segunda-feira, 8 de julho de 2024

JAIME CAETANO BRAUN - 25 ANOS SEM JAIME


No dia 08 de Julho de 1999 o Jornal Diário do Grande ABC - de São Paulo, trazia essa notícia, para a tristeza do Povo Gaúcho.
"O poeta, cantor e compositor Jaime Caetano Braun, 75 anos, morreu nesta quinta-feira, em Porto Alegre. Braun, que sofreu uma parada cardíaca pela manha, era o maior "pajador" do Rio Grande do Sul. O "pajador" é um misto de poeta e cantor popular que cria seus versos enquanto canta, de improviso, como acontece nos desafios. Um de seus versos mais conhecidos, do poema "Pajada", assinala que "nao há Brasil sem Rio Grande e nem tirano que mande na alma de um farroupilha".

Trabalhando a temática do gaúcho e do campo, ele também escreveu livros como "Potreiro de Guachos", "Galpao de Estância" e "Bota de Garrao". Braun nasceu em 30 de janeiro de 1924 no entao distrito de Bossoroca, em Sao Luiz Gonzaga, na regiao das Missoes, próximo à fronteira argentina. Um de seus maiores admiradores, o governador Olívio Dutra, também missioneiro e da mesma cidade, disse que Braun "é da matriz" do argentino José Hernandez, autor do clássico Martin Fierro.

O velório foi realizado no Palácio Piratini e o sepultamento ocorreu às 18 horas, no cemitério Joao XXIII. O governo gaúcho decretou luto oficial."

Morria o grande Payador, Poeta Missioneiro,  Jayme Caetano Braun nasceu na Timbaúva, nascido em 30 de janeiro de 1924 na época distrito de São Luiz Gonzaga, na Região das Missões no Rio Grande do Sul.
Hoje considerado um ícone da música tradicionalista gaúcha, seu nome batiza ruas, praças e principalmente CTGs no Rio Grande do Sul e em todo o Brasil. É considerado o patrono do Movimento Pajadoril no Brasil.
Jayme se tornou um autodidata principalmente nos assuntos da cultura sulina e remédios caseiros, e afirmava que "todo missioneiro tem a obrigação de ser um curador".

Foi membro e co-fundador da Academia Nativista Estância da Poesia Crioula, no final dos anos 50, na capital gaúcha. Trabalhou publicando poemas em jornais como O Interior e A noticia (de São Luiz Gonzaga), também em programas radiofônicos e como funcionário público no Instituto de Pensões e Aposentadorias dos Servidores do Estado e na Biblioteca Pública do Estado, aposentando-se em 1969.
Algo curioso sobre Jayme é que ele usou de sua pajadas como propagandas de campanha política em palanques de comício, “O Petiço” por exemplo fala de Getúlio Vargas, “O Mouro do Alegrete”, fala de Ruy Ramos, que também ligado ao tradicionalismo, lançou Jayme Caetano Braun como pajador, no 1º Congresso de Tradicionalismo do Rio Grande do Sul, em 1954.
Casou duas vezes, em 1947 com Nilda Jardim, e em 1988 com Aurora de Souza Ramos. Teve três filhos, Marco Antônio e José Raimundo do primeiro casamento, e Cristiano do segundo.

Anos mais tarde participaria das campanhas de Leonel Brizola, João Goulart e Egidio Michaelsen e em 1962 concorreria a uma vaga na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul pelo PTB, ficando como suplente.
Em 8 de Julho de 1999 todos tiveram que lidar com a grande perda deste Pajador, devido a uma parada cardíaca. Seu corpo foi velado no Palácio Piratini, e enterrado no cemitério João XXIII, em Porto Alegre. Para o dia seguinte estava programado o lançamento de seu último disco: Exitos.

Obra: José Francisco dos Santos Silveira (Gaúcho que nasceu em Uruguaiana) influenciou muito a carreira de Jayme, pois incentivou o Pajador na produção de suas obras.
Jayme Caetano Braun teve diversas obras, sendo elas: Livros de poesias, Galpão de Estância (1954), De fogão em fogão (1958), Potreiro de Guaxos (1965), Bota de Garrão (1966), Brasil Grande do Sul (1966), Passagens Perdidas (1966) e Pendão Farrapo (1978), alusivo à Revolução Farroupilha. Em 1990 lança Pajador e Troveiro, e seis anos depois a antologia poética 50 Anos de Poesia, sua ultima obra escrita.
Publicou ainda um dicionário de regionalismos, “Vocabulário Pampeano - Pátria, Fogões e Legendas”, lançado em 1987.
Jayme gravou diversos discos em sua carreira, sendo eles: Payador, Pampa e Guitarra de Noel Guarany (convidado especial) (1974), Payador (1983), A volta do payador (1984), Troncos Missioneiros (juntamente com Noel Guarany, Cenair Maicá e Pedro Ortaça) (1987), Poemas Gaúchos (1993), Payadas (1993), Paisagens Perdidas (1994), Jayme Caetano Braun (1996), Acervo Gaúcho (1998), Êxitos 1 (1999), Êxitos 2 (2000), Payada, Memória & Tempo (2006), Payada, Memória & Tempo Vol. 2 e Payada, Memória & Tempo Vol. 3 (2009) que foram resgates do acervo de Jayme.

Entre seus poemas mais declamados pelos poetas regionalistas do país inteiro, destacam-se Bochincho, Tio Anastácio, Amargo, Paraíso Perdido, Payada a Mário Quintana, Payada para o Irmão Negro e Galo de Rinha.

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