segunda-feira, 4 de julho de 2011

A Flor e a Padra

Maria Flor tinha amor sonho e vida...
Criança simples, criada lá no interior,
Passou a infância entre trapos e bonecas,
Sem saber as flechadas de uma dor;
No rancho pobre, jamais, faltara afeto,
Entre brinquedos, sonhos e despedidas,
E as pedrinhas que juntara pelas sangas,
São imagens pra guardar por toda a vida;

Maria Flor conheceu a dor na tenra idade,
Pela desgraça e a fumaça de um cachimbo,
Curiosidade, sem maldade pagou o preço,
De ver a vida ser jogada nesse limbo;
E os sonhos que eram tantos, foram embora...
Restaram-lhe as ruas e os olhares de esmola,
E a Menina que um dia foi buscar estudo...
Encontrou a droga junto à porta da escola;

Tanta desgraça pela praça faz morada...
Força da pedra que rompe vida e coração,
Gente morrendo com olhos de insegurança,
Por um cachimbo que passa de mão em mão;
E lá num rancho uma Mãe morre aos poucos,
Na dor de um filho que a droga lhes tirou...
Qual o erro que ela teve nessa caminhada,
Ser condenada pela vida de quem amou!

Maria Flor foi-se a dor, descansa em paz,
A tua lembrança será eterna num coração,
Ficaram imagens guardadas entre nós...
E a pedra fria sobre a tampa de um caixão!

Sem comentários:

Enviar um comentário