sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

NOSSOS 1.500 MORTOS MISSIONEIROS

Estamos na semana mais triste historicamente para o 'Povo Missioneiro". Há 257 anos, no dia 7 de fevereiro, dia da morte de Sepé Tiaraju. Foi atingido por uma lança portuguesa, um tiro de pistola espanhola, e ainda respirando seu corpo foi incendiado com pólvora, conforme relatório de Guerra do Padre Hennis. Hoje Sepé Tiaraju é oficialmente reconhecido como herói rio-grandense e brasileiro - simboliza toda a luta dos povos oprimidos da América.

Três dias depois em uma hora e quinze minutos as forças Luso-Brasileiras conjuntamente com as forças Espanholas mataram 1.500 dos nossos jovens e pais de famílias, no mais desastroso de todos os fatos dos 160 anos das Missões [1609-1768]. O fato ocorreu em um lugar chamado Caiboaté, hoje município de São Gabriel, naquele período centro da Estância Jesuítica de São Miguel Arcanjo.

Em todo o Rio Grande do Sul somavam-se no máximo 50.000 habitantes, ou seja, mataram em um pouco mais de uma hora mais de 3% da população, nos Sete Povos das Missões 5%, pois só aqui se somavam 30.000 habitantes. De Santo Ângelo somaram-se mais de 200 mortos, assim como São João Batista, São Lourenço, São Luiz, São Nicolau e menos de São Borja; de São Miguel um número maior, completando o triste número de mil e quinhentos mortos, pais e filhos que jamais voltaram aos seus lares.

Três meses após os exércitos de Portugal e Espanha entram em São Miguel e até o final do ano de 1756 ocupam os Sete Povos, expulsando seus habitantes das reduções, dando início a formação do Povo Gaúcho que atualmente conhecemos.

Nestes tristes dias que estamos vivendo podemos pensar sobre como foi terrível a morte de tantos das comunidades florescentes que foram chamados por Voltaire como "Triunfo da Humanidade" e por Montesquieu como "Primeiro Estado Industrial da América".

Há ainda no ar um "Pedido de Perdão por ser feito" tanto pelo esquecimento de nossos mortos, pelo esquecimento de nossa própria história e pelos índios que são a nossa base genética missioneira, que apesar de estarem espalhados por todos os cantos do Rio Grande do Sul, agora branquianisados, formam a base do sangue e raça missioneira.

Entre o dia 7 e o dia 10 de fevereiro relembremos com orações e homenagens a nossa base histórica e cultura.


Texto extraído do Facebook de Rose Ortaça

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