segunda-feira, 3 de julho de 2023

Dos Mangueirões desta Pampa!

 Dos Mangueirões desta Pampa!

Deitado ao silêncio do campo vazio beijando a estrada...
Onde mãos calejadas esquecidas da história manchada com sangue…
Guardando nas frestas as marcas de tantos, olvidados da pampa,
Que a tarde estampa, num fundo de posto, por este Rio Grande.
Santuário de xucros e dos mal domados que faziam costeio...
Dos homens do arreio empurrando tropas por essas paragens…
Altar dos torenas nas tardes compridas quando o sol descampa,
E um brazino pampa fazia o seu reinado enfeitando a paisagem.
REFRÃo:
Velha cerca de pedra, mangueirão da Pampa, rodeando a estância,
Ou perdida na distância, num fundo de posto, longe dos corredores,
Teu silêncio é um grito aos esquecidos que a história não conta...
E o tempo desmonta nas ternas imagens que carregam minhas dores.
Teu corpo de pedra é rancho e morada pr’as almas errantes…
Que chegaram bem antes desse tempo novo, te fazer esquecida,
Talvez na tua cerca, erguida com ódio e a dor das correntes…
Ainda esteja presente, os gemidos de tantos, que perderam a vida.
E quantos pavenas já perderam as baldas entre as tuas paredes...
(Tendo as finas redes, tecidas com jeito, no bailar das aranhas)...
Estalos de mango fazendo clarinadas para o cantar das esporas,
E alguma alma canora versejando solita num fundão de campanha.

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