de um sarandi,
Poncho emalado e o chapéu sobre um banco,
No silêncio desse rancho eu lembro de ti;
Lembro de ti nas madrugadas terrunhas,
Quando o galo abre o peito no terreiro...
Cevo um mate mais amargo que a saudade,
Não tendo mais, tua presença, meu parceiro;
Lembro de ti nestes olhos tresnoitados...
Águas profundas escorrendo no meu rosto,
É triste a vida quando um amigo vai embora,
Deixando o rancho e o vazio do seu posto;
Hoje vendo a noite negra trazer o luto...
E um rio corrente nos olhos do teu guri,
Sinfonia triste nos versos que eu escuto,
E uma milonga me faz lembrar de ti;
Então lua traz-me um poncho de estrelas,
Num brilho celeste como eu nunca vi...
Enchem os olhos e eu paro, para vê-las,
Pois o coração só me faz lembrar de ti.
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